O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 57
Para evitar o futuro




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Acordei com minha cabeça pesada.

–Você vai se atrasar. Alertou Letícia.

–Atrasar para o quê? perguntei olhando em volta, minha casa, pensava que estava no castelo.

–Menina, tu dormistes por três horas aí. Ela falou como se tivesse o melhor sotaque do mundo.

Eu ri, um pouquinho só.

–Obrigada por me acordar. ironizei.

–Sempre.

Dei um suspiro grande.

–Quando dormi?

–Logo depois de voltar da casa do Mike. Ela respondeu e seu sorriso maligno e secreto foi detectado.

–Estou mesmo muito atrasada. Falei tentando me lembrar todos os detalhes do meu sonho.

Fui me arrumando rapidamente.

–Não levar a família, não entrar na sala de espera com crianças, não falar com Felipe... foi decorando enquanto colocava meus sapatos.

–Vocês não vão. Anunciei para Letícia que ficou brava.

–Por quê?

Por algum motivo, talvez pela aproximação forçada estava começando a sem querer associar Letícia como uma amiga, isso estava cavando minha própria cova.

–Já ouviu falar de premonições?

Ela riu.

–Vai me dizer que...

–Não é uma realidade tão longe da nossa, não é difícil encontrar pessoas que tem. Falei antes que ela começasse com discursos ignorantes.

–Julie, só por que não gosta de nós não deveria nos afastar. E cruzou os braços.

Revirei os olhos.

Olhei pro relógio

– Tenho que correr.

Mas as vezes não conseguimos evitar algumas coisas.

Minha família inteira foi ao velório.

primeira parte do sonho, concluída.

Todas as coisas foram acontecendo igual à meu sonho na maior parte do dia, com só algumas mudanças mínimas, enfim chegou a hora de entrar na salinha de espera com as crianças.

Respirei fundo.

–Julie! era Isabella.

–Isa! falei ela me abraçou.

–Isso é tão horrível, eu sinto muito e...

–Tudo bem.

–Quer companhia?

Pensei um pouco, aquilo com toda certeza mudaria o rumo dos meu sonhos.

Assenti.

Fomos andando até o corredor branco com alguns quadros com molduras douradas.

–Por que vamos para cá? ela perguntou.

–Eu preciso falar com alguém. Respondi.

Ela assentiu.

–Ju, ficou sabendo do Mike?

–Sim. respondi sem, para minha surpresa, ficar triste.

–Ele realmente gosta da Lena? por que, tipo, não parece.

Pensei um pouco, mas não sabia responder.

–Ah, ele fala que gosta dela desde o terceiro ano.

Ela riu.

Chegamos à porta.

Felipe abriu a porta.

–Ju. Ele falou e depois olhou para Isa e acenou.

O celular de Isa tocou e ela teve que ir embora.

Felipe riu.

–E você achava que conseguiria mudar a premonição?

–Consegui.

–Como?

–Não vou entrar ai.

–Neste caso, vamos passear.

Fiz que não.

–Sabe que o que funciona em uma premonição não são os caminhos que te levam ao objetivo, mas o objetivo em si.

Fiz que sim.

–Então teria que, de alguma forma mudar o objetivo.

–Sei disso.

–E o objetivo de você ter vindo até aqui desde o inicio foi...

–Falar com você.

Ele sorriu.

–Como amigos civilizados.

–Como quiser.

–Sem seus poderes de meia boca também.

Ele revirou os olhos.

–Não são poderes "meia boca" minha pequena parte viva usa os poderes dos vivos e...

–Legal, mas só os esquece por um momento.

–Sobre o que quer conversar.

–É uma troca.

Ele me encarou surpreso.

–Eu quero sua ajuda e sei que irá conseguir me ajudar.

–Quer que meu pai pare de te assombrar?

–Exatamente.

–Ju, não interfiro naquilo.

–Hum, entendo, mas pode me ajudar dizendo se meus "irmãos" são ou não enviados do destino.

–Já disse que não posso.

–Vai mesmo me obrigar a enfrentar um mistério sendo que sabe a resposta?

–Sou um vilão.

–E um melhor amigo.

Ele me olhou surpreso.

–Eu não sei de nada. ele insistiu.

–Não pode nos ajudar à invadir o quarto do Henrique?

Ele pensou um pouco.

–Não sei se serei muito útil.

–Claro que será. insisti

–O livro que meu pai precisa está dentro do universo, ele não saiu ainda, mas alguém, que não posso dizer, vai o tirar de lá e...

–Já sei disso, só precisamos de suspeitos.

–Muito bem, mas antes, isso é uma troca.

Revirei os olhos.

–Sendo assim, eu devo ganhar algo em troca.

–e o que quer? perguntei.

–Sabe que gosto de você.

–Nem pense, não vou namorar com o filho do cara que quer me matar.

Ele revirou os olhos.

–Tem que me ver assim?

–Quer que eu lhe veja como?

–Hum...

Revirei os olhos.

–Você matou minha mãe.

–Um caso sério de ódio às sogras.

–Não foi engraçado. Falei seca.

–Desculpe, mas não fui eu que matei sua mãe, por isso essa não pode ser a razão.

–Você é cúmplice.

Ele revirou os olhos.

–Qual o verdadeiro motivo, você disse que gostava de vilões.

Eu ri.

Ele se aproximou e que nem na premonição seu hálito era gelado.

–Gosto sim, mas neste caso estaria com uma pessoa tão perigosa a ponto de acabar com minha vida à qualquer instante.

Ele revirou os olhos novamente e olhou pro teto.

–Ou começar um novo modo de pensar.

Desta vez eu revirei os olhos.

E cada vez mais me sentia abduzida por ele.

e...

–Eu estou aqui. Mike falou.

Me soltei de Felipe e olhei pro lado.

Mike me olhava com descrença.

Sorrisos tortos?

Sorrisos tortos.


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