Drops to Live - Temporadas 3 escrita por Ana


Capítulo 9
Capítulo 8- Eu escolho você


Notas iniciais do capítulo

Olha o nome do capítulo
Esse capítulo está fodedor (Para quem tem coração. Para quem não tem eu já não sei)
Boa leitura :* pudins (vou chamar vocês de pudins agora)



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No último capítulo:

– Erick, você pode me deixar em casa?- perguntei- eu preciso voltar.

‘‘Eu preciso voltar’’ significa: eu preciso falar com o meu ex porque a sua irmã quer matá-lo.

– Claro- Erick disse, levantando do sofá.

– Tchau, Katy- Victoria acenou- foi um prazer te conhecer.

***

POV Katherine

[...]

Como eu tenho a chave do portão, entrei despercebida em casa.

Antes de entrar pela porta da sala, através da janela, vi Nathan sentado em um dos sofás com Cams e Possy ao lado. Minha mãe estava na poltrona.

Me abaixei e fiquei em silêncio para ouvir a conversa.

– Porque não para com esse teatro?- minha mãe perguntou- você não é assim.

– Você não entende...- ele falou como se já estivesse cansado dessa discussão.

– Não. Vocês que não entendem. Colocam dificuldade em tudo. Estão agindo que nem duas crianças.

Mais uma vez eu sou chamada de imatura. Ótimo.

– Carol- Nathan fez uma breve pausa e respirou fundo- eu vou ser pai, a sua filha não aceita e fim. Se algum dia ela resolver crescer e voltar para mim, a gente volta.

Crescer...

– Se ela tivesse um filho de outro cara, você ia aceitar?- minha mãe fez a pergunta certíssima.

– Não.

Um ponto para ela.

– Olha, ela que foi lá na minha casa para terminar comigo. Deixa ela lá com o Erick- ele falou com desdém.

– Ah, então você vai fingir que não está nem aí? Vai fingir que tudo bem, que ela pode ficar o Erick?

– Exatamente, mas se a gente for analisar vai ser bem melhor assim. Eu nunca quis envolver a Katy nas coisas que eu fazia por causa dos meus inimigos. Eu estraguei a vida dela. Devíamos ter terminado antes. Quantas vezes ela quase morreu ou se machucou por minha culpa?

O amor tem seus riscos.

– O Erick é um garoto normal. Eu sou um cara que vivia de aventuras, lutas, inimigos e vendas de armas. Nunca íamos ter um relacionamento normal. Sempre ia chegar alguma garota psicopata ou alguém que me odeia usando ela para me atingir. Olha o acidente de carro, a perda do bebê, a loucura com o pai dela, o dia do acampamento...eu tirei a normalidade da vida dela. Eu quase tirei a vida dela.

No amor e pelo amor, tudo vale a pena.

– Você não entende como é a sensação de culpa. Quando eu vi ela toda cortada e machucada no dia do acampamento, parecia que um buraco tinha surgido em mim.

E então você socou uma árvore e eu tive que ‘‘concertar’’ a sua mão.

– E qual é a graça de uma vida normal?- Possy perguntou revoltada- você está gostando da sua vida normal? Não sente falta das lutas, das vendas de armas, do Esquadros, dos seus amigos, da sua balada, da sua namorada, da sua vida? Não sente falta disso? Quer ser um bêbado drogado normal? É isso? Não quer ter a Katy usando seus braços como o refúgio dela? Não quer ter alguém para salvar, alguém para dizer que ama, alguém para abraçar forte, beijar na testa e dizer: tudo vai ficar bem? Vai ficar no bar por horas torrando o seu dinheiro e seu fígado? Vai acabar com todo o seu dinheiro? A Katy te trouxe de volta e agora, sem ela, você está se entregando a escuridão de novo. Pensa nisso. Ela trouxe de volta o melhor de você.

Ele fez o mesmo comigo. Trouxe de volta o melhor de mim. Eu estava morta por dentro quando eu o conheci.

Você foi o único que me viu através de tudo isso

Você foi a minha força quando eu estava fraca

Você viu o melhor que estava em mim

Me levantou quando eu não podia alcançar

Você me deu asas e me fez voar

Eu perdi minha fé, você trouxe ela de volta

Você ficou do meu lado e eu suportei

Não. Isso é besteira- ele negou- porque todo mundo fica jogando a culpa para cima de mim?- ele perguntou indignado- quer que eu corra atrás dela, mas ela que quis terminar!

– Então você corre atrás, porra!- Possy gritou- quando alguém que a gente ama vai embora, devemos ir atrás!

Tudo ficou em silêncio e pouco depois eu levantei com um pulo porque Nathan abriu a porta com tudo, me assustando.

Passamos uns segundos apenas nos encarando. A expressão de raiva dele se suavizou ao me ver.

– Oi- finalmente falei- está fazendo o que aqui?- fingi normalidade, mas meu coração batia forte do susto e de vê-lo tão pertinho de mim.

Porra, ele ainda mexe comigo.

– Sua mãe me chamou- ele desceu os degraus da frente da porta e foi caminhando com passos largos e apressados.

– Espera- fui atrás dele- preciso falar com você.

Ele parou e se virou.

– Você conhece alguma Victoria?- perguntei.

Cruzei os dedos para ele dizer que não.

– Não- disse imediatamente.

Quando ele deu a volta para sair, segurei em seu braço.

– É sério- tirei minha mão dali- Victoria Densen Green.

Ele pensou um pouco. Começou a vasculhar a memória.

– Eu conheço uma Vic. Ela era conhecida como a rainha vermelha do tráfico- ele riu- ridículo. Ela foi embora. O FBI estava na cola dela. Posso ir agora?

Nathan estava me irritando porque ficava tentando fugir de mim.

– Ela voltou- contei.

Ele franziu a testa e logo depois sua expressão mudou drasticamente.

– O que foi?- perguntei preocupada.

Ele balançou a cabeça negativamente e tirou o celular do bolso.

– Me conta- insisti e mais uma vez fui ignorada.

Ele colocou o celular no ouvido. Estava ligando para alguém, mas a pessoa não atendeu e ele desistiu, soltando um gemido de frustração.

Ele saiu até a rua e eu fui correndo até a SW4. Fiquei na frente da porta do motorista, impedindo a entrada dele.

– Vai fingir que eu não existo?- perguntei com raiva- terminamos, mas eu estou bem aqui na sua frente.

Ele respirou fundo e passou a mão pelo cabelo. Agora alguns fios caíam pela sua testa. A tentação em pessoa.

– Sai da frente- ele mandou.

– Me conta sobre essa Victoria- pedi.

– Não se mete que não é da sua conta- falou sendo grosso, me deixando surpresa- agora sai da minha frente.

Cruzei os braços.

– Conta- falei mais mandando do que pedindo.

Ele respirou alto, tentando controlar a paciência.

Soltei um riso pelo nariz.

– Qual a graça?- ele perguntou confuso.

Você tentando se controlar, pensei.

– Nada. Agora me conta logo- eu estava curiosa e ansiosa.

– Caralho, você é chata pra porra- ele reclamou e eu segurei meu riso.

Adoro quando ele fica estressadinho.

– Há uns anos, a Vic comandava tudo aqui em Portland. Mercado de drogas, de arma, liderava a melhor gangue, o melhor grupo de luta, a melhor boate. Era quase tudo, só que ela, como sempre, quer ter absolutamente tudo e quando ela coloca uma coisa na cabeça, ninguém, nem ela mesma consegue tirar. Ela queria implantar o comércio de drogas dela em toda balada e em todo bar.

– Que nem o Chapeleiro?- perguntei- ela é o Chapeleiro?

– Não- ele balançou a cabeça- ela voltou para a cidade agora, não foi? Não tem como ela ser o Chapeleiro- ele parou de falar para relembrar os fatos- a cidade estava pior do que agora. Eu e os meninos da Sociedade éramos amigos dela, mas a Vic estava louca, destruindo Portland e começou a querer entrar e liderar a Sociedade e o Esquadros.

Projeto de Spencer.

– Um dia tivemos a ideia de interceptar um caminhão dela cheio de drogas. Achamos divertido e continuamos.

Claro, super divertido. Melhor programa para o fim de semana.

– Roubávamos todos. A gente queimava metade das drogas e vendia o resto para o Tenner, um amigo nosso mafioso de Nova Iorque. Ele revendia quase tudo lá em Atlanta. Foi assim que a liderança da Vic começou a cair. De tanto tentar, ela descobriu quem estava roubando a mercadoria. Um dos integrantes dela, um traidor, me contou que a reunião que ela ia fazer comigo e com os meninos era uma armadinha. Fomos para a tal reunião, mas acompanhados secretamente da polícia. Como ela não tinha provas contras nós, nem nos preocupamos. Ela conseguiu fugir da polícia e o FBI passou anos procurando por ela. Ainda hoje procuram.

– E você vai fazer o que?- perguntei preocupada, cruzando os braços.

– Nada- ele deu de ombros- ela com certeza voltou preparada. Deve ter uma montanha de provas reais e falsas que podem me colocar na cadeia.

– O que ela ia fazer na reunião armadilha?- perguntei, temendo a resposta.

– Ia me obrigar a ser o parceiro de crime dela- ele sorriu- iludida do caralho. Quanto aos meninos, eu não sei o que ela planejou.

– Ta e o que essa mulher tem tanto?

– Poder, muitos aliados e luta extremamente bem. Ela é bem melhor que a Possy. Sabe mentira, enganar, manipular e atingir as pessoas com uma facilidade impressionante e assustadora.

É, essa parte final eu tive a honra de conhecer pessoalmente.

– E o pior de tudo é que ela não tem um pingo de piedade. Se for para matar, ou ela mata ou ela tortura antes para depois matar. O Spencer ainda tem como reverter por causa da Possy, mas a Vic não. Ela cresceu em uma família podre e ficou pior que eles.

– Quantos inimigos você tem?- perguntei só de brincadeira.

– Um terço da cidade- ele riu, mas quando percebeu o que fez, parou imediatamente- eu vou resolver isso, só não se mete- ele mordeu o lábio inferior- eu não quero que se machuque. Vic não pode saber que meu ponto fraco é você- a voz dele quase travou.

Assenti com a cabeça.

Meu coração estava partido. Eu tinha pedido para acabar o namoro e ele deixou, não indo atrás de mim.

Ele me encarava com aquele olhar misterioso e eu sentia como se meu corpo tivesse um imã e o dele também.

Aquele momento foi como se nada nesse mundo importasse. Eu só queria ele novamente.

Erick é o melhor para mim, mas Nathan é o amor da minha vida, mas ele vai ser pai. Erick me trata tão bem, mas Nathan me tratava melhor ainda, mas ele nunca mais vai conseguir me dar a mesma atenção de antes com um filho, mas...

Tantos ‘‘mas’’.

Eu estava confusa. Minha mente rodava com tantos pensamentos bagunçados.

Resolvi usar a razão ao invés dos sentimentos.

Saí da frente da porta e ele entrou no carro.

– Tchau- fiz o gesto com a mão.

– Tchau.

Observei a SW4 sumir pela rua. Deixar ele ir partiu mais um pedaço do meu coração remendado.

Aí você faz a coisa certa, mas ela te destroça.

Entrei novamente em casa. Puxei a Cams e a Possy pelo braço, forçando as duas a se levantarem. Demos um abraço triplo.

Comecei a chorar. Foi inevitável.

Resolvi deixar o passado para trás. É isso. Escolhi Erick Densen Green.


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Notas finais do capítulo

Tantos mas e mesmo assim eu escolheria o Nathan.
Possy: melhor pessoa.



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