Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 25
Adeus Louise


Notas iniciais do capítulo

Último capitulo em galera, espero que gostem. Queria agradecer a todos que leram e acompanharam. A todos os reviews, a tudo. Já cheguei a quase chorar com alguns comentários, seus lindos ♥ Sou eu postando de novo, desculpem por isso u.u



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Os olhos dele continuará vermelhos pela a noite anterior. Fiquei sem sua resposta por exatos dois minutos, ele apenas me encarava como se sentisse ódio ou qualquer outra coisa.

Convidei-o para entrar, mas ele recusou.

– Louise (...).- Pausou por alguns instantes, como se criasse coragem para dizer algo.

Senti meu corpo estremecer.

– Fala.

Suspirou e novamente demorou um tempo para me responder.

– Eu quero que você vá embora, não podemos continuar isso.- Senti como se toda a minha vida tivesse sido em vão, por simples palavras citadas.- Não posso confiar em você, nem sei quem você é. Sinto-me como se tudo que eu passei tenha sido uma mera ilusão, você não é a Lílith, é a Louise.

– Dylan (...).- Meus olhos lagrimejavam.- Eu só queria que você se aproximasse de mim por paixão, não por tempos passados.

– Foi egoismo da tua parte Louise, você me privou de liberar minhas saudades. De finalmente poder completar essa corrente.- Mostrou o cordão, logo depois o jogou no chão.

– E-eu.- Realmente é uma merda não saber o que falar.

– Só vá embora, por favor.

Assenti com a cabeça, não queria mais discutir, afinal nem sei mais como responde-lo. Ele está com a razão, eu fui uma burra maldita. Só pensei no meu lado.

Ele saiu pela porta rapidamente, parecia estar chorando. Subi ao meu quarto e decidi desabar.

É como se meu corpo estivesse tomado pela fúria, ódio, amor, tristeza, alegria, alivio e desespero todos juntos. Eu sinto vontade de bater em tudo que está pela minha frente, de simplesmente me auto socar. E foi isso que eu fiz.

Comecei a tacar todos os objetos frágeis na parede, provocando um barulho estrondoso. Rasguei as fronhas dos travesseiros, taquei todas as minhas roupas para fora do armário. Mas isso não foi o suficiente. Bati repetidas vezes minha cabeça contra a parede e a soquei. O revestimento do apê é dos baratos, o que provocou rachaduras.

Violet entrou no quarto desesperada, provavelmente o barulho á assustou. Como eu ainda esmurrava as rúpteis paredes, ela me segurou, pedindo para que eu parasse:

– Qual é teu problema Louise?- Gritou.

– Tudo, Violet. Simplesmente tudo. Eu sou uma puta de uma ignorante. Uma maldita egoísta.- Tentei me tirar dos braços bronzeados dela.

– Você tentou amiga.

Amiga? Oi? Vadia estupida.

Eu tentei mas não deu. Norteei minha mão até o rosto dela, fazendo com que ficasse com uma marca vermelha.

– Novamente, qual é o teu problema?- Gritou, me empurrando.

– Amiga? Você fodeu com tudo. Não era para ser daquele jeito.

– Talvez você só esteja tentando jogar a culpa para cima de mim.- Disse já calma.

Eu continuava no chão, mas queria que minha mão estivesse sobre aquela desgraçada ainda.

Levantei-me e recolhi as roupas do chão. Dei alguns pulos para pegar a mala que se localiza sob o guarda-roupa. Foram saltos bem sucedidos. Coloquei todas as peças nas malas, tudo o que me pertencia. Violet apenas me fitava, com certo olhar de curiosidade.

– O que está fazendo?

– Eu vou embora de Camberra.- Fui em direção a porta.- Não quero mais ficar nesse inferno.

– Vai simplesmente desistir?

– É.

– Não me espere nessa.

Como se eu glorificasse a companhia dela.

– Estou pouco me danando para você.

A garota se calou e eu continuei meu percusso. Desci as escadas ferozmente. Peguei alguns salgadinhos para a viagem, afinal Londres não é nada próximo. Liguei para um táxi e fiquei esperando-o sob a calçada.

Depois de dez minutos, ele finalmente chegou.

Pedi para que passasse na casa de Jason antes, não podia ir embora sem me despedir de quem mais me ajudou. E de quem eu também magoei.

Sou tão desprezível.

O motorista ficou esperando-me enquanto eu batia na porta. Campainhas não são comuns nessa cidade nebulosa. Ele atendeu-me depois de minha persistência.

Estava com uma camiseta azul, bermuda e chinelos. Seu cabelo estava estilo-quem-acabou-de-acordar. Parecia estar gripado ou algo assim:

– Olá Louise.- Disse com a voz fanha, é parece que eu acertei.

– Oi.- Abracei-o o repentinamente.- Você é muito importante pare mim Jason, eu te amo.

– Você está bêbada?- Estranhou.- Desculpe-me se não estiver, mas eu tenho motivos para acreditar que você está.

– Eu não estou.- Sorri.- Qual são seus motivos?

– Dizer que me ama.

– Mas é claro que eu te amo.

– Qual é? O Dylan terminou com você?- Retrucou, como se fosse segunda opção, mas se revermos a história ele foi meio que o primeiro lugar.

– Não, bem, sim. Mas não importa. Eu só quero me despedir.

– Despedir-se? Oras, por que?

– Seu vocabulário é tão espantoso.- Revirei os olhos, bufando.- Voltarei para Londres.

– Vou considerar um certo elogio.- Sorriu mas logo voltou a sua feição séria.- Por que Louise?

– Nada deu certo Jason, não tenho mais o que fazer aqui.-almejei.- Nem mesmo Violet é minha amiga.

Ele finalmente retribuiu meu abraço.

– Adeus Louise.

– Adeus.

É essa foi nossa despedida, o cara do clube de matemática para um dos meus melhores amigos. Eu confio nele e espero não perder o contato.

De verdade.

Entrei no táxi que ainda me aguardava. Nosso destino agora é o aéreo-porto. Demorou minutos para nós chegarmos, tirei as malas do carro e paguei-o. É um local grande e velho, um pouco assustador. Fui até o balcão comprar minhas passagens. Uma mulher alta e com maquiagem estilo coringa me atendeu:

– Qual seu destino?- Percebi que estava mascando um chiclete azul.

– Londres.

Ela sorriu debochadamente.

– Jovens.- Riu de novo, qual é o problema?.- Este é o preço da passagem.

Apontou suas unhas cor-de-rosa para um pequeno papel.

Entreguei o dinheiro para a mesma, parecia até surpreendida. Acho que não é uma boa ideia ir de pijama e jeans ao aéreo-porto, as pessoas não irão confiar em você.

Ela me entregou a passagem e disse onde eu deveria esperar.

Sentei-me sobre os bancos de espera, encaixando meus fones em minhas orelhas. Ouvi uma música qualquer, eu tinha salgados. Mas não líquidos.

E digamos que a sede bateu.

Então me levantei e observei o local, afim de encontrar a cantina. E a encontrei. Fui até o local e pedi um suco natural, infelizmente a moça do balcão decidiu prosar comigo.

Droga.

– Você viu o moço que está tocando violão lá na praça?- Descascava uma laranja, aparentemente madura.

– Não tive tempo, é bom no que faz?

– É ótimo, cê deveria conferir.- Forçou o sotaque do interior.

– Então eu vou lá.- Pedi para que colocasse meu suco em um daqueles saquinhos.

Peguei-o e fui até a praça, havia pessoas tumultuadas em forma de roda, fui até elas e me infiltrei. E bem, meu coração bateu forte.

Tudo se passou por minha cabeça, os momentos de discussão, os sorrisos, declarações. Até mesmo a música que declarou a mim. Minhas pernas ficaram trêmulas e meu rosto corado.

Afinal ele percebeu minha presença ali.

Dei um sorriso fajuta para o mesmo, eu não tenho a esperança que ele retribua, mas espero.

Ele não retribuiu.

Apenas acertou suas mãos sob as cordas de seu instrumento e começou a tocar uma perfeita melodia. O canto começava aos poucos e seu olhar não saia de mim.

''Eu sei,

Tudo pode acontecer.

Eu sei,

Nosso amor não vai morrer.

Vou pedir, aos céus

Você aqui comigo.

Vou jogar no mar

Flores para te encontrar.

Não sei (...)

Por que você disse Adeus...''

No instante em que terminou a frase jogou seu violão perante ao chão e veio na minha direção com uma flor em suas mãos. Era se como todos os sentimentos de arrependimento e ódio se liberassem e eu só sentisse o redamo.

– Eu sei por que você disse adeus Louise (...).- Se aproximou consideravelmente do meu rosto, fazendo com que eu sentisse os famosos arrepios.- Mas eu me arrependo de tudo que eu disse.

– Dylan...

– Eu só quero dizer que eu te amo.- Entregou-me a flor.- E espero que essa flor simbolize nosso amor e não as lembranças, como a corrente, eu quero você comigo.

Não contive meu sorriso.

Peguei a flor de suas mãos e aproximei meu rosto e meus lábios de seu ouvido:

– Eu fico com você.- Sussurrei.- Eu te amo, muito.

E então nossos lábios se juntaram. Senti meu corpo se acender, como se todos em volta não existissem mais, meus olhos fecharam-se para que eu sentisse só ele. Passava minhas mãos sobre seus deliciosos cabelos e ele segurava sem a mínima piedade minha cintura. Algo completamente prazeroso. Quando me afastei olhei em seus olhos e sorri, Dylan fez o mesmo.

– Aceita namorar comigo comandante?- Fez o nostálgico gesto com a mão rente a testa.

– Eu aceito capitão.


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Notas finais do capítulo

Fim! Espero que tenham gostado, de verdade. Eu sei que o final foi bem clichê, mas acho que vocês não desejariam que os personagens morressem atropelados, não é mesmo? Caso sim eu faço um final alternativo HAHA. E novamente obrigada a todos que comentaram, leram e tudo mais. Deixaram nossos corações devera felizes. Agora vou fazer trabalho -.- Beijos galera linda ♥