A Feia Mais Bela. escrita por Val-sensei


Capítulo 11
Ignorada, mas ouvida.




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As horas se passaram rapidamente, e Goten já treinava com o seu pai com muita determinação.

Ele estava adorando, pois fazia esquecer todos os seus problemas e suas frustrações. Fazia-o esquecer de Kiria enquanto se envolvia na emoção, no calor do seu sangue pelas lutas, estava se divertindo ao lado de seu pai.

Lui aterrissou a aeronave próxima à casinha. Kiria desceu rapidamente e correu até a porta, queria falar com ele o quanto antes.

Ela bateu a porta e logo a mulher de cabelos negros apareceu em sua frente.

— Em que posso ajudar? – perguntou à morena.

— O Goten está? – perguntou a moça de cabelos castanhos.

— Ele está treinando com o pai. Não devem estar muito longe de casa.

— Hum... Entendo. – ela colocou a mão no queixo. – Obrigada senhorita Chichi – Kiria saiu correndo feito louca, iria achar Goten de qualquer maneira.

Chichi ficou olhando confusa e comentou para si mesma.

— Que menina esquisita e meio doida... – entrou para dentro de casa dando os ombros.

Goten já lançava uma energia em seu pai, que defendeu sem nenhum problema, e logo em seguida partiu para cima do filho, quando viu a moça se aproximar.

Goten atacou o pai o lançado para o chão, onde ele nem percebeu.

— Aí Goten, essa doeu – comentou Goku esfregando as costelas.

Goten aterrissou e estendeu a mão para o seu pai.

— Por que estava distraído? – perguntou ele vendo o seu pai pegar em sua mão.

— Porque você tem uma bela visita – ele apontou mostrando que atrás de seu filho tinha alguém.

Goten olhou para trás e viu a moça, mas virou o rosto para o seu pai.

— Vamos continuar nosso treino pai – ele falou sem emoção a ignorando completamente.

Kiria abaixou a cabeça, triste e juntou as mãos. Ela merecia aquele desprezo, afinal ela merecia por ter ignorado ele na festa.

— Eu vou ver se a sua mãe está precisando de alguma coisa – Goku levou os dedos à testa e concentrou o ki e sumiu da frente dos dois.

— Pai! – Goku já havia sumido.

Goten suspirou fundo e continuou de costas para ela em silêncio.

— Olha Goten, não precisa falar comigo, ou me olhar – lagrimas escorriam dos olhos dela. – Eu só quero que me ouça, depois eu vou embora de vez se eu não obtiver uma reposta positiva... Nós nunca mais vamos no ver.

Ao ouvir as palavras “Nós nunca mais vamos nos ver”. Goten sentiu um aperto em seu coração tão grande que o fez ficar preocupado, pois já gostava dela e poderia perder ela para sempre.

Mas ele resistiu e não a olhou continuou da mesma forma.

— Meu pai era dono da maior empresa de roupas da Cidade do Oeste, a primeira fábrica de roupas mais potente no mundo – começou ela entre lagrimas. – Sempre tive fama, status, dinheiro e sempre tive pessoas em volta de mim... Mas essas pessoas sempre foram interesseiras, nuca me olharam como eu era realmente... Então o meu pai morreu me deixando tudo que era dele... Aos poucos os funcionários me davam golpes ou me roubavam, pessoas quase levaram à empresa do meu pai a falência e... Como eu era muito inteligente e tinha estudado curso de pós-graduação, mestrado, eu arrumei o emprego de professora em uma faculdade antes da sua, mas para as pessoas não saberem quem eu era eu me vesti com aquela roupa... Confesso que eu queria encontrar alguém que me olhasse além de um par de óculos sem grau, um par de aparelhos postiço e uma roupa brega. Para que as pessoas pudessem saber ver o eu por de trás de dinheiro, por de trás do meu disfarce, por quase perder a empresa do meu pai para interesseiros e tudo mais – ela chorava compulsivamente e Goten queria olhá-la, mas não sabia se devia, estava confuso.

— Eu... Eu sofri muito preconceito e tive que sair da faculdade e me transferi para a faculdade onde você estuda... Você foi o único que me tratou como uma pessoa, que viu através do meu disfarce quem eu era, mesmo sabendo da minha fortuna, dos meus problemas, mas me esqueci de mencionar a você que eu estava em busca de investidores para continuar erguendo a empresa... – ela limpo os olhos com a mão. - Você nunca ligou para isso e era isso que eu procurava – ela chorava de soluçar. – Era isso que eu queria... Que alguém visse além de dinheiro e fama...

Goten finalmente se virou e a olhou penetrantemente.

— Não foi o que pareceu, quando você me viu na festa – ele falou com amargor na voz.

— Eu ia te contar sobre o meu disfarce, mas eu não tive tempo e quando percebi já estávamos no mesmo lugar – ela passou as mãos nos olhos. – Eu tive medo de você não falar mais comigo por saber que eu era bonita, que eu apenas usava um disfarce – ela soluçava de tanto chorar. – Confesso que eu errei com você quando me perguntou se era eu segurando o meu braço.  Eu me perdi completamente, não sabia como reagir e acabei te magoando. Quando me dei conta eu fui atrás de você, mas eu já havia o magoado o suficiente, mas eu não queria que terminasse assim, Goten. Eu queria muito te dizer que era eu, mas eu também tinha que salvar a empresa do meu pai, eu tinha uma reunião, quase a perdi indo atrás de você... – ela virou-se de costas escondendo as lagrimas que teimavam em cair.

Goten ouviu tudo calado e a olhando, pensando em tudo que ela havia dito até àquela hora.

— Eu só vim lhe dizer isso, acho que eu devia essa explicação a você... – ela o olhou, seus olhos castanhos vermelhos de choro, as lágrimas escorrendo pelo rosto branco. – Eu amo você Goten... – ela disse essas palavras e virou-se novamente de costas para ele.

Goten ficou do mesmo modo confuso, sem saber o que fazer, tinha dúvidas, tinha magoa e ela tinha mentido para ele, mas ao mesmo tempo queria abraçar e dizer que eles podiam tentar mais uma vez.

Talvez fosse a última vez que a via, já que aquilo parecia mais uma despedida.  

— Um relacionamento não se constrói com mentiras ou falsidade. Você nunca gostou de mim, você nunca se interessou de verdade por mim. E suas desculpas esfarrapadas não vão me fazer mudar de ideia, Kiria. – Ele enfiou as mãos no bolso da calça de malha e levantou voou a deixando ali.

Kiria caiu de joelhos no chão, levando as mãos aos olhos e derramando mais lagrimas.

— Eu sei que eu errei Goten... Eu sei... – ela sentiu uma mão lhe tocar o ombro.

— O deixa esfriar a cabeça Kiria – Lui falava enquanto olhava a floresta ali perto. – Ele está de cabeça quente.

— Acha que ele vai me desculpar? – perguntou ela secando as lagrimas.

— O deixa pensar, Kiria... – o homem disse com pesar na voz.

Kiria ficou ali sendo aparada por Lui, chorando copiosamente e resolveu voltar para casa, pois aquele dia tinha sido muito duro para ela.

****

Goku apareceu ao lado da sua esposa e a mesma distraída esbarrou nele se assustando.

— Son Goku, quantas vezes eu tenho que dizer para não aparecer no meio da cozinha? – ela o olhava com raiva e o repreendia.

— Me desculpe Chichi – ele roçou a nuca.

— Você não tem jeito mesmo – ela virou-se de costa a ele. – E o Goten?

— Está com uma garota muito bonita.

— Será que é rica? – Chichi juntou as mãos na altura do seu busto e seus olhos brilharam.

— Não faço ideia – ele deu os ombros e se jogou na cadeira e foi olhá-la a fazer a comida.

****

Goten sobrevoou quase o país todo, queria colocar as ideias no lugar, mas também queria fazer o mesmo com a Kiria.

— A vingança e plena, mata alma e envenena.

— Oi Trunks, como meu achou?

— Pelo seu ki, horas – rolou os olhos.

— Kiria foi te pedir ajuda de novo?

— Sim. Ela me ligou aos prantos, acho que devia dar outra chance a ela.

— Eu quero pensar um pouco nisso tudo – ele suspirou fundo. – A e você anda vendo muito chaves.

— A Bra fica me fazendo assistir com ela. Mas eu gostei dessa frase que um dos atores diz.

— Mas como sabe.

— A Pan às vezes me faz assistir com ela – e os dois começaram a rir.

Goten conversou um pouco mais com o seu amigo e depois se despediu e começou a sobrevoar a cidade. Queria pensar melhor e ordenar as ideias, mas estava difícil.

Logo ele viu uma moça loira e a reconheceu, pois não estava voando muito alto.

Pousou em uma rua mais deserta e correu até ela.

— Coralina! – ele chamou e ela o olhou.

— Oi Goten! O que faz aqui?

— Eu estava dando uma volta quando ti vi e você?

— Eu estava vindo do cinema.

— Sozinha? – ergueu a sobrancelha a olhando.

— È!

— Onde estão os seus amigos, seu namorado?

— As pessoas não gostam muito de mim e eu não tenho namorado.

— Nossa! – exclamou. – Se quiser posso te acompanhar até a sua casa – ele ficou meio sem jeito.

— Não vai ficar tarde para você ir embora? – ela perguntou. – Você mora longe, não é?

— É um pouco longe, mas não se preocupe com isso, Coralina – ele sorriu a ela enquanto caminhava ao seu lado.

A garota sorriu do mesmo modo meio rosada e foi conversando com ele animada. Ela nunca tinha conversado com ele daquele modo, sempre gostou do rapaz, mas ele nunca havia parado para conversar com ela daquele jeito.

Caminharam juntos mais um tempo até que Coralina chegou a um portão singelo em ferro pintando em cobre, uma casa mediana no fundo.

— Bom é aqui – ela o encarou abrindo o portão. – Quer entrar Goten? – convidou ela sem jeito.

Ele sorriu com as mãos no bolso e disse:

— Então deixo você entregue – ele tirou uma das mãos do bolso e passou no cabelo.  – Obrigada Coralina pelo convite, mas eu vou andando, pois ainda tenho um longo caminho a percorrer.

— Entendo – ela sorriu. – Obrigada pela companhia.

— Nos vemos amanhã, na faculdade – ele estendeu a mão a ela.

— Certo! Até amanhã então, Goten – ela apertou a mão de volta e Goten foi caminhando um pouco.

Coralina ainda ficou olhando até ele sumir, talvez ela tivesse uma chance com ele. Sorriu ao olhar o lugar vago e entrou em sua residência.

Goten achou uma rua mais deserta e decolou. Voou um tempo e parou no ar olhando aquela casa que ele esteve duas vezes.

Ainda estava confuso, mas não queria dar o braço a torcer. Observou mais um pouco e saiu voando o mais rápido que pode em direção a sua casa.

***

Na manhã seguinte Goten já chegava à faculdade e encontra-se rapidamente com seu quase irmão.

— Então está um pouco mais calmo? – perguntou o saiyajin de cabelo lilás.

— Sim, um pouco, mas eu ainda não sei o que fazer – Goten abaixou a cabeça quando ouviu:

— Oi Goten! – a voz de Coralina soou na faculdade inteira.

— Oi Coralina – ele sorriu. – Como passou de ontem.

— Muito bem, obrigada – ela ficou frente a frente para ele.

Eles ouviram alguns alunos sussurrarem, outros assoviarem e Goten a olhou de onde vinha todo aquele alvoroço e viu a dama com os cabelos castanhos e soltos, uma saia uns três dedos acima do joelho, um tomara que caia com um bolero por cima e ela ia andando em sua direção.

— Nossa! Quem é ela? – perguntou um garoto quase babando.

— Não faço ideia – o outro comentou.

Kiria passou perto de Goten e o olhou o rapaz desviou o olhar e nem deu moral a ignorando completamente sorriu a loira a sua frente olhando para ela.

Kiria abaixou a cabeça de andou um pouco mais rápido para sala dos professores.

Trunks ficou apenas observando o amigo conversando com a loira. Suspirou fundo e resolveu ir para a sua sala sem ao menos dizer nada ao amigo. Sabia que ele estava fazendo, e era duro demais para a garota.

— Mudou rápido de par, Goten – Trunks olhou o amigo com o cenho fechado. – Depois eu que era o garanhão no meio das mulheres – saiu de perto do rapaz pisando forte.

Goten ficou sem entender Trunks e também foi para a sua sala conversando com a loira a sua frente.

A aula começou e Kiria que ministrava a aula na sala do Goten. Ele apenas copiava a matéria e sem quase a olhá-la.

— Então ela é aquela professora feia? – perguntou o aluno.

— Ela está linda! – um aluno a idolatrava.

De certa forma aqueles comentários faziam Goten se sentir mal, pois ele podia estar com ela, mas ele queria que ela se sentisse do mesmo modo que ele sentiu. E também ela mentiu para ele.

Os comentários sobre a beleza da professora, os assovios eram constantes, mas Goten continuava do mesmo modo.

As aulas terminaram e ele já saia da sala, acompanhado com a loira quando o Trunks e encontrou e disse:

— Preciso falar com você a sós.

Goten se despediu de Coralina e acompanhou Trunks até um corredor mais deserto dentro da faculdade.

— O que foi Trunks? – perguntou ele curioso e com a mesma cara que o seu pai faz?

— Goten, você gosta dela, não é?

— De quem? – perguntou ele ingenuamente.

— Da professora, quem mais séria?

Goten não respondeu, apenas mudou os olhos negros do rosto de seu amigo.

— Acho que isso é um sim – ele afirmou sério. – Tem que falar com ela, ou você pode perdê-la para sempre.

Goten abaixou a cabeça e o encarou fazendo rugas na testa com seu semblante sério e saiu voando.

— E eu que achava o meu pai cabeça dura – suspirou Trunks.

Kiria entrou no carro entre lagrimas e Lui disse:

— Pelo visto não foi nada bom ter vindo dar aulas.

— Ele ainda está me ignorando e pior acho que está com outra garota da sala dele – Kiria secava as lagrimas com as costas das mãos. – Ele deve me odiar, Lui – Kiria fungava o nariz e tentava controlar o choro.

— Tenta mais amanhã, se não der certo eu arrumo uma viagem para senhorita.

— Eu tentarei Lui... Eu tentarei... – ela fungou e assuou o nariz em um lenço de papel que Lui havia lhe dado.


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