Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 23
Sexo casual?


Notas iniciais do capítulo

CAROLINA/: Oi... Então, mais um capítulo! Alguém reparou como o site está bonito na hora de postar? Adoreiiii!
Continuando... Obrigado aos comentários... Espero que gostem desse capitulo!



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Sexo casual?

Observei aquilo hipnotizada.

Uma…

Duas…

Três…

As gotas negras pareciam não parar de escorrer da adaga de prata.

Cora mexeu-se depois de minutos parada, e pulou nos braços de Simon, repousando a cabeça sobre o peito do garoto que sorriu aliviado apertando-a mais contra ele.

Pela primeira vez senti uma gota de suor escorrer do canto de meu rosto, e senti meu corpo todo pesar. Caminhei até a porta, sentando-me na escada da varanda enquanto sentia uma brisa gelada passar pelo meu rosto, e então minha mente começava a absorver tudo.

Charlie não era meu pai, mas Renée era minha mãe. Meu pai era um tal de Thomas, que era um Transmorfo, que deve ter um certo parentesco com Maphalda. Eu realmente serei um Transmorfo e Maphalda tem interesse em mim, afirmando que eu serei forte e um orgulho para seu grupinho sinistro de garotos Transmorfos.

Puxei o ar secando o suor do rosto.

Eu não estava nada bem.

Descobrir que sua família foi construída com um pilar de mentiras e participar de uma briga entre dois Transmorfos, um Elfo, e uma Sirena (Leucósia) na sala de uma mulher estranha que possivelmente mandou lhe sequestrar… Não é muito saudável. Não recomendo para ninguém essa experiência.

— Ei, você está bem? — Cora puxou-me de meus devaneios e sentou-se ao meu lado na varanda, olhei-a. O rosto estava marcado no canto esquerdo, avermelhado fortemente a maça esquerda do pálido rosto da Leucósia.

— O que fizeram em você? — questionei mudando o rumo do assunto. Cora abaixou o rosto constrangidamente.

— Allan me deu um soco...

— E foi por isso que você o esfaqueou?

— Talvez. Eu poderia ter feito pior… — Cora riu consiga mesma, e olhou para o sol que começava a cair lentamente, e daqui a pouco, daria espaço à escuridão iluminada por pontinhos brilhantes que costumamos chamar de estrelas. — Tio Jack teria arrancado o coração dele e daria de presente para você.

— Nossa! Isso é bem romântico. — ri discretamente sentindo um pouco de calma me invadir com lentidão.

Simon suspirou atrás de nós, fechando a porta com um estouro longo. Ele continuava enraivado.

— O que ouve? — Cora virou o rosto, Simon caminhou até a nossa frente e pude notar seu lábio inferior levemente inchado no canto.

— Allan continua vivo…

— Como assim? — intrometi-me e Simon me olhou.

— Maphalda deve ter dado algum tipo de… Chá ou Poção…

— Chá? — Cora riu e Simon olhou-a irritado.

— Transmorfos conseguem fazer a camomila um escudo interno…

— Nossa… — suspirei enquanto passava as mãos pelos meus cabelos úmidos do suor — Vamos brigar de novo? — cuspi fora mais uma dose de irritação que começava a voltar agora.

— Não. Vamos embora enquanto eles estão inconscientes…

— E Maphalda? — senti o amargo voltar novamente em meus lábios.

— Ela acordará depois deles. A flecha pegou de raspão no coração e ela está Vestida como uma senhora idosa, o organismo fica mais fraco e a o processo de cura irá ser mais lento. — garantiu-me.

— E por que ela se Transformaria numa velha Simon? — Cora retrucou.

— Ela queria persuadir sua amiga.

[…]

Judith me encarava de um jeito indecifrável. Seus olhos estavam escuros e pesados, eu estava indefinida se aquilo era raiva, irritação ou repulsa.

Cora estava sentada no sofá e Erika junto dela ajoelhada passando um algodão um com liquido que eu não sabia o que era na bochecha marcada pelo soco, Simon estava ao lado de Cora, parecia preocupado com a namorada. Kelly havia me ajudado.

Ela havia me emprestado uma peça de roupas, me levado até aquele antigo quarto onde havia ficado na primeira vez que viera na casa de Jack, me alcançado um xampu e outros produtos para eu tomar um banho.

Mas, enquanto a água estava escorrendo pelo meu corpo meu cérebro começava a mastigar lentamente as informações recentes novamente…

Eu estava voltando ao estágio da confusão, mas antes havia passado pela descrença e logo em seguida pela raiva, e finalmente, o descontrole.

— Desculpa azulejo quebrado, Kelly… Eu juro que não foi de propósito. — Kelly soltou um sorriso cheio de doçura, e concordou enquanto eu sentava no sofá da sala.

— Tudo bem, Bella. Eu estava ansiosa com a oportunidade de trocar aquilo. — deu de ombros e saiu andando em direção à cozinha. Continuei sentindo o olhar irritado de Judith sobre mim.

— Ah! — Lana, a pantera negra de Jack, entrou na sala, bocejando como sempre. Lana passou por Judith, virando o rosto e dando um rosnado ameaçador a Bruxa que deu de ombros, rosnando com leveza. Lana pareceu satisfeita e caminhou rebolando até o sofá onde eu estava. Lana esticou-se e puxou com as garras minhas pernas que estavam cruzadas, ela sorriu (animais que dão sorrisos ainda não são tão normais para mim) e pulou no sofá, deitando-se encolhida e aconchegando a cabeça em minhas coxas — Como vai, Bella? — ela remexeu a cabeça em meu colo.

— Humm… Bem. — talvez, conversar com animais fosse mais complicado de aceitar. Lana remexeu-se outra vez e então, deitou-se de barriga para cima, me encarando com os olhos azuis extremamente brilhosos.

— Elizabeth… Achei que tivesse pedido para você ficar em seu quarto… — Jack parecia mais cítrico do que nunca.

— Você não pede Jack, você força. — Lana sentou-se em uma postura reta e irritada — E de qualquer forma, você não é meu dono. Leona era… — Lana foi abaixando o tom de voz e o rosto com a pancada de tristeza que a atingira quando falara o nome Leona. Jack suspirou.

— Está bem, Isabella? — Jack mudou o assunto e olhou-me com certa preocupação. Apenas concordei. Meu estomago embrulhava em ouvir aquela pergunta que já havia sido repetida mais de cinquenta vezes só naquele dia.

Lana pareceu notar o clima tenso que começava a estender-se na sala e espreguiçou-se mais uma vez, deitando-se no meu colo outra vez, e remexendo a cabeça inquietamente até achar uma posição confortável.

— Se quiser, pode fazer um cafuné. Eu gosto. — comentou ela enquanto dava a ultima remexida em minhas pernas, e parava. Foi impossível não rir um pouco com aquilo. Lana ronronou quando minha mão passou por cima de seus pelos brilhosos e reluzentes.

— Sabia que sua garota deu uma surra num dos Irmãos? — Kelly entrou novamente na sala enquanto um cheiro de comida começava a sair da cozinha.

— É mesmo? — Jack ergueu as sobrancelhas parecendo surpreso e me olhou com uma leve camada de deboche, dei de ombros enquanto meus dedos traçavam o pelo de Lana que começava a ressonar em meu colo.

Pela primeira vez notei que Lana era fria. Tão fria como um cubo de gelo, além de que seu peso era mínimo. Talvez pesasse dois quilos ou no máximo três, contudo seu corpo aparentava muito mais que isso.

— Sentiu raiva? — Jack sorriu sorrateiro.

— Muita. — confessei constrangida.

— Isso é normal. — garantiu-me. — Sinto muito pelo que Maphalda lhe disse…

— Como você…?

— Kelly me contou. — deu de ombros deixando a velha expressão fria voltar. Olhei para Kelly com o cenho franzido, ela avermelhou as maças escuras do rosto e sorriu amarelo. — Já lhe contei que não se confia numa Cartomante?

— Tecnicamente, chama-se Vidente. — corrigiu Kelly com o rosto leve.

— Vidente? — Alice. No mesmo segundo veio-me na cabeça a baixinha vidente com suas visões nada certas do futuro.

— Eu tenho previsões exatas, Bella. — Kelly sorriu orgulhosa.

— Invadindo minha mente de novo? — comentei.

— Sempre que consigo. — suspirou ela soltando uma piscadela.

Judith que não havia se pronunciado em nenhum segundo soltou um bufar irritado. Jack virou o rosto e encarou-a com certa superioridade.

— O que é velha? — guinchou Jack mostrando uma irritação e estresse repentinos. Judith rosnou por um breve segundo, e deixou um sorriso sarcástico surgir nos lábios.

— Você não falava isso quando transava comigo. — Jack estralou os olhos por um segundo, em seguida trincou os dentes enquanto o sorriso da Bruxa aumentava.

Senti o ar começar a evaporar de meu pulmão, e eles exigirem oxigênio. Meus lábios se entreabriram em busca dele e uma queimação passou pelo meu estomago, logo em seguida a queimação começou a subir e pude senti-la no meu peito. Senti meu rosto avermelhar de raiva.

O que seria essa relação entre Jack e Judith?

Sexo casual?

Lana se remexeu e ergueu a cabeça, parecendo incrédula e um tanto ofendida.

— Bella, relaxe. — senti as mãos macias de Kelly em meus ombros. Senti uma fina camada quente de suor em minhas costas começar a gelar com o passar dos segundos.


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Notas finais do capítulo

Então... Ficou bom?
Ruim?
Comentem!
Obrigado, beijos.