A aposta. escrita por Holden


Capítulo 21
Festa da piscina ou caos?- parte final.


Notas iniciais do capítulo

Hey hey o/ Se eu disser que a fic já esta quase acabando levo muitas pedradas? Talvez daqui uns 7 ou 8 capítulos ela já acabe (é, ainda tem um pouco de chão pela frente...) mas não se preocupem, muitas coisas ainda vão rolar haha Enfim, boa leitura o/

PS: Muito feliz com os reviews *u*

Ps²: Deixem muitos deles kkkk

PS³: ninguém afim de me dar uma recomendação? :/



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  Eu não via nada além de borrões escuros misturados com os azulejos azulados da piscina. Meus ouvidos doíam e parecia que eu não estava mais ali por conta da pressão. Tentava bater os braços para que me obedecessem e me levassem de volta para a superfície, porém foi tudo inútil, só continuava sendo levada para o fundo.

  A escuridão me tomou por completo. Senti meus pulmões serem preenchidos por água e uma agonia sem fim me tomar. Será que eu havia terminado ali?

   Mas algo quente e macio entrelaça minha cintura com força e finalmente, me puxa para fora. O choque com o ar causou meu desespero, fazendo com que eu tossisse freneticamente e a água saísse pela minha boca e nariz. Acho que minha enxaqueca contribuiu pra isso, aliás, estava com falta de ar, nada, a não ser água saia de meu nariz e boca.

  E por um momento, perco a consciência.

***

  Acordei com sons de bípedes e algo preso sobre minhas narinas, incomodando-me completamente, entretanto, me dando acesso ao ar, acho que era um tubo de oxigênio (não sei se era esse o nome, era aquilo que doentes normalmente usam. Acredite, é um incômodo do caralho). Minhas pálpebras estavam cansadas e meus músculos doloridos. Mexi-me para ajeitar-me na cama, e senti meus ossos estralando.

  Eu já estava um caco antes, imagine depois de quase morrer afogada.

  De repente, um homem com jaleco branco entra no quarto com uma prancheta em mãos. Pareceu surpreso a me ver, e logo sorriu de orelha a orelha.

- Vejo que já acordou, senhorita Woods.- disse animadamente vindo até mim e ajeitando os bípedes e anotando algo na tal prancheta.- Sabe, não é um método muito ético meu como médico, entretanto, apostei com seus amigos que você acordaria logo logo.

  Pausa para um riso.

  Da parte dele.

- Acho que eles não confiam muito em você, disseram que você ficaria mais um dia inconsciente.

  Imagina você acordar e descobrir que seus amigos apostaram que sua saúde é um lixo.

  É, estou me sentindo assim.

- Nossa, que animador.- murmurei ainda sentindo dores pelo corpo todo.

- Imagino.-  rebateu um pouco menos animado.- Deve estar com fome. Vou providenciar algo com as enfermeiras.

- Não!- indaguei com força.- Comida de hospital não, por favor!- implorei.

  Ele me olhou assustado, mas pareceu entender minha posição.

  Já comeu comida de hospitais? Não? Você tem sorte, eu prefiro ir pro exército e comer o que eles servem por lá. É ruim, contudo, não tanto quanto essas gororobas daqui.

- Jane, você precisa se alimentar.- inquiriu em minha decisão.

  Suspirei pesadamente.

- Não se preocupe, estou bem.- não, eu não estava.

  Então, o homem não falou mais nada. Apenas saiu dali um tanto estressado.

  É, parece que eu não tenho muita sorte com médicos.

  Fiquei alguns minutos, sozinha ali. Encarando as paredes brancas e os barulhinhos irritantes que aquelas máquinas faziam. Até a figura loira de Leni aparecer misteriosamente escorada na porta.

- Até que enfim, hein!- falou enquanto caminhava até mim.- Sabe o susto que nos causou sua otária?

  É, ela estava nervosa.

- Hã... Desculpe?

- Você sabe que não pode nadar! O que foi fazer naquela piscina?!- gritou um tanto estressada, mas respeitando os limites do hospital.

  Ou não.

- Não fui eu!- defendi-me.

- Ah não? Eu que fui!- interrompeu-me.- Nunca mais faça isso. Entendeu?

   É, ela poderia ir pro exército mais rápido do que eu pensava.

- Ei, Leni.- alguém segurou seu ombro levemente.- Pega leve, Jane precisa descansar.

   Era Henri. Sorri ao vê-lo e ele retribuiu.

- Você está bem?- perguntou.

- Tirando o fato de meus pulmões estarem particularmente estragados e estar sendo massacrada por essa loira, estou sim, obrigada.

  A garota fez uma careta de desagrado e bagunçou meus cabelos rapidamente.

- Estou morrendo de fome, passamos a noite toda aqui, sabia sua maluca?- ela inquiriu.- Vamos na lanchonete pegar algo, Henri.

- Pra mim também.- pedi.

- É contra as regras do hospital, você deve comer a comida daqui.- o hippie provocou.- Mas pensaremos em seu caso.

  Antes de eu puder xingá-los ou algo do tipo, os malditos saem, deixando-me novamente sozinha.

  Que ótimo.

  Tentei dormir novamente, entretanto, a sensação de estar sendo observada era outra coisa que me incomodava no momento. Abri os olhos novamente e dei de cara com aquelas órbitas azuis me fitando com curiosidade. Não consegui piscar nem nada. Após um tempo nessa situação, viro meu rosto para o lado, descruzando nossos olhares. Jeremy pareceu recobrar novamente do transe, e caminhou lentamente com as mãos nos bolsos até uma poltrona branca ao lado da minha cama. Parecia indiferente com meu estado.

  O que me irritou um tantinho.

- Como vai, senhorita posso-fazer-as-coisas-mesmo-não-sabendo-nadar?- começou com sua ironia. Sustentando a cabeça nas palmas, e os cotovelos nos joelhos, abaixando o rosto para seus pés.

- Parece que estão decididos de que eu sou a delinquente daqui.- rosnei, bufando logo em seguida.

- Pra mim é uma maluca.- suspirou pesadamente e esparramou-se na poltrona deixando a cabeça escorada na parede enquanto olhava fixamente para a lâmpada apagada do local.- Tem sorte de eu ter chegado a tempo.

  Chegado a tem... O que?

- Como assim?- sobressaltei-me.

- Oh, certo.- riu de uma forma sarcástica e bagunçou os cabelos de uma maneira nervosa.- Você acha que magicamente saiu daquela piscina e voou para esse hospital? Lamento, mas não.

- Educação mandou lembranças, baby.- rebati com irritação e suspirei.- Como me achou? Você estava jogando futebol... Do outro lado do....

- Não sei, acho que... Ouvi suas batidas na água.- interrompeu-me.

- O que?- ta, eu gritei.- Tiffany não foi buscar ajuda?

  Claro, por que um assassino tem muita pena de suas vítimas.

- Tiffany? Como assim Tiffany?- assustou-se e arregalou aquela imensidão azul para minha direção.

- Foi sua sirigaita que me jogou na piscina, droga!

- Não, não foi. Não havia ninguém lá, Jane.

  Que ótimo. Quando saísse daqui, não iria deixar aquela pistoleira muito inteira.

- Tudo bem Jeremy, não havia, eu que estou louca.- ironizei.- Sua priminha inferniza minha vida desde que chegou ao seu apartamento! De um fim nela, antes que ela me de um fim!

  OK. Em vez de o demônio ir buscar o FBI e a tropa de choque do Irã para prender aquela égua, preferiu rir da minha última frase, que por sinal, saiu um tanto fanha. Não prestei muita atenção na sua diversão, só percebi que seu cabelo já estava grande o bastante para ser cortado. Uma parte cobria um pouco de seus olhos, o que não me agradava nem um pouco e seu sorriso sincero fazia com que eu tivesse vontade de rir também.

  O que eu não faria nem que se me extraíssem um dente.

- Prometo conversar com ela depois.- indagou após seu ataque de riso.

- Ótimo, mas vá logo, afogar pessoas por aí não é nada legal.- já estava me estressando com isso.

- Certo, certo.- respondeu entediado e caminhando para mais perto de mim. Senti seu perfume mais próximo de meu corpo, o que fez com que automaticamente eu me lembrasse do dia da chuva... e da rua deserta... e de seus lábios quentes e macios nos meus... enfim, eu preciso mesmo de um tratamento de choque.

  Ficamos mais uma vez em silêncio, o que era parcialmente estranho, já que o garoto sempre estava com uma reclamação ou insulto na ponta da língua pronto para soltar em minha direção.

- Você é egoísta, Jane.- murmurou após longos dois minutos.

  É, eu sabia.

  Espere aí, egoísta?

- Egoísta?!- gritei novamente.- E posso saber o por que, Senhor Johnson?- meu humor não estava em seu melhor estado hoje.

  E Jeremy por perto não ajudava muito nisso.

- Egoísta por não ter entrado em aulas de natação quando era pequena.- disse seriamente. Mais seriamente que o normal. Sério.

- Isso não é egoísmo, isso se chama preguiça e...

- Sim, se chama egoísmo, pois nunca passou pela sua cabeça estar no fundo de uma piscina com grandes chances de estar morta numa hora dessas.

- Hã?

- Você não pode simplesmente entrar na vida de alguém, fazê-la se acostumar com sua presença, te julgar especial... E sair dela com água nos pulmões. É injusto, e eu considero uma atitude muito egoísta.

  Ta legal. O que foi isso? Não sei se foi um insulto ou um elogio. Melhor não arriscar né?

  Ah foda-se.

  Senti um choque sobre mim quando seus dedos tocaram as costas da minha mão levemente a massageando. Fechei os olhos, enquanto sentia minhas pernas bambearem até quase saírem do lugar. Sorte minha que estava deitada, senão já estaria no chão (o quão drogado isso soou?)

- Por que não olha pra mim?- questionou próximo até demais no pé de meu ouvido enquanto movia o polegar sobre as maçãs de meu rosto com certa pressão.

- Não é justo.- sussurrei enquanto sentia o contato de sua pele macia e quente de encontro a minha.

  É, ele não me escutou.

  Jeremy distribuiu leves mordidas ao redor de meu rosto, deixando-me um tanto viciada naqueles lábios.

  Ok, completamente.

- Eu já disse o quão sexy você fica com esse tubo de oxigênio?

  Eu ri.

- Prefiro que cale a boca.

- Prefere que eu cale a boca ou te beije?

  Gelei.

- Oras! Que você cale a boca!- sim, eu queria responder outra coisa.

  Ele me fitou profundamente enquanto se apoiava melhor na cama e se virava mais ainda para mim. Causando-me mais arrepios.- eu já disse que deveriam inventar um analgésico contra isso?

- Que ótimo, por que eu adoro te desobedecer.- sorriu de maneira safada e se aproximou mais ainda de mim, e, finalmente semicerrou seus lábios nos meus.

  Não falei nada, apenas agarrei seu ombro com força e me levantei um pouco daquela maldita cama, fazendo mais pressão entre nossos lábios que há esse momento se comprimiam. Suas mãos grandes se moveram até minha cintura e eu afastei um pouco o tal tubo de oxigênio.

  Mesmo que eu ficasse um tantinho sexy com ele.

  Jeremy ia se afastando de vez em quando, revezando entre minhas bochechas e pescoço. Infelizmente o ar era inevitável. Segurei o riso de todas as maneiras possíveis, falar que sentia cosquinha nesses lugares nesse momento seria um tanto frustrante não é?

  Não sei, bem, foda-se.

  Foi aí que percebi que eu não gostaria que mais ninguém estivesse ali, naquele momento, naquela hora, naquele lugar... a não ser do que aquele idiota metido.

  Por quem eu estava perdidamente apaixonada.


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