O Mascarado Contraditório escrita por eviltwin


Capítulo 1
Pa-pa-pa-party


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, é a primeira fic que faço, e espero realmente que gostem.
A música que toca na parte da pista de dança é Attention Whore, do deadmau5. Quem quiser ouvir enquanto lê, aqui segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=05OmNDkP8Og



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Faltavam apenas alguns ajustes para que Mônica ficasse pronta. Sua maquiagem forte e preta estava em perfeito contraste com seus olhos acastanhados. Trajava um vestido vermelho, com um decote sugestivo, que marcava sua cintura e se abria de acordo com o seu quadril. Estava um tanto curto, de fato — dois palmos e meio acima de seu joelho — não que ela importasse.

Seu celular tocou. Era Cebola. O seu Cebola. Na tela, estava uma foto dele a abraçando, ambos sorrido.

— Oi Mô. Você está bem?

Ela não pôde evitar de sorrir. É claro que ela estava bem, ainda mais com uma ligação dessas.

— Cê! Estou sim, e você? — antes mesmo dele responder, ela o cortou — Você já está vindo?

Um silêncio se fez do outro lado da linha.

— Então Mônica, eu te liguei justamente pra falar sobre isso... — o garoto que no passado trocava as letras e possuía somente cinco fios de cabelo procurava as palavras certas para respondê-la — um parente da minha mãe acabou de falecer, e ela quer que eu viaje com ela para ir ao velório. Eu não quero ir, é claro. Afinal, nem conheço o cara. Mas ela tá muito triste e pediu para que eu fosse junto. — Mônica não disse nada, então Cebola prosseguiu. — Não vou poder ir ao baile, me desculpa.

Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. Naquele momento, seu bom humor foi embora, e a dentuça odiava quando isso ocorria.

— Não tem problema, Cebola. — ela disse, tentando esconder o desgosto na sua voz — Ela precisa de você, depois marcamos de sair outro dia. Mande sentimentos.

Se despediram e Mônica desligou o celular, de cara fechada. Ela estava tentando não ser tão dura com Cebola, afinal, ele havia perdido um parente. Mas isso tinha que ocorrer justamente no dia do baile de máscaras? Percebendo o quanto seus pensamentos eram egoístas, tentou esfriar a cabeça. Não era culpa dele.

Mas ela não perderia sua noite. De maneira alguma.

Discou o número de Magali, pedindo carona. Não queria atrapalhar o clima entre sua melhor amiga e Quim, que iam juntos.

Mas não tinha escolhas. Despediu de seus pais, pegando sua máscara preta com pedras vermelhas e foi para a porta de sua casa, onde sentou e esperou.

*******

Quim estacionou o carro. Ele estava bonito em seu terno preto. Era incrível o fato de que ele e Magali ainda estivessem juntos, afinal já eram dez anos de namoro.

Por um momento, Mônica sentiu uma pequena pontada de ciúmes. Como ela queria que Cebola tomasse alguma iniciativa... já faziam três meses que eles ficavam, mas não era nada sério, nada concreto. Muitas vezes ela se perguntava se seu sentimento era recíproco; se ele realmente gostava dela, ou se ele estava apenas a fazendo de boba — Que bobagem, Mônica, é claro que ele gosta de você! — pensou.

Desceram do carro e entraram no salão. A decoração que ficara por conta de Marina, estava muito bonita e haviam enormes máscaras por todo lado. Quase todo mundo da festa estava de casal, mas nenhum que ela conseguisse reconhecer; os disfarces tinham ficado ótimos.

Sua consciência a perguntou se o fato dela ter vindo na festa tinha sido uma boa ideia.

Expulsando tais pensamentos, foi até o bar pegar uma bebida. Pediu qualquer uma. Ela não se importava, só queria se divertir e esquecer que Cebola não estava ali.

Levou o copo até sua boca e engoliu. Era forte, provavelmente rum. Voltou ao bar mais quatro vezes e repetiu os mesmos passos.

Sem responder pelos seus atos, Mônica foi para o centro da pista de dança. Tocava alguma música eletrônica que ela parecia conhecer, provavelmente era deadmau5. Seus movimentos chamavam atenção de quem estava perto. Digamos que ela realmente sabia dançar. Sua cintura balançava com o ritmo, e seus braços bailavam pelo ar. No intervalo de suas coreografias, ia ao bar e pegava mais um copo de bebida. A sensação era maravilhosa.

— Só quero saber o motivo de uma garota tão bela estar dançando sozinha. – Uma voz rouca a surpreendeu. Mônica abriu os olhos e olhou para o rapaz que estava a sua frente: alto, moreno e com um sorriso de canto tentador.

Ela o encarou.

— E quem disse que eu preciso estar acompanhada para me divertir? — Retrucou em tom divertido.

O sorriso de canto do garoto mascarado se transformou em uma gargalhada. Seus dentes eram brancos e retos. Ele era bonito, muito bonito.

— Bem, — ele pigarreou — você sabe o que dizem sobre diversão a dois. É muito mais divertido.

A garota finalmente sorriu.

— Realmente, Capitão Óbvio — ela rolou seus olhos dos pés do rapaz até sua cabeça — Suponho que queira dançar comigo — ela mal podia acreditar nas palavras que saíram de sua boca. Definitivamente, Mônica estava fora de si.

O garoto pareceu surpreso, talvez não acreditando também nas palavras dela.

— Já que você mencionou o assunto.

Colou suas mãos na cintura da jovem, que por um certo momento, recuou. Ele então a fitou, como se estivesse pedindo permissão.

Ela olhou para seus olhos castanho escuro. Eles eram tão familiares e tentadores. "Quem era aquele garoto?" Era a única coisa que ecoava em sua mente.

Como a garota de cabelos curtos não recuou novamente, ele investiu mais. Começou a dançar, e ela logo o acompanhou. Involuntariamente, suas mãos subiram para o pescoço do mascarado, que pareceu arrepiar com seu toque. Suas cinturas acompanhavam a música em perfeita sintonia. Mônica lembrou-se de Cebola, ela não devia fazer isso. Seu "amigo" troca-letras podia não saber o que queria e ser um enrolado da pior espécie. Mas de maneira alguma ele merecia isso.

Só que apenas o toque do garoto misterioso em sua cintura parecia deixá-la mais embriagada do que já estava. Ela não conseguiria pará-lo. E pior, ela não conseguiria parar. Inclinou a cabeça pra trás, tentando limpar qualquer tipo de pensamento que estragasse sua noite.

Sentiu seu corpo sendo colado ao dele. Pelos céus, como aquilo a afetava. Todo o arrepio que ele havia sentido agora parecia ter sido passado para ela.

I'm the one with velvet lips

I'm the one with perfect hips

I'm the one with big brown eyes

I'm the one that sees your lies

I'm the one with nonstop legs

I'm the one who never begs

I'm the one that spins the decks

I'm the one who gives the sex

As mãos do rapaz passeavam pelas costas de Mônica e a apertava contra si. Ela não soube ao certo como isso ocorreu, mas tudo o que ela conseguiu perceber era que ele a beijou. Ela não pôde evitar de puxar devagar os cabelos da nuca do garoto, que como resposta, mordeu seu lábio inferior. Sua língua pediu passagem e ela consentiu, sem qualquer momento de lucidez. Em outras ocasiões ela jamais faria aquilo. Mas nada importava naquele instante. Era muita tentação para poder aguentar, sem falar que ela e Cebola não possuíam um relacionamento de fato. Sendo assim, ela não estaria traindo sua confiança, certo? Era essa sua dúvida.

I'm the one they call "the bitch"

I'm the one who'll make you rich

I'm the one that rolls the skirt

I'm the one who makes you hurt

I'm the one you're looking for

Cuz I'm a big attention whore

I'm the one that you adore

Cuz I'm a big attention whore

A deliciosa boca do garoto desceu para seu pescoço, beijando-a e deixando alguns chupões por ali. Ele a apertava cada vez mais, e isso a deixava ainda mais empolgada. Os amassos eram fortes e isso a estava deixando excitada. Seu perfume a estava deixando louca. Ele subiu uma trilha de beijos pelo lado esquerdo de seu pescoço, e mordeu seu lóbulo. Ela gemeu.

— Você gosta disso, princesa?

Mônica suspirou fundo. Esse tipo de coisa só podia estar acontecendo com ela. Quem era aquele deus que a estava agarrando? Ela precisava saber, era uma necessidade. Jamais ninguém a tinha afetado daquela maneira. E ele tinha uma pegada maravilhosa.

— Quem é você?

Ele voltou a atenção para sua boca. Sorriu e a beijou. Era um beijo urgente, e eles estavam cada vez mais próximos. Mais uma vez ela puxou seu cabelo, mas um pouco mais forte. Ele gemeu, e isso a excitou ainda mais.

Por fim, acabando com sua felicidade, o maldito desfez o beijo.

I'm the one you're looking for

Cuz I'm a big attention whore

I'm the one that you adore

Cuz I'm a big attention whore

— Então você gostou — sorriu de canto mais uma vez, e saiu rapidamente, deixando para trás uma Mônica totalmente confusa e desesperada por mais.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quem será o tal mascarado? Não esqueçam de comentar c: