Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 8
Depois da meia noite


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/393476/chapter/8

Eu já estava conseguindo respirar melhor, mas... não era aquilo que eu queria! Ele estava indo embora de novo, como fez de manhã, e a única coisa que eu queria é que ele tivesse vindo me ver. Eu não podia deixá-lo ir de novo.

Levantei da cama, corri e segurei seu braço. Ele se virou e me olhou sem entender. Não pude me conter. Minha boca estava ansiosa demais pela dele, então...

Eu o beijei.

----------------------------------------x--------------------------------------

Cap. 8

Foi um beijo rápido. Mas aliviou a tensão que havia em mim. Raul olhou nos meus olhos, sua expressão era de completa dúvida. Acho que ele estava tentando encontrar palavras, mas não conseguia. Era eu quem tinha que quebrar aquele gelo.

- Não vai embora... – pedi, de cabeça baixa. Ouvi Raul respirar fundo.

- Você é meio... louca! – ele disse, rindo daquela situação.

- É, eu... eu acho que sou mesmo...

Raul me puxou pra um beijo de verdade. Eu já estava quase sem fôlego quando afastei nossas bocas. Deitei minha cabeça em seu peito e o abracei. Meu Deus, o que eu estava fazendo?!

- Você ficou preocupada comigo... Que tipo de vítima se preocupa com a vida do seu sequestrador? – brincou Raul, me puxando pelo braço pra nos sentarmos na cama.

- Acho que só eu mesmo... – falei, meio envergonhada. – Mas você ainda não me contou como se machucou.

Raul olhou pro teto, deu um longo suspiro. Olhou o ferimento, já fechado por pontos e curativos e finalmente voltou o seu olhar pra mim.

- Foi a sua família.

- O quê? Como assim minha família?

- Eu te levei para aquele lugar bem distante daqui para telefonar porque eu sabia que eles iriam identificar o local pela chamada. Naquela noite, eu fui ver se alguém havia ido lá, e quando cheguei, eles tinham armado uma... emboscada.

- Uma emboscada? – perguntei, incrédula. Pra mim aquilo só existia em filme.

- Aham. Eu tenho certeza de que eles eram, tipo, “capangas” da sua família. E achavam realmente que iam conseguir me matar.

- Se eu fosse você não me acharia tanto. Afinal de contas, você chegou aqui à beira da morte! – lembrei-o desse fato, para tirar a cara de convencido dele.

- Ah, aquilo não foi nada! – respondeu, ainda mais convencido.

- Não foi nada? Pode não ter sido pra você, que tudo o que fez foi ditar os primeiros socorros em meio a delírios. Mas pra mim foi terrível, fui eu que tive de por a mão na massa, sem saber se você ia sobreviver depois daquilo tudo...

Raul abaixou a cabeça, como uma criança que ouvia as reclamações da mãe. Depois se deitou na cama, sorrindo pra mim maliciosamente.

- Nem pense nisso. – o repreendi.

- Mas você não queria que eu ficasse?

- Não pra isso. Eu quero... conversar com você.

Resolvemos voltar ao assunto da noite que ele foi baleado. Contei a situação dos amigos dele, rimos juntos.

-Ah, a propósito... você tem jeito pra ser médica.

- Eu quero medicina, mas meu pai insiste que eu faça administração, pra ajudar o tio Alexandre administrar a empresa.

- Faça apenas aquilo que você ama.

- Ótimo conselho para um sequestrador.

- Olha, não sou eu o vilão da história!

- Não?! Imagina... Você tá me prendendo aqui!

- Por quê? Você quer ir embora?

Droga! Odeio essas perguntas difíceis dele. Enquanto eu pensava nas minhas palavras, Raul me olhava com a cara mais irônica do mundo, esperando uma resposta.

- Se eu pedisse você não me deixaria ir embora mesmo!

- Claro que não. Esse sequestro está me saindo melhor que encomenda!

Depois dessa, tentei mudar de assunto com Raul antes que aquilo ficasse sério demais.

Ficamos um bom tempo conversando, feito duas pessoas normais que se conheceram no dia-a-dia. Aquilo até parecia uma conversa normal.

- Caramba, já tá tarde. – Olhou Raul para o relógio, que marcava 2:30 da manhã. – Acho que tenho que lhe deixar dormir e ir dormir também.

- Mas... já?

Raul se sentou na cama e pegou meu rosto. 

- Amanhã vai ser um longo dia. Não sei se você percebeu, mas o prazo que dei ao seu pai já expirou. Amanhã vou ligar, e quero que você fale com ele.

- Quantas vezes eu tenho que dizer que meu pai não tem nada a ver com a morte do seu?! – falei, com minha voz já alterada.

- E quantas vezes eu tenho que dizer que o seu mundinho perfeito e cor-de-rosa não lhe deixa ver os podres da sua família?! – Raul também se alterou.

Eu não queria brigar. Não de novo. Aquela noite tinha sido tão boa até ali, porque iríamos estragar tudo até agora? Abaixei minha cabeça, me rendendo à discussão. Raul entendeu e respirou fundo.

- Eu acho que nessa família a única pessoa inocente é você. – disse ele.

- Quando tudo isso se resolver, você vai ver que tá errado.

Raul sorriu em deboche. Segurou meu rosto nas mãos, fez que ia beijar minha testa.

- Eu acho que não precisamos mais dessa discrição. – disse ele, tacando um beijo demorado na minha boca. – Boa noite. – e saiu.

- Boa... noite. – respondi ainda sem acreditar que ele falou aquilo de nós dois.

Bem, acho que amanhã será um longo dia. Hoje evitei, mas sinto que amanhã as brigas serão inevitáveis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sete Chaves" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.