#Jellal Fernandes POV ON #

Hoje está decidido, eu vou falar com Erza. Por sorte ela veio novamente aqui na empresa resolver algumas coisas finais, e eu me prometi controlar melhor minha pressão e não desmaiar dessa vez.

A observei bem. Ela passou a maior parte do tempo na sala de espera conversando com as recepcionistas, depois foi para a sala de Ulquiorra. Ela demorou demais e quase fui lá para ver o que faziam.

Quando a vi indo embora, decidi ir atrás. Só que ninguém poderia saber, vai que dá algo errado de novo e serei mais uma vez totalmente zoado por todos?

Passei de fininho pelo corredor, pisando lentamente para que ninguém ouça o som de passos. Como era impossivel passar pela saída sem que as recepcionistas me veja, apenas tive de mandar-las ficar de boca fechada, pois a boca de Neliel era um verdadeiro alarme de incêndio.

Ela adentrou o elevador, e eu fui atrás, entrando também tentando ser o mais natural possível. O elevador do prédio estava bem vazio, tendo apenas os dois lá dentro. Era hora de agir.

Erza havia se assustado comigo entrando desesperadamente no elevador, e como não bastasse, percebeu eu a olhando sem desviar os olhos e se afastou um pouco, devia estar com medo.

– Não fique assustada comigo, sou uma boa pessoa. - garanti. Ela nada disse, e se manteu encolhida. - Jellal Fernandes. - me apresentei lhe dando a mão.

– Erza Scarlet. - ela disse baixinho apertando minha mão.

Sorri simpaticamente. - Eu lhe conheço, sou seu fã. Quer dizer, sou bem mais que um fã seu... - senti minhas bochechas ganhando cor e Erza sorriu de canto timidamente. Mesmo que mal desse para ser visto, seu sorriso era belo, belo demais.

# Erza Scarlet POV ON #

Sim, eu me assustei com aquele azulado. Eu estava entrando distraidamente no elevador, quando ele entra com petulância atrás de mim. E o tempo todo ele me encarou naquela empresa? Será que ele pensa que não percebi? Até pensei que seria estrupada.

Eu me surpreendi quando ele disse sobre ser fã. Isso é raro, meu rendimento tem caído nas minhas últimas atuações e os únicos que falaram comigo como fãs foram adolescentes mal comidos e velhos nojentos. E esse tal de Geraldo Fernando é até bonitinho... e tem um sorriso bem animado também.

De repente, o elevador quebra e ficamos presos. Minha maior fobia estava acontecendo. Eu não podia dar meus ataques afóbicos assim na frente de meu fã.

Ele me fitou preocupado, como se soubesse disso. Ele se aproximou colocando as mãos sobre meu ombro e fitando meus olhos.

– Calma, estou aqui. Protegerei você, e você sairá dessa. - me garantiu, tentando amenizar meu desespero.

Algo nele, me fez me sentir mais especial e mais segura. Me agarrei ao braço dele e fechei os olhos, os pressionando para que não se abram e eu me lembre da situação em que estava.

Ficamos nessa por um bom tempo, uma meia hora mais ou menos. Podíamos ouvir vários tipos de músicas no elevador, das mais calmas para as mais rápidas e agitadas.

Alguma vezes ele fazia um cafuné em minha cabeça, e teve uma hora em que se atreveu a dar um beijo em meus cabelos. Por algum motivo específico não me importei nem me manifestei. Afinal, eu também havia me prendido fortemente ao braço dele.

Depois de mais uma hora naquele clima, eu pude perder totalmente meu medo e me afastei dele. Mas de qualquer jeito, ele se aproximou novamente colocando a mão debaixo de meu queixo e me olhando sorridentemente.

– Você tem belos olhos, belo sorriso, uma personalidade forte... é isso que me encanta e me prende a você. Meu desejo de ter você, é maior que tudo. - após ele dizer essas suas palavras, pude ver no espelho do elevador que minhas bochechas ganhavam um certo blush. Merda, o que ele estava fazendo comigo? Eu mal o conheço. Preciso tomar cuidado, antes que aquilo aconteça novamente... - Erza, me desculpe por isso.

Antes que eu pergunte o significado daquilo, ele me leva os lábios deles aos meus. Eram quentes e macios, e ele beijava super bem. Era o suficiente para levar qualquer garota aos céus e fazer-la se sentir feliz, completa e desejada. No fim, acabei correspondendo, não sei porquê. Normalmente, eu teria empurrado, dado um soco na cara e chutado seu amiguinho. Mas acabei me deixando levar, assim como na outra vez.

Ele era carinhoso e mantinha a mão sobre minha cintura e na nuca, fazendo carícias.

Até que então, sem perceber a porta do elevador se abre e um segurança nos diz, sem se incomodar com nós se beijando:

– Nos desculpe o incoveniente, o elevador foi consertado.

# Jellal Fernandes POV ON #

Meu sonho havia sido realizado.

Aconteceu tudo muito rápido, mas fora mágico o suficiente para me tornar oficialmente o homem mais feliz do mundo.

Amaldiçoei o segurança várias vezes com as piores pragas mentalmente por ter nos atrapalhado, e fazer Erza se separar de meus lábios e braços.

Ela havia me empurrado com petulância ao voltar pra si mesma e perceber o clima e situação. Ela me fuzilava com os olhos, e pude ver algo como raiva e ódio nestes.

Ela saiu correndo desesperadamente em direção as escadas, provavelmente não gostaria de voltar àquele elevador.

Eu a segui, não importando o quanto eu me cansava ao correr atrás dela. Eu gritava várias vezes por desculpa e pedia que ela parasse para conversarmos.

Fomos parar no subsolo, o andar do estacionamento. Era um lugar desértico e escuro, e ela só havia parado de correr quando ao seu carro que era um vermelho camaro.

Ela dizia coisas embaralhadas sobre homens mentirosos, sobre eu ser comparça do ex dela, e que não gostaria de que tudo acontecesse novamente, então pediu que eu me afastasse.

Não entendi muito bem, mas lhe dei seu espaço. Algo eu havia feito errado, isso era certo. Embora eu não soubesse o quê.

Eu havia realizado meu sonho, mas me sentia horrível. Precisava arrumar essa situação.

Enquanto voltava para o andar de minha empresa, percebi um papel adesivado colado em minha nuca. Não sabia como ela havia colocado ali, provavelmente fora durante o beijo. Era o telefone dela.