A aposta. escrita por Holden


Capítulo 18
Quinta-feira azarada: Canja e primas peitudas.


Notas iniciais do capítulo

Heei o// Não demorei tanto né? *u*
Sinto que algumas leitoras me abandonaram :c
Mas ainda sim, agradeço as que acompanham a fic ^^ E peço para que as outras voltem, sinto falta de todas ♥


Esse capítulo é narrado pelo totoso do Jeremy, aproveitem o/








Deixem reviews.



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  Ta legal, talvez ter feito isso com a Jane tenha sido um pouco cruel. Ta, MUITO cruel. Mas preciso mostrar a essa garota quem está no comando, agora. Ainda estou com o objetivo de ganhar aquela aposta na cabeça, já que após o incidente, contei aos meus amigos que aquela megera iria se apaixonar por mim e se arrepender por ter nascido, no momento em que jogou um copo de suco de uva sobre mim.

  Ela era até... Legal. Não sei por que todos a temiam tanto, talvez seja um pouco incompreendida. Se algum mero idiota estivesse em meu lugar já teria desistido há muito tempo. Mas eu sou Jeremy Johnson. E desistir, é uma palavra que não existe em meu dicionário.

  Estávamos em meu carro, e com a cidade se alagando em água. Dirigia com o cuidado redobrado. Eu era liberal, mas não um bad boy que se acha com o carrão de marca para depois bater o mesmo e morrer com um traumatismo craniano.

  Talvez só um pouco, mas sem a parte do traumatismo craniano.

  A garota ao meu lado dormia, e estava mais branca que o normal. Havia reclamado de frio quando entramos no carro, então lhe dei minha jaqueta de couro e liguei o aquecedor. Virei em sua direção e me assustei com a tonalidade roxa de seus lábios. Ela parecia tremer muito, contudo continuava cochilando.

  Coloquei a palma de minha mão em seu pescoço pequeno, e percebi que Jane queimava em febre.

  Merda. Merda. E agora? O que eu faço?

  Acalme-se Jeremy... Ou não... A culpa é toda sua... Você que deixou que ela fugisse e a levou para uma rua deserta. Assuma seus erros, seu tapado.

  Posso ser um idiota.

  Mas sou um idiota de princípios.

  Preciso MESMO parar de discutir com meu subconsciente.

  Dirigi com certa rapidez até meu apartamento. Duvido muito que seríamos atendidos há essa hora, e com essa chuva em algum hospital.

  Saí e bati minha porta, indo na direção em que a garota estava. Jane falava coisas desconexas e estava mole feito uma gelatina. Entrelacei um de meus braços em sua cintura, e com o outro firmei suas pernas. Tranquei o automóvel com a chave e subi para o meu respectivo apartamento.

  Ta... O que eu faço com uma pessoa doente mesmo?

  Sorvete? Não, não seu idiota! Eu não posso dar sorvete pra ela!

  Ok... Quando eu ficava doente mamãe sempre me dava uma canja de galinha horrível e... É isso! Canjas curam tudo não é? Ou seria xarope... Foda-se, darei os dois.

  Levei a garota até o meu quarto e a coloquei embaixo de algumas cobertas. Ela me xingava algumas vezes, e nas outras falava feito uma drogada. Preferi ignorá-la.

  Desci até a cozinha e liguei para minha mãe. Se eu tentasse fazer um ovo sequer sozinho era capaz de o troço se transformar em uma ameba. Delivery e fest-food sempre!

  Não moro com os meus pais desde o ano passado, consegui isso após muita insistência de minha parte. E posso dizer que morar sozinho é mais que o paraíso.

  A mulher me atendeu na quarta chamada:

- Alô? Jeremy?- alegria na voz.- Você está bem querido? Como vão as coisas por aí?

- Tudo ótimo mãe.- fui curto e grosso nas respostas. Como sempre, por sinal.- Hã... Só queria que me desse os ingredientes e o modo de fazer daquela canja de galinha estranha... Lembra-se?

- Por quê?- assustou-se.- Está doente? Aconteceu alguma coisa? Você simplesmente odeia aquilo!

- Depois eu explico.- suspirei.- Vai me ajudar ou não?


  Após minutos de tutorial, bagunça e boa-vontade, o diabinho... ops... Aquele troço estava pronto. Digo que minha cozinha ficou um lixo, e teria que adiar a chamada da empregada para limpar o local.

  Subi tomando cuidado para não me queimar ou sentir o cheiro daquela porra, já que era traumatizado por sempre ter que tomar canja quando criança. Sorte que na maioria das vezes, mamãe se dispersava e eu tinha tempo de jogar tudo no ralo do banheiro.

  Bati levemente na porta, e não obtive nenhuma resposta. Entrei mesmo sem esperar um sinal de “entre” por parte dela.

  Jane cochilava feito um bebê. Ri ao perceber que pela primeira vez, a garota parecia tão inofensiva e quieta, já que 80% do seu dia era direcionado a reclamações, brigas e palavrões. Pena que eu teria que acordá-la no momento.

  Cheguei um pouco mais perto e cutuquei seu ombro levemente. Ela ainda estava quente, o que fez com que eu me preocupasse um pouco.

- Jane!- indaguei um pouco alto.- Acorde garota!- um cutucão mais forte dessa vez.

  A garota foi abrindo os olhos lentamente, até acostumar-se novamente com a claridade. Esfregou os olhos com preguiça, e só então se deu conta de que eu ainda estava ali.

- Jeremy?- pronunciou lentamente.

- O próprio, conhece outro?- provoquei sentando-me do outro lado da cama.- Se conhecer, não será tão sexy quanto eu.

- Otário.- respondeu no mesmo tom de voz e tampou o nariz logo em seguida.- Que porra é essa?

- Lá se foi a Jane anjinho.- bufei.- É canja, serve para pessoas doentes. E isso inclui você.

- E-eu não estou... ATCHIM.- pausa pra um espirro.- Eu não estou doente!- disse enquanto esfregava o nariz vermelho e se virava para o outro lado.

- Claro que não, e eu sou uma garota de programa nas horas vagas.- sorri e segurei seu pulso com a mão livre, impedindo com que se virasse por completo.

- Me larga!- gritou.

- Pensarei no seu caso.- murmurei entediado.- Primeiramente, vamos a essa gororoba.

- Não vou comer isso!- rosnou mais uma vez.

- Claro que vai! Ou não sai hoje daqui!- dessa vez, afirmei um pouco mais sério.

  Não esperei uma resposta a altura, virei seu rosto à força e meti a colher em questões de segundos na sua boca com a tal canja. Esta fez quase questão de vomitar o conteúdo.

  Sei bem como é isso.

- Se vomitar, vou fazer você limpar meus cobertores com a língua!- ameacei enquanto me divertia com sua desgraça.

  Admito, eu vou pro inferno.

  Assim que Jane terminou de engolir a primeira colherada, e estava pronta pra me xingar, repeti o processo anterior e mais uma vez, a forcei a engolir aquela gororoba.

  Eu iria morrer ainda hoje, no entanto nunca me diverti tanto.

- Se fizer isso de novo enfio essa colher no seu...- a interrompi com mais outras colheradas. Pelo menos doente, Jane era mais vulnerável.

  Levei o prato para a cozinha e dei uma arrumada simples no local. Não era uma faxina nem nada, mas eu, particularmente detestava viver no meio de tanta sujeira. Estranho para um garoto de dezoito anos, não?

  Levei um xarope com gosto horrível para o quarto, que sempre resolvia meus resfriados leves, e mais uma vez no dia, fiz a menina engolir algo a força. Quando ela melhorasse, certamente, eu estaria com hematomas até nas solas dos pés.

- Agora saía daqui.- resmungou voltando a deitar a cabeça no travesseiro e a se cobrir com meus cobertores de seda.

- Não tão cedo mocinha.- ironizei enquanto revirava minha gaveta atrás de algum termômetro. E achei. Tirei-o da caixinha, e, novamente me aproximei da cama.

- Coloque isso debaixo do braço.- ordenei.

- Me obrigue, babaca.- sussurrou se embaralhando nas palavras enquanto tossia.

  Bufei e vi que não tinha outro jeito. Pulei ao seu lado e segurei novamente seus pulsos. A garota esperneava e gritava por socorro debaixo de mim, mas aquilo não adiantaria. Eu sei, sou muito vingativo. Coloquei uma mão por debaixo de sua blusa e depositei o objeto embaixo de sua axila direita.

  E não, eu não aproveitei da situação.

- EU TE ODEIO!- gritou enquanto tentava se desvencilhar de meus braços e pernas.

  Um minuto se passou e então retirei o objeto dali.

- Trinta e sete e meio.- murmurei enquanto levantava o termômetro na altura dos olhos.- Ainda está um pouco quente, mas está melhorando.- sorri de forma maldosa e beijei levemente sua bochecha, já que estava por cima dela.

- AHHH! SAI!- berrou e conseguiu me empurrar para o outro lado da cama.

  Sim, eu estava me matando de rir.

- Bobão.- provocou-me enquanto limpava o local do beijo com força.- Me leve pra casa! Já!

  Assenti ainda rindo um pouco. Ajudei Jane a se levantar e a guiei até o carro. Estava um pouco escuro, mas mesmo assim, ela cogitou a ideia de dormir no meu apartamento enquanto repetia várias vezes “eu te odeio”.

  Deixei-a, como sempre, um pouco a frente de sua casa. Sem nem se despedir, fechou a porta com força, e, ainda um pouco mole, foi cambaleando até sua casa. Sabia que se fosse ajudá-la, a garota provavelmente me mataria, já que agora estava menos indefesa.

  Depois desse dia estressante, voltei ao apartamento com uma necessidade enorme de um banho quente, no entanto, fui barrado pelo porteiro.

- Senhor Johnson, aquela mulher loira está aqui novamente, insiste em falar com você.

  Merda.

- Tudo bem.- bufei.- Obrigado John.- agradeci rispidamente e estacionei o automóvel no interior do local. Logo mais, entrei no saguão e tomei o rumo de meu apartamento pelo elevador.

- Jemy!!- ouvi sua voz irritante soar próxima de mim.

  Lá estava ela, a minha mesma prima peituda, loira e bronzeada de sempre. Estava com um short curtíssimo jeans, com as bordas rasgadas, e uma blusa vermelha tomara-que-caia colada. Um batom vermelho extasiante, e uma maquiagem fortíssima. Seu perfume forte exalava pelo local, e seu salto cor-de-rosa fazia constantes “tec tec”.- que particularmente me irritavam.

- Olá Tiffany. E meu nome ainda é Jeremy.- respondi friamente lhe dando um abraço de leve, porém ela o apertou mais se esfregando em meu peitoral.- O que faz aqui?

- Papai e mamãe decidiram me mandar pra cá para passar um tempinho com você!- sorriu enquanto mascava um chiclete e enrolava uma mecha de seu cabelo no dedo indicador.- Não tem problema né?- fez uma voz manhosa e um beicinho.- Eles disseram que ultimamente tenho dado muitos problemas. Não vai me deixar na mão, não é priminho?

  Bufei. Na última vez essa guria quase ferrou minha vida, porém, eu não queria arrumar problemas com a minha família.

- Priminho?- mais uma vez aquela voz manhosa.

  Suspirei pesadamente.

- Só se for por um tempo.


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