É Você, Sempre Foi. escrita por Clarinha


Capítulo 3
"Menina dos meus olhos."


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Aqui estou eu já com o terceiro capítulo de "É você, sempre foi". Espero que gostem!



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Débora PART.


Tinha se passado três meses depois do ocorrido com Ana. Eu estava morrendo de saudades de seus longos abraços. Todos os dias eu ia ao jardim, e ficava me recordando de nosso primeiro beijo, de quando ela simplesmente me fez sentir o verdadeiro amor.



O ar batia em meu rosto, e levava minha alma junto. Eu ficava olhando o laguinho próximo dali. Um dia qualquer, a diretora sentou-se ao meu lado. Olhei para sua face, que passava uma imagem de decepcionada.



–Oi - disse.



– Oi. Hm, o que a Sra. deseja?



– Perdão.



– O quê?



Como assim "perdão" dona? Estava ficando gagá, só pode.



– Perdão, por ter separado vocês duas. Eu apenas não queria entender vocês duas, nesse assunto de amor. É muito complexo.



– Me explique por favor Sra. Manducci.



– Eu não queria entender vocês! É muito errado aos olhos da sociedade, ainda mais dentro da escola. Eu, apenas queria que não existisse esse negócio de homossexualidade.



– Mas por quê a senhora se incomoda tanto? - perguntei.



– Porque uma de minhas filhas é lésbica, e eu nunca quis aceitá-la... E com isso eu fiz a pior coisa que eu poderia fazer, expulsei-a de casa.



Puta que pariu! A velha louca tinha uma filha gay! Há, que ótimo. Engula seu preconceito e morra afogada.



– E ela? Não tem notícias mais?



– Ela está casada com a mulher da vida dela. Nunca mais me perdoou por não ter dado apoio a ela.



– Cara, que triste. Bom diretora, por quê não liga para ela, e diz que a ama, lhe pedindo desculpa?



– Eu fui tão covarde na época. Será que ela me desculparia?



– Não dá para saber. Bom, tenho que ir indo, obrigada pela conversa.



Eu queria sair logo dali! Quando eu estava saindo, escuto ela chorando, e uma voz rouca me chamando...



– Débora...



– Pois não?



– Obrigada!



Olhei para seu rosto, e dei um sorriso em forma de que estava tudo bem. Era meio estranho pensar que esse era o motivo dela, mas ok. Fui para meu quarto e arrumei minhas malas. As férias estavam começando, e logo o carro chegava para me buscar. Eu estaria indo para casa daqui a poucas horas, que emoção! Ah, e eu poderia falar com Ana!



Passou duas horas, e o carro buzina. "Biiiiiii biiiiii!" - escutei. Saí do quarto, acenei para a diretora e entrei no carro. Finalmente, férias.





Ana Paula PART.





Havia se passado três meses que eu tinha saído daquele colégio. Agora eu estava em outro, mas não interno. Meu pai nem sequer ligava para mim, só para as mulheres que ele levava para casa. Eram gemidos a noite inteira, que merda! Aquilo me enchia de raiva.



Bom, estávamos entrando de férias, e logo eu iria poder fazer o pedido de namoro a Débora, e poder apresentá-la ao meu pai.



Cheguei da escola, coloquei a mochila na casa e peguei uma foto nossa, que tiramos no nosso piquenique a luz do luar e das estrelas. Ah, que saudade de seu beijo, e de seus olhos nos meus. Peguei meu celular e liguei para a pessoa cujo nome em minha lista de contatos estava como "amor". Esperei, e uma voz atende.



"- Alô? Ana é você?



– Oi meu amor. Está de férias? Como está?



Eram tantas as perguntas, era tanta saudade!



– Estou bem, e agora de férias. Como vamos nos ver? Eu estou morrendo sem você!



Há, era o momento perfeito para pedi-la em namoro.



– Débs, eu gostaria de lhe pedir uma coisa... - falei, respirando fundo.



– Claro, o quê?



– Você... eer - dei uma travada - ...gostaria de namorar comigo?



Escutei ela batendo os pés de alegria, ou não. Ficamos em uns minutos de silêncio, e escutei sua voz trêmula...



– Sim, sim sim!!! - respondeu pulando.



– Então, você gostaria vir para casa no próximo fim de semana?



– Claro. Só me diga onde é."



Passei o lugar, hora e fiquei a espera. A semana passava rápido, eu falava com ela todos os dias por celular. Ah, que saudades! Quando vi, chegou o dia.



"Toc-toc" - escutei. Devia ser ela! Passei a mão em meu vestido lilás, arrumei o cabelo e abri a porta.



– Débora! Você chegou - lhe disse, dando um forte e longo abraço.



– Estou aqui agora, para você.



Débora iria passar duas semanas em casa, ou seja, tempo o suficiente para ficarmos juntas. Ela havia chego na hora da janta. Pois bem, levei-a até o quarto, onde ela colocou suas malas, e descemos para a mesa do jantar.



– Pai, essa é Débora... Minha namorada.



Meu pai a olhou dos pés a cabeça e sorriu.



– Prazer em conhecê-la. Então, você é a jovem que faz minha filha feliz?



Caralho! Pela primeira vez na minha vida, meu pai estava feliz em me ver bem, ou pelo menos, demonstrando. Débs deu um sorrisinho, ainda envergonhada de estar conhecendo-o. Nos sentamos e jantamos pizza! Bom, em seguida peguei o braço de Débora e subi ao quarto. Ficamos horas e horas conversando sobre tudo que tinha acontecido no colégio dela, e contei o que aconteceu no meu. Tudo estava bem, e fomos dormir abraçadas lá pelas 04:00 am.



No dia seguinte, eu tinha combinado com ela de levá-la ao parque, onde iríamos tirar algumas fotos para nós colocarmos em nosso novo álbum de fotos, cujo nome era "momentos e seus tons, esses são momentos bons" e eu levaria ela para conhecer meu amigo de infância, Pedro.



Chegando lá, apresentei-a para Pedro. Eles fizeram amizade facilmente. Ficamos contando história de quando éramos pequenos... Hilário! Depois, tiramos muitas, muitas fotos mesmo, e quando já estava escurecendo, fomo assistir um filme no cinema, apenas eu e Débs. Lembro-me que estava passando Titanic. Filme antigo, porém muito bom! Pegamos a sessão das 19:30 pm. Ela estava linda, com uma calça jeans colada, uma blusinha azul e seu all star sujo. Ela era a mulher de meus olhos.



Estávamos prestes a sair, quando vejo meu pai entrando em casa com uma mulher totalmente desconhecida por mim. Será mais uma das "putinhas" de meu pai? Ah, mas que merda. Olhei aos dois, e olhei para Débs.



– Ignore-os, certo? - falei a Débora.



Ela fez que sim com a cabeça, e saímos. O cinema estava lotado, mas nada que fosse um problema esperar com a namorada em meus braços. Entramos na sala, e ficamos de mãos dadas o tempo inteiro.





Débora PART.





Um tempo depois que eu havia chegado em casa, eu fui encontrar meus pais. Fiz eles se sentarem em minha frente, olhei-os e disse-lhes que era um assunto importante. Contei todos os fatos. Desde o começo. Eles me olhavam assustados, como se fosse algo terrível. Minha mãe me disse que iria me por em um psicólogo, meu apenas a ignorei.



Um pouco mais tarde naquele mesmo dia, recebo uma ligação de Ana Paula.



"- Alô? Ana é você? - perguntei.



– Oi meu amor. Está de férias? Como está?



Ah, como eu estava feliz por ouvir sua voz novamente!



– Estou bem, e agora de férias. Como vamos nos ver? Eu estou morrendo sem você! - respondi, sendo sincera.



Ana parou, suspirou e sua voz ficou meio tensa.



– Débs, eu gostaria de lhe pedir uma coisa... - falou, enquanto fugava.



– Claro, o quê? - perguntei, ingenuamente.



– Você... eer - ela travou - ...gostaria de namorar comigo?



Eu comecei a pular. PUTA QUE PARIU CARA, aquilo era um sonho se realizando! Respirei fundo, e tomei coragem...



– Sim, sim sim!!! - respondi pulando.



– Então, você gostaria vir para casa no próximo fim de semana? - perguntou, entusiasmada.



– Claro. Só me diga onde é.



Ana me passou seu endereço, hora para ir e o nome de seu pai, que por sinal era um nome que eu achava muito admirável. Roberto era seu nome.



Assim que cheguei na porta de Ana, me bateu um medo e insegurança. Suspirei, e bati. Nem sequer deu um minuto, e Ana abre a porta, com um enorme sorriso no rosto, e bochechas coradas.



– Débora! Você chegou - me disse, me agarrando em seguida.



– Estou aqui agora, para você. - respondi.



Ana me puxou para dentro de sua casa. Fomos ao seu quarto, onde deixei minhas malas. Sim, malas. Eu iria ficar duas semanas lá, e precisaria de muita coisa! Descemos, afinal, era hora de jantar.



– Pai, essa é Débora... Minha namorada. - disse, me apresentando.



Seu Roberto me olhou, olhou e olhou, e sem seguida deu um leve sorriso.



– Prazer em conhecê-la. Então, você é a jovem que faz minha filha feliz?



Respondi que sim com a cabeça, e fiquei corada. Ah que vergonha no inferno. Sentamos e nos alimentamos. Era pizza, uma grande e deliciosa pizza. Assim em seguida, fomos dormir. O dia seguinte seria cheio.



Acordamos lá pelas 09:00 am, e fomos direto ao parque, onde Ana iria me apresentar a um amigo dela. Pedro era seu nome. Um menino legal, extrovertido, não parava de falar um minuto sequer. Muito gente boa. Em seguida, tiramos muitas fotos para nosso álbum de recordações. Assim que estava escurecendo, eu e Ana fomos ao cinema, onde assistimos Titanic. Ah, quanto amor. Ficávamos de mãos entrelaçadas. Chegando em casa, adormecemos.



Cinco dias se passaram, e estávamos deitadas em sua cama, pensando sobre tudo que havia acontecido. Era seu aniversário no dia seguinte, e eu não sabia o que comprar.



– Ana?



– Oi? - respondeu, me olhando.



– Hm, eu estava pensando... Amanhã é seu aniversário. O que gostaria de ganhar?



Ana olhou para o teto, para o chão, para os lados, e para mim.



– Nada.



– Nada? - perguntei em tom de surpresa.



– É, nada.



– Mas por quê?



– Porque eu já tenho tudo, e está bem aqui em meu lado. - disse, me abraçando e me dando um suave beijo.



Ficamos ali nos amassando por um bom tempo, porém, não ficamos apenas nisso. Ana me unhava toda, eu já estava cheia de... eer... você sabe, tesão.



Começamos a tirar as roupas, e quando estávamos quase nuas, Ana interrompeu para ir trancar a porta. Que broxante. Há! Bom, continuamos, com aquelas bufadas no ouvido, eu sentia que eu exitava-a. Ana me beijava ao pescoço e eu não estava mais aguentando. Ficamos praticamente nuas, apenas com a parte de baixo da roupa íntima. Ana ia descendo, descendo, descendo, até chegar perto das minhas pernas. Ela colocava sua mão por dentro da minha calcinha, fazendo movimentos apenas por cima. Quando me dei conta, eu já estava sem ela! Haha. Ana me olhava com uma cara selvagem, e eu, a santinha pura. Ana estava prestes a chegar perto de minha parte, quando a maçaneta se move.



– Meninas? Estão aí?



Segurei meu gemido, colocando a mão na boca.



– Eer, estamos aqui pai. - respondeu Ana.



– E por quê trancaram?



Ana olhou para mim. Era a hora de colocarmos as roupas. Poxa, que merda hein. Paizão broxante. Nos trocamos, e abrimos a porta.



– Estávamos apenas conversando, e não queríamos que o senhor escutasse. - respondeu.



– Ah, sem problemas. Não precisa trancar, eu bato na porta.



Ela olhou para mim. Rimos de cairmos ao chão! Hahaha, hilário momento. Ana estava me devendo uma transa agora. Eu não deixaria ela esquecer. Bom, já que o sexo não havia rolado, fomos dormir e como sempre abraçadas.





Ana Paula PART.





Mais ou menos um cinco dias se passaram. Amanhã seria meu aniversário. Eu e Débs estávamos deitadas em minha cama, quando do nada ela interrompe.



– Ana?



– Oi? - olhei-a.



– Hm, eu estava pensando... Amanhã é seu aniversário. O que gostaria de ganhar? - perguntou.



Olhei em todos os cantos. Eu sabia a resposta certa!



– Nada.



– Nada? - perguntou em tom de "sério?"



– É, nada.



– Mas por quê? - perguntou, assustada.



– Porque eu já tenho tudo, e está bem aqui em meu lado. - lhe disse, enquanto lhe beijava com meu braços em volta dela. Ficamos ali nos beijando por um bom tempo, eu diria umas duas horas, até que a coisa partiu para outra. Nós estávamos completamente loucas, cheia de amor no corpo para gastar. Eu a unhava nas costas, e deixava um sabor de "quero mais".



Quando me dei conta, "aquilo" iria acontecer. Levantei e tranquei a porta. Vai que o babaca do meu pai aparecia lá! Então. Continuamos nos beijando e nos unhando, com aqueles leves gemidos e suspiros no ouvido. Débora me exitava com aquilo, e eu queria apenas retribuí-la. Eu a beijava em tudo, principalmente em seu pescoço. Sentia ela trêmula por dentro. Estávamos apenas de calcinha mas... Por quê afinal? Eu coloquei a mão dentro da sua, e a arranquei. Eu ficava encarando-a como um animal faminto, procurando o que lhe fazia sentir prazer. Eu ficava ao meio de suas pernas, e quando eu ia dar o próximo passo, meu pai nos chama, tentando abrir a porta.



– Meninas? Estão aí? - perguntou.



Débs colocou a mão em sua boca, segurando sua respiração. Ah que merda em velho?!



– Eer, estamos aqui pai. - respondi, ficando sem graça.



– E por quê trancaram?



Puta que pariu, que ingênuo! Dei um sinal para Débora, que era para colocarmos as roupas. Poxa vida.



– Estávamos apenas conversando, e não queríamos que o senhor escutasse. - respondi.



– Ah, sem problemas. Não precisa trancar, eu bato na porta.



Abri a porta. Nisso, olhei para Débs e ela olhou para mim. Nos encaramos e começamos a darmos risadas, daquelas que a barriga dói. Ah, que momento, e que susto! Já que o clima tinha ido mesmo, resolvemos dormir.



As duas semanas que Débora iria ficar se passaram, e muito rápido por sinal. No dia, ficamos abraçadas, sem nos largarmos. Quando deu a hora, Débora tinha que ir, me deixar, me abandonar! Eu iria ficar doente sem ela, ser ver seu sorriso nostálgico, mágico. Lhe dei um longo beijo, lhe abracei mais um pouco.



– Tchau meu amor. Espero que curta o fim das férias, e tenha uma ótima aula depois.



– Tchauzinho. - respondeu já chorando. - Vou curtir menos por não estar contigo. Tenha ótimas aulas. - disse, já entrando no carro, e partindo.



Eu e meu pai apenas acenamos. Aquilo me doía o coração, ter que ver meu amor partindo. Entrei em casa, me deitei na minha caba e desabei a chorar. Eu nunca chorava na frente de alguém, odiava isso. Sinto a presença de meu pai no cômodo.



– Filha?



– Sai pai. Não quero que me veja chorando.



– Filha, eu sei que é difícil ter que viver longe dela.



– Sabe?



– Sim. Quando eu estava na faculdade, eu me apaixonei por uma menina. A única.



– E ela, era apaixonada por você?



– Sim. Bem, pelo menos ela me dizia isso! Sabe filha, nossos pais nos proibiam de nos vermos. Éramos tão felizes juntos. Quando a faculdade acabou, lhe pedi em namoro, e ela aceitou. Colocamos na cabeça que iríamos fugir. Em uma noite chuvosa, essa menina estava grávida. Essa menina era sua mãe.



– Mamãe? Mamãe foi a menina dos seus olhos?



– Sim. Ela era e sempre foi a menina dos meus olhos. Eu e ela fomos separados, e você nasceu. Só quando você tinha cinco anos, que sua mãe morreu, que eu fui lhe conhecer. Eu já lhe amava tanto.



Eu lhe abracei. Vi suas lágrimas caindo. Nunca tinha visto meu pai chorar. Incrível! Em seguida, fomos dormir, eu estava muito cansada.





Débora PART.





As duas semanas que eu iria ficar na casa de Ana se passaram tão rápido. No dia em que eu estava prestes a ir embora, ficamos abraçadas, sem desgrudarmos. Dando a hora da despedida, eu não aguentei. Chorei rios e mais rios. Ana como sempre, mantinha a pose e a calma. Ela me abraçou, e me deu um beijo longo, quente, demorado, romântico e deixando uma mensagem de "saudades".



– Tchau meu amor. Espero que curta o fim das férias, e tenha uma ótima aula depois. - disse.



– Tchauzinho. Vou curtir menos por não estar contigo. Tenha ótimas aulas. - eu lhe disse, já entrando no carro, e partindo. A última cena que vi, foi Ana entrando em casa correndo.



Ah, que dor no peito de deixá-la. De não poder vê-la todos os dias. Chegando em casa, deitei em minha cama, peguei uma foto nossa, e fiquei olhando. Ah, como aquela menina dos olhos cor de mel havia me enfeitiçado. Eu não conseguia ficar sem pensar nela. Adormeci, enquanto segurava a foto em meu peito. Minha menininha especial, a menina dos meu olhos.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado. Posto o próximo capítulo assim que eu tiver tempo. Abraços! Sem cópias, e deixem comentários. :D



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