Uma Nova Semideusa: A Reviravolta - Hiatus escrita por BDP


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Então, eu demorei mais do que o costume, não é? Eu espero que gostem do capítulo, dei uma agilizada na fic porque estava com medo dela cair no tédio, então eu acho que eles chegam à Centralia daqui a, no mínimo, dois capítulos!



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(POV Lily)

Não sei exatamente quanto tempo se passou desde que Chris realmente morreu, só sei que, no momento em que ele fechou os olhos, eu abracei seu corpo e comecei a gritar e chorar. Não tinha mais nada que eu pudesse fazer, e tudo tinha sido minha culpa.

Fiquei assim por um tempo – talvez horas, minutos ou até segundos –, mas logo escutei alguém gritar meu nome. Eu não liguei, nem mesmo identifiquei de quem era a voz, meus gritos não permitiam isso.

Continuei com a cabeça enterrada no peito de Chris, então os passos começaram a se aproximar e, segundos depois, uma pessoa começa e me tirar, delicadamente, de cima de Chris.

– NÃO! DEIXE-ME EM PAZ! – Gritava enquanto me esperneava, tentando me livrar da pessoa.

Então eu escuto a voz dele, que me faz para quase imediatamente.

– Lily, calma. Vai ficar tudo bem – disse Nico.

Eu o abracei forte e comecei a chorar nos seus braços.

– É tudo culpa minha, Nico... – dizia, ainda horrorizada e abalada com a morte de Chris.

– Não fale isso... – começou Nico, mas eu o interrompi.

– Não fale isso! – Disse, o imitando. – Por favor, Nico, não venha mentir para mim! Você sabe que é tudo culpa minha, se eu tivesse sido mais delicada com ele... ou pelo menos não tivesse tomado sua espada, ele iria conseguir se defender e derrotaria aquele monstro horrível!

Ficamos mais um tempo assim, quando Nico disse:

– Acho melhor avisarmos aos outros.

– E deixaremos Chris sozinho?! – Perguntei.

– Não, Lily, vamos levá-lo para junto das suas meias-irmãs e acho que se ele quisesse ser enterrado, ele preferiria que fosse por você. Pode soar estranho, mas ele sempre disse que não importa onde ele estivesse, estaria feliz se fosse com você.

Eu estranhei Nico ter falado aquilo, mas acho que o fato de Chris ter morrido foi como um aviso: ninguém está seguro. E todos começaram a ficar mais sentimentais uns com os outros. Eu e Annie não brigávamos mais, talvez essa fosse nossa última briga.

Quando eu e Nico trouxemos Chris de volta, todos choraram sua morte. Fizemos um enterro ali mesmo. Não foi o melhor de todos, afinal, tudo ali era improvisado, mas todos ali presentes o amavam, ou gostavam bastante dele.

Na hora de deitar, quase ninguém conseguiu dormir. Eu fiquei de vigia a noite inteira, e Nico fez questão de ficar comigo não importando o que eu falava, embora era visível que ele estava morrendo de sono. Nico me abraçou e ficamos assim a noite inteira.

Lena não veio falar comigo sobre sua gravidez, ela não queria me incomodar com isso depois do que eu passei. Mas eu vi Meggie e ela cochichando e, obviamente, era sobre o bebê.

Assim que amanheceu, nós desmontamos o acampamento improvisado e partimos. Ninguém estava muito feliz em deixar Chris ali, debaixo da terra, principalmente eu, Kate e Annabeth, mas não tínhamos outra escolha.

Nunca participei de outras missões, mas tenho certeza que nenhum delas já foi tão depressiva quanto a nossa estava sendo. Mas, pelo menos, estávamos avançando, já tínhamos pegado outro ônibus, e até roubamos seis bicicletas e fomos com elas pelas estradas. Esse era o consolo: estávamos cada vez mais perto de Centralia.

Todos já estavam muito mais centrados, e agora começamos a nos divertir mais. Nós havíamos perdido nossas bicicletas, então estávamos discutindo como avançaríamos.

E foi aí que um caminhão passou correndo e buzinando. Annabeth começou a xingar o caminhoneiro quando, de repente, o rosto da garota se iluminou.

– Eu tive uma ideia! Ela é meio boba, retardada, as chances de darem certo são pequenas e vocês, principalmente Nico, não vão gostar.

Todos se entreolharam e Kate disse:

– Fale logo, Annabeth!

– Tudo bem! É o seguinte: todos sabem que os caminhoneiros... digamos... adoram mulheres. Se Nico se esconder atrás daquela moita – ela apontou para o mato perto da estrada – podemos fazer algum deles pararem.

– De jeito nenhum – disse Nico, imediatamente.

– Isso não seria meio perigoso? – Perguntou Meggie.

– Ah, por favor! Nós lutamos contra vários monstros perigosos, vamos realmente ter medo de mortais?

– Eu concordo com Annabeth – disse Kate.

– Bem, eu também, é nosso único plano – Lena deu de ombros.

Então todos olharam para mim e Meggie.

– Tudo bem – nós duas concordamos.

Então todas começaram a convencer o Nico. Foi difícil, mas logo ele se escondeu atrás da moita. Depois de alguns minutos, o primeiro caminhoneiro apareceu.

Annabeth começou a gritar e acenar, todas imitamos, mas o caminhão não parou. Lena revirou os olhos.

– Desse jeito vocês parecem crianças assustadas! Eles não querem estuprar criancinhas! Querem mulheres!

Lena levantou o short para deixá-lo mais curto e amarrou a blusa a cima do umbigo.

– Todas façam isso – ela ordenou – Agora sim! – Exclamou depois de todos terem se arrumado.

– Eu não gosto disso – falei, mas não era a única que não gostava.

Então esperamos que o próximo caminhoneiro passasse. Eu podia escutar Nico resmungar no arbusto, sabia que ele estava morrendo de raiva, mas não liguei. Apesar de tudo, estava sendo divertido.

Quando o segundo caminhão passou, Annabeth esticou a perna, tentando fazer sinal com ela. Eu tentei me manter séria, mas comecei a rir de toda aquela situação.

E, para alegria de todas, o caminhoneiro encostou o caminhão e abriu a porta do passageiro.

– Boa tarde. As senhoritas estão precisando de uma carona? – Ele perguntou.

– Claro, obrigada por parar – respondeu Annabeth, entrando no carro e ajeitando as roupas.

Todas fizeram o mesmo e eu fiz sinal para que Nico saísse do seu esconderijo. Pude ver o rosto do caminhoneiro – que antes estava com um sorriso safado – ficar com uma expressão de desapontamento. Mas já estávamos no carro, então ele nada disse.

– Para onde vocês vão? – Perguntou.

– Centralia, nos deixe o mais perto que você conseguir, por favor – disse Kate.

A viagem foi longa e chata. Desde a morte do Chris não tinha conseguido pregar os olhos, mas o cansaço começou a me vencer, e eu acabei dormindo grande parte da viagem no ombro do Nico.

O caminhoneiro nos deixou em Fountain Springs, que era a apenas quatro quilômetros de distância de Centralia, e isso deixou todos muito animados. Era maravilhoso que estávamos tão perto do destino final da missão, que estávamos tão perto de Travis, Connor e Percy.

Nós montamos o mesmo acampamento totalmente improvisado e montamos uma fogueira, onde todos se sentaram em volta. Nas últimas vezes que acampávamos, fazíamos exatamente a mesma coisa, sentávamos e ficávamos quietos, fitando o vazio. Mas era nessa noite que Lena falaria sobre a gravidez. Tínhamos decidido que iríamos dar uma volta: eu, ela e Nico. Então ela contaria a ele, e eu o acalmaria. Simples. Seria perfeito, se eu soubesse que Nico não se acalmaria por nada.

Eu estava prestes a lançar um olhar a Lena, indicando que estava na hora, quando Annabeth diz:

– Bem, como estamos chegando à Centralia, eu e Kate achamos que já está na hora de contar algo a vocês.

Eu me desesperei, podia ser bobagem, mas achava que, de alguma forma, ela tinha descoberto a gravidez de Lena e ia contar isso a todos, sem mais nem menos.

– Eu e Annie já tínhamos percebido isso desde o início da missão, quando descobrimos que eles estavam em Centralia – continuou Kate –, mas não queríamos desesperá-los ou deixá-los desanimados, então mantivemos segredo, mas já está na hora de revelarmos o que nos aguarda lá.

Pelas palavras de Kate, eu conclui que, graças aos deuses, ela não estava se referindo a Lena. Mas eu continuava preocupada.

– O que nós estamos querendo dizer é que, além de todos os monstros que vamos ter que enfrentar, mais perigo nos espera. E, não, não são os semideuses traíras, como Rafael – vi Lena quase querendo matar Annabeth, quando ela disse isso, mas Lena sabia que Rafael realmente tinha sido um traidor, então ficou quieta. O maior perigo que nos aguarda – continuou Annie – é Centralia.

Eu quase ri. Juro que pensei que era brincadeira, afinal, como uma cidade poderia ser perigoso? Mas, pelas expressões de Kate e Annabeth, eu vi que elas falavam sério.

– Como assim? – Perguntou Meggie, baixinho.

– A mineração era a principal fonte de renda da cidade – começou Kate –, até que em 1962 houve um incêndio numa mina de carvão abandonada, causado pela queima de um aterro sanitário. Então o fogo foi se espalhando pela mina e, bem, ela ficava no sob toda a cidade, com isso houve a liberação de gases tóxicos e o aumento da temperatura, forçando a população a abandonar a cidade. E já ocorreram vários problemas envolvendo Centralia, quando a mina pegou fogo, o dono de um posto de gasolina teve que fechá-lo correndo porque viu que a gasolina no tanque subterrâneo do posto estava com mais de 75ºC. E teve um menino de doze anos, ele estava andando pela cidade quando, de repente, abriu um buraco de 46 metros de profundidade sobre os seus pés. Ele foi salvo graças ao primo, que conseguiu retirá-lo de lá rapidamente, o garoto disse que se sentiu como se estivesse caindo no Inferno.

– Várias tentativas te controlar o fogo foram feitas pelo governo – alegou Annabeth –, mas é impossível. Tem muito carvão no subsolo e as temperaturas de lá são altíssimas, lá tem gases tóxicos e buracos gigantescos se abrem no chão, no meio do nada.

Então todos ficaram em silêncio. Ninguém conseguiu pensar em algo encorajador para dizer. Eu só conseguia pensar em como iríamos lidar com aquilo tudo, e como foi horrível elas terem guardado aquilo tudo.

E foi aí que eu percebi. Elas andavam cochichando a missão inteira, era óbvio que era sobre isso. E eu percebi outra coisa: na noite que Chris morreu, ele disse que queria falar duas coisas para mim. Uma ele tinha dito, a outra, não. Eu não dei oportunidade para ele falar.

– Naquela noite, Chris ia me contar sobre isso tudo, não ia? – Falei, culpando-me em cada palavra.

– Era, eu e Kate não queríamos que ele falasse, mas, pelo visto, nem deu tempo.

Não sei exatamente o que aconteceu depois, talvez a consciência que a missão tenha ficado mil vezes mais difícil fez Lena perder a cabeça, mas ela disse, fugindo de todo nosso esquema:

– Talvez seja uma péssima hora errada para dizes que eu estou grávida.

Olhei para Nico, com medo da reação dele, mas ele ficou ali, parado, como se nada tivesse acontecido. Talvez ainda não tenha se tocado do que Lena falou. A primeira pessoa a reagir foi Kate:

– Lena, está falando sério?

– Por que eu mentiria sobre algo assim? É por isso que eu só tenho usado o arco, Lily me obrigou a não me arriscar, ou eu teria que voltar para o Acampamento.

E aí a ficha de Nico finalmente caiu.

– LENA VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA? – Nico se levantou e começou a gritar, apontando para Lena e a incriminando – QUANDO VOCÊ DEIXOU AQUELA PORRA DE UM FILHO DE HERMES ENCOSTAR EM VOCÊ? LENA... – então ele parou de gritar e se sentou de novo – que merda que você fez?

Então Lena tentou se sentar ao lado dele e conversar com ele, mas ele se distanciou e a ignorou. Quando Lena tentou de novo, ele se levantou e começou a se distanciar do acampamento improvisado.

Por um instante, pensei se devia ir atrás do Nico e pedir para que ele se acalmasse, mas isso era entre ele e Lena. Devia ter sido assim desde o começo, Lena teria que ter contado ao Nico da forma que ela achasse certo, sem interferência minha e de Meggie.

Olhei para Lena, pensando que veria seu rosto cheio de lágrimas por causa de como o irmão a tratou – quando se está grávida seus hormônios ficam à flor da pele, como todos sabem –, mas, para minha surpresa, ela estava furiosa.

– NICO DI ANGELO, SEU IDOTA! – Ela gritou, correndo atrás do mesmo e fazendo com que ele parasse. – Você não percebe?! Eu estou grávida com apenas dezesseis anos, o pai do meu bebê foi sequestrado e está sendo torturado pelo meu melhor amigo! Tudo o que eu preciso agora é seu apoio!

E, aí sim, eu pude ver algumas lágrimas caindo pelo rosto da garota. Nico hesitou por um momento, mas a puxou para um abraço.

– Você sabe que vou matá-lo, não sabe? – Escutei Nico sussurrar na orelha de Lena, enquanto a abraçava.

– Não, você não vai deixar sua sobrinha sem pai.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Finalmente a Lena contou para todos sobre a gravidez! Nico nem reagiu tão mal assim, reagiu? Desculpe os palavrões >.
Se quiserem dar uma olhada, vou deixar o primeiro site que eu vi (na verdade foi minha prima linda que me mostrou, obrigada!) falando sobre o assunto.
http://minilua.com/cidades-fantasmas-2-centralia-silent-hill-real/



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