Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoas... para quem ainda não desistiu da gnt ai vai mais um cap.
Neste traremos a versão da Laura sobre os acontecimentos do capítulo anterior.

PS. Nos perdoem pela demora, a inspiração não tem batido muito a porta nos últimos dias.



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Por Laura

Depois que o Edgar saiu para ir até a cidade próxima junto ao Juvenal eu repousei um Antônio sonolento, porém satisfeito na cama e me debrucei no parapeito da janela, a vista do nosso quarto era privilegiada e para mim era a mais bonita, ela dava para o jardim da fazenda e devo dizer que a dona Margarida tinha muito carinho por ele, carinho que foi respeitado pelo jardineiro que o mantinha impecável mesmo na ausência da patroa.

Depois de perceber o Antônio já adormecido eu o coloco no berço improvisado que a dona Maria tinha providenciado e vou até o jardim para admirar de perto as flores e as plantas escolhidas pela minha sogra para compor o seu jardim e meus olhos brilham ao ver um arbusto que não havia visto da janela do quarto.

Não contive o impulso e me aproximei da planta e instantaneamente um sorriso se abriu em meus lábios, efeito praticamente obrigatório de todas as vezes que eu via o alecrim e é lógico meus pensamentos voaram para junto do Edgar, me perguntei se foi aqui na fazenda que ele teve o seu primeiro contato com o alecrim e se foi dai que surgiu a ideia de me presentear com esses raminhos desde nosso primeiro ano de casados.

Fazia um tempinho que ele não me presenteava com eles e esse pensamento me deu uma ideia, arranquei um pequeno raminho e segui para dentro da casa, passei na cozinha para pedir a dona Maria um pequeno vaso e segui para o quarto. Depois de acomodar o vaso com o ramo se alecrim no criado mudo segui em direção ao roupeiro, até o momento eu me questionava do motivo de ter trazido a fantasia para a fazenda. Agora no entanto me pareceu uma escolha acertada, ela me seria útil.

Passei o restante do dia me perguntando o que o Edgar acharia dessa minha ideia, eu sei que ele havia sugerido que eu a vestisse para ele uma vez, mas ainda assim me sentia ousada de mais fazendo tal coisa. Quando se aproximou do horário do jantar eu já havia voltado a trás na minha decisão pelo menos umas duas vezes e ainda assim fiquei inquieta, parte de mim queria fazer isso simplesmente para surpreender o Edgar enquanto a outra me dizia que isso não era um comportamento adequado, mesmo sabendo que não estaria fazendo isso para outra pessoa senão meu marido.

Por fim optei por fazer o que o meu coração estava pedindo e após colocar a Melissa para dormir chamei a Bernarda e lhe expliquei o que queria que ela fizesse para mim, não dei muitas explicações a menina, mas também não precisava, o unico que precisava e iria saber o que eu iria fazer ainda não havia chegado em casa.

Ouvi os passos do Edgar vindo para o quarto da Melissa e ouvi a conversa trocada entre ele e a Bernarda, tive de rir da determinação da pobre e conhecendo o meu marido como conheço sabia que ele não estava com uma cara muito simpática e em determinado momento achei que ele iria perder a paciência e atropelar a coitada para entrar no quarto ela querendo ou não. Graças a Deus ele não fez isso e assim que ele se afastou seguindo posteriormente para o quarto de banhos eu fui terminar de me arrumar. Tentei dar um jeito na asa da fantasia para arrumar as asas, mas não teve como e por fim acabei tirando-a uma asa quebrada não me servia de nada, nem uma inteira pra falar a verdade. E que mal haveria numa fada sem asas?

Quando entrei no quarto na ponta dos pés o encontro sentado apoiado na cabeceira da cama lendo um livro, ele parecia concentrado e levou um tempo para dar conta da minha presença. E quando o fez ele ficou me encarando boquiaberto pelo que me pareceram horas e a forma como me olhava me deixou totalmente inibida. Não imaginava que seria capaz de me sentir assim depois de um certo tempo de convivência, achava que todas as experiências vividas com ele me impediriam de me sentir constrangida em sua presença, mas estava errada e era assim que estava me sentindo com aquele olhar só que não era um constrangimento ruim, esse de alguma forma me trazia uma sensação boa que eu não sabia explicar.

– Você está linda meu amor.

Ele finalmente diz e depois sem tirar os olhos dos meus ele deixa a cama e caminha na minha direção.

– Você achou? Eu não pensei que fosse me servir, mas tentei assim mesmo, quase desisti de colocá-la ficou tão justa e...

– Está perfeita... Perfeita!

Ele responde pouco antes de unir os nossos lábios num beijo impaciente e eu tenho que rir do estado dele, ele parecia não saber o que fazer como se estivesse avaliando até onde poderia ir.

– Laura meu amor isso é tortura demais para mim.

Ele afasta a sua boca da minha e me olha novamente, eu estou confusa com o que ele quer dizer com tortura e estou quase questionando sobre isso quando ele escorrega a sua mão contornando a cintura da minha fantasia e completa.

– Me diz que eu vou poder tirá-la.

– É claro que pode seu bobo, eu vesti por sua causa...

O sorriso que ele me deu em resposta era de tirar o folego, ele deu dois passos para trás se permitindo mais uma olhada na fantasia e depois me surpreende quando segura na ponta dos meus dedos e me gira para continuar apreciando a vista e me deixando totalmente sem graça.

– O que foi meu amor?

– Você esta me deixando sem graça.

– Sua boba, achei que já estivesse acostumada, te admirar é um dos meus passatempos prediletos.

– Mas eu me sinto exposta estando vestida desta forma.

– Porque se vestiu assim então?

– Porque eu queria te agrada.

– Pode ter certeza que conseguiu.

– Edgar!

– Não estou dizendo isso para te deixar sem graça, estou dizendo porque é verdade.

– Esta bem, agora para de falar e me beija.

Não precisei falar muita coisa depois disso, também nem conseguiria se quisesse, pois quase que imediatamente os lábios do Edgar voltaram a se juntar aos meus num beijo urgente, se antes eu já tinha alguma duvida de que ele sentia a minha falta também agora eu não tinha mais.


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