Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 7
Loucura


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!!! Espero que gostem!!!



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Fiquei sentada na cama olhando o meu primeiro paciente ser retirado da minha proteção. Eu queria que ele ficasse comigo mais tempo, mas não iriam deixar. O desespero da provável morte do líder foi só ontem mesmo.

Antes de sair, Raul me olhou e sussurou algo que eu entendi como um...

- Obrigado.

Ri de canto pra ele.

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Cap. 7 

Passei o dia inteiro esperando que alguém me desse notícias de Raul. Na verdade, eu estava esperando o próprio vir me visitar pra dizer que realmente tava tudo bem. Mas ele não veio. Fiquei preocupada com o que provavelmente teria acontecido, lembrei-me da gravidade do ferimento. Mas... porque eu estaria tão preocupada assim?

Joel entrou no quarto pra deixar o meu jantar às 9h e 30min da noite. Ele se assustou com a minha chuva de perguntas.

- Cadê o Raul? Como é que ele tá? Porque ele não veio aqui hoje? O que tá acontecendo?

- Ei ei ei, calma garota! Uma pergunta por vez!

- Tá certo, então... – tentei me acalmar – ...como é que o Raul tá?

- Calma, ele tá bem, não precisa morrer por ele não! – brincou Joel com a minha preocupação.

- E porque ele não veio aqui hoje?

- E... tá apaixonada por ele é?

- Cala essa boca, Joel! Claro que não! Só queria saber como ele tá! – respondi furiosa. Que tipo de insinuação era aquela? Que idiota!

- Tá, tá bem, tá bem. Vou fingir que acredito em você. Mas só pra te deixar calma, ele ainda não veio aqui hoje porque passamos o dia na casa de um amigo médico da gente. Ele fez o que deveria fazer pra o ferimento do Raul não infeccionar, assim não precisamos levá-lo num hospital.

- E porque vocês não chamaram esse cara ontem?

- As coisas não são assim, garota. Ele é envolvido com algumas coisas pesadas, então não é qualquer um que consegue o achar. Só conseguimos entrar em contato com ele hoje, às 15h.

Respirei fundo. Agora que Raul tinha sido atendido por um médico de verdade eu pude ter a certeza de que ele ficaria bem. Isso me acalmou bastante.

Depois de jantar, me deitei na cama e tentei liberar a frustração daquele dia solitário. Talvez amanhã ele viesse me ver...

Shhhhh. Que barulho é esse? Shhhhhhh. Abri meus olhos e vi o relógio marcar meia noite e meia. O barulho continuava. Virei-me para o banheiro e vi a luz ligada. O barulho estava vindo de lá. “Eu não me lembro de ter esquecido a luz do banheiro acesa. Muito menos o chuveiro ligado!”, pensei. “Deve ter quebrado alguma coisa, algum cano.”

Levantei-me em direção ao banheiro. Já estava esperando vê-lo inundado. E já ensaiava o nome de algum cara pra chamar. Mas, para a minha surpresa, o banheiro estava seco. “Então cheguei a tempo de conter o dilúvio!”, pensei, me divertido com a frase. O box preto me impedia de ver o que acontecera com chuveiro, então, de uma só vez, abri o box inteiro pra acabar com aquela palhaçada que me fez acordar àquela hora da noite.

Eu não consegui ter muitas reações. A primeira foi abrir a boca, a segunda, tampá-la com a mão. Uma descarga elétrica parecia sair do chão e me queimar violentamente. Depois, parecia que eu estava no Alaska e um dos seus invernos mais rigorosos dançavam em minha barriga. Virei-me de costas, e fechei os olhos, negando pra mim mesma que tinha visto aquela cena.

- Te acordei? Desculpa! É que esse banheiro é o melhor daqui, e eu vim tomar banho. – falou Raul, sem nenhum espanto.

Senti meu rosto corar completamente. Meu coração já estava na garganta. Um pouquinho só e ele saía pela boca.

- Alexia? O que foi? Você tá bem? – disse ele, parecendo não se importar nem um pouquinho de eu ter acabado de vê-lo completamente nu. Mas pelo menos percebeu o motivo da minha estagnação, e se enrolou na toalha. Só assim pude me virar.

Eu tentava falar alguma coisa, mas parecia que tinham cortado minha língua. Minha respiração ofegante transparecia todo o meu nervosismo, minhas mãos tremiam ao tentar explicar-se por si só. Raul apertava os olhos tentando me entender, mas não aguentou por muito tempo e caiu na gargalhada.

Saí correndo e me joguei na cama, me encobrindo totalmente com os lençóis. “Mas que atitude ridícula!”, pensei. Mas eu não sabia o que falar pra ele diante daquela situação, então eu... eu não tive alternativas.

Um tempo depois, senti que ele havia sentado ao meu lado na cama. Apoiou-se sobre mim e tentava retirar o lençol que encobria a minha cabeça.

- Ei, Alexia, não faz drama. Tá parecendo uma criancinha. Isso tudo é só por que me viu pelado?

Não pude aguentar e deixei que ele retirasse o lençol da minha cabeça.

- “Só”? Como assim “só”? Eu estou aqui dormindo em paz, acordo com o barulho do chuveiro, vou ver o que é e me deparo com você... tomando banho! – gesticulei bastante, e me acalmei ao vê-lo vestido com uma bermuda.

- Se quiser ver de novo, é só pedir... – falou ele, com a maior malícia na cara, me fazendo corar novamente.

- Vai embora! – tentei empurrá-lo colocando minhas mãos em seu peitoral, mas não o fiz se mover sequer um centímetro.

- Tem certeza de que quer que eu vá embora? – Raul me perguntou, fazendo-me o olhar nos olhos. Que mania de fazer perguntas difíceis.

Ele sorriu de canto ao ter o meu silêncio como resposta. Na verdade, havia um único som no quarto que me fazia ficar com vergonha cada vez mais: o barulho da minha respiração ofegante, nervosa por tê-lo tão perto de mim.

Raul já não sorria mais. Sua expressão era de alguém tentando adivinhar o que eu estaria pensando. Tentando adivinhar o que eu queria fazer.

Ele se aproximou ainda mais de mim, pensei que fosse me beijar. Mas sua cabeça se inclinou e sua boca colou no meu pescoço, deixando a minha boca livre pra continuar ofegando.

- Raul... Não! – apesar de meu “não” não ter sido nem um pouco convincente, o fez parar e voltar a me olhar.

- O que foi? – me perguntou com a cara de um menino que acabara de ter sido interrompido na melhor fase do video game.

- Você disse que não ia me machucar!

- Mas eu não vou te machucar, eu só...

- Não!

Eu tinha que parar com aquela loucura. Eu tinha que agir com a razão. Que tipo de pessoa eu era? Porque meu coração estava batendo a mais de mil? Porque naquele momento, eu mesma queria dizer não aos meus “nãos”?

- Tá, tá bem. Desculpa ter te acordado. Boa noite! – ele levantou as mãos em sinal de rendido, e começou a caminhar em direção à porta.

Eu já estava conseguindo respirar melhor, mas... não era aquilo que eu queria! Ele estava indo embora de novo, como fez de manhã, e a única coisa que eu queria é que ele tivesse vindo me ver. Eu não podia deixá-lo ir de novo.

Levantei da cama, corri e segurei seu braço. Ele se virou e me olhou sem entender. Não pude me conter. Minha boca estava ansiosa demais pela dele, então...

Eu o beijei.


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