A aposta. escrita por Holden


Capítulo 17
Confusões em ruas desertas.


Notas iniciais do capítulo

Heei o// Demorei muito? ç.ç Peço desculpas, mas a preguiça já é algo de mim. Prometo tentar, não demorar muito com o outro haha









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Talvez correr não tenha sido a melhor opção do mundo. Motivos?

Um quase dilúvio> Cabelo armado (não sou fresca, mas vocês não conhecem o grau de deficiência do meu cabelo)> Frio (tipo, MUITO frio mesmo> Perdida na zona mais encrenqueira da cidade> Mal encarados nojentos de olho no meu bumbum.

Peraí!

Mal encarados nojentos de olho no meu bumbum?

– Ei gatinha!- um cara alto, bronzeado de óculos escuros gritou. O grupo estava debaixo de uma loja se protegendo da chuva.- Quer vir se divertir?- e ergueu um cigarro provavelmente de maconha para que eu pudesse enxergar melhor.

Será que eu finjo que não é comigo?

Ta legal.

Virei para o outro lado e comecei a caminhar rapidamente. Percebi que o mais negão do grupo havia se levantado. Se eu disser que não tenho uma preferência enorme por negões, estaria mentindo, por que tenho. Mas aquele realmente queria fazer algo a mais.

– Vai nos ignorar mesmo delícia?- delícia? Haha, vocês ouviram? Delícia...

Olhei para trás para me certificar de que ele não falava com outra pessoa. Mas não, estava sozinha naquela enrascada.

E foi aí que eu disse a coisa mais brilhante do mundo.

– E-eu... Hã... Minha fruta é outra.- sorri.

– Como é?- chegou mais perto de mim e agarrou meu braço com força.

– O que eu quero dizer é que... eu... eu sou lésbica.

Brilhante? Oi?

– Ah, não tem problema...- deu um sorriso torto.

– M-mas eu gosto de mulheres!- gritei.- Foi mal, prefiro laranjas, não bananas.- e o prêmio de tapada do ano vai para... Isso mesmo! Mim.

O homem me olhou de uma forma confusa. Não esperei uma reação. Chutei sua masculinidade com força (preciso parar com essa mania) e sai correndo como nunca.

Quando digo como nunca, quero dizer que jamais farei algo igual a isso. Fala sério, minhas pernas estavam moídas, mas eu ainda continuava a 1.000 por horas, e pra variar, tudo do meu corpo tremia, não sei se era ódio, medo, frio ou raiva que me consumiam.

Talvez fossem todos de uma vez só.

Corri até quase a puta que pariu (ok, eu não cheguei lá, mas já mandei vários). Só sei que cheguei a uma rua sem saída, escura e deserta.

Que ótimo, não?

Estou perdida! Simplesmente perdida. Sim eu confesso, vou morrer aqui.

Olhei para os lados, mas não ousei a me mover. Aqueles mal-encarados ainda podiam estar me esperando do outro lado da rua.

Devo ter ficado... Sei lá, milênios ali. Mentira, provavelmente uns 20 minutos, mas para mim o tempo havia parado. Entrelacei meus braços em volta de minha barriga para tentar espantar o maldito frio dos infernos (irônico, não? Inferno... Calor... Haha... Entendeu? Ok, parei.) e esperei que algum milagre acontecesse. Meus dentes batiam um contra o outro, e podia apostar que meus lábios estavam nada mais, nada menos do que roxos.

A vontade que eu tinha era de chorar. Não! Pior! Chorar, fazer birra, me jogar no chão, puxar os cabelos e ficar me questionando sobre coisas que eu nem sabia que tinha feito para o universo ser tão cruel comigo.

Obviamente chorar não era pro meu bico. A última vez que fiz isso foi quando eu tinha oito anos e meio e meu irmão derrubou meu potinho de pringles no chão do mercado. Nem preciso dizer que o soquei quando a última lágrima rolou sobre minha face. E ele ainda era um bebê.

Mas isso fica para outro dia. Caso não tenham percebido, estou no meio do nada. Sozinha. E com frio. De crédito, ganhei um dilúvio.

– Jane?- escutei uma voz soar ao longe.- Você está por aqui?

A voz vinha de uma rua a frente dessa. Claro que poderiam ser os garotos mal encarados, mas quem se importa? Aliás, como saberiam meu nome?

Caminhei lentamente, forçando a visão para me adaptar novamente a claridade.

– Quem está aí?- gritei. Muito esperta você Jane.

Foi quando meus olhos acinzentados se depararam com aquela imensidão azul. Sim, era Jeremy. Ele parecia zangado. Seu cenho franzido e o cabelo claro colado na testa o davam um ar... como diria... Ok, sexy. MUITO sexy. Seus lábios estavam mais vermelhos que nunca, e a camiseta branca estava colada na barriga, deixando seu abdômen definido um pouco a vista.

Ele caminhou apressadamente até mim. Poderia jurar que seu olhar tinha o desejo de me desfazer em pedacinhos. Acho que o que eu fiz mais cedo não foi nada legal.

– Onde esteve sua maluca?- rosnou já perto de mim. Segurou meus pulsos com força, certificando-se de que eu não fugiria mais uma vez.

– Hã... Eu...- certo, eu confesso, toda aquela aproximação, juntamente dos olhos claros me deixavam sem palavras.

Cara isso soou tão gay. Mas quem se importa? De alguma forma estranha, aquele idiota mexia comigo mais do que qualquer um.

– Sabe como eu procurei você feito um maluco?- esbravejou novamente vendo que eu não falaria mais nada.

Silenciei. Outro relâmpago soou no local, causando-me calafrios. E em seguida veio o trovão.

E só então, me lembrei da enrascada que havia me metido.

– Jeremy... Preciso voltar pra casa.- supliquei.

Ok, dessa vez ele pareceu decepcionado. Mas seu olhar raivoso ainda estava impregnado ali. Suas mãos apertaram meus pulsos com mais força ainda, o que me fez querer dar um passo para trás.

Ele não deixou.

Fiz com mais força dessa vez, e acabei tropicando em um pedregulho atrás de mim. Levando ambos ao chão. O garoto era pesado, e pra piorar caiu em cima de mim, vendo que eu havia grunhido de dor, apoiou as palmas de sua mão ao meu lado, no chão barrento impossibilitando minha escapada.

Que ótimo. Eu estava perdida triplamente.

– Você pode ir pra casa, Marie Jane.- sussurrou no pé de meu ouvido, causando-me mais calafrios ainda.- Mas só depois disso.- sorriu com o canto dos lábios de um jeito sensual e foi se aproximando cada vez mais de meu rosto.

Sua respiração quente e com cheiro de chiclete de menta (que por sinal ele adorava mascar) batiam sobre minha face de uma forma extasiante, deixando-me completamente desesperada.

Não desesperada de medo, mas sim, desesperada de seu beijo.

E se ele não fizesse isso logo, eu teria que agarrá-lo ali mesmo à força.

Essa sou eu mesma?

Ah foda-se.

O garoto, ferozmente semicerrou seus lábios nos meus com força, pedindo uma passagem sobre minha boca gélida e roxa. Movi meus braços para seu pescoço rapidamente, erguendo-me um pouco e contraindo meus lábios nos seus com voracidade. Grunhi um pouco e sua língua já entrava em uma sincronia perfeita com a minha. De vez em quando ele despejava mordidas e chupadas ali, me deixando completamente extasiada. Suas mãos apertavam minha cintura fina com uma força anormal e prazerosa, porém, não deixei seu pescoço de lado, e comecei a arranhá-lo, deixando bem claro que eu não era do tipo doce.

Mas algo injusto aconteceu. Lentamente ele foi se distanciando, dando leves selinhos e mordiscadas sobre minha boca. Até já estar longe suficiente para me deixar frustrada.

– Já podemos ir.- deu seu rotineiro sorriso torto e levantou-se por completo.


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