Drops to Live - Temporadas 3 escrita por Ana


Capítulo 17
Capítulo 16- Laranja queimada e corte de cabelo


Notas iniciais do capítulo

Mano
Eu AMO esses dois...
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386305/chapter/17

POV Katherine
– Quando é que vamos chegar?- abaixei a música que estava vindo do meu iPhone- eu estou morrendo de fome. Você não está?

– Problema seu. Você que insistiu vir, lembra?- ele fingiu não se importar.
Revirei os olhos.
– Tem algum plano?- observei a paisagem ao lado da estrada.
– Mais ou menos. Torturar o Erick até ele retirar a queixa é uma ótima ideia- ele brincou ou pelo menos é o que eu acho por conta do tom sarcástico em sua voz.

– É brincadeira, né?- perguntei.

Nathan não respondeu.

– Você está fugindo do FBI- afirmei com quase cem por cento de certeza.
Ele desviou os olhos da estrada e olhou para mim com os olhos semicerrados.
– Como sabe?
– Porque eu te conheço. Você não está normal, está tenso demais. Sua respiração, seu jeito de falar, o modo como aperta o volante e como bate seus dedos nele, o seu olhar. Se fosse apenas um caso de polícia, teria apenas entregado a pasta que anula todo tipo de denúncia contra você, mas por outro lado, está fugindo. Isso também significa que o Erick fez denúncias muito graves.

Nathan ficou impressionado.

– Ok, Sherlock. Você está certa- ele parou o carro na beira da estrada.

– Quando ia me contar?- estava um pouco indignada e deixei isso claro no tom de voz.

– No hotel para onde estamos indo. Fica em St. Helens.

– Quem está vindo também?

– Spencer, Possy e Caleb- respondeu- talvez mais gente, o que eu acho ridículo. O FBI está atrás de mim. Vir me ajudar é como se entregar sem precisar. É suicídio.
– Eu não ligo contanto que eu esteja com você. São seus amigos. Eles precisam te ajudar, você querendo ou não. É assim que funciona.
Ele apenas abriu um sorriso fraco.
Pouco tempo depois, Nathan estacionou na frente de um hotel com uma estrutura bem diferente de todos os que eu já havia visto.
Ele mandou sua localização para o Spencer e entramos.
– Eles vão chegar em cerca de uma hora- me avisou.

– E aí cara- um loiro altíssimo saiu do balcão da recepção e trocou um toque com o Nathan- que merda você fez dessa vez? Uau- ele me viu- quem é essa gata?

– Falar gata é tão ridículo- Nathan riu- essa é a minha namorada- ele passou o braço ao meu redor- Katherine, esse é o meu amigo, Tony.

– É um prazer- ele estendeu a mão e nos cumprimentamos.

– Spencer te contou que eu estou sendo procurado pelo FBI?- Nathan perguntou me soltando e se apoiando na bancada.

– Contou. Vocês podem ficar à vontade- Tony entregou uma chave para mim.

– Eu desço mais tarde para a gente conversar- Nathan pegou a mala.

Subimos até o terceiro andar e entramos em nosso quarto.
– Eu estou bem ferrado- ele sentou no sofá de couro e apoiou os cotovelos nos joelhos.
– Relaxa- sentei ao seu lado- você precisa descansar agora. Dirigiu sem parar por horas.
Ele assentiu. Foi só deitar na cama que apagou em segundos.
Livrei o Buddy da coleira e o deixei andar livremente pelo quarto.
Fechei as janelas por conta do frio e deixei apenas o abajur ligado.
Liguei para a Danna e expliquei tudo.
– É uma situação muito complicada- ela disse depois de uma longa conversa- o que o Nathan vai fazer?
– Eu acho que nem ele sabe- soltei um suspiro- mas com certeza vamos ter um plano. Te ligo mais tarde.
Encerrei a ligação depois de ela concordar e se despedir. Liguei para o Erick.
– Você não tem ideia de como eu estou preocupado- ele disse quando atendeu- com quem você está? Onde você está?
– Erick, retira as denúncias, faz alguma merda, mas desfaça o que você fez- falei ignorando as perguntas.

Ficamos por um breve período em silêncio.
– Você ta falando do que?- ele perguntou confuso.
– Você entregou o Nathan, não foi?- perguntei estranhando.
– Não. Eu não entreguei ninguém.
– Não foi você?

Se não foi o Erick, então quem foi?
– Não- ele confirmou- onde você está?
– Viajei com a Cams e com a mãe dela- menti- desculpa não ter avisado. O Spencer que me tirou da festa.
– E quando você volta?- ele perguntou.
– Eu não sei- vi Nathan acordando- olha, eu preciso desligar. Minha tia está mandando eu desligar. Jantar em família.

Posso até mentir mal, mas consegui me safar.
Ainda bem que a Cams está realmente em Helena e Erick não tem o número dela para checar caso ele desconfie de algo.
– Ta. Se divirta aí. Não esqueça que eu te amo.

– Também te amo- falei e soltei um beijo.

Encerrei a ligação e coloquei meu celular em cima da mesa.

Nathan só me encarava com cara de sono.

Subi na cama e fiquei sentada em cima das minhas pernas, ao lado dele.

– Você ouviu, né?- perguntei para confirmar.

Ele não respondeu.

– Esse ciúme é de família?- passei a mão pelo cabelo dele em forma de carinho- James é também é muito ciumento, mas você é bem mais.

Nathan passou a mão pelo rosto e afundou a cara no travesseiro.

– Vamos lá- tentei erguer sua cabeça- você sabe muito bem quem eu amo. Para de ser chato.

– O que sente por ele?- perguntou depois de sentar.

Resolvi contar a verdade.

– Ta, eu me apaixonei por ele sim, mas você sempre esteve na minha mente. Sempre. Paixão é completamente diferente de amor. Eu tentava me convencer de que o Erick era o certo para mim, mas não é. Eu sempre soube disse, mas a Cams que me fez realmente ver que é você quem eu amo e nada vai mudar isso. Então pare de bancar o difícil porque esse papel é meu- ri- você acredita que quando ela disse o seu nome o meu coração começou a acelerar?- me empolguei ao contar- foi tão estranho, tão maluco e incrível!

– Que mentira- ele começou a rir- isso é impossível.

Ta me chamando de mentirosa?- peguei um travesseiro e bati na cara dele.

Recebi um golpe de travesseiro na barriga. Atirei o meu nele. Foi assim que começamos a nossa guerra estúpida e divertida, rendendo muitas gargalhadas e penas no chão, na cama e em nós.

No último golpe, eu desviei e ele caiu no chão. Claro que eu comecei a rir.

– Bem feito- falei cedo demais porque ele puxou meu braço e eu caí em cima dele.

Ali estávamos nós dois, eu em cima dele, deitados no chão de um hotel lindo em St. Helens.

– Não doeu?- me apoiei no peito dele.

– Eu sou forte e você é leve- ele respondeu.

Ficamos ali por um tempo apenas conversando sobre a nossa adolescência o que para ele já passou, mas para mim não.

– Você bem que mereceu- falei depois de analisar a história.

Ele me contou que uma vez uma garota derramou refrigerante, batatas fritas e ketchup na cabeça dele no meio do shopping porque ele estava ficando com ela e com a melhor ‘‘amiga’’ dela.

– Isso é tão nojento- fiz careta.

– As duas eram gostosas e lindas. O que você queria que eu fizesse?

– Que cara de pau- ri e dei um tapa no ombro dele.

– É claro que você é muito mais.

Revirei os olhos.

– Minha vez- falei- quando eu tinha quatorze anos, eu fui a um acampamento escolar. Na hora da fogueira, eu queimei um terço do meu cabelo.

Ele começou a rir.

– Você era burra ou o que?- ele perguntou.

– Obrigada. Um garoto salvou a minha vida- continuei- ele jogou o suco dele em mim. Eu fiquei fedendo a laranja queimada. A sala toda viu. Cortei muito o meu cabelo e quase morri por causa disso.

Nathan mordeu o lábio inferior e desviou o olhar. Ele estava pensando.

– E se eu cortar o seu cabelo?- ele perguntou.

– Você não é nem louco. Eu corto o que você tem aí embaixo.

– Uma ova.

Ele levantou junto comigo e tirou uma tesoura de dentro da bolsa.

– Ta. Corta o meu. Faz muito tempo que eu não corto. Você corta o meu e eu o seu, fechado?

Comecei a rir. Que ideia maluca.

– Só as pontinhas?- perguntei.

– Só as pontinhas- ele ergueu as mãos. Tinha prometido.

– Então molha lá o seu cabelo- apontei para a porta do banheiro.

Ele fez o que eu mandei e depois sentou na cama. Fiquei de joelhos na cama de frente para ele.

Eu sempre cortei o meu cabelo, então talvez dê certo mesmo sendo cabelo de homem.

– Eu até que gosto do seu cabelo entrando no seu olho de vez em quando- penteei a ‘‘franja’’ dele para frente- é tão másculo- zombei porque sei o quanto ele odeia se sentir menos homem.

– Você fede a laranja queimada, sabia?- ele cheirou meu pescoço.

– Palhaço- afastei a cabeça dele e comecei a cortar seu cabelo escuro- eu espero que não fique uma merda.

– Se ficar, eu vou raspar a sua cabeça.

Eu ia revidar, mas deixei para lá.

Mais alguns minutos e ajustes depois, eu terminei.

– Ficou muito bom- Nathan disse olhando no espelho do banheiro- agora é a sua vez, princesa.

Ele me pegou no colo.

– Ta fazendo o que?- segurei em seu braço, ou melhor, em seu tríceps.

Ouvi o barulho da torneira sendo aberta. Ele estava molhando parte do meu cabelo e quando terminou, me sentou na cama, de costas para a beirada e foi para atrás de mim.

– Só as pontas- o lembrei- é sério.

– Relaxa. Eu já cortei o cabelo da minha mãe- ele riu- foi escondido. Ela quase me matou.

– E ficou bom?- perguntei esperando que ele dissesse sim ou eu teria um troço.

– Ficou uma merda- ele riu- vou tentar não estragar o seu.

– Quero te bater- fechei o punho.

– Você sempre quer- ele deu um beijo demorado no meu pescoço, me deixando arrepiada.

Pouco depois eu ouvi o barulho da tesoura cortando o meu cabelo. Me bateu uma vontade de chorar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MorTA eStOU. Amei escrever isso e o que vem pela frente haha
Katherine corajosa.
— Relaxa. Eu já cortei o cabelo da minha mãe- ele riu- foi escondido. Ela quase me matou.

— E ficou bom?- perguntei esperando que ele dissesse sim ou eu teria um troço.

— Ficou uma merda



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Drops to Live - Temporadas 3" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.