Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 9
Fúria


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me pela demora, gente!!!



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- Eu acho que não precisamos mais dessa discrição. – disse ele, tacando um beijo demorado na minha boca. – Boa noite. – e saiu.

- Boa... noite. – respondi ainda sem acreditar que ele falou aquilo de nós dois.

Bem, acho que amanhã será um longo dia. Hoje evitei, mas sinto que amanhã as brigas serão inevitáveis.

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Cap. 9 

Acordei às 8h e vi o meu café na cama. Estranhei por Raul não estar junto com ele. Enquanto comia ouvi umas vozes no corredor, pareciam do Joel e do Fabrício.

- Tá tudo pronto?

- Tá, mas... vamos esperar o último “ok” do Cortez. Prepara a menina.

Joel entrou no meu quarto fazendo zuada, achando que eu estaria dormindo e que ele iria me assustar. Ri da expressão de decepção dele.

- Alexia, troca de roupa. Daqui a uns 10min estaremos saindo pra ligar pro seu pai. – e saiu.

Minha expressão risonha imediatamente deu lugar a de preocupação. O que dessa vez Raul iria dizer a meu pai? Como estaria minha família depois desse tempo todo? O que eu iria fazer agora?

Pontualmente, Raul chegou e me vendou para sairmos do local. Ele estava sério, mal tinha me dado “bom-dia”. Um clima tenso pairava no ar. Aquilo estava me sufocado.

- Chegamos! – disse Joel, puxando a venda do meu rosto.

Olhei em volta. Não estávamos no primeiro lugar que fomos ligar pro meu pai. Mas, lógico, depois daquilo tudo que aconteceu, claro que eles iriam mudar de lugar.

Raul discou rapidamente os números e me deu o telefone. Logo pude ouvir a voz do meu pai.

- Alexia!! Filha!!! Oh, meu Deus, como você está?? Alexia, me desculpe, eu vou tirar você daí meu am...

- Bom saber disso, sr. Smith. Até hoje eu espero o dinheiro. – Raul tomou o telefone de mim, antes que eu pudesse falar ao menos se estava bem.

- Por favor, eu vou dar um jeito de enviar, mas me dê um prazo maior, por favor, não faça nada com a minha filha... – meu pai parecia estar completamente desesperado. Isso me deu um aperto forte no coração.

- Tudo bem, tudo bem. Vou te dar mais três dias. E... não se preocupe. Mal eu não vou fazer com sua filha, mas outras coisas... bem, isso eu acho que não vou poder evitar. Tô começando a pensar em não te devolver mais ela! – Raul riu maliciosamente.

- Não, por favor, não faça nad...

- Na verdade... Me dá vontade de fazer com ela o mesmo que vocês fizeram com o meu pai e o que me fizeram passar!!! - E ele desligou o telefone.

Eu fiquei paralisada com o jeito que Raul acabara de falar com meu pai. Não era aquele jeito brincalhão que ele tinha, mas ele falou como se fosse me agredir mesmo. Não foi esse Raul que eu salvei, não foi esse Raul que eu beijei e nem é esse Raul que eu quero que ele seja.

Sem dar uma palavra sequer, entrei no carro e eu mesma me vendei. Os garotos ficaram se perguntando por que eu fizera aquilo. Eu me sentia uma esposa, que passara por uma vergonha enorme por causa do marido, e que estava esperando chegar em casa pra lhe dizer umas poucas e boas. Na verdade, eu iria lhe dizer umas muitas e ótimas.

Chegando ao quarto, eu e Raul ficamos a sós. Ele sentou-se na cama, e parecia adivinhar que dali vinha chumbo. Eu tentei organizar minhas ideias, mas não deu.

- O que você tava pensando quando falou tanta idiotice pra meu pai? Ele pode, que Deus me livre, dar um negócio, adoecer, sabia? Você é idiota? – parti pra cima dele, na maior agressividade, colocando o dedo em sua cara.

- Em primeiro lugar, tira esse dedinho da minha cara. – ele deu um tapa na minha mão, fazendo-a cair – E em segundo lugar, eu tô pouco me lixando pro que vai acontecer com o seu pai. Na verdade, seria mesmo bom que ele morresse, pra passar pelo que meu pai passou.

Não pude evitar. Quando vi, sua bochecha já estava vermelha, marcados meus cincos dedos certinhos nela. O tapa foi tão grande que ecoou o barulho no quarto.

- Você é um estúpido!! Não tem o direito de falar assim com o meu pai!!! Cala essa boca!! – eu gritava, e minha voz falhava em meio as lágrimas que já invadiam meu rosto com fúria.

Raul hesitou por um segundo. Seus punhos, cerrados, tremiam. Ele estava se segurando pra não voar em cima de mim. Mas não conseguiu.

- Quem você pensa que é pra me bater na cara? – ele me segurou forte pelos braços e me levantou na parede – Eu devia ter te matado mesmo, desde o primeiro dia!!! Você é igualzinha a eles!!

- Eu n... eu não sou!!! – falei, chorando, e tentando me desvencilhar de suas mãos.

- É sim!!! Você é só mais uma patricinha ridícula, que compra seus luxos com o dinheiro sujo de sangue dos outros!!!

- Não!!!!!!

Nossos gritos eram tão altos que os outros vieram correndo e nos separaram. Eu estava com tanto ódio que queria rasgar a cara de Raul todinha com as minhas unhas.

Enquanto eles tiravam Raul do quarto, não pude deixar de soltar essa:

- Eu prefiro morrer a olhar na tua cara mais uma vez!!!!!!!

Raul bateu a porta do quarto com força.

A mim, só restou chorar, além de fazer da cama um saco de box o resto do dia.


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