O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 58
Uma pausa no suspense para uma guerra particular


Notas iniciais do capítulo

Então... esse deve ser um dos capítulos mais desejados pelos fans da "Julike" (hahaha gostei do nome que vocês inventaram) e... espero que gostem ;)



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–Eu não entendo, está bravo? perguntei.

Mike andava emburrado pelo corredor.

–Eu nem o beijei. Falei e depois pensei no simples fato de fazer isso.

Mike revirou os olhos.

–Por quê?e daí? vai me dizer que... - eu ri - está com ciúmes?

Ele arregalou os olhos.

–Eu? não! não! eu só...

Eu ri.

–Julie, ele não é confiável. Mike falou como se minha vida dependesse daquilo.

Tive um estalo.

Puxei Mike até uma sala e fechei.

–Mike, tem razão.

–O quê?

–Eu preciso te contar.

–O quê?

Ia falar, ia mesmo, mas desisti.

Ri.

–Então como anda as coisas com a... Lena?

–Bem. ele deu de ombros.

–Que ótimo!

–Acha mesmo?

–Porque não acharia?

–Eu sei lá, acho que não gosto mais dela.

–Sério? perguntei abrindo a porta.

–Ela não me larga. Ele falou entre dentes.

Eu ri da risada dele depois.

–Mas conclui uma coisa muito importante.

–O que seria?

–O amor é grudento.

Rimos.

–Então, espero que minha história trágica lhe dê uma ideia se pensa em namorar o Felipe.

–Mike, não fala bobeira, não quero namorar com o Felipe.

–Ok, então diga-me por que me trouxe para cá, um lugar escuro, abafado e sem graça.

–Por que eu adoro escuro!

–O que você ia falar? ele perguntou revirando os olhos.

–Nada. Respondi rápido demais.

Ele fez a cara que eu mais gosto a de "você quer mesmo que eu acredite nisso?".

–É sobre o Felipe. Falei.

–Descobriu não foi? você descobriu que ele é malvado!

–Er... não... ou sim... a questão é que...

–Ele é do mal.

–Michael, me ouve. falei sacudindo-o.

Ele me encarou.

–Ele é o... filho do Destino.

Os olhos de Mike brilharam.

–Isso deveria ser surpresa, mas eu sabia - risadinha chata de "Eu sou melhor que você, Julie" - tava errada - ele prolongou o errada - calma! - parei de olhar pro chão - ele sabe do portal, onde está ele agora?

Aquela pergunta me assustou.

–Temos que correr! falei.

–Com toda certeza, aqui não tem ventilador, não?

Tentei abrir a porta, trancada por fora.

–As pessoas realmente adoram nos trancar.

–Concordo. Falei.

O espaço era pequeno para conseguir impulso.

–Vamos quebrar a janela. Mike sugeriu.

–Se as quebrarmos vamos chamar atenção, além de que existem outras saídas mais fáceis.

–Tipo?

–Vamos pensar.

Mike revirou os olhos.

–Cada vez mais me sinto longe dos...

–Finais felizes? ele completou.

Limpei a garganta.

–"Já acreditei em finais felizes, hoje acredito apenas em finais", Clarice Lispector.

Mike revirou os olhos.

–O que é isso afinal de contas? um armário de vassouras?

Dei de ombros.

–Peraí, disse vassouras?

–Sim, tem algumas... oh...

–Vamos quebrar as janelas.

–Mas o que você tinha dito antes mesmo? Mike falou.

Fiz sinal para que ele ficasse quieto.

–Podem tentar de tudo, só vai tardar o horário que chego em casa. Falei confiante.

Quebrei a janela da porta.

O barulho do vidro caindo no chão.

A luz artificial entrando pelo pequeno buraco retangular e depois de alguns instantes se apagou.

Escuridão total.

–Mike, acho que todos já foram embora.

–Mas e meus pais?

–Eles acham que você está comigo, bom tecnicamente está mas...

–Caramba!

Chutei a porta com força.

–Felipe nos trancou aqui, agora já era.

Revirei os olhos.

–Mike já pensou em ser mais positivo? perguntei sentando-me no chão de mármore.

–O que há de positivo em estar preso num quarto minúsculo sem que ninguém venha destrancar a porta, sem sinal de celular...

–Podia estar sozinho. Falei.

–É tem razão. ele falou sentando-se do meu lado.

Por uns minutos iluminamos a pequena sala com a luz dos celulares, mas logo a bateria de um acabou então resolvemos economizar a outra.

–Pelo menos resolvemos o mistério. Mike falou.

–Não sei, não acho que foi o Felipe.

Mike fez uma careta.

–Ele é filho do Destino, ele é mal, ele era um espião, ele..

–Quando juntamos pistas, Mike, não julgamos, pense nele sem todo esse ódio sem limites que tem por ele.

–Então, Julie, ignore este "amor sem limites" que tem por ele também.

Ele fez um cara emburrada.

Comecei a rir.

–Está zoando? Falei.

Mike deu um suspiro forte.

–Ju. - ele se virou pra mim - eu esperei, tipo, séculos e... bom... entende... - ele olhou pro chão - eu só queria encontrar um momento/lugar certo e tipo... não vejo um melhor que num armário de vassouras - ele fez uma careta - pra dizer que... que eu...

Arregalei os olhos.

–Eu gosto de você. as últimas palavras saíram como um sussurro, mas o silêncio era tão grande que pareceu um tom normal.

–...

–...

–também gosto de você. falei pro chão.

–Sabia. ele sussurrou num tom de vitória.

–O que estão fazendo aqui? Felipe abriu a porta.

Mike levantou-se rapidamente e encostou Felipe na parede.

–Onde está o Destino? Mike perguntou.

Felipe sorriu.

–É o melhor tom de raiva que tem? por quê só suas bochechas estão vermelhas.

–Cala a boca. Mike falou mais bravo.

Felipe fez um sinal de paz com as mãos.

–Se demorarmos, meu pai não vai mais estar em outra dimensão.

Mike revirou os olhos.

–Para! falei separando os dois.

–Como quer que consigamos algo se ele não confia em mim? Felipe perguntou.

–Não precisamos confiar em você. Mike falou.

–Não sei vocês, mas eu vou para casa. Falei brava.

–Nos não vamos procurar pistas? Felipe perguntou.

–Eu vou, vocês decidem, se quiserem vir comigo terão que ficar sem brigar...

–Mike, você é tão legal! Felipe falou tão falsamente que doía os ouvidos.

Mike riu forçadamente.

–Você é mais. ele respondeu.

–Eu sei. Felipe falou.

Revirei os olhos diante de uma cena tão falsa que nem engraçada era.

–Vamos com você. Mike falou.


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