Confiar escrita por LeuDantas


Capítulo 3
III. Explicações


Notas iniciais do capítulo

três capítulos num dia! tô animada, *tunts tunts*



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– Pam, eu tentei avisar! Por favor, não faça nenhuma besteira!

– Taylor, não tente me impedir. Eu preciso tirar isso a limpo.


Ela disse alguma coisa, mas eu já havia entrado no carro e seguia em alta velocidade pra casa do David.





Quando cheguei, toquei a campainha e a mãe dele atendeu.








– Pamela! Meu Deus, minha filha, onde você estava? – ela me abraçou.








– Estava com saudades, sra. Collins. Tive que sumir por uns tempos.





– Está tudo bem com você? Está doente?


– Não, estou bem. O David está?


Ela ficou desconcertada.





– Acho melhor você voltar outra hora, Pam.







– Sra. Collins, com todo o respeito, mas eu passei seis meses fora. Acho que a hora certa é exatamente agora.





– Está bem. Você está certa. Entre, vou chamá-lo.


– Não precisa, eu sei onde é o quarto.

– Pam, espere!


Caminhei rápido em direção ao quarto e abri a porta. Quase desmaiei quando vi David e uma garota em cima da cama, abraçados.





– Pamela? – ele deu um pulo.







– Já vi o que eu precisava. – eu saí correndo.





– Pam, espera! – ele veio atrás.


– Vá pro inferno! – gritei enquanto corria pelo jardim em direção ao meu carro.


Ele me alcançou e me segurou pelo braço.





– Pam, deixa eu explicar! Por favor!







– Explicar o quê? Que todo o amor incondicional que você sentia por mim desapareceu do nada?





– Pamela, você foi embora sem avisar nada e sumiu por seis meses!


– Oh, então como foram seis meses está justificado. Ah, David, me deixe em paz! – eu me soltei e fui em direção ao carro.


Olhei de relance e vi a garota na porta. Ela tinha uma expressão assustada e confusa. Provavelmente tanto quanto eu.





– Pam, por favor, me deixa explicar!







– Vá pro inferno. Eu odeio você. – eu disse antes de entrar no carro e ir embora.






Vi pelo retrovisor que ele tentou correr atrás de mim, mas acelerei e ele desistiu. Quando já estava chegando em casa, meu celular tocou. Quando vi o “Dave ♥” no visor, só não o joguei longe porque era um iPhone.





Estacionei o carro e vi que Taylor me esperava na sacada.





– O desgraçado tem outra, Taylor! Eles estavam abraçados na cama! Na casa dele! – eu chorava de tristeza, de raiva, de ódio, de desilusão. Eu estava explodindo.





– Oh, Pam, venha cá. – ela me ofereceu um abraço.




– Ele disse que me amava incondicionalmente! Mas basta ficar um dia sem mim que esse amor vai pro inferno! Desaparece? Mas que porra é essa, Taylor? Me diz se isso é amor?



Ela respirou fundo sem saber o que dizer.





– Eu passei todos os dias nos últimos seis meses naquele hospital. Todo dia antes de dormir eu colocava nossa música nos fones de ouvido. Toda semana eu escrevia uma carta pra ele. Eu tenho elas guardadas! Eu esperei ele esse tempo todo! Meu pai estava morrendo e eu só pensava em voltar pra casa! Estava com saudades! E ele estava fazendo o quê? Se agarrando com outra!







– Oh, Pam... eu não queria que você estivesse passando por isso.





– Venha, Taylor – eu a chamei pra entrar – Vou queimar todas as cartas que perdi meu tempo fazendo pra aquele desgraçado. Vou queimar tudo! Todas aquelas merdas de presentes que ele me deu! Tudo vai virar cinzas!


– Pam, não faça isso! Você está nervosa!


Eu entrei em casa e fui pisando forte pro meu quarto. Peguei minha mochila que não estava nem desarrumada ainda e vasculhei-a em busca das malditas cartas. Quando as achei, comecei a rasgar, uma por uma.





– Pam, por favor! Isso não vai melhorar nada! – Taylor chegou correndo no quarto e segurou minhas mãos – Isso não vai melhorar nada, Pam! Me escuta!







– Oh, Tay... – eu comecei a soluçar e deslizei pro chão. Encostei o rosto nos joelhos e apoiei minhas mãos na cabeça.






Taylor me abraçou e me disse algumas palavras de apoio. Vou estar mentindo se disse que lembro. Pouco tempo depois, David chegou na porta.






– Pam...







– Vá embora. Vá pro inferno. Pra onde você quiser. Mas saia daqui.





– Pam, acho melhor vocês conversarem. – Taylor beijou minha bochecha – Mais tarde eu passo aqui, ok? Vai jantar com a gente hoje.



Agradeci e a vi ir embora. David chegou mais perto e se agachou na minha frente.





– Pam, eu... eu nem sei o que dizer.







– Que tal “eu te traí com uma vadia enquanto você estava fora”?





– Não a chame assim.


– O quê? – eu ri histericamente – Você ainda vai defender ela?

– Vou. Ela não tem nada a ver com o que aconteceu. A culpa é minha.

– Eu concordo com isso. Pode ir embora agora.

– Oh, Pam, eu senti tanto a sua falta – ele acariciou meu braço, mas eu o enxotei.

– Pude ver claramente que sentiu.

– Você não entende. Aconteceu sem querer! Eu... – ele hesitou – Eu a amo!

– Isso está ficando cada vez melhor! – ri, irônica – Agora que você já esclareceu tudo, pode ir embora?

– Não esclareci tudo. Eu amo a Wanessa. Mas também te amo.

– Oh, que fofura. Estou começando a considerar um relacionamento a três.

– Quando você sumiu, eu fiquei louco! Eu simplesmente pirei! Fiquei doente! Mas então, dois meses depois, eu conheci a Nessa. E eu melhorei, tive vontade de viver de novo. E me apaixonei.

– Que lindo. Estou emocionada.

– Mas em nenhum momento eu esqueci você. Tudo que eu sentia era verdadeiro. Eu ainda sinto. Eu estou queimando de felicidade por dentro porque você está aqui. Pensei que havia te perdido pra sempre. – ele colocou a mão em meu rosto.

– Não me toque – eu o afastei.

– Eu amo as duas. Eu não sei como lidar com isso. Achei que como você foi embora, poderia controlar meu sentimento, mas você está aqui! Você voltou pra mim!

– Eu não voltei pra você! E desculpe se eu te incomodo tanto. Se você quiser posso ir embora de novo.

– Seria o mesmo que me pedir pra morrer.

– Estou seriamente considerando agora.

– Pam, por favor, entenda... me dê um tempo pra digerir tudo isso.

– David, eu sinceramente quero que você e a sua namoradinha se explodam! Vão ser bem felizes longe de mim! Quer saber? Eu não te amo mais. Está ouvindo bem, subconsciente do David? Eu não o amo mais! Pode se dedicar inteiramente pra vadiazinha dele! Pronto, David. Problema resolvido.

– Pamela, seja compreensiva.

– Compreensiva? Você está me pedindo pra ser compreensiva? Tudo bem. Estou compreensivamente mandando você se ferrar.

– Você está muito nervosa. Melhor nós conversarmos depois. Vou embora.

– Oh, faça esse favor pra mim! Vou ser inteiramente grata a você!


Ele me pegou de surpresa e me beijou. Normalmente eu não sou do tipo que resiste, mas meu bom senso falou mais alto. O empurrei e lhe dei um tapa no rosto.





– Nunca mais encoste em mim, entendeu? Não quero mais que você nem pense em me tocar! Ouviu bem?







– Eu te amo, Pam.





– Oh David, vá se foder!



Ele ia descendo as escadas e eu corri pra porta do quarto e gritei desaforos. Quando ele saiu, eu me joguei em cima da cama e fiz o que eu tinha que fazer: chorar. Quando não tinha mais lágrimas, adormeci.





Acordei mais tarde, não sei que horas, quando Taylor passou a mão em minha cabeça.








– Como você entrou? – perguntei, sonolenta.








– Tenho a chave da sua casa, esqueceu? Mas a porta estava aberta. Achei isso um perigo.





– David saiu e eu não fui fechar. Estava com raiva.


– A Rachel ligou e eu disse que você estava dormindo. Vim te chamar pra jantar. Minha mãe está louca pra te ver de novo.

– Me espera tomar banho?

– Claro. Vou desarrumar sua mochila, ok?

– Obrigada Tay. Eu já disse que você é a melhor amiga do mundo?

– Pode repetir mais vezes. – ela sorriu.


Eu a abracei e fui tomar banho. Liguei o chuveiro e deixei a água gelada tirar tudo o que eu tinha passado. Deixei minha raiva descer pelo ralo. Queria me renovar da cabeça aos pés.




Quando acabei, me olhei no espelho. Nunca me achei bonita, mas eu sabia que não era feia. Meu rosto é fino, meus olhos são claros, meu cabelo é loiro-dourado e liso. Tenho algumas sardinhas espalhadas pelo rosto. Não sou magra, mas também não sou gorda. Sou normal. Me achava sortuda por ter o David. Sempre achei ele muito bonito pra mim. Sou alta e ele é do meu tamanho. Cabelo castanho, olhos cor de mel, porte quase-atlético. Não é algo super sarado, mas não também não é magrinho. Os olhinhos meio puxados me encantam – tenho uma queda por eles.




Balancei a cabeça pra afastar aqueles pensamentos. O David havia me trocado, e agora ele não era mais meu.



Saí do banheiro pra me vestir e vi que Tay acabava de arrumar minhas coisas.





– Onde você colocou as cartas? – perguntei enquanto me vestia.







– Dentro da gaveta da escrivaninha. Oh, Pam, me desculpa, mas eu li uma. E está linda. Não rasgue, por favor.





– Não vou rasgar. Pelo menos não por enquanto. – forcei um sorriso torto.


– Tudo bem. Vou descer e te esperar lá embaixo, ok?

– Certo. Obrigada.


Vesti uma calça jeans e um moletom velho. Com a janela aberta pude perceber que estava fazendo frio. Penteei meu cabelo e desci.





– Pam, você se incomoda se o Ed for jantar com a gente?







– Ed?





– Sim, meu namorado.


– Ora, Tay, claro que não! A casa é sua!

– Mas você pode estar querendo um tempo com conhecidos. É que estou muito empolgada para que vocês se conheçam.

– Por mim tudo bem. Só avise a ele que estou meio pra baixo, e que não ligue se eu parecer triste ou algo assim.

– Vou avisar. Vai indo lá pra casa, vou chamar ele.


A casa do namorado dela ficava à esquerda da minha, e a dela, à direita. Ela foi pra um lado e eu pro outro. Bati na porta e a sra. Fox atendeu.





– Oh, minha querida Pam! Fiquei com tanta saudade sua! – ela me abraçou forte.







– Eu também fiquei! Estou tão feliz em revê-la!





– Pam! – o Sr. Fox veio me cumprimentar também – Como você cresceu! Já tem 18 agora, hein?


– Estava com muita saudade de vocês. E com uma saudade enorme desse cheiro de lasanha que só a senhora sabe fazer, sra. Fox!

– Oh, deixe de besteira. Me chame de tia Susan como sempre chamou. Me sinto como se fosse sua tia. Pam, a Taylor me contou. Eu sinto muito por seus pais. Foi uma tragédia.

– Foi sim. Mas o culpado já teve o que merecia.

– Deus é justo, minha filha. – o Sr. Fox passou a mão por minha cabeça – Mas vamos falar de coisas boas, não é? Vamos nos sentar e comer, agradecendo porque vai dar tudo certo daqui pra frente.

– Boa noite. – uma voz masculina chegou atrás de nós.


Eu me virei e simplesmente fiquei paralisada. Na hora eu devo ter ficado boquiaberta ou algo assim. Pisquei pra acreditar nos meus olhos.




Era o cara mais bonito que eu já tinha visto na minha vida.




O cabelo castanho-claro meio bagunçado parecia estar em sintonia com os olhos verde-esmeralda. A pele suficientemente bronzeada ficava mais perfeita com as maçãs vermelhinhas do rosto. A boca rosada dava um ar infantil ao seu rosto angelical. A barba por fazer dava um charme irresistível. E meu Deus... os olhinhos puxados.



– B-boa noite. – falei finalmente.




– Pam, esse é o Edward. Meu namorado. – Taylor o apresentou.




– Prazer em conhecer, Pam. A Tay falou muito de você. – ele estendeu a mão pra eu apertar.


– Falou? – eu ainda estava atônita quando apertei sua mão.

– Falou sim. – ele sorriu. Meu Deus, que dentes perfeitamente alinhados e brancos – E falou muito bem.

– Que bom. – eu sorri, quando finalmente consegui voltar à realidade – É um prazer conhecê-lo também.


Afastei todos os pensamentos impuros. “Ele é namorado da Tay! Meu Deus, que sortuda!”





– Vamos comer? – Sr. Fox sugeriu – Estou morrendo de fome.







– Eu também. Não comi nada desde que cheguei de viagem.





– Você chegou hoje, Pam? – tia Susan me perguntou.


– Sim, tia. Pouco depois da hora do almoço.

– E não comeu nada no avião?

– Só umas barrinhas de cereal.

– Oh, coitadinha! Vamos, sente-se. Eu sei que você adora minha lasanha.

– A Taylor me falou muito bem dessa lasanha. – Ed disse sentando-se à mesa.

– Pode se preparar pra comer a melhor lasanha da sua vida. – eu brinquei.

– Puro exagero. Eu só sigo a receita! – tia Susan disse enquanto servia a lasanha.

– Ora mamãe, todos sabemos que você é uma feiticeira e coloca magia na sua comida.

– Concordo com a Tay! – levantei a mão.

– Agradeço todos os elogios, mas é melhor vocês comerem logo senão o Robert vai acabar com tudo!


Começamos a comer e a conversar sobre assuntos aleatórios. Todos, ainda bem, evitaram o assunto “meus pais”. Foi uma noite muito agradável. Quando todos já tinham acabado de comer, Tay foi pegar a sobremesa, e eu fui com ela.





– Taylor! – sussurrei – Você tinha me dito que seu namorado era gato, mas não que ele era um deus!







– Eu sei! Meu Deus, eu ainda não consigo acreditar que é verdade! – ela sorriu.





– Estou tão feliz por você, Tay. Ele parece ser um cara ótimo.


– E ele é! Você vai gostar dele. Só não se apaixone!

– Pode deixar. Estou dando um tempo de garotos.


Voltamos pra sala e comemos a sobremesa, depois conversamos mais um pouco. Depois de um tempo, eu pedi licença pra ir pra casa, porque estava cansada da viagem (apesar de ter dormido à tarde).





– Espere, Pam. Tenho que te dar seu presente! – Tay subiu foi pegar o presente antes que eu pudesse protestar.







– Ela já o tem pronto desde o início do ano. Ficou triste de não poder te dar na data.





– Ela me disse, tia. Deve ser lindo.



Ela voltou de lá segurando uma caixa grande, porém fina.





– Ai meu Deus, Taylor! O que é isso?







– Abra!






Tirei com cuidado o papel que embrulhava. Era um porta-retratos gigante cheio de fotos e alguns recadinhos de amigos nossos. Inclusive do David. E uma foto nossa nos abraçando.






– Eu fiz antes de... você sabe. Eu tiro depois. – Tay disse meio sem graça.







– Não, não precisa. Está perfeito. Muito obrigada. Você é a melhor amiga do mundo. – eu a abracei.





– Eu te amo, ta? Vou sempre estar aqui pra você. – ela retribuiu o abraço.


– Eu também, sempre. Bom, muito obrigada pelo jantar.

– Venha sempre que quiser, querida. A casa é sua. – tia Susan disse gentilmente.

– Obrigada. Boa noite, gente.

– Eu também já vou indo. Já ta meio tarde. - Edward disse.

– Ok, amor. Ajuda a Pam a levar o presente pra casa, ta? É meio pesado e ela é fraquinha. – Tay disse dando um beijo nele.

– Ei, não sou fraquinha! – protestei.

– É sim. – ela disse tirando o porta-retratos da minha mão (que realmente era pesado) e entregando ao Edward.


Nos despedimos de novo e Edward me ajudou com meu presente. Abri a porta da minha casa e indiquei que ele deixasse em cima da mesa que no dia seguinte eu colocava no meu quarto.





– Onde é seu quarto?







– Lá em cima, mas não precisa...






Ele já estava subindo as escadas. Fui atrás dele acendendo as luzes pra ninguém cair no chão (principalmente eu, do jeito que sou desastrada).






– Pode colocar aí em cima da escrivaninha.







– Pronto. Se precisar de ajuda pra pendurar na parede amanhã é só me chamar, ok?





– Certo. Obrigada.


– Às ordens. – ele sorriu com seus dentes absurdamente brancos.


“Controle-se, Pamela.”





– Vou te levar até a porta. – eu disse enquanto ele saía do quarto.








Desci as escadas observando seu pescoço, e vi que tinha uma cicatriz. Praticamente um crime contra a perfeição daquele corpo, e...








“Pamela. Controle-se.”






– Tchau, Pam. Posso te chamar assim, não é? – ele perguntou quando já estávamos na porta.





– Claro que pode! Tenho a impressão de que vamos ser grandes amigos. – eu sorri.




– Também tenho. Enfim, boa noite. – ele sorriu e foi em direção à casa dele.



Fechei a porta mas fiquei observando pela janela até ele entrar em casa. Peguei o telefone e liguei desesperadamente pra Taylor.





– Onde você arranjou um cara desses? – eu perguntei.







– Nos meus sonhos, Pam! Ele não é perfeito?





– Bota perfeito nisso! E eu que achava que o David era perfei... – me interrompi, lembrando que com certeza ele não era perfeito.


– Oh, Pam. Não quer dormir aqui em casa hoje? Você teve um dia difícil.

– Não, estou bem. Só não estou acostumada ainda em ser solteira.

– Me prometa uma coisa.

– Diga.

– Se ele te chamar pra conversar, prometa que vai ouvir.

– Taylor...

– A situação não pode ficar assim, Pam. Vocês tem que se entender. Prometa que vai pelo menos tentar.


Hesitei.





– Ok. Prometo.







– Obrigada. Boa noite.





– Tchau, Tay.



Troquei a roupa pelo pijama e deitei na cama. Não demorei muito pra cair no sono. Naquela noite sonhei com o David.



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Notas finais do capítulo

só eu que me apaixonei pelo namorado da Tay? ♥