A Ponte Do Amor - Short Fic escrita por Ana Hoechlin


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pela recomendação! :D



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Estava preocupado, Bella não me respondia no telefone.

–Bella? Bella? – gritei.

–Par-rabéns – ouvi o sussurrou de Bella, um soluço e em seguida o sinal de que a chamada tinha sido terminada.

Ela estava a chorar? Uma pequena dor no meu peito apareceu ao pensar que ela estava a chorar por minha causa. Andei de um lado para o outro. Ela não me parecia nada bem e o pior é que eu não podia fazer nada pois não sabia onde ela estava nem onde morava.

Lembrei-me quando fiz uma promessa à Bella. Tínhamos 12 anos e estávamos sentados dentro dos túneis. Bella parecia nervosa e estava corada o que era normal.

–E-edward? – chamou Bella por mim.

–Sim? – eu disse sorrindo.

Bella ficou estática por uns minutos olhando para o meu sorriso e eu pigarrei chamando sua atenção fazendo com que ela corasse muito mais.

–Podes fazer uma promessa? – ela perguntou tímida olhando para os meus olhos.

–Diz me o que tenho de prometer.

–Err … bem… e-eu queria q-que prometesses que o-onde eu f-fosse tu i-ias comigo.

–Isso é uma promessa estranha – eu disse brincando com Bella. Ela deu uma gargalhada fraca e depois olhou séria para mim.

–Prometes? – perguntou sem gaguejar.

–Desde que eu não tenha de ir à casa-de-banho contigo – eu disse dando uma gargalhada – eu prometo.

Bella sorriu para mim e saiu dos túneis.

Sempre fui apaixonado por Bella desde os 16 anos, eu acho. Irónico, eu dizer isto e estar noivo de alguém mas Irina precisa de um marido para apresentar para seus pais. Eles dizem que se ela não se casa agora, era deserdada. Eu era amigo dela desde a Universidade e sempre foi uma boa amiga que me dava conselhos e nunca quis mais do que amizade comigo. Ninguém sabe disto, nem Bella.

Ela pediu me pois era o único amigo que podia aceitar e disse que só ia demorar no máximo 4 anos, dois de namoro e dois de casamento. Eu aceitei claro mas simplesmente damos selinhos e quando casássemos, bem, não íamos consumir o casamento. Ela sempre soube do meu amor por Bella e sente-se culpada por me pedir isto. Mas isso não ia mudar nada porque eu nunca iria confessar meu amor por Bella, pois ela parecia feliz sozinha e com a beleza que tem conseguiria alguém melhor do que eu.

Acho que sempre fui apaixonado por ela mas pensei que era uma paixão passageira e que quando namorasse alguém fosse esquecê-la, foi por esse motivo que comecei a namorar Jéssica. Mas quando vi que ela nunca iria sair do meu pensamento, desisti do namoro.

–Edward? – Irina chamou minha atenção enquanto estava sentada no sofá da sala da minha casa.

–Sim?

–Ela aceitou? – Ela perguntou curiosa.

–Acho que não… ela simplesmente deu parabéns e deu um soluço acabando por desligar – eu disse sentido meu coração apertar.

–Eu sabia que isto do namoro era má ideia! – Irina levantou-se frustrada e caminhou até à janela da sala tentando se acalmar.

–Claro que não! Eu sabia das consequências mas não pensei que ela reagia-se assim…

–Ela ama-te Edward! Querias que ela reagisse como? Dizendo que está pulando de felicidade e que seu coração não está partido e nem tem vontade de chorar?! – As palavras de Irina chocaram-me. Apesar de não ser a primeira vez que ela me disse isso eu nunca tinha acreditado mas com esta reação de Bella talvez fosse possível…

–Ela não me ama – eu sussurrei confuso.

–Claro que te ama! Até um cego consegue ver isso! Porque achas que ela gagueja ao pé de ti e cora como um tomate?! E quando ela nos vê a dar um selinho pede licença para ir à casa de banho? – ela perguntou furiosa com a minha lentidão e continuou – porque achas que Alice e Rosalie vão atrás dela preocupadas e Emmett dá um olhar furioso para nós? Essa tua cegues irrita-me!

Eu estava espantado com a explosão de Irina e ainda olhava embasbacado para ela.

–Ai que merda! Desisto! – ela gritou com as mãos no ar e saiu da sala indo para o seu quarto.

Seu ataque assustou-me, Irina era uma pessoa calma como Jasper e isto nunca aconteceu, eu pelo menos nunca vi. Decidi dormir ou tentar pelo menos porque a minha cabeça estava lenta com esta informação toda e eu estava sempre a pensar em Bella e nos seus olhos derretidos ou como sua pele parecia de porcelana.

Não era possível ela ser apaixonada por mim. Mas e se fosse?

Adormeci imaginando minha vida com Bella, como iria ser nossos filhos, nossa casa…

No outro dia, de noite...

–Edward? – Chamou Irina no outro lado de fora da porta do meu escritório.

–Podes entrar – eu disse parando de mexer nos papéis.

–Recebeste uma carta de Bella – ela disse enquanto deixava a carta na minha secretária.

–Podes ler? Tenho medo do que pode sair dai.

–Tens a certeza? – ela perguntou pegando outra vez a carta e olhando com um olhar indeciso para mim.

–Tenho – disse.

Olhei para a carta enquanto estava a ser aberta por Irina.

Olá Edward,

Deves perguntar-te o porquê da carta mas isto é uma carta de despedida. Não sei se quando ela chegar a tua casa já podes ter sabido mas se não souberes eu digo-te. Contudo só te vou dizer no final.

Porque é que vou fazer isto?

O principal motivo és tu, mas tu não tens culpa.

Não tens culpa do teu coração querer ser da Irina em vez de ser meu.

Não tens culpa de eu me apaixonar por ti.

Não tens culpa de eu ser feia e pobre.

Na verdade, a culpa é minha, de ter aceitado de ir brincar contigo. Lembras-te? De quando nos conhecemos? Eu era um tomate em pessoa! Gaguejava por tudo e por nada. As senhoras do lar riam das minhas bochechas coradas mas claro, não gozavam comigo só achavam que aquilo tornava-me adorável. Elas deviam era ser cegas!

Eu adorável? Nunca. Talvez foi por ser assim, ‘sem sal,’ que nunca olhaste para mim como um marido olha para a esposa, se calhar foi a minha aparência que afastou o teu amor. Ou então nunca houve amor.

Mas não te quero que te sintas culpado nem com pena de mim, neste momento não preciso de pena, preciso de lenços mas nem sequer tenho dinheiro para comprar só para veres a minha vida.

Sabes, eu tive esperança, até quando me apresentaste Irina como tua namorada. Nesse dia chorei bastante, perdi um pouco de esperança por que claro, quem iria trocar uma modelo por uma mendiga? Mas as minhas esperanças se foram quando me convidaste como madrinha do casamento. Meu mundo tinha desabafado, me vi sem chão e meu coração se foi.

Então decidi este caminho, pode não ser o melhor mas é a minha única opção. Sofri demais, foram longos 16 anos. Não aguento mais.

O meu coração não aguenta esta dor toda

As minhas lágrimas acabaram nesta vida

Quanto maior é a minha paixão

Maior é a minha desilusão

Não tenho riqueza

Nem beleza

Mas tenho um coração

Embora partido

E com uma mão

Eu to ofereci

Esperava o teu em troca

Nem que fosse um bocadinho

Mas só recebi lágrimas

E lá se foram as esperanças

Caminhei e caminhei

Aguentei e aguentei

Mas no final

Desabafei.

Eu te amo Edward. É até irónico ter medo de dizer estas quatro palavras.

Com amor,

Isabella Swan.

Irina estava com a boca aberta e com lágrimas a escorrer pela sua cara. Eu não estava diferente.

Uma felicidade apoderou-se de mim ao ouvir as palavras de Isabella a declarar e foi então que o meu coração se apertou ao ouvir o último verso. Ela ia suicidar-se?

–Eu sabia que a culpa era minha! – Irina gritou com um olhar de culpada – Eu nunca te devia ter pedido o casamento nem o namoro! E-ela v-vai se m-matar?!

–Dá-me a carta – eu ordenei com a voz rouca e fraca.

–Tu vais é procurá-la! – ela gritou.

–E-eu preciso d-de ver a cart-ta – eu disse levantando-me da cadeira e arranquei a carta das mãos de Irina sentindo as lágrimas rolarem cada vez mais pela minha cara.

Li várias e várias vezes não acreditando no que lia. Mais lágrimas se apoderavam de meu rosto e da carta onde se viam que estava com marcas de lágrimas mas não eram as minhas.

Ela pensava que eu não a amava?

Foi por isso que isto aconteceu?

Ela pensava que eu gostava de Irina?

–Edward, se tu não fizeres nada eu bato-te – disse Irina séria.

–Mas eu nem sei onde ela está nem onde mora – Bufei frustrado.

–Ela pode suicidar-se em casa ou em prédios – ela disse pensativa – em pontes. Porque é que existe tantos sítios para se suicidar em Forks? – ela choramingou.

–Ela prefere a natureza, disso tenho a certeza – eu disse.

–Pontes, especificamente, pontes onde tem árvores – ela disse e gritou em seguida – Aquela ponte! Merda, o nome! É aquela que tem até uma plaqueta esquisita a dizer 'Vista Maravilhosa'. Que porra de frase é essa para atrair turistas!?

–Merda, são 22h e até lá demora uma hora mais ou menos – eu disse olhando aflito para Irina.

–Hora da velocidade – ela disse com um olhar malicioso e correu para fora do escritório.

Segui-a ainda com as dores no meu peito. Parecia que estava a ser rasgado e não conseguia parar a dor.

–Edward! – Gritou Irina e ouvi o barulho do meu Volvo prateado. Ah não, o meu bebé não!

–Irina, eu conduzo! – eu gritei aflito ao vê-la no lado do condutor.

–Deixa de ser gay e entra! – ela disse abrindo a porta do lado do passageiro.

Bufei e choraminguei enquanto entrava no meu bebé.

–Estás mais preocupado com o teu carro, que até podes comprar melhores que este, em vez com o amor da tua vida – ela perguntou enquanto acelerava até à ponte.

–Cala-te e conduz – eu disse não querendo parecer mimado.

Ao chegar à ponte…

Vi Isabella de costas para o mar e com os braços abertos.

–Bellaaa!– eu gritei enquanto corria até ela, ouvi o grito de Emmett - Eu amo-te!

Mas não serviu, Bella deixou-se cair. Parecia tudo em câmara lenta, o grito de Rosalie, os cabelos de Bella parecendo ser puxados para cima pelo ar ao ver o corpo dela cair e o meu coração a partir-se.

Meu mundo caiu. Meu coração caiu. Milhares de lágrimas caíram pelo me rosto. E foi então que ouvi uma voz no meu pensamento.

Caminhei até onde Bella estava e parei olhando para cima não querendo ver o corpo de Bella lá em baixo.

–Onde tu fores, eu vou – eu sussurrei e deixei-me levar, indo para o mesmo caminho que Bella.

Eu vejo-te lá em cima, minha Bella.


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Notas finais do capítulo

Hehe, espero mais uma recomendação :D