O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 65
O Destino e sua família




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–"Let me take you down, 'cause i'm going to Strawberry Fields, nothing is real, and nothing to get hung about. Strawberry Fields forever, Living is easy with eyes closed, Misunderstanding all you see. It's getting hard to be someone but it all works out. It doesn't matter much to me."

–Não sabia que tocava. Falei quando Felipe parou de tocar violão.

–O que espera que eu faça? enquanto houver energia vital para minha sobrevivênica vou aprender à tocar todos os instrumentos.

–Mike toca guitarra, é legal.

Ele concordou de leve.

–Felipe, se a energia da minha mãe dura 100 anos e não faz nem 20 anos que ela morreu como podem estar com falta de energia?

–Não estamos com falta de energia, só estamos reservando para quando a da sua mãe acabar.

–Oh...

Uma correria no corredor.

–Meus irmãos, eles estão chegando! Felipe falou prendendo minhas mãos na parede e jogando o violão embaixo da mesa enferrujada que ficava em um canto.

–Papai deixou brincarmos com você. Falou a menina de 5 anos soltando meus braços.

–Vamos brincar de vampiros com você! falou a outra.

–Sim, vamos matar você.

Olhei para Felipe assustada.

–Marina, Fernanda, por quê não brincam de algo menos... violento?

–Tipo? perguntou a mais nova que eu acho que é a Marina.

–Tipo boneca? Felipe perguntou para mim.

–Boneca assassina! nos somos as bonecas e ela é a vítima! Fernanda falou se aproximando de mim.

Felipe e eu nos entreolhamos.

–Vamos brincar de maquiar você. Marina falou.

–E depois te matamos. Fernanda falou esfregando as mãos.

–Ok, bebês, podem sair daí. A menina ruiva e Caroline falaram entrando na cela.

Felipe revirou os olhos.

–Nos vamos brincar com ela primeiro. Marina falou.

–Vocês terão 100 anos para brincar com ela, deixe-nos em paz! Fernanda falou pulando em Caroline fazendo-a cair.

–Mimadinha do pai. Caroline falou segurando-a enquanto Fernanda tentava morder seu braço.

Felipe ignorava a barulheira e continuava tocando causando uma cena impossível de se concentrar.

–Queremos conversar com a nova fonte de energia. Falou Caroline quando finalmente tirou Fernanda de cima dela.

–Vêm. A menina de cabelos cor de fogo falou puxando-me.

Felipe as encarou desconfiado e elas só riram.

"Onde foi que eu me meti?" era uma das únicas coisas que eu pensava.

Subi as escadas com elas me empurrando, logo chegamos no quarto da Carol.

–Pode sentar. Ela falou apontando pro chão.

Revirei os olhos e sentei no chão gelado.

–Podemos te salvar. A ruiva falou.

–Sério? perguntei não disfarçando minha alegria.

–Sim, mas...

Revirei os olhos.

Sempre um mas para complicar a história.

–Ah, acho que não lhe falei meu nome, Heather. A ruiva falou acomodando-se na cadeira.

–Prazer, Juliette.

–Ouça, Juliette, nosso irmãozinho vai ser banido se continuar saindo do castelo, nos te libertamos e prometemos que nosso pai nunca mais vai lhe incomodar se convence-lo a parar de ir para a sua dimensão.

–Mas isso não cabe a mim. Respondi.

–Claro que cabe, entende, advinha por que ele vai para lá.

Pensei um pouco.

–Boa pergunta.

–Para ver você, boba. Carol falou revirando os olhos.

–Mas...

–Ele acha que tem uma chance com você, sendo claro que não, então, tipo, fala logo isso para ele. Heather falou olhando as unhas.

Olhei pro chão.

–Mas aí ele não vai mais para lá?

Elas fizeram que sim com a cabeça.

–Trato feito. Falei levantando-me.

–Então, vá logo. Carol falou apontando para a porta.

–Eu vou lhe levar até lá. Heather falou se aproximando de mim.

Ela parou na porta da cela e acenou.

–Pode considerar isso uma ameaça: se não cumprir sua parte nunca mais confiaremos em você e isso não é nada bom para mortais como tu. Ela se virou e foi embora.

Pisquei repetidas vezes.

Olhei dentro da cela.

Não havia ninguém.

Não havia ninguém no chão, mas no teto.

–Ah, oi Felipe. Falei forçando um sorriso.

–E ai? do que vocês brincaram?

–De contar histórias. Respondi rapidamente.

–Legal.

–É.

Silêncio.

–Então, estava pensando, talvez é melhor que não volte mais para minha dimensão.

–Como assim? ele perguntou pulando e parando do meu lado.

Cocei a cabeça.

–É que, eu vou tentar voltar e se você vier comigo vão descobrir.

–Nada a ver, eu posso me desligar da família.

–Mas isso seria horrível. Argumentei rapidamente.

Ele semi cerrou os olhos.

–Por que não quer que eu volte?

Olhei pro teto.

–Não tem motivo nenhum. Ele falou revirando os olhos.

–Felipe, por que gosta tanto de ir?

Ele olhou pro chão.

–Para lhe fazer companhia.

–Mas eu não posso ter companhia, não sua.

Os olhos dele começaram a ter rápidos flashes vermelhos.

–Por quê?! ele gritou.

Fui andando para trás.

–Por que eu...

–Você...?

Respirei fundo.

–Eu não confio mais em você. Falei cruzando os braços.

–Sabe, eu deixei de ser o que sou, tentei ver se tinha um jeito de conquistar as pessoas pelo bem, mas não adianta, não posso ser quem não sou.

–Felipe, você tem que se controlar, eu estou conversando com você.

–Acontece, Julie que eu nunca, nunca perco a luta, mesmo que para isso eu tenha que trapacear.

–Que luta, Felipe. Falei revirando os olhos.

–É o Mike, não é?

Revirei os olhos e fiz uma careta.

–Olha, estamos em um século em que eu tenho o direito de escolher quem eu quiser e não tenho a obrigação de lhe dar satisfação nenhuma.

Ele revirou os olhos.

–Sabe, eu adoro vilões, mas é complicado, como vou gostar do filho do cara que quer me matar? que matou minha mãe?

–Pensava que já tínhamos resolvido isso.

–Eu quero voltar, mas desta vez eu quero ficar sozinha. Falei virando-me de costas para ele.

–Acha mesmo que vai me proibir de ir para lá? eu posso ir quando eu quiser e...

Ele simplesmente parou de falar depois de dois minutos de silêncio absoluto me virei para ele.

Ele fechou os olhos.

–Desculpe.

Fiquei sem jeito.

–Ei, tudo bem. Falei sorrindo.

–...

–Que foi? perguntei levantando sua cabeça o que era complicado já que ele era mais alto.

–Posso te beijar?

Arregalei os olhos.

Seu braço me envolveu e ele inclinou o rosto sobre o meu.

A primeira coisa que pensei foi em me afastar dele imediatamente, mas não conseguia.

Logo senti seu hálito gelado sobre minha face e...

–Desculpe. Mike falou revirando os olhos.

–Julie! Letícia gritou aparecendo do nada.

Rapidamente nos separamos.

–Cara eu te odeio. Felipe falou revirando os olhos.

–Eu te odeio mais, ah, e odeio seu irmão também. Mike respondeu me encarando com cara de "E depois diz que gosta de mim".

–Viemos te salvar! Letícia falou entrando na cela e olhando as coisas ao redor.

–Mas ele não irá nos seguir? perguntei.

–Bem... tecnicamente... caramba esqueci de pensar nisso. ela falou sentando-se no chão e apoiando a cabeça sobre a mão.

–Como está se sentindo, Mike? quero dizer... sobre sua perna...

Ele revirou os olhos e sentou-se no chão também.

Revirei os olhos.

Ele não estava com nenhum arranhão nem curativos.

–Foi incrível, havia um portal quase fechando, nos entramos...

–Você me arrastou até aqui. Mike falou desanimado.


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