# Inoue Orihime POV ON #

– Inoue... eu me arrependo daquilo. Por favor, me perdoe. Eu amo você... - ele foi aproximando seu rosto ao meu, e eu fiquei sem reação alguma. Nossos lábios foram se aproximando, e meu coração foi batendo mais rapidamente.

Quando estávamos a milímetros de nos beijarmos, dos lábios se encostarem levemente, os roçando. Eu acordei, abri os olhos, e não me deixei levar pela tentação.

Eu estava chorando, e ele me olhou preocupado. Merda, pensei que não, mas eu ainda tinha sentimentos por ele.

- Eu f-falei para se afastar. - tentei empurrar-lo para mais longe ainda, mas apesar dele parecer um anoréxico, ele era pesado.

- Calma, vamos conversar.

Me dei por vencida. - Tem cinco minutos para dizer o que tem para dizer e ir embora. - eu falava tudo trêmula, que droga heim.

- Cinco minutos? Mas...

- Vamos logo, está perdendo tempo assim.

Ele bufou. - Eu apenas queria dizer que aquilo foi um momento de pressão, e eu me arrependo. Nesses dias eu descobri que meu lugar aqui é com você, pois eu te amo! - ele deu ênfase na última parte alegremente, e assim passou os braços por cima de meu pescoço e em volta de minha cabeça, deixando meu rosto em seu peito, e assim, me abraçando.

Me segurei para não abraçar-lo em torno de sua cintura também, mas preferi por pensar em uma desculpa. Nada saia bem, apenas me vinha desculpas esfarrapadas.

- Eu já estou com outro... - me escapou, e ainda saiu uma voz em falsete. Daria para perceber a mentira à quilômetros.

Pensei que ele até riria do quão esfarrapada é a desculpa, porém ele se soltou do abraço e se afastou, com um rosto surpreso.

- Com quem?

Nome. Nome. Nome. Nome. Que nome eu darei ao meu "namorado"?

- Ulquiorra. - engoli a seco pois dei falsete na voz de novo. Que coisa, porque lhe disse esse nome? Por que foi logo esse nome que me veio e eu disse? - Ulquiorra Schiffer.

Ele arqueou uma sobrancelha, mas não sei se era porque não gostou ou porque desconfiava. Com mãos no bolso da calça jeans, ele chutou irritadamente uma pedrinha de cimento do chão na rua.

- Ah, felicidades a vocês. Espero que tenham sorte, vão precisar. - ele disse de modo desanimado e desapontador, e falou mais na última frase, para que eu não ouça. Dava-se a entender que era uma ameaça ou um "eu voltarei logo, para atrapalhar vocês".

Parece que agora que eu precisava conversar com Ulquiorra. Coitado, estou o metendo um chefe em minhas relações pessoais.

[...]

- Ahn, bom dia chefe. - mais um dia de trabalho. E agora eu tinha de pedir um favor. Se negar, vai tudo água a baixo.

- Bom dia, Orihime. - ele disse a frase completa? Isso sim é surpresa.

- Posso falar com você?

- Diga.

Lhe expliquei sobre o acontecimento do Ichigo e de como ele foi citado. Ele aceitou tão normalmente, ser meu falso namorado que até estranhei. Eu negaria algo do tipo e mandaria a pessoa ir a merda.

Quando foi mais tarde, cerca de vinte minutos antes de meu turno acabar, adivinhe quem aparece por lá? Ichigo Cabeça-de-fogo. Aquele idiota mesmo.

Vou admitir uma coisa. Passei o dia distraida pensando em sua proposta de voltarmos, mas ao ver-lo pensei em possibilidade daquilo ser um plano ou enganação. Fiz bem em pensar em um namorado falso.

Mas ainda não era nada bom a presença dele ali. Ele iria perceber que Ulquiorra era o gerente dali, e iria conversar com ele. Nada bom, nada bom.

- Olá, Inoue-Chan. - ele me avistou e veio falar comigo de modo casual e gentil.

- Inoue-Chan não, me chame de Orihime.

- Nossa, como você está brutal. O que lhe causou isso? Seu novo emprego? Seu namorado?

- Eu gostaria de pedir que você saisse... - pressionei os olhos a ficarem fechados para que eu não o olhe e fique comovida ou mexida com suas palavras.

Ele deu uma curta risada baixa, e começou a acariciar meu rosto. - Não desistirei de você. Cadê seu namorado?

Precisava de quem alguém o visse e tentasse impedir-lo. Não tinha quase ninguém ali, apenas eu, ele e... Ulquiorra! A pior pessoa para se contar em um momentos emocionais como esse, mas servia.

E apareceu bem no momento certo. - Algum problema aqui?

- Nenhum não. - Ichigo responde.

- O que faz com minha funcionária?

- Ela é minha mulher.

Ulquiorra arqueou uma sobrancelha e entendeu, era hora de agir. Colocou as mãos sobre meu ombro, e disse:

- Não, minha mulher.

Ichigo fez cara feia e torci de que ele ficasse arrasado e saisse dali imediatamente. Eu devia uma a Ulquiorra.

- Então, você quem é o tal de Ulquiorra Schiffer?

- Exato. Algum problema aqui? - ele tornou a perguntar de novo.

- Sim, você. - ele fechou os punhos e os apertou com força, ele estava com raiva.

- Que deselegante. Desculpe-me pelo incômodo. Pode se retirar.

- Não sairei daqui enquanto Inoue não for minha!

- Não gosto de mofo aqui.

- Como é que é? - era engraçado de como Ulquiorra conseguia calmamente e de modo fácil irritar o Kurosaki.

- Não entendeu? Agora estamos juntos, você não tem o que fazer aqui. - eu queria era me rolar no chão de rir, Ulquiorra é um bom ator.

- Então se beijem, se vocês são um casal mesmo. - ele disse em modo revoltado, eu queria rir mas agora estávamos em uma situação constrangedora agora. Ulquiorra havia agido de modo legal até agora, mas ele nunca faria aquilo. É, aquela desculpa foi tão esfarrapada ontem, que agora ele até ta duvidando.

Olhei Ulquiorra de modo preocupado, mas ele sempre sabia o que dizer. - Não farei isso em público, nossa privacidade é nossa privacidade.

 Ichigo chutou um vaso, o quebrando e derrubando toda a terra no chão. Coitada de Halibel e Lucy, amanhã terão bastante trabalho.

- Inoue, apenas saiba que não desistirei de você. - ele me olhou nervoso e saiu da empresa.

Eu estou metida em um problemão...