Tenha Fé ( Finalizada) escrita por dcm, Thaises Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas,

Espero que gostem do cap .
Bjs



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POV Edward

Eu passei uma hora descascando, cortando, picando e lavando louça. Um tédio.

Mas me diverti muito. Isabela era engraçada, divertida e inteligente.

Assim que todos os ingredientes estavam na panela e a cozinha arrumada ela nos levou para a sala.

– Agora o trabalho é com o fogo. Vamos descansar um pouco. _disse se sentando no sofá. _ Quer ver alguma coisa na tv?

– Acho que não. Não vejo tv a muito tempo, acho que desacostumei.- falei coçando a nuca, eu estava sem jeito perto dela. 

Então ela começou a rir.

– Qual a graça? 

– Você. _ disse simplesmente.

– Eu sou engraçado, é isso?_ falo indignado.

– Não é isso, é que você tem o mesmo jeito que o meu pai tinha quando ficava sem graça ou nervoso com algo que tinha para falar. Você coça a nuca.

– Ah. _ foi tudo que consegui dizer. Então ela não tem mais pai?

– Tinha? Ele faleceu?

O sorriso dela sumiu.

– Sim. Já tem um ano.

– Sinto muito.

Ela apenas acenou com a cabeça e mergulhamos no silencio. Eu pensava em inúmeras coisas que queria falar com ela ou perguntar, mas tinha uma que ainda queimava em minha garganta com muita vontade de sair.

– Você mora aqui sozinha?

– Sim. Eu morava com meu pai, mas _ ela apenas deu de ombros e voltou a falar. _ bom, agora eu moro sozinha.

– E o que te deu na cabeça para aceitar estranhos no meio da noite em sua casa? _ falei zangado, será que ela não via como isso era perigoso?

– E o que você queria? Que eu deixasse vocês lá fora e permitisse que sua irmã morresse? Ou que os colocasse pra fora no meio desse temporal?_ ela dizia irônica. _ Eu jamais faria isso, fiz o que fiz por que acho que essa é a obrigação de todo ser humano. Ajudar ao próximo! Fiz e faria tudo de novo. Pronto! _ ela terminou de dizer um pouco irritada.

Eu a encarava desconcertado e não duvido nada que estivesse de boca aberta. Se fosse uma senhora de uns 70 anos ali me dizendo isso eu até não me surpreenderia, mas uma jovem? Ela era tão jovem para pensar assim. Tão idealista. E ingênua. Se ela soubesse quantas vezes já bateram a porta na nossa cara......

– O que foi agora? Por que esta me olhando assim?

– Enquanto você diz que é obrigação de todo ser humano fazer isso eu sou obrigado a dizer que você foi a única..... única em 2 anos a nos ajudar sem pedir nada em troca.

Me inclinei para frente e falei olhando dentro dos seus olhos.

– Em 2 anos já bateram inúmeras portas em nossas caras, já nos expulsaram de duas casas. Já se negaram a nos abrigar ou a nos dar de comer, mesmo eu me oferecendo para trabalhar em troca da comida. Em 2 anos já nos trataram muito pior do que animais.

Eu estava amargurado com a vida e não conseguia mais esconder isso.

Ela permanecia me olhando parecendo espantada.

– Sinto muito por tudo isso. Nem imagino como deve ter sido horrível tudo que vocês viveram, mas o fato de pessoas ruins terem cruzado seu caminho não significa que pessoas boas não vão aparecer.

– Por que você insiste tanto nisso? Em que coisas boas vão acontecer?

Ela deu de ombros e respondeu.

– Aconteceram para mim.

– Como assim? _ quis saber interessado.

– Eu fui largada em um orfanato quando tinha apenas 3 anos. Não lembro nada dos meus pais verdadeiros, tudo que me lembro é de viver largada em um orfanato onde ninguém ligava para mim até os meus 10 anos de idade. Fui adotada pelo Charlie, meu pai exatamente na idade em que já se considera impossível ser adotada, por já ser velha demais. Mas ele me adotou, me deu amor e carinho, coisa que eu nunca tive antes na vida. Eu sei que coisas boas vêm depois que coisas ruins acontecem na vida. Podem não ser na hora que queremos, mas elas vêm quando tem que vir.

Depois de ouvir isso fiquei calado. Apenas pensando em tudo.

Ela se levantou e foi até a cozinha. Ouvia barulhos de panelas e talheres, mas não fui atrás dessa vez, fiquei sozinho com meus pensamentos.

Então ela voltou para sala, mas não se sentou dessa vez.

– Eu estou cansada e vou dormir, tenho que acordar cedo para ver a sua irmã. Eu deixei a mesa posta para vocês comerem, fiquem a vontade e qualquer coisa com sua irmã, não hesitem em me chamar.

Então ela começou a subir as escadas e parou no meio do caminho e me chamou.

– Edward?

Olhei para ela e fiquei esperando.

– Eu não sou tão ingênua assim. Meu pai era o xerife dessa cidade, tenho duas armas nessa casa escondidas e eu sou ótima atiradora._ ela falava com um sorrisinho debochado nos lábios e voltou a subir os degraus em silencio.

Embora eu saiba que aquela afirmação era para me assustar ou avisar que eu não tentasse nada eu apenas me sentia aliviado. Ela não estava tão indefesa afinal.

Fui para a cozinha e tomei rapidamente o meu prato de sopa, embora estivesse fumegando ainda, não demorei a toma-la toda. Ainda repeti uma vez antes de levantar de lavar a louça.

Voltei para o sofá e deitei ali mesmo. Sabia que pelo cansaço dos meus pais eles dormiriam a noite toda, eles se alimentariam amanhã.

[............]

O sol batia diretamente em meus olhos me fazendo gemer e acordar. 

Levantei do sofá me sentindo dolorido, mas descansado. Pela primeira vez em muitos meses que eu dormi sem ser em um banco de carro ou preocupado que alguém atacasse minha família nos abrigos. Sem contar que estava alimentado. 

Ao lembrar da minha família me pus de pé rapidamente para ver Alice. Cheguei ao quarto e encontrei meus pais de pé e Isabella com um estetoscópio ouvindo as costas da minha irmã. Eu sabia que deveria fazer silencio, mas ao ver Alice sentada na cama parecendo estar muito melhor eu não me contive.

– Alice?

Então minha irmã me olhou e se levantou se jogando em meus braços.

– Edward. Obrigada, obrigada meu irmão.

Ela falava agarrada a mim. Eu a abraçava apertado, tentando me certificar que ela estava ali mesmo, bem e saudável a minha frente.

– Como você está?

– Muito melhor. Nossa, parece que nasci de novo. _ Falou se afastando para me olhar.

– Estou vendo, já esta até mais corada._ falei acariciando seu rosto.

– Bella disse que em 3 dias estarei como nova.

– Bella? _ perguntei meio sem entender. Será que havia vindo alguma doutora aqui enquanto eu dormia?

– É. Bella. Isabella, Edward. _ falou como se fosse óbvio me apontando Isabella que estava ainda sentada na cama nos olhando.

– Sua irmã me deu esse apelido assim que eu me apresentei hoje a ela._ falou dando de ombros.

– Isabella é muito formal..... Bella tem mais cara de ..... de amiga._ Alice tagarelava como de costume quando estava feliz.

– Alice, se comporte. _ ralou Esme

– Mãe, poxa ela é legal, o que tem de errado em dar um apelido legal e querer ser amiga dela?_ Alice estava indignada.

– Não tem nada de errado Alice. _ respondeu Isabella._ Você esta certa, amigos podem dar apelidos uns aos outros, não é mesmo Alie?

Minha irmã bateu palmas como se fosse uma criança ganhando um brinquedo novo.

– Ah, viu? Ela também me deu um apelido. Eu amei Bella.

Bella apenas ria e foi guardando seu material médico que estava em cima da cama.

– Bom eu te examinei de novo e confirmo o que eu disse ontem, você tem apenas um forte resfriado. Já te mediquei contra a febre que voltou, mas esta baixa. Basta você fazer repouso e se alimentar bem que estará como nova em 3 dias.

Nessa hora eu e meus pais relaxamos. Essa noticia era ótima.

– Graças a Deus. _ minha mãe deu voz aos nossos pensamentos.

– E graças a você Bella. _ Alice disse agora séria, segurando as mãos de Bela.

– Deixa de ser boba .....

– Minha irmã tem razão Isabella, graças a você também._ insisti naquilo.

– Então é graças a você também. Afinal, você quem pediu ajuda.

Apenas fiquei calado, acho que não era uma boa hora para discordar dela. 

– Então? Quem quer tomar café da manhã?_ perguntou.

– Não obrigada, ainda estamos satisfeitos pelo prato de sopa que tomamos a pouco.

– Já tomaram?_ perguntei espantado, afinal eu não havia ouvido barulho algum na cozinha.

– Eu trouxe para eles, não queria que acordassem você com o barulho, você parecia tão cansado ainda. _ Isabella se justificou sem querer me olhar.

– Obrigada.

– Mas eu quero café da manhã sim, ainda estou com fome.

– Alice!_ meu pai, eu e minha mãe a repreendemos. Será que ela já tinha esquecido a educação que mamãe nos deu?

– Ei, deixem ela. Fui eu mesma quem disse que ela precisava se alimentar. Fique deitada que eu já trago seu café viu.

Isabella deu um beijo na testa da minha irmã e saiu do quarto.

– Trago para você também Edward. _ disse ao passar por mim.

– Ela é encantadora. _ disse minha mãe depois que Isabella saiu do quarto. 

– Um anjo isso sim, nos abrigar em sua casa assim do nada e ainda ajudar Alice? Só sendo um anjo._ falei olhando para a porta por onde ela saiu.

– Eu disse meu filho..... ter fé as vezes funciona.

Olhei para meu pai que me olhava sério.

– Desculpe por ontem pai, eu estava desesperado._ falei me sentindo derrotado.

– Você tomou uma decisão ruim, mas não precisa se atormentar por isso meu filho, afinal você se arrependeu e só estava fazendo o seu melhor por essa família.

Estava fazendo tudo que podia. 

– Não precisa pedir desculpas por tentar me salvar Edward, eu faria o mesmo por você.

E com essa eu levei um susto.

– O papai te contou o que eu fiz?

– Não, foi a Bella. Ela estava dizendo que eu deveria me orgulhar muito de ter um irmão que era capaz de tudo por mim._ Alice dizia com um sorriso de quem estava aprontando.

Depois disso começamos a conversar amenidades e a falar sobre planos futuros, mas a minha atenção continuava na porta por onde Isabella tinha saído. Algo em mim estava inquieto. Dizendo a mim mesmo que eu precisava ajudar em algo para poder pagar toda a atenção que estávamos recebendo, eu me levantei.

– Vou ver se ela precisa de ajuda com alguma coisa.

Sem esperar por nenhuma resposta eu sair em direção às escadas e fui direto para a cozinha.

Sorri mais uma vez ao ver que ela estava igual ontem à noite. Cantarolando enquanto arrumava uma bandeja de café da manhã. Ela era delicada e graciosa.

Arrumava tudo com carinho e boa vontade. Encostei-me de novo na porta e permaneci parado a olhando e como na noite anterior ela levou um susto a me ver. Mas pelo menos dessa vez não gritou.

– Credo Edward! Vai ficar me dando sustos toda hora. _ falou tentando se acalmar.

– Desculpe, não consigo evitar, gosto de te observar.

Então ela desviou o seu olhar do meu na hora e ficou corada como um tomate.

Percebendo a besteira que tinha dito tentei desconversar.

– Então? Alice esta com fome, já posso levar o café dela?

– Ah, claro, já esta tudo pronto. Aqui.

Ela disse me entregando a bandeja de café.

Subi com tudo e tomei café com minha irmã no quarto com nossos pais.

Pouco depois Isabella apareceu na porta já de roupa trocada.

– Eu queria avisar que vou dar uma saída._ ela disse sem jeito.

– Algum problema? Quer alguma ajuda querida? _ meu pai perguntou solícito.

– Nada demais, coisas do dia a dia mesmo. Só queria avisar para ficarem a vontade e que ainda tem muito daquela sopa de ontem, podem comer a vontade.

– Mas você vai sair neste tempo? Ainda esta chovendo muito. _ falei preocupado com ela.

– Vocês não são daqui e nem de perto daqui não é? _ ela mudou de assunto.

– Como sabe? _ meu pai perguntou.

– Seu filho falou que esta chovendo muito. _ ela disse como se fosse óbvio.

– E não está? _ perguntei.

– Não! Em Forks nunca esta chovendo muito, em Forks sempre chove muito. Se o sol aparecer aqui 20 vezes por ano acho que é muito. _ ela falou fazendo uma careta engraçada.

– Bela.... você acha que tudo bem eu sair hoje a noite? _ Alice perguntou.

– Claro que não! Que pergunta Alice. _ falei bravo.

– Edward, preciso trabalhar, precisamos do..._ então ela olhou para Bella e falou baixo. _ precisamos do dinheiro.

– É só você ligar para seu patrão avisando que esta doente. _ Bela disse como se fosse fácil.

Alice fez uma careta.

– Não dá. Eu já era a substituta, e ele deixou claro que se eu não aparecesse nos 3 dias eu não ganhava nada.

Isabela fechou a cara para a informação.

– Você foi trabalhar na lanchonete do James não é?

– Sim, como sabe.

– Ele é o único idiota dessa cidade que faz essas coisas. Olha não se preocupe com isso agora. Seu irmão estar certo, nem pensar que você pode sair nesse frio à noite. Bom, eu tenho mesmo que ir.

Então ela se virou e saiu.

Dia passou calmo e sem novidades.

Nós dormimos mais um pouco e comemos mais da sopa que havia e estava deliciosa. Tomamos banho e vestimos roupas secas que Isabella havia deixado para nós.

Eu limpei a sujeira que havíamos feito na noite anterior e minha mãe foi arrumar a cozinha e os quartos para tentar deixar tudo em ordem. Queríamos mostrar o quanto estávamos gratos por tudo que Isabella estava fazendo por todos nós.

Quando acabei de limpar a escada e a sala resolvi cortar a grama do jardim dela.

Desci ao porão e achei o cortador de grama e percebi que haviam muitas prateleiras ali já podres ou quebradas. Estava claro que o lugar já não via uma atenção a bastante tempo. Então deixei a grama para depois e fui até meu carro buscar algumas ferramentas que eu tinha e comecei a trabalhar em seu porão.

As horas passaram sem que eu percebesse. Refiz algumas prateleiras, arrumei outras. Mexi voltei a na fiação que estava velha e exposta. Comecei a sentir calor então tirei a camisa e voltei a trabalhar.

No fim de tudo comecei a arrumar e limpar o porão. Quando estou terminando de varrer o porão me sinto ser observado e viro em direção a porta a tempo de ver Isabella parada me olhando. 

Fiquei um tempo parado a olhando e ela me encarava sem desviar os olhos. Então seus olhos desceram pelo meu corpo e a vi engolir em seco. Gostei de ver que meu corpo mexia com ela, parecia agrada-la. Mas como se despertasse de um sonho ela sacudiu a cabeça e falou comigo.

– O que esta fazendo Edward?

– Arrumando seu porão. Isso estava horrível sabia. Tinha até ratos por aqui._ brinquei.

– Ratos?_ ela gritou assustada.

– Calma, estou brincando. Mas estava horrível mesmo.

Ela desceu as escadas devagar e sentou nos degraus.

–Eu sei. Charlie era péssimo com serviços manuais. Ele tentava, mas sempre largava as coisas pela metade e deixava para lá. E depois que ....... bom, tem muito tempo que eu mesma não venho aqui. 

Então ela olhou em volta e me olhou de novo.

– Mas você não precisava fazer nada disso. Deveria estar lá em cima com a sua família descansando.

– Eu não gosto de ficar parado à toa. _ respondi dando de ombros. _ Eu na verdade ia cortar a sua grama, mas ao ver a bagunça aqui em baixo eu não resisti, desculpa.

Falei não me sentindo nem um pouco culpado, eu gostei de fazer algo para ela.

– Não precisa se desculpar, eu é que tenho que agradecer. Muito obrigada. _ falou brincando. _ E quanto vai me custar esse serviço Sr. Carpinteiro? _ Ela falava brincando ainda.

– Nem um centavo, fica pela hospitalidade e pelos cuidados médicos da minha irmã. 

Ela fingiu surpresa e logo respondeu.

– Olha que eu posso me acostumar com isso hein?

– Será um prazer fazer coisas para você._ falei sincero para ela. Acho que a frase soou mais intensa do que eu queria. Ela pareceu ficar sem jeito e eu também. 

Ela se levantou rapidamente.

– Vamos subir, preciso falar com você e seus pais.

Sem esperar pela minha resposta ela subiu os degraus e logo sumiu da minha visão.

Respirei fundo tentando colocar juízo na minha cabeça. Peguei minha camisa que estava pendurada em uma das prateleiras e a vesti. 

Você não pode fizer flertando com ela Edward. Isabella acolheu você e sua família. Esta cuidando de vocês. Ela não é esse tipo de mulher. Repeti isso para mim algumas vezes e subi as escadas.

Ao chegar no quarto a vi sentada na cama ao lado da minha irmã. Quando me viu entrar ela sorriu e abriu sua bolsa tirando de lá algumas notas de dinheiro e entregando a minha irmã.

– Tome Alice. Isso é seu.

– Meu? _ Alice contou e ali tinha 30 dólares. Fazia semanas que não víamos tanto dinheiro.

– O que é isso?_ ela perguntou assustada.

– Fui falar com James hoje. Exigi que ele pagasse tudo que você tinha direito, mesmo trabalhando apenas um dia para ele.

– Não deveria ter se incomodado Bella. _ Alice dizia parecendo não acreditar naquilo.

– Eu não gostei da cara daquele homem Isabella, não deveria ter ido lá sozinha._ Eu disse zangado. O tal do James me pareceu um homem perigoso. E se ele tentasse algo com ela?

– Não se preocupe, conheço James há anos, estudamos juntos. Embora não gostemos um do outro ele me respeita, afinal meu pai o livrou da cadeia algumas vezes apenas por ser meu colega de classe. 

Não respondi aquilo. Afinal que direito eu tinha de dizer algo. Ela era maior de idade e vivia sozinha há algum tempo. Eu era só um coitado que ela estava ajudando.

– Obrigada Bella, esse dinheiro irá nos ajudar muito. _ meu pai falou feliz.

– Bom, não é só isso que eu queria dizer. Antes de qualquer coisa quero avisar que passei no posto e comprei um galão de gasolina para vocês. Daqui a pouco vão trazer aqui. E ...._ então ela parou de falar e pareceu ficar insegura ou envergonhada com algo.

– Bom, eu preciso saber.... vocês pretendem ficar algum tempo aqui em Forks?

– Eu não sei Isabella, esse lugar não parece ter muita coisa para nos fazermos. _ respondi chateado. Tanto por mostrar que precisávamos de dinheiro como por ter que ....... credo Edward, tire isso da cabeça.

– Bom, esse é o ponto. Eu estava de férias e passei algumas semanas na casa de uma prima fora da cidade, então eu fui no hospital onde trabalho hoje para resolver algumas coisas para a minha volta na semana que vem e no caminho eu vi uma placa na creche do bairro.

Ela então se virou para Alice.

– Ao ver o anúncio eu meio que tive uma ideia Alice. Lá eles estão precisando de assistente de monitoras. Sabe, olhar as crianças enquanto brincam, trocar algumas fraudas. Coisas que você me disse estar acostumada a fazer. Sei que não é grande coisa, mas é por meio período. Você poderia trabalhar e estudar. O salário não é grande coisa, mas é um salário. É algo fixo e certo. E não importa a sua idade, é um tipo de trabalho só para estudantes mesmo.

Minha irmã faltou saltar na cama com essa noticia, seus olhos ganharam um brilho incrível nessa hora.

– Isso é maravilhoso, trabalhar de verdade por um salário e ainda poder voltar a estudar, isso é..... _ então seu sorriso desmoronou um pouco.

– Mas para isso eu teria que morar aqui, ficar Bella, ficar em Forks.

– Exato, e é aí que entra o resto. Quando soube de tudo isso sobre o trabalho eu tive uma ideia, e se vocês ficassem na cidade de vez? Pelo menos por um tempo? Então eu fui atrás de um amigo meu. _ ela olhou para mim. _ Edward, sei que não é o emprego dos sonhos de ninguém, mas Emmet meu amigo tem uma empresa. Na verdade é uma loja de carros. Ele trabalha tanto com vendas de carros como com reparos e conserto. Eu falei com ele e ele me disse que esta realmente precisando de alguém de confiança para trabalhar como gerente do lugar. E.... bom eu te indiquei.

– Você o que?_ eu gritei.

Porra essa mulher é louca? Ela acolhe estranhos em casa, indique quem mal conhece para cargos de confiança....... quer dizer.... ela saiu pela cidade procurando empregos para todos nós, pelo amor de Deus..... de onde esse anjo saiu?

– Você ficou zangado? ela perguntou insegura.

– Você não existe Isabela. _ falei dando um sorriso. _ E .... ele concordou?

– Bom... _ ela fez uma careta. _ Depois de passar 30 minutos me dando esporro sobre acolher estranhos no meio da noite em minha casa ele disse que se eu já confiei em você a minha vida para ele confiar a empresa e o dinheiro não é nada demais. Então sim. Se você quiser o emprego é seu.

– Eu não sei nem o que dizer. _ eu não tinha palavras mesmo para ela.

Então ela se virou ao meu pai. 

– Carlisle, sei que isso nem se compara ao que você perdeu em sua vida, mas como vocês me contaram sobre o que o senhor fazia bom... Eu acho que o Senhor não sabe, mas aqui em Forks temos uma pequena fábrica de perfumes. Lá eles sempre estão tentando combinações novas e também compram formulas patenteada. Eu fui até lá e falei com o gerente de laboratório sobre o senhor, ele me disse que se o senhor for bom no que faz, não importa a sua idade, o senhor terá uma vaga lá. Caso se interesse a sua entrevista é amanhã.

Eu observava meu pai que estava mais branco que papel. 

– Pai_ andei até ele._ O Senhor está bem.

Minha mãe apenas chorava ao seu lado. Assim como Alice, e meu pai também já derramava lágrimas.

– Isabella, minha filha. _ ele a abraçou apertado enquanto chorava. _ Muito obrigada por isso. Você não imagina o que fez por nós hoje._ ele falava emocionado.

– Eu não fiz nada Carlisle. Apenas dei indicações, vocês é que vão trabalhar e as pessoas precisavam de ajuda nos trabalhos, simples assim.

A cena era forte para mim. Para alguém já tão amargurado e desesperançado.

Peguei uma roupa qualquer que estava sobre a cama e fui tomar um banho. Demorei para sair do banheiro. Minha cabeça girava. Por que ela estava fazendo tudo isso por nós? Por que ter esse trabalho com estranhos? E por que cada vez mais ela parecia perfeita para mim, cada vez mais ela ficava ainda mais tentadora e ainda mais distante de mim?

Alguém tão boa assim merecia o melhor da vida e não um simples sem teto.

Finalmente fechei o chuveiro e me vesti. Ao sair do banheiro percebo que o quarto agora esta vazio.

Vou descendo de vagar as escadas e encontro minha família toda na cozinha.

–O que estão fazendo?

– Decidi dar folga a Bella hoje da cozinha meu filho. Sou eu quem vai fazer a janta hoje. A menina já fez muito não acha? Merece ser cuidada um pouquinho.
Minha mãe dizia com um lindo sorriso no rosto.

– Ela merece muito mais do que isso mãe._ murmurei. _Onde ela esta? _ perguntei.

– Disse que ia dar uma volta na floresta atrás da casa.

Fiquei ali uns minutos com minha família. Contei como ficou o porão. Contei do que ela me disse sobre ser adotada. Mas nenhum assunto me tirava à vontade de ir atrás dela. De ouvir a sua voz, de conversar mais um pouco. Tive que fazer um grande esforço para ficar onde estava. Quando o jantar já estava pronto minha mãe resolveu aliviar a minha tensão.

– Filho, vá procurar a Bella para jantar, diga que já está tudo pronto.

Concordei na hora e saí pela porta dos fundos.

Eu não tinha ido para aquela parte da propriedade ainda e por isso me assustei. Ela não exagerou quando disse que ia dar uma volta na floresta. Era isso mesmo que tinha ali, uma enorme floresta.

Dei alguns passos incertos ali. Mas não precisei me afastar muito para a encontrar. Ela estava sentada em um tronco de árvore.
Ela tinha os olhos fechados e o rosto inclinado para cima. Parecia apreciar a leve garoa que caía.

– Isabella? _ chamei baixinho.

– Dessa vez você não me assustou. _ela disse ainda de olhos fechados.

– Me ouviu chegando?

– Você faz mais barulho na floresta que um elefante sabia? Típico de quem sempre viveu em cidade grande._ ela falava ainda de olhos fechados, mas tinha um sorriso zombeteiro nos lábios.

– E por acaso você viveu enfurnada nessa floresta?

– Sim. _ ela disse abrindo os olhos. _ Nessa floresta, no lago da cidade, na reserva indígena daqui. Sou o que se chama de um espírito livre.

– Esta me parecendo mais que era do tipo moleca na infância.

Ela fez uma pequena careta e riu.

– Pior que é verdade. Charlie vivia correndo atrás de mim por aí. 

– O que faz aqui sozinha?_ perguntei me sentando ao seu lado. 

– Gosto de vir até aqui. Passei muitas tardes aqui com meu pai. Ficávamos conversando sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo aqui sentados nesse tronco. Ele gostava desse lugar porque dava para ver a casa ainda e era bem afastado ao mesmo tempo. 

– Sente saudades não é?

– Muita. _ respondeu abaixando o rosto.

– Como foi?

Ela deu de ombros.

– Eu já disse que ele era o xerife. Um dia teve um chamado no meio da noite sobre um assalto e ele acabou sendo baleado. Não resistiu ao ferimento.

– Eu sinto muito._ falei pegando a sua mão e mais uma vez a eletricidade nos assustou. Ela disfarçou e soltou sua mão.

– E então? Animados para amanhã?

– Muito. Você não tem ideia do que fez por nós.

– Já disse que não fiz nada.

– Tem ideia do quanto é boa? Do quanto é desprendida?

Ela me deu o seu sorriso mais angelical.

– Eu só fiz por vocês o que um dia fizeram por mim.

–Como assim?

– Um dia quando era adolescente perguntei ao meu pai o mesmo que você me pergunta? Por que eu? Por que ele tinha adotado logo a mim? Ele respondeu que me amou assim que me viu. E que tudo que ele queria de mim é que eu sempre retribuísse sendo boa com os outros. Que o mundo precisa de bondade. 

– E foi por isso que você me ajudou?

– Você me ajudou primeiro.

– Do que você esta falando? _ perguntei totalmente confuso.

– Você naquela noite ia me assaltar não é? Mas desistiu. Teve pena de mim. Você foi bom Edward. E a sua bondade, a sua força em pensar em mim além do seu desespero na hora foi que me fez querer tanto ajudar vocês. E o que quero de você é que nunca perca isso. A sua bondade a sua fé nos outros.

– Eu tenho fé em você. Nos outros eu já não sei._ falei sincero e triste.

Resolvi mudar logo de assunto.

– Vamos, minha mãe já fez a janta. Ela esta chamando.

–Ótimo, estou cheia de fome.

Jantamos falando de amenidades. Isabela nos contava tudo sobre a cidade. Sobre como gostaríamos de morar ali.

Mas tudo que eu conseguia pensar era que morar ali ao mesmo tempo seria maravilhoso e terrível. Eu poderia ficar sempre perto dela. Provavelmente seríamos amigos, mas eu nunca estaria à altura dela. Ela tirou a mim e minha família da rua. Ela precisava de um homem que cuidasse dela e não de um homem que precisava de cuidados.

Mas ela sempre seria meu anjo.

Não tinha jeito, eu estava me apaixonando por ela.


Continua.....



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Notas finais do capítulo

E então?
O que estão achando?
Esse Edward complexado dá uma vontade de pegar no colo não é?!
Bom, espero que tenham gostado e espero que comentem bastante, bjs a todas.
Daniela




Notas da Beta:
:) que lindoooooo ....
O que vcs acharam ? amaram ? odiaram ?
Nos avise ... que dizer avisa a autora ... nos estamos um pouco
Esquecidas e to reclamando
Olha eu me impressionei com a Bella ela se preocupa com os outros porque a fizeram isso para com ela .... e isso é o que o mundo precisa ...
Eu to amando a historia e sei eu vcs também .... entãoooo o que vcs acham que pode acontecer no próximo capitulo ?
Vamos lá pessoal não custa deixar uma linha nos comentários ... não e pra a fanfic ter muitos comentários ... é pra a gente saber o que vcs tão achando
Então recado dado ...
Bjus da Thai ....