Foi nessa hora que ele  abraçou-me fortemente e selou seus lábios aos meus. Meu corpo entrou em chamas, como se eu não pudesse sentir mais nada ao redor, a única coisa que me importava era sua boca bailando sobre a minha. Ao mesmo tempo os arrepios tomavam conta de mim entrando em choque com o fogo. Uma sensação de amor inexplicável.

Tá isso foi brega e também não aconteceu.

Ele simplesmente suspirou durante alguns segundos como uma tentativa de auto controle que não funcionou. Fechou seus punhos depositando toda sua força acompanhada da raiva , depois disso começou a socar descontroladamente a parede. Os murros causavam um som estrondoso:

– Chega Dylan!- Gritei limpando minhas lágrimas, a cena causou-me medo.

Ele parou e encostou-se sobre a parede. Desceu lentamente até o chão, até conseguir sentar-se.

– Me desculpa Dylan, eu tinha (...).- Ele me interrompeu.

– Cale-se.- Berrou.

O garoto estava completamente fora de si, eu sentia isso. É possível ver em seu olhar:

– E-eu...- Tentei completar.

Dylan levantou-se e ficou encarando-me, como se quisesse fazer algo, mas não seria o correto. Então empurrou-me contra a parede, fazendo com que minhas costas estralassem-se, realmente doeu.

– Por que me enganou Louise?- Fitava-me seriamente, com lágrimas caindo sobre seu peitoral.

– Eu só queria que você me amasse por quem eu sou agora.- Suspirei e coloquei minhas mãos sob seu tórax.- Desculpa Dylan, eu errei.

Ele as tirou ferozmente, como se eu fosse uma pessoa imunda sujando sua perfeita camiseta branca.

– Louise só lhe peço um favor, saia da minha casa.- Se afastou de mim.- Eu chamo um táxi para você.

Tirei as roupas que havia me emprestado e fiquei ali, apenas de calcinha e sutiã. Se ele não me quer, também não tenciono algo que nos junte.

– Não precisa.

– O que você está fazendo? Vai acabar morrendo.

Dei os ombros e fui até a porta, iria abri-lá se o mesmo não me segurasse pelos braços. Virei meu rosto e adentrei em seus olhos. Agora sim posso dizer que meu corpo, arrepiou-se. Ele agarrou em minha cintura, como um predador agarraria sua presa.

Adoro colações*.

– Louise, eu não consigo te odiar pelo simples fato de te amar.- Penetrou em meus olhos, com as mãos ainda em minha cintura.

Nossas bocas se aproximaram, então eu senti a chama.

– Dylan, você tem certeza de quer isso?- Sussurrei.

Ele não me respondeu, apenas fechou seus olhos e se aproximou de mim lentamente.É como se cada centímetro meu coração batesse em dobro. Um verdadeiro ataque cardíaco, a boa noticia é que eu não vou morrer.

Nossos lábios se associaram em uma fervente combinação de raiva e amor. Ao mesmo tempo que sentia a vontade de me socar, tinha o prazer de se juntar ao meu corpo.

Alguém me mataria se eu dissesse que nós fomos interrompidos? Não fomos, ele apenas desistiu.

Tirou suas mãos de mim e sussurrou algo que eu não entendi. Tentei me aproximar, mas ele se afastou novamente:

– Lílith(...).- Colocou as mãos na testa angustiado.- Desculpe, Louise. Eu só preciso de tempo para pensar.

– Eu te entendendo.

– Vista as roupas por favor e vai para a casa.

Eu fiz o que ele pediu, não queria piorar as coisas. O táxi não demorou muito para chegar, eu ao menos me despedi. A chuva ainda pareava sob Camberra.

Violet ainda está em casa, mas no seu quarto. Não teria como eu expulsa-lá, afinal viemos juntas e compramos esse apê com o nosso dinheiro.

Comi algumas bolachas e fui para a cama, minha cabeça latejava com tantos pensamentos. Seus olhos, seu cabelo, o sorriso, as lágrimas. Tudo isso se repetia em minha mente, o peso na consciência é inegável. E se eu tivesse simplesmente contado dês de o inicio? Ele poderia ter me rejeitado, mas eu não estaria passando por isso e nem ele.

Entreguei-me ao sono pela madrugada, uma noite mal dormida resumiria em todas as vezes que eu acordei. Finalmente são oito da manhã.

Que jovem em sã consciência acorda essa hora?

Alguma ai, que só faz merda.

Desci até a cozinha para saborear o resto de biscoitos, assisti tv, cheirei alguns livros novos e finalmente me joguei no chão da sala, um passatempo magnifico ficar observando duas formigas acasalando.

Se isto for um acasalamento.

Depois de horas ou singelos minutos a campainha tocou. Demorei algum tempo para  levantar-me, tenho a absoluta certeza de que meu queixo esta marcado, por conta do rejunte.

Abri a porta sem ao menos preocupar-me com meus cabelos desgranhados.

Alguém pode tirar essa escola de samba do meu coração?

– Dylan?- Sussurrei.