Drops to Live - Temporadas 3 escrita por Ana


Capítulo 16
Capítulo 15- Não finge que não gosta


Notas iniciais do capítulo

Voces realmente piraram com o último capítulo. Meu Deus.
Boa leitura
Tentei colocar um coração, mas o Nyah não deixou. Obrigada, Nyah.
Imaginem um coração aqui =>>



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POV Katherine

Spencer tamborilava os dedos no volante de forma descompassada, sem ritmo. Isso me dá agonia.

– Tenho algumas perguntas- falei depois de muito tempo em silêncio.

– Hm- ele murmurou sem dar à mínima.

– Primeiro: você está nervoso?- perguntei olhando para ele.

Na verdade eu quero saber se aqueles caras são perigosos, se lutam bem.

– Aquelas pessoas que invadiram a festa são da pesada- ele disse sem desviar os olhos da rua- não estou exatamente nervoso, apenas preocupado.

– Segundo: para onde estamos indo?- perguntei por que eu não confio nele.

– Para a minha casa.

– Porque Nathan escolheu ficar?- perguntei.

Foi estranho. Porque ele simplesmente não correu comigo até o seu caro e deu o fora daquele lugar?

Spencer me explicou sobre a Liga e a Rede. Quando acontece algo assim, como uma luta entre membros dos dois grupos, todos que podem devem ajudar.

Lealdade, pensei.

– Nathan ficou muito tempo sem participar diretamente da Rede. Ele tem que se redimir então teve que ficar. Eu vou ter que explicar depois para o líder que tive que te tirar lá e que é por isso que não pude lutar.

– Hm...

Spencer esperou o portão da sua mansão abrir, entrou e estacionou o carro ao lado de vários outros.

Desci e esperei ele fazer o mesmo.

– Pode ficar à vontade- disse quando entramos- relaxa que eu não mordo. Vai, sei lá, me perdoar algum dia?

– Não- passei os olhos pela enorme sala- você é louco. Mas considerando que me tirou daquele lugar, obrigada. Não, esquece o agradecimento. Você ainda vai ter que fazer muita coisa boa para se redimir.

Ele revirou os olhos.

– Você é complicada.

– Percebeu agora?- debochei.

Sentei em um dos sofás e fiquei olhando as minhas unhas, "brincando" com elas.

Spencer ligou a TV e jogou o controle para mim.

– Pode jogar também. Aí tem Xbox, Nintendo Wii, Playstation e vários jogos naquela prateleira- ele apontou.

– Então você e Nathan são amigos de novo? Eu esperava uma faca no seu peito, mas amizade? Meu Deus- finalizei com uma careta.

Spencer me ignorou e saiu da sala. Ótimo.

Eu estava jogando Minecraft quando Nathan chegou. Já estava quase desistindo. Não tenho paciência para montar bloco em cima de bloco.

– Preciso que venha comigo- Nathan estendeu a mão e eu a segurei, me levantando do sofá.

– Aconteceu alguma coisa grave?- perguntei preocupada.

– Não. Só precisamos conversar.

Ele avisou ao Spencer que estávamos indo.

– O que aconteceu lá?- perguntei quando estávamos a caminho da casa dele.

– Só luta. Acabou com eles indo embora. Eles que eu digo, os caras rivais. Spencer te explicou sobre a Rede e a Liga?

Confirmei.

– Eu nunca te contei porque não achei que importasse ou fizesse alguma diferença.

– Você cuidou bem do Buddy?- mudei o assunto, mas não de propósito.

– Claro.

– Você sabe que eu tenho que ir com o Erick, né?- perguntei para confirmar.

– Sei, mas eu não ligo- pude notar que ele apertou o volante.

– Nathan, é sério. Ele vai ficar louco- imaginei a cena- deve estar me procurando pela cidade toda.

– Então ele te ama? Tipo, de verdade?

Pude notar o deboche em sua voz.

– Ama- confirmei.

– Maravilha.

Sarcasmo puro. Não vi, mas o imaginei revirando os olhos.

– Relaxa. Eu tenho um plano- falei.

– Eu também. Liga para ele e termina. Simples.

– Ele vai pensar que eu sou uma puta- falei, o que é verdade.

– Ele sabe que você não é. Eu não quero te ver com aquele cara de novo- disse sério.

– Vai ter que ver- falei sem dar a mínima para o ciúmes dele - eu não vou terminar por uma ligação- falei completamente decidida.

Nathan soltou o ar pela boca e se concentrou na condução do carro, encerrando o assunto.

– Você se machucou?- perguntei encostando a cabeça no vidro da janela.

– Um pouco- ele respondeu mais calmo.

* * *

Depois de ter brincado um pouco com o Buddy, que está super feliz por me ver novamente, eu subi até o quarto.

Nathan estava só de toalha, mexendo no celular.

Impecavelmente sexy, pensei.

– E então...porque me trouxe para cá?- perguntei.

Ele colocou o celular em cima da bancada.

– Ah, deixa eu ver...porque eu estava com saudades- ele me abraçou e deu um beijo na minha testa- senti muito a sua falta.

Senti suas mãos abrindo o fecho do meu vestido.

– Idiota. Eu sabia que me trouxe até aqui para isso- ri.

– Você que tem a mente suja- ele riu- eu só quero banhar com você, nada de mais.

Percebi a pitada de sarcasmo no ‘‘nada de mais’’.

– E você acha que me engana, né?- ergui uma sobrancelha.

Ele riu e disse baixinho:

– Eu estou falando sério.

Senti o zíper descendo e logo o meu vestido caiu no chão.

– Você vai me afogar- previ me lembrando de todas as vezes que ele me afogou embaixo do chuveiro.

– Não vou não. Prometo- ele ergueu as mãos para mostrar que não estava cruzando os dedos.

– Eu não confio nas suas promessas e você sabe por que- abri um sorriso malicioso.

– Eu não vou te afogar- ele insistiu.

Não acreditei nele, mas fui mesmo assim e claro que o idiota me afogou várias vezes.

– Besta- dei um tapa no peito dele- deixa de palhaçada. Eu quero tomar a porra do meu banho.

Recebi um beijo calmo e claro, molhado.

– Não finge que não gosta, sua boba- ele me abraçou- e é nosso banho, ta?

– E o seu cu- dei um beijo na bochecha dele e fechei o chuveiro.

– Que delicada- ele abriu um sorriso forçado.

Nathan pegou a toalha dele e um roupão para mim. O vesti e saí do banheiro.

– Qual é o seu grande plano?- ele perguntou passando os dedos pelo cabelo preto molhado.

– Estou com preguiça de contar- bocejei de brincadeira.

Roubei o pente da mão dele e comecei a pentear meu cabelo, derramando gotas de água no chão.

O celular começou a tocar e ele atendeu.

Não ouvi nada. Estava concentrada na minha imagem refletida no espelho.

Escolhi uma roupa minha e a vesti. Uma regata branca, um moletom roxo e uma calça lilás rasgada nos joelhos. Calcei um tênis cinza com lilás de cano longo.

– Aconteceu uma grande merda- Nathan disse ao encerrar a ligação- seu namoradinho de merda...- ele pausou e se apoiou na bancada com as duas mãos.

– O que ele fez?- perguntei tentando adivinhar a merda.

– Polícia. Pasta. Tinha que ser- ele deu um murro na bancada.

– Fica calmo- coloquei minhas mãos sobre seus ombros e realmente funcionou. Observei sua respiração diminuir aos poucos.

Nathan foi até o closet e colocou um monte de roupas e sapatos dentro de uma mala.

– Não posso ser preso. Preciso sair até resolver isso. Pega lá o Buddy.

Fui para a sala e coloquei uma coleira no pescoço dele.

Em pouco tempo Nathan desceu vestido e com a mala feita.

– Você vai para onde?- perguntei.

– Eu não faço a mínima ideia- ele tirou a chave do bolso e foi apressado para a SW4.

Segui ele e entrei no lado do passageiro. Coloquei o Buddy em meu colo.

– Quer que eu te deixe onde? Na casa da sua mãe ou com o seu pai?- ele girou a chave na ignição.

– Em lugar nenhum- coloquei o cinto- eu vou com você.

– Não vai não- ele deu ré no carro- não mesmo.

– Vou sim- cruzei os braços- você não manda em mim. Entenda isso.

Ele riu.

– Fofa, o carro é meu. Eu não quero que corra esse risco.

– Que se foda. Eu não vou sair daqui- fiz birra- não me chama de fofa– reclamei.

– Fofa, você é tão fofa falando ‘‘não me chama de fofa’’- ele me provocou e riu logo depois.

– Porra, você é tão chato- coloquei os pés em cima do painel do carro.

– Tira seu tênis sujo daí, fofa- ele mandou.

– Você vai fugir comigo?- mordi o lábio.

– Não.

– Por favor, amor- passei para o plano ‘‘implorar’’ mesmo sabendo que as chances de funcionarem são muito pequenas.

– Não, Katherine- ele continuou impassível.

Soltei o meu cinto e coloquei o Buddy no banco de trás.

– Ta fazendo o que?- Nathan perguntou olhando para mim.

– Eu vou pular do carro- olhei através da janela.

– Você não vai- ele riu.

Abri a porta do carro e estava prestes a saltar, mas Nathan se esticou sobre mim e a fechou rapidamente e com força. Nesse instante, quase batemos em um carro que estava na frente, mas ele conseguiu desviar bruscamente e parou o carro em cima de uma calçada, quase atingindo uma casa.

– Você ta maluca?- ele perguntou quase gritando- podíamos ter morrido!

Peguei o Buddy e me certifiquei se estava tudo bem com ele.

Recuperei meu ritmo normal de respiração.

– Vai me deixar ir com você ou não?- comecei a rir- desculpa, ta? Eu sei que eu exagerei...

– Exagerou?- ele riu sem humor- onde você estava com a cabe...

Dei um beijo rápido nele.

– Vai deixar eu ir agora?- perguntei- ou você deixa ou eu tento pular de novo, de novo e de novo.

Ele rolou os olhos.

– Porque você tem que ser tão teimosa?- perguntou.

– Não finge que não gosta- abri um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Esses dois...
ou você deixa ou eu tento pular de novo, de novo e de novo.
e é nosso banho, ta?
Nathan estava só de toalha, mexendo no celular.
Impecavelmente sexy, pensei.
Fofa, você é tão fofa falando ‘‘não me chama de fofa’'