O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 64
Uma fugitiva de cabelos longos


Notas iniciais do capítulo

Eu atualizei este capitulo a partir de "–Droga. falei e logo fui empurrada para dentro da cela."



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Cada vez que venho o cenário é diferente o de hoje era ensolarado e bonito, não tão lindo quanto da primeira vez, mas tinha seu encanto.

O castelo, Julie, corre para o castelo.

Não, Letícia, lembra?

Não, vá atrás de Felipe.

Não, faça tudo.

Me aproximei das árvores que davam visão ao castelo.

–Não posso entrar assim. Falei olhando para minhas roupas.

Olhei em volta.

Ok, Laura, se não funcionar eu vou ficar muito chateada.

–Imagine uma capa, imagine uma capa, ela está bem ali. Falei abrindo os olhos e apontando para uma árvore qualquer onde logo surgiu uma capa presa num galho.

Coloquei a capa e ao contrario do que pensa ela ficou muito ruim em mim, muito mesmo.

–Posso ser confundida com um ser das sombras agora. brinquei olhando meu reflexo.

Meu cabelo se soltou do coque e saiu do capuz com as pontas molhando-se no pequeno lago.

–Ele tem razão, meu cabelo está enorme. -murmurei e sorri.- Mas depois faço isso.

Virei-me para o castelo.

–Destino, aqui vou eu. E sorri melancolicamente.

Corri até a grande construção e encostei-me na parede.

–Olha meus olhos vermelhos. sussurrei para a poça de água e meus olhos verdes brilhantes ficaram vermelhos.

Entrei no castelo sem muitos contratempos.

Andei olhando para as coisas que agora estavam do meu tamanho (eu cresci ou a mobilia diminuiu?). Esbarrei em alguém.

–Ei, olha por onde anda. Reclamou uma moça, ah sim, a menina meio gótica que mandou Mike e eu embora.

–Desculpe. sussurrei.

Ela revirou os olhos.

–Viu meu irmão?

–Quem?

–O Felipe. Ela falou secamente.

–Nossa senhora quantos irmãos você tem? pensei alto.

–12, qual é a medida do seu cabelo para não caber na capa? ela perguntou.

Revirei os olhos.

É ninguém gosta do meu cabelo.

Eu ia responder a moça, não pergunte o que eu responderia por que antes que eu pensasse em uma resposta a porta bateu com força e Felipe entrou.

–Cadê a menina? A gótica falou me deixando para trás e seguindo-o.

Que menina?

ah, sim, eu, quem mais?

–Olha, Caroline, isso é problema meu.

–Acha que engana nosso pai por quanto tempo? existem quantas meninas por ai? você podia se apaixonar por qualquer uma delas, menos nossa fonte de energia.

–Para, Carol, ela não é uma fonte de energia, posso matar todas "as meninas que eu podia me apaixonar por", não será eu à aprisiona-la e existem sim, milhões de meninas por qual eu poderia me apaixonar, mas eu a escolhi entre este milhões. Ele virou as costas e continuou andando.

Meigo.

–E você? o que está olhando? Carol perguntou fechando a porta com força.

Tenho que encontrar um caminho para a masmorra.

Uma moça saiu de uma porta com vários lençóis nas mãos e outra com alguns bolinhos.

A cozinha!

Cambaleei até a porta e espiei, nada que represente ameaça.

Olhei em volta com calma depois de entrar, havia um alçapão de onde saiam algumas empregadas trazendo ossos, parabéns Julie, você acertou.

Abri o alçapão e comecei a descer as escadas, tudo era iluminado por tochas, e um cheiro de carne podre enjoativo.

Iluminei as portas que ia passando, vários números, algumas estavam abertas, mas não havia nada além de correntes e tijolos que formavam paredes.

–Qual era mesmo o número? perguntei a mim mesma.

Tentei lembrar.

Claro, 645.

Corri pelo labirinto de masmorras até encontrar a porta.

"Para a menina que está lendo isso agora, descanse em paz".

–Droga. falei e logo fui empurrada para dentro da cela.

Não sei quanto tempo fiquei sozinha na cela silenciosa, mas comecei a murmurar uma música para esquecer o silêncio, o que iria acontecer? pensar nisso me dava raiva.

A porta se abriu e mesmo que a luz do corredor fosse precária ela irritou meus olhos então mantive o olhar no chão.

–Finalmente. A voz grossa e rouca falou.

–Quanto tempo de energia teremos com ela, pai? perguntou uma voz feminina.

–Acho que mais cem anos.

Cem anos?

uau.

–Preparada para a operação?

–Claro.

–Chame seus irmãos, não podemos bobear outra vez.

–Sim pai.

Imaginei como ficaria aquele lugar com mais 13 pessoas, hum, melhor não pensar.

O que fazer?

Passos se aproximavam de mim.

–Finalmente - ele riu - e eu achava que seria mais inteligente, caiu na mesma armadilha que sua mãe, nem tive que fazer outra placa.

Isso quer dizer que...

Esta era a cela da minha mãe?

Revirei os olhos, mas ele não veria.

–Fingindo de morta? Ele falou e começou a rir descontroladamente.

Em um movimento brusco puxou minha mão enfaixada e a prendeu em uma corrente.

Mike tem razão, clichê.

–Já que está morta não sentirá tanta dor assim. Ele falou puxando meu outro braço com mais força e prendendo-o.

Neste mesmo instante vários passos foram ouvidos, parecia que uma multidão estava descendo as escadas.

–Em fila!

Não suportei a curiosidade de ver 13 irmãos juntos.

–Julie, já que vai servir à nossa família acho que o justo é conhece-la.

Olhei para uma fila onde todos se encontravam, alguns discutindo e outros alienados.

Visão embaçada, ótimo.

Não conseguia olhar para a cara do vilão que me atormenta à duas semanas e pouco, só para seus filhos que tem o poder de serem extremamente lindos.

–A morte tem sua beleza e entre a morte e vida extraímos um pouco de tudo. ele sussurrou no meu ouvido como se tivesse lido meus pensamentos.

–Mandou nos chamar, pai? perguntou uma menina que devia estar entre os mais velhos.

Onde estava Felipe?

Oh, bem, olhando na fila acho que ele é o 4o mais novo dos irmãos.

–Mandei chama-los por que temos aqui uma coisa rara. Ele falou e os olhares pesaram em mim.

–Lembram-se da Clarisse?

Todos fizeram que sim com a cabeça.

–Apresento-lhes, meus queridos filhos, a filha dela.

Sorrisos famintos me encararam e eu me assustei, mas do que adiantava tentar me mexer?

–E ela teria a energia vital para nos manter vivos?

–Sim. A resposta foi seca.

Cochichos começaram e eu só fiquei encarando o chão apavorada.

Agora era uma questão de quem matava quem primeiro.

E eu acho que era o Felipe quem me mataria antes.

–Vou mostrar-lhes como extrair a energia vital desta criatura.

Revirei os olhos.

–Já ouviram falar de pessoas que morrem de sustos?

Todos fizeram que sim com a cabeça.

Eu não entendia o que pensavam já que cada um parecia estar em seu próprio mundo, menos alguns dos mais velhos que prestavam mais atenção.

–Se conseguirmos faze-la sentir medo fica mais fácil extrair a pontinha de energia vital que existe dela e assim conseguimos a energia!

Risadas e sorrisos.

–Eu não sinto medo tão facilmente. Falei finalmente olhando para a pessoa do meu lado.

Não me peça para lembrar da descrição.

Eu sei, sei que deveria descreve-lo, mas doeria tanto em mim.

Abaixei o olhar rapidamente para o chão minha respiração falhava.

–Buu. Ele falou e começou a rir.

Ele encostou os dedos gelados na minha cabeça, uma fraqueza súbita me invadiu.

Observei-o enquanto ele parecia ficar mais bonito ao tocar no imenso véu azul que saía de mim e ele colocava dentro de uma espécie de pote.

–Para! alguém gritou.

Ok, deixe o alguém de lado, Felipe gritou.

Parei de sentir os olhares em mim.

–Não, eu não acredito nisso. sussurrei para mim mesma.

Que droga, agora nos dois vamos morrer.

–Felipe. João falou pisando discretamente no pé dele.

–Pare com o quê? perguntou o homem se aproximando dele.

–Ele estava brincando, pai. Caroline falou puxando seu braço.

–Agora perdi o fio da meada. -Ele falou bravo- depois eu acabo com isso, vamos almoçar.

Todos deram passagem para que ele passasse.

Respirei fundo.

Senti algo tocando meus pés.

Uma menininha de cabelos castanho claro me encarava junto com mais 12 pessoas.

–E ai? perguntou uma menina de provavelmente 17 anos que brincava com meu cabelo.

–Olha esta bochechas. Falou outra puxando minha bochecha com força.

–Tão vivinha. Exclamou a menor que agora acho que tem 5 anos.

–Tão vermelhinha. Falou um das menina de cabelos que pareciam pegar fogo de tão ruivos.

–É mesmo a filha da Clarisse?

–Claro que é, ela é idêntica à Clarisse.

Felipe me encarava.

–Posso ficar com suas bochechas? perguntou uma menina de 6 anos.

Olhei assustada para a menina.

–Pena que ela não viverá para ser nossa nora. Falou a de 6 anos.

–Tadinho do Felipe.

–Ele falou de mim para você?

E eu já nem acompanhava mais a conversa.

–Podem me tirar daqui? perguntei.

Eles começaram a rir.

–Precisamos da sua vida para viver, desculpe. Respondeu uma menina de cabelo loiro encaracolado que aparentava ter 19 anos.

Uma coisa que todos os irmãos tem em comum:

Os olhos azuis quase cinza.

–Venham almoçar, agora!!! gritou a voz seca.

–Tchau, depois eu venho te visitar. A menorzinha falou.

–E tomar seu sangue. A outra completou.

Todos foram embora menos Felipe.

–Sua família é sinistra. Cantarolei.

–Julie, isso é sério. Ele falou batendo a cabeça na parede.

–Eu sei, mas do que adianta escapar?

–Se não tivesse fugido eu poderia te esconder!

Se muitas coisas não tivessem acontecido outras teriam. Respondi.

Ele revirou os olhos.

–Não sei o que posso fazer.

–Nada, não faça nada.

–Mas...

–Esquece, pelo menos serei útil em algo. Falei revirando os olhos.

–Que drama... Ele falou revirando os olhos.

–Seus irmãos são lindos. -Brinquei.- E sua irmãzinha é maligna.

Ele riu.

–Acredito que ela é a quarta pessoa mais malvada da casa.

Fingi uma cara espantada.

–Ela quer minhas bochechas. Falei coçando-as.

Ele riu.

–Claro, essa cor vermelha, tão natural.

Revirei os olhos.

Ele se aproximou da porta e olhou os corredores depois as fechou e soltou as correntes que prendiam minhas mãos.

–Olha, tá vermelho. ele brincou segurando minha mão.

–Legal. falei revirando os olhos.

–E seus olhos estão vermelhos também. ele riu.

Concordei lembrando-me dos meus olhos e rindo.

–Mas seu cabelo continua castanho escuro e comprido.

–Eu estou pensando sinceramente em corta-lo, ok?

–Posso?

–De jeito nenh...

Senti uma rápida lamina passar por me cabelo.

Arregalei os olhos.

–Está muito mais curto do que pensava.

–Sua cabeça deve estar até mais leve. ele brincou.

palpitei meu cabelo que não encostava nos meus ombros e estava cortado irregularmente.

–Você não pode ser cabeleireiro. Brinquei.

–Não ficou tão ruim assim.

–Onde está Felipe? ouvimos uma voz lá de cima (não do céu, mas de cima).

–Tenho que ir. -Ele falou revirando os olhos, senti as correntes no braço novamente- volto já.

Ele fechou a porta.


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