O Mascarado Contraditório escrita por eviltwin


Capítulo 2
Maldita consciência


Notas iniciais do capítulo

Então gente, depois de meses está aqui o capítulo prometido.
Primeiramente devo pedir desculpas pela minha demora. Muitas coisas aconteceram e eu passei por um bloqueio criativo durante muitos dias, nada que eu escrevia ficava bom e eu não gosto de postar algo mal feito. Prometo ser mais rápida e fiel aos meus leitores que, falando nestes, devo inúmeros agradecimentos pelas reviews e pelos favorites.
O capítulo não está tão grande quanto o primeiro, mas fiquem tranquilos porque isso não vai tornar-se um hábito. E se você leu até aqui, muito obrigada pela paciência.
Boa leitura!



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A desnecessária luz do sol adentrava em seu quarto, atrapalhando seu sono. Abriu seus olhos caramelados, percebendo então que sua visão estava turva.

— Eu falei pra você fechar a cortina, mãe — resmungou baixinho, sabendo que Dona Luísa não poderia ouvir.

Com muito custo, conseguiu levantar seu corpo e sentar-se na cama, que ficava em frente a um espelho. Observou a garota que se encontrava ali: tinha cabelos curtos parcialmente amassados, dentes um pouco maiores que o normal e trajava uma camisola curta com vários desenhos de coelhos azuis. Seus olhos que antes estavam delineados por um lápis e uma sombra escura agora eram somente um borrão preto. Mônica tinha que admitir que estava acabada, comparada à noite anterior.

Uma pontada de dor atacou sua cabeça. A noite anterior. O que diabos ela havia feito? Se lembrava apenas de chegar à festa, perder-se de Magali e Quim, beber um pouco, dançar com um moreno mascarado e por ele ser beijada. Sim, ele a beijou. Sua consciência começou a pesar assim que os flashbacks do ocorrido apareceram em sua mente.

A situação não seria tão ruim se ele somente a tivesse beijado. Mas ela havia prosseguido com o beijo. E o pior de tudo ocorrera: do pouco que se lembrava, claramente podia perceber que havia gostado do sabor e da textura dos lábios do rapaz, do modo em que ele a segurava pela cintura e todo aquele ar misterioso que possuía, deixando-a mais atordoada ainda em saber quem de fato ele era.

Ficou de pé em frente ao espelho.

— Cale a boca — deu um leve tapa em sua cabeça, na tentativa de esquecer tais pensamentos e murmurou para si mesma — não pense em mais nada, Mônica.

Em passos despreocupados andou em direção ao banheiro e se enfiou debaixo do chuveiro. A água quente caindo em suas costas era relaxante. Sentou-se abraçando seus joelhos, deixando seus curtos cabelos negros molharem. Fechando os olhos na tentativa de esquecer o corrido, deixou que todas as memórias e flashbacks que vinham à cabeça fluíssem, como a água que caía por seus braços e pernas em direção ao ralo do chão.

Enxugou-se rapidamente e trajou um vestido azul marinho na altura da coxa que marcava sua cintura fina, realçando-a, acompanhado por uma sapatilha branca. Passou um batom rosa claro em seus lábios um tanto volumosos e ajeitou seu cabelo. Desceu as escadas que levavam à sala de estar e percebeu que estava sozinha em casa.

Pretendia ir a casa de Magali para jogar conversa fora e discutir futilidades. Passaria a tarde com sua melhor amiga, como de costume.
Seus planos foram arruinados quando a campainha tocou. Mônica abriu a porta.

A figura a sua frente a encarava com um olhar sugestivo, segurando um buquê de rosas vermelhas.

— Consegui convencer minha mãe a voltar mais cedo — um sorriso travesso surgiu em seus lábios — desculpe não ter ido ao baile, ela estava bem triste.

Os braços da garota enlaçaram o pescoço do garoto, que fez o mesmo com a cintura dela. Como era bom sentir aqueles braços quentes quase em contato direto com suas costas, separados somente por uma fina camada de tecido azul. Se sentia protegida e amparada.

Ele a soltou, encarando-a e entregou as flores. Ela não pôde deixar de sorrir.

— Cê... — levou o buquê até a altura de seu nariz e cheirou as rosas, tornando seu sorriso mais largo e verdadeiro ainda. Depois as deixou em cima de uma mesinha que estava ali perto — São lindas, obrigada.

Mal terminou de falar, levou sua boca de encontro com a dele. De imediato, suas línguas se enlaçaram com uma certa urgência. Mônica o puxava pela gola da camisa pólo e Cebola passava a mão desde as suas costelas até a sua cintura, apalpando-a e apertando-a. O troca-letras mordia seu lábio inferior e deixava uma trilha de beijos do pescoço até a orelha.

Ele empurrou a porta com o pé e andou até o sofá com ela, sem desfazer o beijo ou perder qualquer contato. Sentou-se, fazendo com que Mônica ficasse por cima e entrelaçasse a cintura de Cebola com suas pernas. A língua dela desceu para seu pescoço, deixando mordidas e lambidas; logo voltou a dar atenção à sua boca, de onde arrancou inúmeros beijos, quase tão bons como os do mascarado misterioso da noite anterior.

Em uma fração de segundos, a dentuça descolou seus lábios e o encarou estática, com olhos arregalados. Cebola pareceu perceber a mudança de humor dela, pois arqueou uma sobrancelha e adotou uma expressão confusa em seu rosto.

— Mô? — ele murmurou, baixinho.

A voz dele foi o suficiente para que seu transe fosse embora.

Mônica negou com a cabeça. De maneira alguma ela poderia ter aqueles pensamentos, ainda mais enquanto beijava ele.

— Fiz algo errado?

Obviamente não. Eles já tinham feito isso antes — muitas vezes foram além — e ela nunca reclamou. Mas sua vontade era a de gritar consigo mesma e estapear seu próprio rosto de modo que todos seus problemas se absorvessem e ela parasse de agir de maneira estúpida, antes que Cebola percebesse.

Quando Mônica era uma baixinha de sete anos de idade que apenas trajava vermelho e se irritava facilmente com as brincadeiras de seus amigos, seu pai costumava dizer que pessoas fortes como ela tendem a se deparar com situações mais complicadas e difíceis do que o habitual. Afinal, não era a toa que ela era a dona da rua: a menina mais valente do Limoeiro. Sr. Sousa dizia ter certeza que sua filha saberia lidar com todas estas situações, independente do nível de dificuldade. E naquele exato momento, ela desejava que seu pai estivesse certo.

Ela disfarçou com um sorriso gozado.

— Claro que não — levou uma mecha de seu cabelo curto para trás da orelha — só estou preocupada com minha mãe, ela não aparece desde ontem... — deu de ombros.

Cebola a abraçou fortemente.

Contra seu peitoral, murmurou então:

— Obrigada por estar aqui.

O beijou novamente, desejando que aqueles lábios tivessem o mesmo sabor dos lábios do garoto misterioso que a beijara com tamanha intensidade e volúpia a ponto de deixá-la em uma bagunça de pensamentos, sentimentos e sensações.


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Notas finais do capítulo

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