Cause I Can't Live Without You escrita por Mah Yamamoto


Capítulo 5
Hope


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo da fic, já... Postei tudo em meia semana. Fortes emoções nesse capítulo. Para saber, só lendo...



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P.O.V Peg

Eu estava animada. Pela primeira vez em quase uma semana e meia eu estava animada. Animada com a ideia de Ian pegando-me nos braços de novo e de ter tudo isso acabado.

Claro que com o que eu descobri por meio de Cal ontem à noite, não deu para ficar cem por cento feliz. Mas eu tinha certeza de que quando visse os olhos azuis de Ian fitando os meus novamente, tudo ficaria bem.

Estávamos no hospital, Doc tinha acabado de sedar Cal para tirá-lo do corpo do meu Ian. Observei todo o processo de longe, perto da porta.

Assim que Doc terminou o curativo no corte de Ian, me aproximei lentamente e peguei sua mão nas minhas. Não adiantaria tentar acordá-lo agora, pois ele ainda estava sob o efeito do clorofórmio.

Levou em torno de meia hora até Cal acordar em seu novo corpo, um pouco confuso, mas isso era normal. Depois de um tempo, todos que estavam ali (Mel, Jamie, Kyle, Sunny e Jared) saíram e Doc também foi dormir, estava ficando tarde. Permaneci ao lado de Ian e comecei a tentar fazê-lo acordar.

– Ian? - chamei - Meu amor, pode me ouvir? - perguntei, esperançosa. Ele não se mexeu.

Achei estranho. Ele já estava desacordado há mais de uma hora...

– Ah Ian, senti tanto sua falta... Mal vejo a hora de ver seus olhos novamente... - continuei a falar, afinal foi assim que acordamos todos os outros que antes eram hospedeiros e agora moravam conosco.

Conversei com ele a noite toda, vencendo o cansaço que ás vezes me tomava. Eu não iria desistir. Mas já estava começando a ficar preocupada. O sol já estava nascendo e nada de Ian mexer um dedo sequer.

Quando o dia clareou, Kyle apareceu com Sunny na porta.

– Bom dia! - cumprimentou Sunny, alegre.

– Bom dia. - respondi num tom bem menos entusiasmado, sem tirar os olhos do rosto desacordado de Ian.

– Ele ainda não acordou? - perguntou Kyle, um tanto preocupado.

– Não . - respondi, suspirando pesadamente. - Estou preocupada. Ele já devia ter acordado, não devia? - murmurei, mais para mim mesma do que para qualquer outro.

– Pense positivo, Peg. Logo ele vai acordar. - disse Sunny, o humor ainda radiante.

Mas Sunny estava errada. Ian não acordou. Quase todos que moravam nas cavernas vieram falar com ele durante a tarde e o começo da noite, mas ele não teve nenhuma reação. Toda animação e esperança que eu tivera na noite anterior, nessa noite já não se faziam presentes. Agora eu estava preocupada, angustiada... Com medo.

Passei minha segunda noite em claro ao lado de Ian. Para não ter que ficar em pé o tempo todo, arrastei outro catre para ficar lado a lado com o dele e me sentei ao seu lado. Ás vezes, me deitava e ficava fitando seu rosto sereno, mas não podia ficar muito tempo assim, senão o cansaço tomava conta de mim e eu não podia me permitir dormir. Não enquanto ele ainda estivesse assim.

P.O.V Mel

Se antes eu já estava preocupada com Peg, agora então... Estava dez vezes mais. Ela não dormia, não comia e não falava com praticamente ninguém. Só comigo, Doc, e um Ian desacordado que ninguém sabia quando - ou se - iria despertar. Ás vezes eu a convencia a tomar um pouco d'água, mas nada além disso.

Já se faziam quase 5 dias desde que Cal saíra do corpo de Ian, e ele não havia mexido um dedinho sequer. Todos estávamos preocupados, mas ninguém estava como Peg. Ela parecia mais que preocupada ou com medo. Em seu rosto não havia expressão, seus olhos estavam sem vida. Até dava a impressão de que o feixe prateado por trás deles estava diminuindo um pouco.

Ela ficara desse jeito há 3 dias, quando John foi tentar conversar com ela, pedir perdão. É claro que, sendo a Peg, ela aceitou o pedido de desculpas, mas foi difícil para convencê-la. Depois dessa conversa ela pareceu perceber que Ian não acordaria tão cedo. Desde então ela não fazia nada além de ficar falando com um Ian inconsciente e chorando, muito e o tempo todo.

Ela não se alimentava de absolutamente nada e eu estava ficando assustada. Peg já era frágil por natureza, agora estava começando a parecer que era feita apenas de pele e osso. Tinha olheiras profundas embaixo dos olhos pela falta de sono.

Na manhã do sexto dia depois de Cal assumir seu novo hospedeiro, acordei e fui direto ao hospital. Encontrei Peg na mesma posição de todos os outros dias: sentada no catre ao lado do de Ian, segurando sua mão, murmurando coisas já sem sentido em meio à lágrimas silenciosas.

Suspirei pesadamente e andei até ela. Quando percebeu minha presença, levantou a cabeça e me fitou com um olhar desolado e suplicante. Abri um sorriso triste e abracei seus ombros com força. Quando me afastei, olhei para ela novamente e fitei seus olhos.

– Você vai até o refeitório comigo hoje. - falei e ela arregalou os olhos, negando com a cabeça. - Ah, você vai sim Nem que eu tenha que te arrastar até lá!

P.O.V Peg

– Ah, você vai sim, nem que eu tenha que te arrastar até lá! - ela completou ameaçadoramente.

– Por que eu tenho que ir? - perguntei com a voz rouca, fazendo um esforço para que ela saísse alta o bastante para que Mel ouvisse e voltei a fitar o rosto de Ian.

– Por que?! Olha para você, Peg. Está praticamente anoréxica! Tem que comer alguma coisa.

– Está exagerando, Mel. Se quer tanto que eu coma, traga a comida aqui.

– Não. Eu não sou a única que está preocupada com você, Peg. Todos querem te ver bem. E além do mais, se eu trouxer a comida aqui, você vai enrolar e não vai comer. Te conheço.

Voltei a olhá-la. Ela tinha uma expressão preocupada e eu vi a verdade em seus olhos. Eu estava preocupando a todos agindo assim. Hesitei antes de responder

– Ele não vai sumir se você sair por alguns minutos...

– Tudo bem. Se é assim, eu vou. - Falei depois de um tempo pensando.

Mel abriu um sorriso maior que a cara e me puxou para a porta. Dei uma outra olhada em Ian antes de sair. Imóvel.

Ela me puxou pelos corredores até chegarmos à cozinha. Todos me olharam e pareceram surpresos, alguns até felizes em me ver lá. Jamie veio correndo me abraçar,

– Fiquei com saudades.

Meu coração se apertou. Eu os fizera sofrer com meu próprio sofrimento.

– Também fiquei, Jamie.

Quando ele se afastou, recebi outro abraço, agora mais forte e de alguém maior. Jared.

– Que bom te ver, Peg.

Recebi mais alguns abraços e algumas palavras de conforto antes de me sentar. Melanie me serviu com o de sempre: pão e sopa. Não comi muito, apesar de não comer há um bom tempo. Não conseguia apetite para isso.

Jamie e Jared tentaram conversar, mas eu desviava todos os assuntos com respostas rápidas. Depois de alguns minutos revirando a comida no prato e fingindo comer, John entrou no refeitório e pareceu surpreso em me ver. Apesar de já tê-lo perdoado, sua presença ainda me incomodava, me fazia lembrar da imagem de Ian caído aos meu pés, sangrando...

Pedi a Mel que me levasse de volta para o hospital e ela concordou. Jamie nos acompanhou.

– Viu, todos sentiram sua falta. - disse Mel, abrindo um meio sorriso e eu queria poder retribuir, mas não o fiz.

Caminhamos lentamente em direção ao hospital, passando pelos campos vazios e me fazendo lembrar das vezes em que eu e Ian nos deitávamos aqui à noite para ver as estrelas e o luar. Fechei os olhos rapidamente, evitando lágrimas.

Jamie me abraçou de lado e afagou meu braço gentilmente, transmitindo carinho e compaixão. Quando chegamos a poucos metros da entrada do hospital, foi possível ouvir murmúrios baixos e logo depois uma voz se destacou.

– Onde está Peg? - perguntou a voz de... Ian? Estaquei onde estava e arfei. Apressei o passo, quase correndo em direção à entrada e quando cheguei, parei para ver o que estava acontecendo. Meu coração bateu mais forte e mais rápido ao ver o catre vazio, Doc de pé na frente do mesmo e ao seu lado, Ian.

Meu coração falhou uma batida ao fitar seus olhos azuis que me mantinham nesse planeta e deixei as lágrimas rolarem por meu rosto.


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Notas finais do capítulo

AAAAHHHH!! Ian acordou, finalmenteee! Não se esqueçam de deixar reviews... essa fic já está quase no fim, mas não importa. Sua mão não vai cair...



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