Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Gnt esse capitulo será narrado primeiramente a partir dos pensamentos da Laura e depois do Edgar!
Esperamos não desapontar...

Ps: demoramos mais enfim acho que estamos em dia com as respostas aos comentários kkkkk se ficou algum pendente nos perdoem não foi intencional!
beijokas



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Por Laura

Vou até meu quarto para refletir um pouco sobre o conteúdo da carta do Ferreira, ele parece me desencorajar a conhecê-lo e isso só me faz ficar mais curiosa sobre a pessoa dele e o motivo que o levaria a me desencorajar... será que ele fazia isso por causa do que o Guerra havia dito sobre o Edgar ou teria outros impedimentos, eu tinha que admitir, se ele estava fazendo isso simplesmente pelo fato do Guerra ter falado aquelas bobagens sobre o Edgar me querer de volta eu tinha mais uma prova de seu bom caráter, mais um motivo para admirá-lo.

Decido-me a escrever uma nova carta sendo cuidadosa mais uma vez para não passar a ideia de que tenho algum interesse afetivo por ele que não seja a admiração pelo seu belo trabalho jornalístico, apesar do que a Isabel vinha insinuando eu mais do que ninguém conhecia o meu coração e o fato de saber que outra pessoa ainda o habitava e o possuía inteiramente era a minha maior certeza disto.

Volto para sala e vou até a escrivaninha para iniciar a carta e tenho ciência do olhar atento de Isabel sobre mim, mas não digo nada para saciar a sua curiosidade e preparo o papel e começo a escrever.

Rio de Janeiro, 1910


Caro Senhor Antônio Ferreira


Quero agradecer por responder minha carta, mas gostaria de esclarecer alguns pontos com o senhor. O primeiro ponto sou uma mulher divorciada, conforme aquele jornal sensacionalista publicou em uma matéria maldosa, creio que seja do seu conhecimento.

Segundo a opinião do senhor Carlos Guerra de que meu ex marido me quer de volta não é verdade, disto eu tenho certeza, pois ele está seguindo sua vida, segundo soube marcando encontros com outra mulher.

Portanto não vejo impedimento de nos conhecermos pessoalmente, a menos que o senhor tenha seus motivos para querer evitar-me e aproveitou a oportunidade de se usar de desculpas para fugir de um encontro indesejável sem ferir o ego alheio. Se for assim peço que não se atenhas em desculpas e me diga a verdade, sempre fui a favor de sinceridade e não sou tão frágil como imaginas para não saber ser receptiva a um não... atenciosamente.


Laura Vieira

Levanto-me da cadeira da secretaria que fica na sala e abordo minha amiga, que está recostada no sofá.

– E então Isabel muito ousada?

– Continuo dizendo Laura, você não tem certeza que Edgar segue sua vida, mas o que está feito, está feito. Vamos à Escola para reunião com todos os sócios.

– Todos os sócios?

–Sim quero lhe apresentar um novo sócio.

– Finalmente vou conhecer o tal sócio misterioso?

– Sim e acho que ira se surpreender.

– Me surpreender? Isabel se trada de alguém conhecido?

– Você verá minha amiga, você verá

– Quanto suspense, já vi que não vou conseguir arrancar nada de você até chegarmos a escola... Então vamos, no caminho passo no correio para entregar a carta.

Nos saímos da casa a caminho do correio e eu tento mais uma vez descobrir quem é o tal sócio e a Isabel insiste em não revelar o seu nome e se os meus pensamentos não estivessem fervilhando por causa da carta do Ferreira eu provavelmente teria obtido êxito em minha tentativa de arrancar a confissão dela.

...


Por Edgar

Saio de casa com um misto de alegria e ansiedade, hoje eu vou ver minha querida Laura, fui convidado por Isabel para participar da reunião dos sócios da escola do morro da Providência e não tive coragem de me reclinar ao convite, seria uma forma de me aproximar da Laura... ver como ela esta e melhor de tudo poder ficar próximo a ela em um momento que significa tanto para ela.

Isabel falou que além dela e de Laura estaria presente Sandra amiga de Laura e professora também.

Ao chegar na reunião todas elas já estão presentes. Percebo surpresa da parte de Laura que é esclarecida por Isabel sobre a minha presença.

O assunto principal é sobre o início das aulas, o conteúdo e a metodologia da Escola. Laura fica em silêncio olhando para mim e Sandra toma a palavra expondo as ideias que eu ouvi algumas vezes como sendo o sonho de minha amada.

Uma escola sem castigo, com leitura, com contação de história e muito amor. Nesse ponto dei algumas sugestões de atividades de artes e escrita e me referi a Laura e seu sonho de fundar uma escola nesses moldes e que nesse momento se realizava.

Nesse instante seu olhar cruzou com o meu e eu senti o que há muitos dias não sentia, sua admiração por mim. Foi importante essa trégua para quem estava vivendo o inferno da insegurança nos últimos dias, neste momento não existia nada, nem cartas, nem Ferreira éramos apenas nós dois trocando esse olhar cumplice tão comum entre agente no inicio do nosso casamento e depois quando voltamos a nos encontrar... e que a tanto tempo não tinha o prazer de desfrutar.


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