Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 28
Primeiro dia de viajem


Notas iniciais do capítulo

Gente eu estou pirando. 92 leitores, quase 100. Quando eu postei o último capítulo tinha 80. 12 leitores de uma vez só? Fiquei muito feliz.

Espero que gostem desse capítulo e que se divirtam e me desculpem pelo capítulo super longo.

Nos vemos nas notas finais.



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Pov Cebola

Era o dia da tão esperado viajem. Nós iríamos finalmente acampar.

Por mais que eu sentisse que já estava velho de mais para aquilo, me senti muito ansioso para chegar logo ao local. Eu nunca havia acampado antes e esperava que essa experiência me agradasse.

Eu ainda estava na escola esperando pelo ônibus. Ainda era cedo e somente dez ou onze alunos já tinham chegado, então nenhum dos meus amigos estava comigo. Mesmo que eles estivessem aqui, sei que não faria muita diferença. A Mônica não quer mais falar comigo e o Cascão e a Magali querem ficar juntos.

E então eu estou sozinho.

O sol nem mesmo nasceu então está frio ainda, eu realmente queria saber o porquê de eu ter vindo tão cedo. De fato, eu não consegui dormir muito bem, fiquei preocupado com a Maria que vai passar esse tempo na casa dos nossos tios, com meu trabalho, já que estarei ausente durante uma semana e com a minha falha com a Mônica.

"Droga, eu sou realmente um idiota!"

Eu definitivamente sou um câncer na vida de todos. Será que eu não sei fazer nada certo? A Mônica está certa de não querer nem olhar mais na minha cara.

Nem todos já tinham chegado, mas Denise, Xaveco, Titi e outros estavam lá. Acenei para eles e os mesmos retribuíram.

— Está com frio, Cebola? Seu nariz está vermelho. — Eu ri e respondi que sim. Nossa conversa acabou por aí.

Um dos ônibus chegou quinze minutos adiantados, o que foi praticamente um milagre já que aqui onde vivemos ninguém chega pontualmente em seus compromissos, muito menos adiantado.

Os que já estavam na escola entraram no automóvel. A maioria deles foram para a parte de trás, o "fundão", mas como eu queria ficar quieto e sozinho, decidi ficar na parte da frente.

Vinte minutos depois os outros ônibus chegaram, assim como a maioria dos alunos que participariam da excursão. Demorou apenas mais dez minutos, mas um, dos outros três ônibus que estavam lá, partiu. Provavelmente porque já estava completamente ocupado.

Alguns outros alunos começaram a entrar no meu ônibus também. Mais dois minutos e os outros dois veículos também partiram, então o meu era o único que esperava alguns alunos. Aparentemente doze lugares estavam vagos.

Eu ainda não tinha visto Mônica, Magali ou Cascão, provavelmente eles estavam em um dos outros ônibus. Não que eu fosse ficar menos sozinho se algum deles estivesse aqui.

Pessoas entraram e um professor acompanhante também. Parecia que não faltava nada para podermos partir.

Vi os professores conversando sobre alguns alunos de outra escola que iriam compartilhar algumas vagas no ônibus, mas não prestei atenção. A chamada foi feita e todos estavam presentes.

— Não preciso nem lembrar que bebidas, cigarros ou qualquer outro tipo de droga está proibido. — Alguns disseram que já sabiam. — Então vamos partir.

O veículo começou a andar, até que ouvimos: — Espera!

Uma garota estava correndo atrás do ônibus que parou assim que ela gritou.

Ela tinha os olhos castanhos esverdeados e seu cabelo era de uma cor entre o castanho escuro e o preto, completamente indefinível.

Assim que entrou no ônibus conversou com a professora que estava nos acompanhando (mais uma vez não prestei atenção no que estava sendo dito). Esta mesma professora pediu que ela entregasse algum papel junto com seu RG e ela o fez.

A garota andou e minha direção e me perguntou: — Posso me sentar aqui? — Não esperou eu responder e sentou.

— Pode. — Suspirei. Eu já sabia o que ela queria. — Já pode falar. Vamos acabar logo com isso.

— O que quer dizer? — Perguntou confusa.

— Não vai dizer que gosta de mim? — Ela começou a rir tão calorosa e sinceramente que fiquei envergonhado.

— Cara, eu nem te conheço! Não posso nem dizer se você é uma boa pessoa, quanto mais um bom partido. — E continuou rindo.

— Desculpa, é que você sentou do meu lado e...

— É claro. Eu não queria sentar do lado daquela professora (eu seria considerada o forever alone no auge da carreira) e você é a única pessoa no ônibus sentando sozinha, então imaginei que você queria companhia.

— Sério?

— É. Mas agora sei porque você está sentado sozinho. Você é um narcisista orgulhoso. Prefiro sentar sozinha. — Ela se levantou rapidamente, mas segurei o seu pulso.

— Espera, por favor. — Ela me olhou surpresa. — Desculpa. Você está certa, eu sou um narcisista orgulhoso, um ridículo e que fala e faz coisas sem pensar. Eu estou com vergonha por ter dito aquilo sem nem te conhecer, mas é que muitas garotas arranjam uma desculpa para se aproximar de mim.

— Além de tudo você se acha a última bolacha do pacote.

— Não, eu estou falando a sério. Eu me acho um merda. Por isso estou sentado sozinho.

Ela sorriu para mim e sentou-se de novo: — Estava. — Olhei para ela agradecido. — Você é pretencioso, mas é sincero consigo mesmo e com os outros. Gosto disso.

— Obrigado por não me deixar sozinho.

— Eu digo o mesmo. — Sorriu. — Meu nome é Maria Eduarda, mas me chame de Duda.

— Meu nome é Erick, mas me chame de Cebola. — Ela riu. — Não ria, é meu apelido de infância.

— Tudo bem, Cebola.

Conversamos durante algum tempo até que me dei conta de que nunca a vi na escola (é certo que realmente tem muitos alunos, mas eu conheço muitas pessoas, mas ela eu nunca tinha visto).

— Posso te perguntar uma coisa? — Ela assentiu. — De que ano você é? Eu nunca te vi na escola.

— Sou do segundo ano, mas o fato de você nunca ter me visto é porque eu não sou da sua escola. — Ela disse sorrindo.

— Então por que você...?

— As vagas nos ônibus da minha escola acabaram. — Ela me interrompeu. — Minha escola soube que seus ônibus tinham vagas e então fizeram acordo com os orientadores e os quinze últimos alunos que tinham pago vieram para esses ônibus.

— E onde estão os outros alunos?

— Provavelmente nos outros ônibus. Cheguei atrasada, foi nisso que deu. — Ela disse envergonhada. — Pelo menos, fiz um novo amigo.

Duda era realmente uma garota legal e interessante. Eu e ela ficamos durante toda a viajem conversando e nos conhecendo. Foi bom fazer uma nova amiga.

[…]

Finalmente chegamos ao acampamento. Já eram 10hs e 30min, ficar todo aquele tempo sentado me deixou cansado.

— Careca, sua bunda também está formigando? — Cascão chegou do nada, me abraçou pelo pescoço e fez aquela pergunta idiota.

— Eu não sou careca. — Duda riu ao meu lado. — E não me faça essas perguntas estúpidas.

— Onde você estava, cara? Fiquei te procurando.

— Eu estava sentado bem na frente do primeiro ônibus que chegou. — Cascão coçou a cabeça. Eu sabia que ele só foi me procurar mesmo quando chegamos aqui.

— Mas foi bom eu não ter te achado. Parece que você fez uma nova amiga. — Ele disse olhando para a Duda.

— Muito prazer. Eu sou Maria Eduarda, mas me chame de Duda.

— Sou Cássio, mas me chame de Cascão. Muito prazer também. — Ele deu um beijo no rosto dela.

— Cascão! — Ouvimos Magali chamando por ele com uma cara de insatisfação.

— Melhor eu ir nessa. — Ele sorriu e saiu correndo.

— Apelidos esquisitos. — Duda disse sem expressão.

— Isso faz de nós pessoas única. — Sorri e arqueei as sobrancelhas.

— Deixa de ser bobo. — Ela sorriu também.

Pegamos nossas malas que ainda estavam dentro do ônibus e começamos a seguir os instrutores que estavam nos guiando para outro lugar. Aparentemente algumas instruções nos seria dadas.

Eu percebi que Duda começou a ficar agitada. Ela estava querendo andar mais rápido, mas suas malas estavam (aparentemente) pesadas.

— Quer que eu te ajude com as malas? — Perguntei.

— Não precisa. Só quero ir falar logo com as minhas amigas. Vou te apresentar para elas.

Andamos mais um pouco, Aé que eu pude ver duas garotas conversando com um dos instrutores. Ele parecia estar um pouco bravo e saiu deixando as garotas falando sozinhas.

— Meninas o que aconteceu? — Duda perguntou.

— Aquele instrutor chato nos deu uma chave e disse que deveríamos nos acomodar com mais três garotas. A gente queria um quarto três mas ele disse que não tem e se não tivesse cinco pessoas no quarto receberíamos um castigo. — Uma garota de cabelos castanhos com luzes explicou. Ela tinha o nariz fino e delicado e altura mediana. Era muito bonita, por mais que estivesse com a testa franzida e uma cara de brava.

— E qual é o problema? Chama as outra garotas da nossa sala. — Duda sugeriu.

— Todas as outras estão em outros quartos com suas "panelinhas". — A outra, que era loira dos olhos azuis, disse com cara de raiva também. Ela era a mais baixa entre as três, tinha sardas em seu nariz e um olhar desafiador. As três de um certo modo me lembrava um detalhe da Mônica, será que é estranho? — Droga! O que a gente vai fazer? Vamos ter que chamar alguém que nem conhecemos?

— Eu posso ajudar. — Falei.

— Quem é ele. — A morena perguntou para a Duda e a loira apenas olhou para mim.

— Um amigo novo. — Duda respondeu. — O nome dele é Erick, mas todo mundo chama ele de Cebola. — Elas comentaram a estranheza do apelido. — Essa morena é a Amanda, chamou ela de Mandy e a loira se chama Ana.

— Como pode nos ajudar, Cebola? — Ana me perguntou.

— Posso falar com minhas melhores amigas, elas são legais então provavelmente vão querer ajudar. — Elas concordaram e aceitaram a minha ajuda.

Corri e fui a procura de Magali já que a Mônica não queria falar comigo. Achei ela conversando com o Cascão, eles estavam em um clima bem amoroso. Pedi desculpa e interrompi assim mesmo. Levei ela ao encontro das outras garotas.

Apresentei uma às outras e expliquei a situação. Magali não hesitou em aceitar o pedido com um sorriso.

"Eu disse que ela é uma boa garota"

Ela garantiu que a sua amiga (Mônica é claro) com certeza iria acompanhá-la é assim teria exatamente cinco pessoas no quarto.

Avisei para elas que ela a minha vez de me preocupar onde eu iria ficar. Magali pediu para ajudar o Cascão também ou ela iria ficar preocupada.

[…]

Depois de 40min tentando pegar uma chave, eu, Cascão, Do Contra, Xaveco e Nimbus conseguimos.

O Chalé era grande e todos nós simplesmente jogamos nossas malas no chão e deitamos em qualquer cama. Não conseguimos descansar nem 15min, o telefone tocou e a pessoa do outro lado mandou que nós nos dirigíssemos ao campo de futebol.

Quando chegamos lá o campo estava lotado, a maioria estava sentado, mas decidimos ficar em pé.

— Cascão, é impressão minha ou a Magali ficou com ciúmes da Duda?

— É isso mesmo.

— Então o que está rolando entre vocês é mesmo sério?

— Como assim?

— Vocês não estão saindo? Ou namorando? — Ele ficou calado. — Cara, é melhor você falar como se sente ou ela vai começar a ficar insegura.

— Eu vou…

— Meus jovens… — Uma voz em um microfone interrompeu. — Bem vindos ao Acampamento Cheer The Nature. — Bem longe de nós uma instrutora falava.

— Que nome besta. — Do Contra comentou baixinho.

— Bem... É minha obrigação apresentar a rotina e as regras do acampamento. Durante quatro dias vocês irão ficar nos chalés. Ligaremos em seus quartos às 7hs para acordá-los. Todas as refeições já foram incluídos no pagamento que vocês fizeram para a escola. O café da manhã estará disponível até às 8hs. O almoço dura das 12hs às 13hs e 30min e a janta das 20hs às 22hs. — Algumas reclamações lá na frente começaram. — Fiquem calmos! — A mulher falou com firmeza. — Vocês não passarão fome. Por toda a nossa área há quiosques que oferecerão água, suco, refrigerante, salgados, sorvete, biscoitos, salgadinhos e bolachas para todos vocês. É só pedir ao funcionário que estará no quiosque.

— Que tédio. — Do contra comentou outra vez. Ele era uma das poucas pessoas que não estava prestando atenção ao que estava sendo informado.

— Cada chalé receberá um folheto com cada uma das atividades propostas e o horário que elas estarão disponíveis. Algumas das atividades incluem: Escalada, handball, futebol, rapel, paintball e muitos outros. Durante estes quatro dias haverá palestras que os ensinarão a fazer fogueiras, armar barracas, cortar madeira e outras coisas, pois na manhã do quinto dia faremos uma trilha de quinze quilômetros e acamparemos definitivamente, sacos de dormir e barracas, assim como comida, água e ferramentas serão dadas a vocês, o resto é por sua conta.

— Eu... — Do contra começou de novo.

— Cala a boca! — Nimbus deu um tapa na cabeça do seu irmão. — Não está vendo que isso é importante, idiota?!

Continuei a prestar atenção: — As regras são poucas e simples: Não se atrasem para as refeições ou não poderão comê-las, se vierem reclamar a respeito disto serão punidos; álcool, cigarros ou qualquer outro tipo de drogas lícitas ou ilícitas está terminantemente proibído, quem for pego desobedecendo será punido; os chalés das garotas e dos garotos, assim como as barracas e suas áreas, são completamente separados, se um garoto ou uma garota estiver onde não devia será punido. — Ela parecia ter terminado, mas se lembrou de algo. — Todos os dias terá uma festa temática para vocês, roupas serão oferecidas é só informar seu número de vestimenta pelo telefone e ir pegar na recepção. Nada de sexo ou de ficar perambulando por aí depois que a festa acabar. Isso é tudo. Vocês devem estar com fome, podem ir comer ou se divertir.

[…]

Já tínhamos almoçado e descansado durante uns 20min. Então decidimos ir fazer as as atividades. Estávamos cansados, mas queríamos aproveitar ao máximo. Nimbus foi para a piscina, Xaveco e Do Contra foram jogar handball e eu e Cascão estávamos escalando.

Durante o almoço Cascão e Magali se sentaram perto de mim e Mônca ficou um pouco mais afastada e conversando com suas colegas de quarto. Ela realmente nem olhava na minha cara.

— Então... — Cascão falou ofegante enquanto escalava praticamente ao meu lado. — O que aconteceu entre você e a Mô... nica? Ela... Está te evitando.

— Eu sei...

— O que você fez? — Ele parou um pouco e olhou para mim.

— Eu beijei ela. — Continuei subindo. — E... Eu disse que... gosto dela. Parece que ela não sente o mesmo. Disse que... Não quer mais olhar na minha cara. — Eu também estava muito ofegante. — E você e a Magali?

— Essa parede não acaba nunca? — Ele perguntou olhando para cima.

— São quinze metros, Cascão. E não foge do assunto.

— Eu tenho... Não quero que... E se ela disser que não quer ficar comigo?

— Isso você só vai saber... Perguntando para ela. — Finalmente chegamos juntos ao topo. Tocamos uma campainha e devemos tranquilamente. — O que você sente por ela?

— Eu acho que gosto dela. Não... Eu definitivamente estou apaixonado por ela. Quero ficar perto dela, sentir o cheiro dela, ouvir sua voz e sua risada. Passar a mão no cabelo dela, na pele dela.

— Você tem que falar para ela. E se outro cara falar uma coisa dessas para ela antes de você? E se ela der uma chance a outra pessoa? O que você faria?

— E se ela me rejeitar e me der um fora, eu não tenho certeza do que ela sente por mim.

— Ela também não tem certeza do que você sente.

— Mas se acontecer comigo o que aconteceu com você? E se ela nem mesmo quiser ficar perto de mim?

— Pelo menos eu tentei. Eu fui sincero com ela. Eu pensei que ela realmente gostava de mim, mas eu acho que ela me considerava só um amigo, ou talvez um irmão. O que é bem pior. Fala para ela, Cascão. É melhor do que ficar nessa incerteza.

— Como eu faço isso?

— Chega nela e fala.

— Você acha que é assim fácil?

— Eu me confessei para a Mônica, esqueceu?

— Como você fez isso?

— Eu disse que queria falar com ela, encostei ela em uma árvore e beijei ela e disse que eu gosto dela. — Resumi.

— É sério isso? — Olhei confuso para ele. — Você nem tinha certeza dos sentimentos dela e já prensa ela na parede!

— Vai dizer que nunca fez isso com ninguém? — Ele pareceu lembrar alguma coisa e começou a ficar vermelho. — Cascão? O que você fez?

— Droga! Eu fiz a mesma coisa que você. Meu primeiro beijo com ela foi na minha casa enquanto eu estava só de toalha.

— Como você não me contou uma coisa dessas?! — Falei um pouco mais alto enquanto o agarrava pela camisa.

— Me larga, careca. — Obedeci. — A culpa não é minha se ela quase arrombou minha porta enquanto eu estava tomando banho. Ela estava tão fofa com ciúmes que eu não resisti. Mas eu também não falei que eu gostava dela.

— Isso também seria loucura em uma circunstância dessas.

— Vou pensar no que você me disse. Agora vamos tirar esse equipamento logo, está incomodando o meu saco.

— Cala a boca. Você só fala merda!

— E você ainda é meu amigo, seu trouxa. — Ele me deu um tapa na cabeça. — Em falar nisso, quem era aquela garota que você estava falando hoje de manhã?

— A Duda, eu te apresentei.

— Mas tinha outras duas. Você tá ficando com alguma delas?

— Mandy e Ana são as outras duas e não eu não estou ficando com nenhuma delas, já disse que gosto da Mônica.

— Sério? Mas elas são todas tão bonitas e a Mônica te deu um chute.

— Cascão, eu conheci elas hoje. — Falei desanimado. — Além disso, se a Magali te desse o fora você já iria tentar ficar com outra?

— Você está certo.

— Seu burro!

— O quê?! — Cascão saiu correndo atrás de mim. Trouxa, mas meu melhor amigo.

[…]

— Ahñ! — Eu, Cascão e Xaveco resmungamos assim que chegamos no chalé e nos atiramos em nossas camas. O único que ficou calado foi o Do Contra (que por acaso também tinha se jogado). Nimbus ainda não tinha voltado.

— Como vocês são moles. — Do Contra resmungou com a voz cansada.

— Vai dizer que depois de praticar tantos esportes em um dia só e assistir aquelas palestras chatas você não está nem um pouco cansado? Ou vai dizer que as palestras foram as coisas mais legais que você fez ultimamente? — Xaveco perguntou.

— Não! Nem eu posso contrariar você e falar que as palestras foram legais, mas é que ainda tem a festa daqui a pouco. — Do contra respondeu.

— O quê?! — Perguntei surpreso.

— Você vai? — Cascão perguntou igualmente surpreso.

— É claro! Vai ser divertido, só não prometo dançar.

— Mas todo mundo vai, Do Contra. Pensei que você fosse querer "se desligar desse sistema opressor" e parar de seguir essa " imposição de que adolescentes são seres cheios de hormônios e que só querem se divertir". — Xaveco tenta mostrar o seu ponto de vista.

— Nossa, Xaveco! Eu estou orgulhoso. Você só passou uma tarde comigo e quase que entende completamente a minha filosofia.

— Então você vai mesmo? — Cascão pergunta.

— É claro! Seria previsível de mais que eu não vá.

Todos nós rimos dele: — Você não muda mesmo.

— Cala a boca! Quem foi te ajudar quando você foi se mudar?

— Já calei! — Respondi.

[…]

Estávamos na festa. Hoje era o dia do branco, quem não estivesse vestido todo de branco não podia entrar na festa.

— Droga! Parece um réveillon super antecipada. — Do Contra comentava sentado do meu lado.

A música estava tocando super alta, luzes coloridas iluminavam o local e a maioria das pessoas dançavam. Eu, Do Contra e Xaveco estávamos sentados.

— Como se você usasse branco no ano novo. — Afirmei. — Além disso não sei porque você está reclamando. Você que quis vir.

— Eu queria conhecer alguém, mas como eu vou conseguir se está todo mundo dançando? — Do contra continuou.

— Dançando com alguém? — Xaveco perguntou irônico.

— Mas como eu vou conseguir conversar enquanto danço?

— Já deu, pra mim. — Falei com um pouco de raiva. — Vou chamar umas meninas para vir dançar com vocês. — Me levantei.

— Não, Cebola! — Xaveco protestou. — Qualquer garota vai querer dançar com vocês, mas comigo não.

— Quer saber?! Vamos conhecer alguém. — Do contra levantou também e saiu arrastando Xaveco.

Segui eles e nós três encontramos Mandy, Duda e Ana. Perguntei se alguma delas queria dançar e elas aceitaram. Fizemos a nossa própria rodinha e dançamos em grupo.

Para ser sincero o único que realmente dançou foi Do Contra, o que realmente me surpreendeu. Ele dançava muito bem, ao contrário de mim e do Xaveco.

Mandy pegou no meu pulso e disse: — Se solta um pouco mais, gatinho. — Me senti envergonhado, mas gostei do elogio.

A música acabou e começou a tocar uma do Major Laser, eu só sabia que era deles por causa do toque e o estilo músical.

— Be Together! — Mandy falou animada. — Quer dançar comigo, gatinho? — Perguntou para mim. Eu olhei envergonhado para ela. — Desculpa, esqueci seu nome, eu sei que é Erick, mas acho que não vou conseguir ficar lembrando aquele apelido esquisito.

— Cebola e sim, quero dançar. — Ela sorriu e começou a dançar comigo.

Eu vi que ela realmente era muito bonita e extrovertida, mas sinceramente eu queria que a Mônica estivesse dançando comigo agora.

Dançamos juntos até que começou a tocar uma música um pouco mais lenta que eu não conhecia, eu cogitei em chamar Mandy para dançar exclusivamente comigo de novo, mas eu estava cansado e precisava tomar alguma coisa.

— Vou tomar alguma coisa, avisei para ela e para os outros.

Peguei um refrigerante e tomei de uma só vez. Arrotei alto, mas por sorte a música estava alta demais para que alguém pudesse ter percebido.

Olhei para a minha esquerda e vi Cascão e Magali dançando abraçados e um pouco depois dele lá estava a Mônica.

Alguém um pouco mais alto, mais musculoso e com uma aparência mais velha estava dançando com a Mônica. Eles não estavam tão próximos quanto Magali e Cascão, mas para mim aquilo não importava. Ela estava com outro cara, parecia estar se divertindo.

Aquilo acabou comigo.

— Melhor eu ir dormir. — Falei para mim mesmo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?

As novas personagens são as leitoras:

Ana
MariaDuda200
MandyYSz

Elas aparecerão um pouco mais nos próximos capítulos e talvez nos próximos. A Duda teve mais falas que a Mandy e a Ana, mas nos próximos capítulos eu vou dar um jeito nisso.

Deixem seus comentários falando o que acharam.

Beijos.



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