Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Alguém ai? rsrsrs
Pra quem ainda não desistiu... agradecemos e muito o carinho!
borá matar um pouco a saudades desse casal querido.
beijokas.



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Por Laura
A ultima noite dificilmente sairia da minha memoria, a forma como o Edgar me tocou fez eu me sentir a mulher mais afortunada do mundo e levou água a baixo todas as inseguranças trazidas pelo parto, ele não me amava menos pelas mudanças que a gravidez trouxe ao meu corpo e nem deixou de ser cuidadoso comigo, apesar de ser visível a sua necessidade de me tomar.

Não dormi muito essa noite, mas não iria me queixar, o Antonio acordou três vezes para mamar e nos pegou desacordados apenas em uma delas, apesar do cansaço o Edgar não deixou o Antonio somente aos meus cuidados e até me fez rir com a sua tentativa de trocar uma frauda sozinho, eu o amamentava e ele o acolhia depois, passava algum tempo o acalentando para só depois de algum tempo o colocar no berço.

– Você vai acabar mimando ele desse jeito.

– Eu estou negociando meu amor.

– Negociando?

Resmungo trazendo o seu travesseiro para o peito e me encolhendo de forma preguiçosa na cama.

– Sim negociando, eu dou um pouquinho de agrado a ele e ele me retorna o favor me dando mais tempo com a mamãe.

Não consigo deixar de sorrir quando ele pisca pra mim apos dizer isso e assim que ele devolve o nosso filho ao berço ele volta para a nossa cama se deitando de frente para mim, seu braço contorna a minha cintura enquanto o outro se livrava do travesseiro que eu mantinha abraçado a mim.

– Não acha que é uma estrategia boa?

– Não sei dizer, precisamos avaliar a sua eficacia primeiro.

...

Acordo sentindo cócegas na minha face e queixo, mas estou me sentindo preguiçosa demais para abrir os olhos e admitir que estou acordada por isso a ignoro e solto um suspiro de satisfação ao perceber que a sensação diminui para depois sumir de vez. Já estou considerando o retorno ao meu sonho e estava torcendo para voltar exatamente ao momento em que tinha sido interrompido quando volto a sentir a tal cócega e desta vez não vejo alternativa se não abrir os olhos e descobrir o que estava acontecendo.

Quando abro os olhos e eles dão de encontro com um par de olhos verdes que parecem sorrir pra mim. Nossos rostos estão bem próximos separados apenas por poucos centímetros e um pequeno ramo de alecrim que ele mantinha entre a gente, acho que eu encontrei a final de contas o causador do "ataque". O seu olhar esta divertido e curioso oras medindo o ramo de alecrim, ora voltando a me encarar.
– Presumo que isso seja pra mim?

Ele diz girando o ramo de alecrim entre os dedos. Seus olhos não deixam os meus mais e me pergunto se a intenção dele é me hipnotizar, porque se for o caso ele está se saindo muito bem.
– Na verdade o que eu trouxe pra cá ontem não aguentaria tanto tempo assim sem murchar nem um pouco.

Ele ri como se tivesse sido pego fazendo travessuras e volta a passar o alecrim sobre o meu rosto, me trazendo de volta a sensação de cocegas.
– Tem razão, esse eu colhi hoje cedo, mas eu vi os que você trouxe para o quarto, foi a minha segunda visão ao acordar. Você os trouxe para mim?

Deixo os meus olhos descerem pelo seu corpo, ele estava vestindo o pijama da véspera com um robe por cima. Quando meus olhos voltam para o seu rosto ele esta sorrindo, imagino que seja por ter me pego espiando.

– Você foi até o jardim vestido assim?

– Fui... e qual o problema de ir até o jardim vestido assim?

– Bom pra quem já andou por ai pelado, realmente não tem problema algum.

Ele ataca as minhas costelas quando digo isso, se fingindo de ofendido, mas sem conseguir segurar o riso.

– Não mude de assunto, você trouxe o alecrim para mim?
– Sim eu o trouxe pra você... Você disse que ele foi a sua segunda visão ao acordar, qual foi a primeira?
– A primeira foi você.

Ele responde sorrindo e depois se inclina pra me dar um beijo na ponta do nariz.
– Hum vamos ver, adormecida, amassada e descabelada, não deve ter sido uma visão muito boa.
– É a coisa mais linda pra se ver ao acordar, meu dia não é o mesmo se ele não começar assim.
– O que foi que eu fiz para começar o dia já com declarações? Esta querendo me agradar senhor Vieira?
– Eu consegui?
– Você sempre consegue.

Eu respondo levando as minhas mãos até o seu cabelo e o trazendo para mais perto para mais um beijo.
– Eu vou sentir falta disso tudo aqui quando voltarmos para casa.
– Também vou, a Melissa e o Antônio parecem tão a vontade aqui... Mas podemos repetir viagens assim, sem a parte dos compromissos, aproveitando muito mais a companhia um do outro e das crianças.
– Eu acho perfeito.
– Laura sobre aquela conversa que você teve com o seu pai... Você ainda está com medo de estar grávida?
– Não, eu acho que meu pai estava certo Edgar, aquilo era coisa da minha cabeça eu não estou grávida.
– É por isso que você anda mais relaxada, porque confirmou que a suspeita era falsa?
– Não e se com relaxada você quer dizer que me percebeu mais feliz, eu estou feliz sim Edgar, mas não é porque sei que os meus não se confirmaram é porque percebi que eles eram irrelevantes.

Ele apenas me encara esperando que eu conclua, mas da para perceber o quanto ele parece intrigado com as minhas palavras.
– Isso não me importa mais meu amor, eu não sou como a maioria das mulheres, mas eu gosto de ser mãe e sei que não estou lidando sozinha com a criação dos nossos filhos e sei que terei o seu apoio quando decidir voltar a trabalhar.

Ele faz menção de me interromper, mas eu coloco a minha mão sobre os seus lábios para que me deixe continuar.
– Escuta primeiro meu amor... Não estou dizendo que será por agora, eu sei que o Antônio ainda está pequenino demais para isso, mas não tenho dúvidas de que terei seu apoio quando eu tomar essa atitude e sabe por quê?
– Hum porque eu...
– Você é um marido maravilhoso Edgar.
– Porque eu te amo.
– Porque você me respeita Edgar, você não é como a maioria, você me ouve, me apoia... Você me enxerga meu amor.
– Acho que fiquei constrangido agora.
– Ficou nada, você sabe que o que estou falando é verdade.
– Talvez Laura, mas eu sei que sou assim também por sua causa, você me impulsiona a ver determinadas coisas... Meu amor eu fui criado com os valores e costumes da nossa época, como a maioria dos homens. Você também foi criada para obedecer a certas regras.
– Mas resolvemos ser exceções a regra.
– Sim e são pessoas assim que irão mudar esse mundo.
– Edgar, se não mudarmos o mundo...

Digo com um sorriso nos lábios enquanto deixo a minha mão vagar pelos seus cabelos.
– Quero que saiba que você mudou o meu mundo.
– O meu também não seria o mesmo sem você Laura, nem eu seria a mesma pessoa se as nossas vidas não tivessem se cruzado. Eu te amo!


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