Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 21
O ensopado.


Notas iniciais do capítulo

Heei o/ Aqui é a Carol (ou Evy, mas minha identidade foi revelada pela Luana u.u) Eu poderia muito bem ser o batman.
Desisto.
Tentativa frustrada de tentar fazer um draminha hehe
Boa leitura.



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- Lílith!- gritei com uma força sobrenatural e corri até a garota, que há esta hora agonizava no chão com um tiro próximo ao peito.

  Seu sangue jorrava sobre o carpete verde que mamãe havia comprado no natal passado. Ela gritava e se contorcia toda, enquanto seu olhar denunciava o desespero.

- Eu...(hic)... Eu não queria...- meu pai sussurrou deixando a arma cair no chão. Ele estava pálido, o que denunciava seu nervosismo.

  O olhei sentindo meus olhos arderem em chamas, fechei os punhos com força e sem pensar ou refletir sobre meus atos ou suas consequências, corri até a arma e apontei para sua cabeça.

- Dylan... Não.- mamãe gritou, deixando as lágrimas rolarem sobre sua face.

- Cale a boca cachorra.- rosnei.- Sempre deixou esse velho imundo fazer o que quisesse com você...- sei que me arrependeria dessas palavras mais tarde, mas, no momento somente Lílith importava.- Não deixarei que isso acontece com Lílith.

  Preparei o gatilho enquanto aquele filha da puta me olhava pedindo misericórdia. Quando me preparei para o tiro a porta é arrombada por policiais e vizinhos desesperados. Um dos policiais arrancou a arma de minha mão e tentou conter minha fúria. Mamãe foi tirada de lá de dentro em estado de choque e o velho foi algemado enquanto cambaleava nas palavras. Trouxeram uma maca improvisada e colocaram a ruiva sobre ela com todos os equipamentos necessários, a mesma se encontrava inconsciente.

*

  Louise P.O.V’s

  Acordei com leves sons de bípedes inundando o quarto branco. O cheiro de soro juntamente com os que os hospitais costumavam ter me deixavam com náuseas. Mexi-me um pouco sobre os lençóis brancos e senti uma pontada de encontro a minha barriga, lá haviam vários tubos que davam diretos a máquina com os barulhinhos (não sei nada sobre hospitais). Tentei erguer o pescoço, mas uma mão grande e quente impediu-me segurando minha testa de leve e a voltando para o travesseiro.

- Ei ei, ainda está sobre anestesias garota. É melhor sossegar.- de cara reconheci a voz e meus olhos se encontraram com os seus azulados.

- Dylan?- pronunciei feito uma debilóide lentamente, e sentindo meus lábios dormentes. É, eu estava sobre efeitos de anestésicos.- O que houve?- tropecei nas palavras.

- Conversamos depois, por hora, é melhor descansar mais um pouco.- desconversou.

  Não ouvi mais nada, apenas obedeci meus olhos, que relutavam para continuarem abertos. Logo minha visão ficou turva e a escuridão pairou sobre meu inconsciente.

*

- Acorda aí sua biscate!- sim era a Violet.- Já está assim faz dois dias.

  Lentamente, fui me adaptando novamente sobre a claridade do local. A garota estava com suas costumeiras roupas curtas e as pernas totalmente a mostras.

- Shh!- alguém rosnou ao lado.- Isso aqui é um hospital senhorita, faça silêncio.- indagou a enfermeira que trocava meu cilindro de oxigênio.

  Assim que terminou tudo nos deixou a sós.

- Mal-comida.- resmungou.- Nhé nhé isso aqui é um hospital.- imitou a voz fanha da mulher gesticulando com as mãos.

  Ri timidamente relutando para não perguntar sobre Dylan.

- Você está melhor?- perguntou com desdém.

- Acho que sim, minha barriga ainda dói.- resmunguei.

- Relaxa, foi só um tiro.- e sorriu ironicamente.

- Você está impossível hoje.

- Quer mesmo comparar nossas situações?

  Decidi calar a boca, quando Violet ficava assim era impossível ganhar dela numa discussão. Principalmente quando você está com uma bala alojada na barriga.

- Ei ei, já chega Villu.- Dylan abre a porta calmamente, como se tivesse ouvido nossa “conversa” atrás da porta.- Como vai Lílith?

- Com uma bala na barriga.

  Ele riu.

- Esse mau-humor deve ser contagioso.- fingiu-se zangado.- Já fizeram a cirurgia, não se preocupe, não está mais com uma bala na barriga.- tentou imitar minha voz.

  Depois disso, ele e Villu ficaram conversando sobre figurinhas (sim figurinhas) enquanto eu era obrigada a me alimentar daquela gororoba que os hospitais normalmente chamam de comida.

  Uma semana depois, fui retirada da observação e liberada. Jason foi me visitar algumas vezes, ainda sentia que uma barreira enorme nos separava e suas mágoas de mim não haviam sido apagadas.

  Era uma noite de sexta-feira, Dylan chamou a mãe dele que agora se encontrava sozinha, já que o pai havia sido preso, para preparar o jantar em minha casa, já que nenhum de nós dois se arriscaria em fritar um ovo.

  Ela havia feito um ensopado delicioso, já que as frituras haviam sido proibidas, por ora, pelos médicos.

  Eu sei, deprimente.

- Ah! Agora eu me lembrei!- a mulher indagou no meio da refeição enquanto olhava fixamente pra mim.- Você ajudou meu filho aquela vez que ele ficou bêbado!

- Mãe!- o garoto repreendeu.- Ela apenas não resistiu ao meus encantos e decidiu cuidar de mim.- sintam a ironia.

- Na verdade...- tentei me defender mas fui cortada pela mesma.

- Você me lembra alguém...- pensou por poucos segundos.- Ah sim! A pequena Louise! Lembra-se dela Dylan?

(...)


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