O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 89
Seu grande final




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O Destino bateu no livro com força e eu caí.

–Olha, eu posso te ajudar, é só você pedir. Felipe apareceu ajoelhado do meu lado.

–Eu não quero ajuda! Este é meu problema.

–Não seja tão possessiva.

O empurrei.

–Você mentiu, disse que o Mike estava bem...

–Quem mentira feia, Felipe... já que foi você quem o matou. O Destino riu enquanto falava.

Felipe olhou para o Destino e depois me encarou boquiaberto.

–Ele está mentindo, não é? Perguntei brava.

–Eu... Felipe respirou fundo.

–Não precisa continuar.

–Julie, você vai ter ódio de mim para sempre?

Me levantei e o encarei por alguns segundos.

–Eu não quero olhar para você. Fechei os olhos depois abri um olho e espiei, não havia ninguém além do Destino que ria e me encarava.

–Acho isso legal, sabe, você dar chance para os outros se redimirem, mas existe uma coisa que nasce conosco e ninguém pode tirar.

–Tenho certeza que foi você quem mandou e o dividiu desta forma.

–Está vendo? você não gosta de todos, você é como todas as pessoas que já passaram por aqui.

Cambaleei em sua direção.

–Mas acho que conseguiu o que queria.

–Nem tudo.

Ele segurou o livro no alto da cabeça e riu.

–Prepare-se para finalmente morrer em paz... considere uma honra já que... bem... acredito que meu livro "As várias formas de matar um mortal" ia virar um sucesso.

Revirei os olhos.

Sua aparência perfeita começou a mudar para a verdadeira.

Senti um arrepio.

–Vai me dizer que não tem medo desta aparência?

–Eu não tenho medo.

–Então abra os olhos.

–Oh... não tinha percebido que os havia fechado. Ri e depois sacudi a cabeça para ignorar conversas idiotas.

–Não vai abrir os olhos?

Abri devagar e mesmo com muita vontade de querer fecha-los imediatamente eu continuei encarando sua forma original.

–Acho que você já deve ter pensado em como quer morrer.

–Com toda certeza.

–E como seria?

–Acabando com você! Gritei e em um movimento rápido lhe dei um dos meus péssimos chutes, mas que mesmo assim o acertou em cheio e o fez deslizar até próximo do abismo.

Joguei minha franja para trás.

–Justo agora você vai me perturbar? Perguntei a segurando com uma mão e vendo onde ele iria parar.

Empurre-o para que caia.Eu pensei ai depois eu lembrei que não ia adiantar.

Ele riu e logo estava de pé sem um único arranhão.

–Voltando a nossa conversa... eu ia lhe deixar escolher com iria morrer, mas agora, eu pensei em algo...

Ele se aproximou de mim, tentei andar para trás, mas percebi que já não tomava conta dos meus pés que ficaram parados.

Ele apertou com força minha garganta e me ergueu, depois riu.

–Vejamos... podíamos fazer uma aposta. Ele se aproximou do abismo e continuou segurando minha garganta enquanto eu tentava em vão lhe dar outro chute.

Olhei para baixo, uma vala enorme.

–Você vai morrer sem ar até chegar lá... ou você vai morrer quando cair?

Fechei os olhos.

–Verdade, você não vai estar aqui para saber quem venceu.

Vi todos os 12 irmãos me encarando com curiosidade, todos orgulhosos e ansiosos para ver minha queda, inclusive... Felipe.

E eu não sei o que magoará tanto ao ver aquilo... Talvez por que Mike e Laura tinham razão ao dizer que ele não era confiável e eu insistir que sim... depois ele os matar... e mesmo assim eu pensar que poderia ter algo humano e...

Custava-me piscar...

–Antes é claro... gostaria que você distribuísse essa sua energia que servirá por muito tempo. O Destino continuou segurando o livro e o folheando novamente.

O Destino me jogou no chão e eu me encolhi tentando respirar enquanto ele lia rapidamente o livro.

–Pai, ela vai fugir! Mariana gritou.

–Será divertido se ela tentar.

E não havia nem como eu tentar.

Fechei os olhos e pensei que talvez era isso que eu buscava todo o tempo, o mesmo objetivo de todos os imortais, mortais, e meio imortais e mortais... em momentos de dor ficamos felizes por finalmente ter... paz.

O Destino sacudiu o livro me fazendo ficar com ânsia e novamente abrir os olhos .

–Ainda não. Ele falou sorrindo.

Murmurei algo.

O vi anotando algo no livro, um mal estar me consumiu.

–Deixe-me ler esta criação de texto para vocês - Ele falou sorrindo, todos sentaram e eu continuei encolhida fingindo não sentir dor. - " A energia que foi tanto cobiçada finalmente volta para seu real dono, que graças ela viverá mais vários séculos".

Comecei a me sentir fraca e finalmente suspirei.

–Pronto, agora pode morrer, vejo que já está quase lá. Ele me ergueu novamente e finalmente me soltou.

Abri os braços quem sabe eu conseguiria abraçar a paz?

–Ainda não, Princesa. Felipe apareceu de repente e me segurou.

Pisquei com dificuldade.

–Me solta.

–Por quê?

–Por quê eu quero...


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