Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 29
Segundo dia de viajem


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal.

Primeiramente eu quero agradecer a ManoelaCordeiro por recomendar a Fanfic e comentar vários capítulos do que achou da história e para a Aninha S2 também, por reclamar da demora para postar esse capítulo. (As novas personagens Ana e Manoela).

Sim, eu tenho motivos: Estudar para o Enem, ETEC e Ensino Médio.

Eu basicamente fico 11hs do meu dia fora de casa, e quando tô em casa fico estudando alguma coisa do curso, ou da escola ou do Enem. Basicamente tô lascada.

Mas estou tentando escrever os capítulos da fic no ônibus. Mas mesmo assim, povo, se vocês verem que eu tô demorando, podem seguir o exemplo delas e cobrarem.

Espero que gostem. Beijos.



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— Não! Para! — Eu estava gritando. — Por quê?

Magali sacudiu meu ombros e assim que vi ela e outras três garotas olhando para mim, percebi que eu estava chorando.

— Estava tendo um pesadelo? — Mandy perguntou.

— É claro que ela estava, anta! — Ana deu um tapa na cabeça de Mandy.

— Está se sentindo melhor agora? — Magali me perguntou e antes que eu pudesse responder ela me abraçou. — Está tudo bem agora. Não se preocupe.

Nós permanecemos assim, sem nos movimentar, por algum tempo e aquele abraço realmente conseguiu me acalmar.

As outras garotas só ficaram observando. Mandy, que aparentava estar mais sonolenta voltou a sentar em sua cama. Ela ficou balançando levemente de um lado para o outro inconscientemente. Parecia que a qualquer segundo ela iria desmaiar de sono.

Duda era a que parecia mais desperta, não tirava os seus olhos dos meus. Parecia que ela queria se aproximar e me confortar, mas não sabia como o fazer.

Já Ana por algum motivo olhava para a janela do nosso quarto. Realmente a noite estava linda, mas não era isso que chamava a sua atenção.

— Gente, tem um movimento estranho lá fo... — Ana não foi capaz de terminar sua frase. Titi e outro garoto que eu não conhecia entraram por nossa janela.

As garotas começaram a gritar, com exceção de mim e Magali (que só arregalou os olhos e soltou o nosso abraço).

Eu mal pensei, não sabia qual era a intenção daqueles dois. Então eu simplesmente nocauteei o garoto que não conhecia e quanto fui bater no Titi ele começou a falar: — Espera! Eu pensei que era o quarto da Aninha. Eu... — Não deixar que ele terminasse e o deixei desmaiado.

Assim que isso aconteceu dois vigias, um homem e uma mulher, apareceram em nosso quarto perguntando se estava tudo bem. As garotas (que não sabiam ainda da minha força sobre-humana) relataram o que tinha acontecido. Elas disseram que foi muito assustador pois não sabiam o que eles fariam, mas disseram que eu as protegi.

Os garotos rapidamente acordaram e os vigias os fizeram falar o que eles foram fazer nos dormitórios femininos. "Nós fizemos apostas com outros garotos de que o Titi iria roubar uma calcinha da ex-namorada, eu só vim junto para me certificar que ele iria pegar a da garota certa e que não iria mentir", foi o que um dos idiotas disse.

Os monitores pegaram todos os dados dos garotos (incluindo os outros envolvidos nas apostas e disseram que eles iriam ser punidos. Nos disseram também para não nos preocuparmos pois havia vigias por todas as partes para zelar por nós e nos proteger.

Depois disso eu e as garotas decidimos finalmente dormir, mesmo depois do susto. Quando as luzes foram apagadas desejamos umas às outras um bom sono e elas me agradeceram por ter batido nos garotos, eu disse que não foi nada e pedi para não se preocuparem quando eu estiver por perto.

[…]

O telefone estava tocando insensatamente. Magali, que era a mais próxima deste, o atendeu. Não ouvi tudo o que ela falou, ela só balbuciava algo como: "sim", "não", "está bem".

— Gente, está na hora de acordar. — Ela disse.

Assim que ela disse isso, Ana se levantou. Eu e Magali voltamos a dormir e aparentemente as outras nem mesmo acordaram.

— Gente, acorda! Não esqueçam que não temos muito tempo para tomar café da manhã. — Ana falou um pouco mais alto.

— Já levantei. — Magali respondeu imediatamente.

— Foi só falar sobre comida. Não é, Magali? — Murmurei enquanto sentava na cama.

— É claro. Você acha que eu vou perder uma refeição tão valiosa quanto essa?

Mandy levantou sua cabeça do travesseiro na hora: — Quer dizer que eu não vou poder comer? — Ela perguntou com os olhos arregalados.

— Se se atrazar, sim.

Mandy saiu correndo em direção ao banheiro falando que iria escovar os dentes.

Levantei e fui ver se Duda estava acordada e não, ela não estava. Pelo visto ela tinha um sono pesado. Mexi em seus cabelos, chacoalhei seus ombros chamei seu nome e nada. E nem mesmo moveu um dedo.

Eu avisei para as outras que Duda não estava se mexendo e eu estava ficando preocupada. Ana perguntou se ela estava respirando e eu confirmei. Então com a maior calma do mundo ela encheu um copo de água, andou vagarosamente em nossa direção e despejou sem dó a água na cara da Duda.

— Que isso? — Duda perguntou se sobressaltando da cama.

— Você não acordava. — Ana respondeu.

— Não precisava fazer isso! Eu estava tendo um sonho incrível.

— Cala a boca e vai se arrumar, se não vamos perder o horário do café da manhã. — Duda não discutiu mais e obedeceu.

[…]

Eu acho que nunca tive um café da manhã tão luxuoso em toda a minha vida (desculpa, Socorro). Ovos, bacon, batata-doce, uma infinidade de frutas, pão doce, pão de melão, pão francês, baguetes, bolachas, biscoitos, café, chãs, achocolatados, sucos e várias e várias outras coisas que eu mal tive tempo de olhar.

Magali se entupiu de comida, já eu comi somente o necessário, Duda só tomou um suco, e por sinal bem cheiroso, de melancia, Mandy comeu um pão de melão e Ana se juntou a mim em comer só o suficiente.

O nosso dia começou ensolarado.

Eu ainda não sabia o que poderíamos começar a fazer, até que Ana disse:

— Vamos para as piscinas antes que as palestras começem? — Sugeriu entusiasmada.

— Acho que não vai dar muito certo! — Mandy logo respondeu. — Acho que no folder, que nos entregaram falando sobre as atividades que são oferecidas, está escrito que as piscinas só abrem depois do almoço.

— Verdade. Eu acho que vi a mesma coisa. — Respondeu Ana.

— Que horas são as palestras hoje? — Magali perguntou.

— Depois do café. — Repondi. — Ontem tivemos como última atividade porque chegamos tarde. Então como vamos assistir às palestras antes de tudo, teremos o resto do dia livre. — Eu sorri alegremente para todas, que me retribuíram da mesma forma.

O refeitório começa a esvaziar e então percebemos que temos que ir assistir às palestras, já é hora.

Então andamos todas juntas e conversando no caminho.

Nos sentamos no chão e esperamos a palestra começar. Uma mulher aparece, aparentemente de dezenove anos. Seu cabelo é castanho claro e ela é alta. Estou bem na frente com as garotas então posso ver claramente a cor de seus olhos, eles são de um preto intenso, o que junto com o seu lábio fino e seu nariz bem desenhado, compõe um rosto realmente delicado.

Ela é uma das monitoras que nos ajudou ontem.

— Pessoal, silêncio. — Ela fala ao microfone com convicção e todos obedecem imediatamente. — Bom dia, meu nome é Manoela e hoje eu que vou palestrar para auxiliar vocês com seus afazeres nos próximos dias. Começando com os recados da manhã: Primeiramente, ontem foi dito a todos que era proibido garotos e garotas irem para os dormitórios do sexo oposto, entretanto, parece que seis garotos, jovens, de apenas dezesseis anos, já possuem problemas de audição. Alguns garotos ontem a noite invadiram o dormitório feminino, e foram nocauteados por elas. Fez por merecer.

Muitas pessoas começaram a rir, eu e as garotas trocamos olhares e nos sentimos envergonhadas.

Manoela simplesmente cruzou os braços e olhou com com frieza para os arruaceiros que se animaram de mais no fundo. Menos de três segundos depois eles ficaram em silêncio.

— Procedendo... Também foi dito que era proibido fazer sexo e ficar perambulando por aí depois da festa. Então essa manhã, encontramos dois jovens a ponto de, digamos, procriar, e eles nos afirmaram que dissemos que era proibido apenas depois da festa. Preciso dizer que eles receberão uma severa punição? E não, eles não serão expulsos do acampamento ou da escola (pelo menos não ainda), se isso acontecesse nós perderíamos a oportunidade de certa forma, toturá-los. — Aparentemente, depois que ela disse isso todos passaram a ter medo de burlar as regras, e isso me incluía.

Ela começou a palestrar sobre a segurança na natureza, que tipos de animais passar longe, que tipos de frutas não comer, não entrar em represas, ter cuidados com rios, sempre andar com antialérgicos, etc.

Ela parece tão inteligente e segura de sí. Eu mal pude tirar meu olhos dela.

Quando a palestra acabou, eu e as outras garotas concordamos de ir agradecer a ela.

— Com licença. — Disse Ana. — F-Foi você que nos ajudou ontem e nós gostaríamos de agradecer.

Manoela olhou para nós com um sorriso e respondeu: — Não precisa me agradecer por isso, eu estava cumprindo o meu dever.

— Mas foi realmente importante você ter punido aqueles bundões. — Falou Duda.

— Eu fiquei realmente preocupada e surpresa quando vi dois garotos desmandos, mas... — Ela começou a gargalhar. — Eu adorei ver aquela cena! — Ela riu tanto que já estava com lágrimas nos olhos. — Como vocês fizeram isso?

— Na verdade foi a Mônica. — Magali abraçou pelo pescoço. — Digamos que ela tem uma mão bem pesada.

— Você sozinha?! — Assenti sentido minhas bochechas arderem em brasa. — Você também faz Jiu-Jítsu? — Ela perguntou com os olhos brilhando.

— Não.

— Judô? Karatê? Capoeira? — Eu simplesmente fui negando com a cabeça.

— Digamos que eu só sou um pouco mais forte que o comum.

— Um pouco? — Ela me olhou com espanto. — Eu faço Jiu-Jítsu a anos e ainda acho que não tenho toda essa força. Fazer dois garotos desmaiarem com apenas um golpe em cada?! Não é para qualquer um.

Todas nós rimos juntas. Até que alguém a chama, é o homem que estava com ela ontem a noite. Ela nos informa que o nome dele é Daniel, seu crush/melhor amigo.

— Como seu melhor amigo pode ser seu crush?! — Pergunto incrédula.

— Você sabe como são os sentimentos, não é? Confusos. — Ela sorri. — Bom acho que agora eu tenho que ir trabalhar, mas a gente pode conversar durante o almoço e o jantar. Se vocês quiserem, é claro.

— Mas o que é isso? É claro. Estaremos esperando por você.

Ela assente com a cabeça enquanto corre em direção a Daniel.

[...]

Temos três horas disponíveis antes do almoço e muitas e muitas opções de atividades que podemos fazer.

Ficamos por cinco minutos discutindo sobre ir ou não ir para a piscina. Somos garotas, R por algum motivo desconhecido, geralmente gostamos de andar em grupo. Mas infelizmente decidimos nos separar, devido a "divergências ideológicas".

Eu e Magali fomos fazer arvorismo, Ana e Mandy decidiram vir para as piscinas e Duda escolheu ir para o paintball.

Andamos juntas em silêncio, chegamos e falamos com os instrutores para que nos dessem os equipamentos de segurança. Eles nos auxiliaram na colocação dos mesmos e nos deram as noções básicas de como esse esporte funciona.

Precisamos escalar uma parede relativamente grande, para que pudéssemos chegar a plataformas que haviam nas árvores. Precisaríamos passar por escadas, redes, algumas plataformas gigantescas, outras pequeninas, pontes "incompletas" pois ao meu ponto de vista, uma ponte que mais parece uma escada deitada não se pode ser chamada de ponte, e no final finalmente passaríamos por uma tirolesa que vai por cima de um riacho que tem no acampamento.


Antes de começarmos a subir aquele muro de cerca de quatro metros, Magali me olhou e perguntou: — Você prefere não falar do pesadelo que teve noite passada? — Eu entortei minha boca em um ato reflexo e ela não precisou de uma resposta. Ela me abraçou bem apertado, como na noite passada. — Mônica, quero que saiba que você é realmente minha melhor amiga. Há seis meses você se tornou minha vizinha é colega. Eu já conhecia muitas pessoas aqui, mas nunca tive uma amiga como você. Eu sei que você está passando por problemas que não pode me falar, mas eu quero que saiba que eu vou estar aqui para você sempre. Não importa o que acontecer.

— Obrigada, Magali. Eu também nunca tive uma amiga como você. Eu deixei muitos amigos para trás, hoje em dia eles mal me ligam ou mandam uma mensagem. Eu não me importo com isso, mas eu não quero que isso aconteça conosco nunca. Você é a amizade mais preciosa que eu tenho.

— Mô.... não me fale essas coisas melosas, ou eu vou chorar. — Ela disse enquanto tentava segurar as lágrimas.

— Foi você que começou, sua boba!

Começamos a subir aquele muro, eu caí umas três vezes, os instrutores, que estavam em cima das árvores, me puxaram várias vezes até onde eu estava antes e não me deixaram cair no chão. Magali era melhor do que eu naquilo, só caiu uma vez e subiu mais rápido do que eu.

Quando chegamos lá em cima, exaustas, ela tomou fôlego e perguntou: — E o Cebola?

— O quê?

— Não vai me falar nada sobre o que aconteceu entre você e o Cebola?

— Ahñ? Como você sabe que aconteceu alguma coisa?

— Eu acabei de fazer um discurso sobre a nossa amizade e você me pergunta isso? — Ela bufa. — Amigos reparam nessas coisas. Hoje eu e o Cascão estávamos comentando sobre esse comportamento estranho dos dois. — Ou talvez você prefira me falar daquele musculoso que estava dançando com você ontem na festa.

— Magali! — A repreendi. Não acredito que ela estava pesando que eu estava flertando com um cara que tinha acabado de conhecer. — Eu já o conhecia... depois te apresento.

Começamos a adaptar nosso reequipamento para a ponte mais perigosa já criada por um ser humano: algumas toras suspensas por dois pedaços de corda amarradas em uma corda maior ainda alguns metros acima de nossas cabeças.

Magali foi na frente e eu logo em seguida. Aproveitei nossa proximidade para começar a lhe contar.

— Naquele dia... do trabalho de sociologia e filosofia, lembra? — Ela assentiu com a cabeça. — Depois que vocês dois foram embora, eu e ele demoramos um pouco para ir, mas isso não é o importante. A questão é que quando finalmente fomos, ele disse que tinha algo a me falar. Então eu encostei em uma árvore e... Opa! — Bambeei sobre as toras quando olhei para baixo, tive me dó de cair, mas eu estava presa aos equipamentos de segurança. — Ele me beijou e disse que gostava de mim.

— E foi só isso? — Ela virou um pouco a cabeça para perguntar.

— "Só isso?".

— Pesei que gostava dele também, eu nunca comentei sobre isso, mas sempre pareceu que você sentia algo por ele.

Terminamos de passar pelas toras e passamos por outra pequena ponte para chegar a outra plataforma.

— Magali, você achava que o Cascão gostava de mim.

— Ele tinha histórico de ficar com várias garotas. Se é que ainda não tem né?

— Maga, as coisas entre vocês dois continua na mesma? — Pergunto realmente preocupada.

— Sim, parece que ele gosta de mim, mas nós não estamos ficando, ele nunca pediu por isso é nem eu. Nós não namoramos e nem temos uma amizade colorida. Então eu não sei, aparentemente não temos um relacionamento de qualquer tipo. Mas... Não muda de assunto! Olha, eu sei por experiência própria que o Cebola pode ser um babaca às vezes. E mesmo odiando aquele bundão e agindo com hostilidade com ele muitas vezes, eu ainda o amo. Ele é como um irmão para mim, mas sei também que ele é muito bonito.

— E o que tem?

— Realmente seria estranho você não sentir nem um pouco de atração por ele. Vocês passam muito tempo juntos.

— Magali, eu também o vejo como um irmão.

— Não, Mô, você não o vê assim. Você o conheceu a pouco temp...

— E daí, Magali?! — A interrompo com um pouco de raiva na voz. — Eu só te conheço um dia a mais do que conheço ele, e mesmo assim, você é como uma irmã para mim. Admito que ele é bem bonito e atraente, mas seria muito esquisito eu namorar com ele.

— Por quê?

Eu penso um pouco. Na primeira vez que o vi o achei realmente lindo, reparei muito em seu porte físico nas primeiras semanas. Mesmo depois de termos brigado, continuei muito próxima a ele, mesmo que sem quer. Naquela vez que eu estava estudando com ele, pensei em beijá-lo, é uma vez isso quase aconteceu naquela vez em que a Magali foi na casa dele comigo para estudarmos biologia. Realmente, acho que ele não queria só ver se eu estava com febre!

Mas em todo esse tempo eu não pensei que ele gostasse de mim de uma forma diferente de amizade.

Enquanto eu devaneava sobre isso, percebi que finalmente tínhamos chegado á tirolesa.

— Eu não sei, eu só acho que nunca parei para pensar em nós dois como um casal.

Enquanto esperávamos a nossa vez para descer pela tirolesa, pois havia algumas pessoas na nossa frente, Magali se virou para mim e disse: — Mônica só reflita o que você perguntou para mim quando eu estava confusa em relação ao Cascão. Você gostou do beijo dele? Tem vontade de ficar perto dele? Acha ele bonito? Seu coração acelera quando o vê? E pensa nele constantemente? Se as respostas forem sim para todas, então é porque você gosta.

— Não, eu fiz essas perguntas em uma situação diferente.

— Só responda! — Vi a Magali estressada pela primeira vez.

— Ele não beija mal, mas no momento fiquei sem reação e não correspondi, e pedi que ele nunca mais falasse comigo.

— E...?

— Eu gosto de ficar perto dele, somos amigos. E, sim, acho ele bonito.

— E sua mente? E seu coração? Sente falta dele?

— Eu penso nele às vezes, estamos brigados e eu realmente sinto falta das nossas conversas. E meu coração, não acelera quando o vejo, mas às vezes me sinto quente quando ele.

— Já sentiu vontade de o beijar? — Assenti com a cabeça. — Mônica, eu acho que é amor, com certeza. — Tentei negar, mas ela prosseguiu. — Eu sei que você não vai admitir, mas só pense. Repare mais dele daqui em diante e tente descobrir se é isso que você realmente sente.

Já era a vez dela na fila então não tive tempo de responder. Ela pulou da plataforma e cerca de 3seg depois já estava longe de mais para poder ouvir o que eu pudesse dizes, além disso, ela gritava de euforia.

Minha melhor amiga pode ser minha luz na escuridão sempre, mas dessa vez ela estava errada.

Era minha vez, os instrutores fizeram tudo que era necessário (basicamente prender uma corda em um fio), eu só precisei pular.

O vento fazia meus cabelos esvoaçarem, senti o cheiro da água do rio sob meus pés, o cheiro de muitas flores e sem perceber, eu estava gargalhando. Aquilo era demais.

É por um momento eu pensei: "Talvez ela não esteja errada".

Percebi a loucura de meus pensamentos quando cheguei lá embaixo, onde minha amiga me esperava sorridente.

— O que vamos fazer agora? — Perguntei?

— Que tal tomarmos um sorvete?

— Só você mesmo! — Ela me olhou com uma carinha pidona. — Mas tudo bem. Vamos lá.

[...]

Estávamos almoçando com Manoela, como o prometido é a mesma não conseguia decidir entre olhar as fotos de Daniel em seu celular ou comer.

— Ele é tão lindo. — Manoela suspirava enquanto comia.

— Sei que acamamos de nos conhecer, mas você poderia escolher entre comer e stalkear o crush? — Duda perguntou.

— Mas olha essas fotos dele sem camisa! — Ela mostrava o seu celular para todas nós.

— Realmente é impressionante. — Comentei. — Músculos bem definidos.

— Manoela, como você começou a gostar dele? — Magali perguntou.

— Nós nos conhecemos na faculdade, somos da mesma turma de matemática. Eu sou muito boa, e ele péssimo. Nós nem nos conhecíamos, mas ele me pediu ajuda em um exercício e eu ajudei. Depois disso começamos a conversar e fomos ficando cada vez mais íntimos. Um dia entrou um rato no meu apartamento e eu pedi para ele ir lá matar, mas acontece que assim que ele o matou, o sistema de segurança falhou e ele teve que dormir lá em casa.

— As coisas começaram a esquentar. — Comentou Mandy.

— Não, muito pelo contrário, ele não tentou nada comigo. Acho que foi aí que eu percebi que ele me dava valor e me respeitava, assim como respeitava a si mesmo. Acho que passei a respeitá-lo também e meu amor só foi crescendo cada vez mais. — Ela dizia sorridente. — Ele me chamou para trabalhar aqui nas férias, então além de ganhar dinheiro posso continuar o vendo todos os dias. Não é maravilhoso?

— Não entendo essas pessoas que se apaixonam por um amigo.

— Melhor por uma amigo do que por alguém que nem conhecemos ou acabamos de conhecer. — Comentou Ana, que estava calada até agora. — Acho ridículo alguém que finge que quer conhecer uma pessoa só para depois dar uns beijos ou fazes sexo só por uma noite.

— Concordo. — Disse Duda.

— Mas é que se um relacionamento não der certo entre amigos, uma linda amizade pode ser jogada ló lixo.

— Concordo. — Disse Duda novamente. — Mas esses assuntos relativos a romance são muito relativos. O importante mesmo é se apaixonar.

— Quem aqui está apaixonada levanta a mão. — Manoela pediu para nós co o maior sorriso do mundo.

Magali, Manoela, Ana e Mandy levantaram.

— Você está, Mandy?! Desde quando? — Duda perguntou surpresa.

— Desde que você nos apresentou aquele Erike.

"Espera o Cebola?!"

Percebi que Magali escondia um pequeno sorriso maligno com as mãos. Droga! Meu coração estava meio acelerado e senti minhas bochechas ardendo.

"Por quê?"

"Acho que mesmo não falando com o Cebola agora, tenho medo de que deixemos de ser amigos por causa de algo ou alguém. É, é isso."

[...]

Depois do almoço todas nós fomos para a piscina, com exceção de Manoela, que pena.

Ficamos boa parte do tempo zoando a Duda. Ela quis ir no paintball antes de ir para a piscina, e agora ela está com alguns hematomas a mostra.

Nos divertimos muito, mas não permanecemos todo nosso tempo lá. Desta vez, todas nós juntas fomos fazer uma trilha de bicicleta para conhecer todo acampamento, é claro que não fomos muito longe pois o lugar era gigantesco.

Depois jogamos futebol, vôlei e fizemos rapel, todas juntas.

Na hora da janta reencontramos Manoela e ela nos apresentou ao Daniel. Sentamos com o pessoal de nossas escolas e comemos e nos divertimos juntos.

Por sorte sentei bem longe do Cebola, então não precisei ficar evitando seu olhar, mas em um certo momento, percebi que Mandy mandava olhares sugestivos para ele, o que admito que me deixou incomodada.

Assim que o jantar acabou, voltamos para o nosso quanto para nos arrumarmos para a festa. Hoje era um festa de Halloween antecipada.

Eu fui fantasiada de vampira, Magali de garotinha assassina, Duda de bruxa, Ana de sereia, obviamente não era uma Ariel e sim um ser maligno, e Mandy era uma diabinha.

Nossas roupas eram incrivelmente lindas. Fiquei impressionada com todas elas, principalmente com a de Ana, ela estava completamente vestida, sem a barriga de fora ou seios a mostra e uma bela saia colada com paetês formava a sua "calda".

Mandy era a mais sexy entre nós, vertida toda de vermelho e com um vestido bem justo.

Magali era a mais assustadora entre nós, aposto que o Cascão irá adorar.

Duda era a bruxa mais bonita que já vi. Sem verruga, nariz gigante ou cara verde. Na verdade sua roupa era bem bonita e brilhante e seu chapéu era incrivelmente grande e bem trabalhado.

Já eu usava um vestido todo preto, com alguns detalheis de renda e outros de seda. Eu usava botas incríveis e uma capa estilosa.

O melhor de tudo foi quando descobrimos que todas nós tínhamos um para na festa. Todas as fantasias eram diferentes, mas todas elas tinham um par.

Um exemplo de par que reparei primeiro foi Manoela vestida de noiva cadáver, dançando com Daniel, o noivo cadáver. Era estranho ver os dois de folga do trabalho, mas achei os dois muito lindos juntos.

Vi Magali brincando com o Cascão, que era um lobisomem. E atrás deles vi meu par, o vampiro.

Ele sorriu para mim e eu para ele também, só podia ser o destino brincando com a gente.

Eu comecei a andar em sua direção, mas do outro lado do salão pude ver Cebola, o zumbi, dançando com Mandy.

Meu coração acelerou


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? É esse suspense no final, vão matar vocês? Muahahaha (risada maligna).

O capítulo está bem longo, eu acho, mas é para compensar vocês pela demora para postar.

Beijões! Até o próximo capítulo.



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