De Volta a Mystic Falls escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 9
Capítulo 9 - O beijo do vampiro


Notas iniciais do capítulo

Olha, não me pergunte de onde eu tirei o nome pra este capítulo, mas eu meio que me inspirei em uma coisa que vai acontecer nele e também lembrei daquela novela da Globo kkkkkkkkkkkk e como estamos falando de vampiros, tá valendo!Neste capítulo veremos Mia dando uma força para Castiel; Winchesters e Salvatores conversando civilizadamente; Professor Cas dando aula (imperdível kkkkkkkkkkkkkkkkkk) e o beijo do vampiro. Oi?Hoje postei dois capítulos pra compensar amanhã (que não vou conseguir postar...). Agora só quarta-feira, ok? Beijos, pudins e divirtam-se!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384035/chapter/9

Na sala de aula, os alunos observavam o professor Jimmy Novak sentado com um olhar distante e fixo no vazio. Ele havia parado no meio de uma explicação sobre a Segunda Guerra Mundial. E foi como se visse, bem diante dos deus olhos, ele e Mia dentro de um Círculo de Sal.

– Eu e você? – indagou ela – Nós somos como calda de chocolate e... peixe.

– Eu sou o peixe? - se ouviu perguntando ele.

– Sem ofensa. - respondeu ela.

E de repente, se viu em um quarto repleto de velas e pétalas de rosas por toda a parte. E Mia em seus braços.

– Eu te amo. - declarou ele olhando para Mia antes de seus corpos se unirem de fato.

– Eu também te amo, anjo nerd... - retribuiu ela o recebendo em seu corpo.

– Professor? Sr. Novak? - chamou um dos alunos fazendo Castiel despertar daquela espécie de sonho.

– Sim? Onde eu parei? - indagou ele sem conseguir parar de pensar naqueles flashes.

– O senhor estava dizendo que Hitler estava possuído por um demônio e que também estava agindo sob a influência de um Cavaleiro do Apocalipse... Chamado Guerra. - relembrou o aluno fazendo toda a sala cair na risada.

– O quê? - estranhou Castiel - Eu disse isso? Por que eu disse isso? Oh... Porque foi assim que aconteceu...

Todos o olharam e pararam de rir confusos com aquela explicação. Havia alguma coisa muito errada com aquele professor. O sinal tocou e Castiel disse aliviado:

– Vocês estão dispensados.

Então ele começou a arrumar os livros enquanto tentava encontrar uma explicação para o que estava acontecendo com ele. Todos os alunos já haviam se retirado quando ele ouviu alguém bater na porta e chamar:

– Professor?

– Mia? - reconheceu ele ao vê-la em pé na porta segurando um copo descartável de café - Oi... O que você faz aqui?

– Eu vim te trazer um café. - explicou ela se aproximando e lhe entregando o copo - É ótimo para curar a ressaca.

Ele segurou o café e a olhou por alguns instantes. E ao lembrar daqueles estranhos lapsos, ficou constrangido e voltou a mexer nos livros.

– Está tudo bem? - estranhou ela - Ok... Eu sei que a noite ontem terminou meio estranha, mas eu precisava ver como estava se saindo no seu primeiro dia de trabalho e... Demonstrar um pouco de apoio.

– Eu não acho que a noite tenha terminado estranha... - discordou ele - Mas obrigado por vir e pelo café... Eu devo estar mesmo de ressaca...

Instantes depois, ele se levantou e os dois saíram da sala. Enquanto caminhavam pelo corredor, Castiel perguntou:

– Mia, eu posso te confessar uma coisa?

Ela parou e ele fez o mesmo. Ficaram de frente um pro outro e Mia respondeu:

– Claro. O que é?

– É que... Eu não sei, mas eu acho que tem alguma coisa muito errada comigo. - começou o ex-anjo.

– Com certeza tem. - concordou Mia tentando não rir - Mas como você chegou a esta conclusão tão surpreendente, Sherlock?

– Mia, eu estou falando sério. - esclareceu Castiel um pouco ofendido.

– Claro que está... Mas do que exatamente você está falando? - interessou-se ela.

– Isso vai soar estranho, mas eu tenho tido alguns sonhos. - contou Castiel.

– Sonhos? - repetiu ela interessada - Com o quê?

Castiel a olhou e respondeu um tanto sem graça:

– Na verdade, você está na maioria deles.

– Humm... E como são estes sonhos? - interessou-se ela ainda mais.

Castiel hesitou por alguns instantes e desconversou:

– Eu não sei se deveria falar sobre isso com você.

– Agora você já começou. - pressionou a garota.

Castiel hesitou novamente e tomou o café antes de voltarem a caminhar e ele mudar um pouco o foco da conversa:

– O fato é que eu tenho sonhado com coisas sem sentido e... Às vezes eu vejo estas coisas mesmo quando estou acordado.

– E quando você diz "coisas sem sentido" você quer dizer "eu"? - deduziu ela.

– Mia... Você sabe que sim. - confessou ele enquanto ela sorria - Mas não é só isso, não é só você... Há pouco, durante a aula, eu comecei a falar sobre demônios e algo sobre o Apocalipse. Isso faz algum sentido pra você? Por que pra mim não faz nenhum.

Ao ouvir isso Mia parou de andar novamente e ele fez o mesmo.

– Então está funcionando... - murmurou ela.

– O quê está funcionando? - estranhou ele.

– Quando esses sonhos e flashes começaram? - quis saber Mia.

Ele parou para pensar um pouco e respondeu sem jeito:

– Quando você... Fez... Aquilo no Mystic Grill... Quando você me... Beijou.

– Está funcionando! - vibrou ela.

– O quê?! - quis entender ele.

– Os 10 passos! Digo... Esquece... - disse ela enquanto olhava em volta e empurrava Castiel para uma das salas vazias - Vamos tentar de novo.

– Tentar o que... - quis argumentar ele, mas não teve tempo.

Mia fechou a porta e o empurrou em uma das mesas. E em seguida o beijou. Castiel deixou os livros caírem no chão. Mia se afastou e perguntou:

– Sentiu alguma coisa?

– Você sabe que sim... - respondeu o ex-anjo.

Mia sorriu e esclareceu:

– Eu quero dizer algo diferente. Alguma mudança... Sei lá. Talvez... Algo sobrenatural?

– Como assim? - não entendeu ele.

Mia o beijou novamente.

– O que está acontecendo aqui? - perguntou o Diretor ao abrir a porta da sala.

Castiel e Mia pararam de se beijar e olharam para ele.

– Eu posso explicar, Diretor... - garantiu o professor.

– Deixa comigo. - sugeriu Mia e depois se aproximou do Diretor e olhou fixamente em seus olhos enquanto dizia - Não está acontecendo absolutamente nada. Você entrou e viu a sala vazia. E agora você vai se virar, fechar a porta e voltar para casa. É isso... Tire o dia de folga, Diretor. Você merece.

Imediatamente, o homem seguiu as orientações de Mia que se reaproximou de Castiel.

– O que você fez? - estranhou ele.

– Eu não fiz nada. - compeliu ela o encarando - Então, onde tínhamos parado?

Castiel a beijou novamente e de repente foi como se visse flashes aleatórios que pareciam não fazer sentido. Ele e Mia no Impala com os Winchesters, dançando numa festa universitária, ela dormindo em seu ombro, numa biblioteca, num quarto dormindo e ele a observando da poltrona... Ela morrendo em seus braços depois de ter sido atacada por algum tipo de... Cão. E isso o assustou.

De repente Castiel a afastou e a segurou nos ombros.

– O que está acontecendo comigo? - quis entender ele - O que você fez comigo?

– Por quê? O que você viu? - perguntou ela.

Mia o olhou esperançosa, mas Castiel parecia atordoado e começou a se afastar e a recolher os livros enquanto a olhava intrigado.

– O que foi? - estranhou Mia enquanto ele caminhava em direção à porta - O que foi? Ah... Que ótimo, agora ele ficou mudo...

– Desculpe, Mia... Mas eu preciso ficar um pouco sozinho. Eu te vejo depois. - dispensou Castiel.

– O quê? - indagou ela já sozinha na sala.

Mia não sabia por que Castiel tinha fugido daquele jeito, mas decidiu que era melhor dar um tempo para ele. Talvez ela estivesse sendo muito impulsiva. Talvez ele tivesse se assustado com o seu comportamento, talvez estivesse com medo de perder o emprego ou talvez... Ele tivesse lembrado de alguma coisa.

Ao sair da sala, Mia viu algo pendurado em um mural e se aproximou. Destacou o papel e leu. Era um aviso sobre uma festa que seria organizada pela escola e pelo filho da falecida prefeita, Tyler Lockwood para comemorar o aniversário de Mystic Falls. Com certeza, Caroline estava envolvida na organização. Guardou o papel no bolso e deixou a escola.

Ao se aproximar do Mystic Grill, se assustou um pouco com o que viu. Não resistiu e brincou:

– Winchesters e Salvatores na mesma mesa? E conversando civilizadamente? - observou ela enquanto se aproximava e via os quatro sentados do lado de fora do restaurante - É ou não é um sinal do Apocalipse?

– Hilária. - resmungou Damon.

– Você precisa se atualizar, Mia. Até onde eu sei nós impedimos o Apocalipse. - lembrou Dean.

– Convencidos... - murmurou ela olhando para ele e Sam enquanto se sentava - Então, qual é o Trending Topic do momento?

– Silas. - respondeu Sam.

– Por que eu não estou surpresa? - brincou ela de novo.

– Nós estamos aqui, conversando civilizadamente, para encontrar uma forma de... Matá-lo. - completou Stefan.

– Algum progresso? - interessou-se ela.

– Ainda estamos decidindo entre a Colt ou feitiço turbinado da Bonnie. - respondeu Dean.

– Espera um pouco... Bonnie está aqui? - indagou Mia um tanto surpresa.

Dean olhou para o lado e respondeu:

– Sim.

– Sem ofensa, mas como ela vai conseguir mexer os pauzinhos se ela... Está meio... - insinuou Mia sem querer dizer a palavra "morta".

– Ela nos ensina o feitiço e nós o executamos. - esclareceu Dean.

– Nossa! Dean Winchester fazendo bruxaria? Quem diria. - brincou Mia e em seguida lembrou - Mas vocês sabem o que eu realmente penso de tudo isso, não sabem?

– Que não é problema nosso. - respondeu Sam - Mas você está enganada, Mia. Ele é. E não só porque ele te transformou.

– Mas também, e principalmente, porque ele é um monstro. Sem alma, sem coração. E nós cuidamos de monstros assim. - acrescentou Dean e olhando para os Salvatores, esclareceu - Sem ofensa. Perto dele, vocês são como a Madre Teresa de Calcutá.

– Não por isso... - tranquilizou Damon.

– A verdade é que Silas é um problema de todos nós. - ressaltou Stefan - Ele é perigoso, cruel, pode se passar por quem ele quiser, entrar nas nossas mentes... Precisamos pará-lo.

– Neste caso, usem as duas coisas. - sugeriu Mia.

– O quê? - não entendeu Dean.

– A Colt e o feitiço. - explicou ela - Se a Colt não funcionar, pelo menos ele vai ficar meio tonto, e então você poderá fazer o feitiço da Bonnie enquanto ele não acorda.

– Até que é uma boa ideia. - reconheceu Sam - O único problema é que o feitiço também não é definitivo. Ele não vai matar Silas, vai apenas transformá-lo em... Pedra?

– Estátua. - corrigiu Dean - A Bonnie prefere o termo estátua. Mas o que fazer com uma estátua de um vampiro imortal sem coração? Vender no mercado negro?

– Eu tenho uma ideia. - anunciou Stefan - Colocamos Silas, ou a estátua dele, em uma caixa e o jogamos no fundo do mar. Será o seu túmulo. Para sempre.

– Ou até ser devorado por algum tubarão. - imaginou Dean.

– Dean... - repreendeu Sam.

– Ok! Então temos um plano! - vibrou Mia e colocando o folheto sobre a festa na escola sobre a mesa, continuou - Só falta encontrar o Silas.

Dean pegou o papel e perguntou confuso:

– Silas gosta de baile de debutante?

– Não é um baile de debutante, Dean. É uma festa para comemorar o aniversário da cidade. - explicou Mia.

– E você acha que o Silas vai estar lá? - indagou Sam.

Mia olhou em volta e sussurrou:

– Eu acho que o Silas está em toda a parte. Mas o fato é que ele sabe que tem caçadores na cidade, e eu tenho certeza que ele também sabe que estamos tramando o seu fim. Então, se eu fosse ele, eu iria. É o lugar perfeito para ele se infiltrar, nos observar, nos ferrar e provavelmente nos matar.

– Quanto otimismo. - ironizou Damon.

– Com a diferença de que somos nós que iremos matá-lo ou... Transformá-lo em estátua. - esclareceu Mia - Somos nós que estamos atraindo Silas até a armadilha e não o contrário. Somos nós que iremos ferrar com ele.

– E se ele não aparecer? - indagou Dean.

– Bem, se ele não aparecer, pelo menos teremos curtido a festa. - disse Mia.

– Eu gosto desta parte. - admitiu Damon.

– E eu gosto do plano. - disse Stefan.

– É um bom plano. - reconheceu Sam.

– Só será um bom plano, se funcionar. - ressaltou Dean.

– Vai funcionar. - afirmou Mia - Ou... Morreremos tentando. O que seria redundante, já que eu, Damon e Stefan já estamos mortos e Sam e Dean já enganaram a morte umas... Quantas vezes mesmo? - perguntou ela olhando para os Winchesters que sorriram e levantaram as garrafas de cerveja.

Stefan e Damon fizeram o mesmo e Mia pegou a garrafa térmica dentro da bolsa enquanto Dean olhava com desaprovação.

– Ao fim de Silas. - brindaram eles.

Mia bebeu um pouco do sangue que trazia na garrafa e depois a guardou de volta. Pouco depois, Stefan e Damon se levantaram e foram embora. E então Sam perguntou para Mia:

– E você? Algum progresso com o Cas?

– Bem, na verdade, eu acho que eu meio que assustei ele hoje. - confessou ela.

– O que você fez? - temeu Dean.

– Nada demais. - respondeu ela tranquilamente, mas como eles pareciam não acreditar, emendou - Eu juro. É só que... Às vezes, eu sinto que eu estou no caminho certo e que o velho Cas ainda está lá, meio perdido, é verdade, mas está lá. Em algum lugar no meio daqueles estonteantes e profundos olhos azuis e...

– Mia. - chamou Dean fazendo a garota voltar para o Planeta Terra - O que aconteceu exatamente?

– Ele lembrou de algumas coisas. - contou ela - Obviamente, ele não sabe que são lembranças, mas não vai demorar muito para ele perceber que eu e vocês estamos mentindo para ele.

– Para o bem dele. - ressaltou Sam.

– Será mesmo? - questionou Mia - Será que não seria melhor contar tudo pra ele de uma vez?

– Como você acha que ele reagiria? - indagou Sam.

Mia pensou um pouco e encostou as costas na cadeira antes de responder:

– Provavelmente, não acreditaria. Ou acreditaria, entraria em parafuso e pularia de uma ponte. Era o que eu faria no lugar dele... Eu lembro como foi esquecer tudo e depois lembrar de tudo de novo... Aquilo foi difícil. É... Talvez vocês estejam certos. É melhor ele lembrar aos poucos e por si só. Eu só tenho medo dele me afastar durante este processo. Sei lá, de perceber que eu sei o que realmente está acontecendo e não contei e então ele deixar de confiar em mim, me afastar... Eu senti que hoje, há pouco, ele começou a fazer isso. E foi difícil.

– No fim tudo vai ficar bem, Mia. Eu tenho certeza. Você está no caminho certo. - tranquilizou Sam - Só não se perca demais nos estonteantes olhos azuis. Continue tentando despertar as lembranças dele, mas mantenha uma certa distância para não se machucar. No fim, quando ele for o velho Cas de novo, eu tenho certeza que vocês vão se acertar.

– É difícil, sabia? Fazer o que eu estou fazendo. - confessou ela depois de alguns instantes pensando sobre o que Sam havia dito - Gostar de alguém que estava disposto a ir embora e que agora não lembra de mim.

– De alguma forma, eu tenho certeza que ele lembra. - afirmou Sam - O coração lembra. Foi como você quando perdeu a memória há alguns meses. Você se apaixonou por ele de novo mesmo não lembrando do que viveram antes.

– Mesmo assim... É difícil... - refletiu ela com um olhar distante.

– Por falar em difícil, como você está, Mia? - quis saber Dean mudando um pouco de assunto.

Ela voltou a olhar para os dois e pediu:

– Oh... Por favor, chega de psicologia Winchester por hoje.

– Eu estou falando sério. - insistiu Dean - Nós já conversamos sobre o Silas, mas nós ainda não falamos sobre você. Sobre esta nova você. Como você está realmente? Com tudo isso?

– Eu estou ótima. - garantiu a garota.

– O que você acha, Sammy? - duvidou o Winchester mais velho.

– Eu acho que ela está mentindo, Dean. - respondeu Sam.

– Não... Eu não estou. É que... OK, no começo foi chocante. - tentou explicar ela - Acordar e não conseguir parar de pensar em sangue. Mas Elena me ajudou, Stefan e até o chato do Damon. Eu me adaptei, me acostumei e resolvi sobreviver ao invés de me lamentar pelo que aconteceu. Embora, eu não abra mão de acabar com Silas por ele ter feito isso comigo. Mas foi como vocês disseram, mesmo que Silas não tivesse me transformado, ele ainda seria um monstro. Ele merece morrer.

Os Winchester se olharam e Sam perguntou com um leve sorriso:

– Dean, o que você acha?

– Eu acho que ela está sendo sincera desta vez, Sammy. - respondeu o irmão.

Mia sorriu enquanto mexia no guardanapo e acrescentou:

– Ser vampira não é tão ruim quanto parece. No fundo é o que toda mulher quer. Ser jovem e linda pra sempre. Além disso, é bem melhor do que ser a garota com ligações demoníacas que vê pessoas mortas e tem pesadelos apocalípticos toda noite.

– Vendo por este lado. - brincou Dean.

– Que bom que você está bem, Mia. - disse Sam - Vampira ou não, com sangue de demônio ou não, você continua sendo a mesma Mia pra nós. Como uma irmã.

– Eu prefiro pensar em vocês como primos. Irmãos são chatos e controladores. - brincou ela - Primos são só meio idiotas... Mas são legais! Bem legais! E amigos!

Dean riu, mas em seguida pareceu incomodado com alguma coisa e então falou:

– Mia, tem uma coisa que nós, eu e o Sammy, como caçadores, precisamos te lembrar.

– Eu sei, Dean. - antecipou-se ela - Nunca perder o controle, nunca machucar ou matar alguém e nunca, sob hipótese alguma, desligar a humanidade. Não se preocupem, eu conheço as regras. Eu ainda sou caçadora, lembram? Aliás, depois que resolvemos a questão com Silas, eu quero voltar a caçar como antes. Era divertido. Bons tempos... Exceto pelo Crowley.

– Por falar nisso, eu pesquisei o ritual que você fez para invocá-lo. - contou Sam - Foi assim que você conseguiu escapar dele e do Hotel Califórnia?

– Sim. - respondeu Mia - Se ele me matasse, ele morria também. Parece que o desgraçado ficou sem escolha.

– Então, talvez ele esteja morto agora, já que você... Está meio... Diferente. - imaginou Dean.

– Eu acho que não... - discordou Mia - Bem que eu gostaria, na verdade, mas o ritual era bem específico. Não previa a minha transformação. Era só entre eu e o Crowley. Ele só morreria, se ele me matasse primeiro. Mas então, Silas apareceu. E quando eu morri naquela estrada, pelas mãos dele, naquelas circunstâncias, a ligação com Crowley foi quebrada. E ele se safou. Como sempre, aliás.

– É... Parece que Crowley sempre será uma pedra no nosso caminho. - refletiu Dean.

– Quem é Crowley? - perguntou Castiel se aproximando da mesa.

– Um negociante. Do mercado negro. - desconversou Dean - É uma longa história.

Castiel olhou para eles um tanto desconfiado e depois perguntou para Mia:

– Eu posso falar com você? Em particular?

– Claro... Meu anjo. - respondeu ela - Senta aqui.

– Ah! Nós já estávamos de saída, não é, Dean? - disse Sam enquanto se levantava.

– Estávamos? Ah, é! Estávamos... - concordou Dean também se levantando - Ah! E lembrem-se! Não façam nada que eu não faria. - aconselhou depois de bater no ombro de Castiel.

Houve um momento de silêncio constrangedor depois que Dean disse isso e foi embora com Sam. E então Mia recomeçou:

– Então, qual é a crise?

– Primeiro, eu queria te pedir desculpas por hoje, mais cedo. - explicou ele.

– Ok, desculpa aceita. Aliás, eu é que deveria te pedir desculpas por ter agido daquela forma. - respondeu a garota.

– Oh... Na verdade, eu gostei daquilo. - admitiu ele.

Mia sorriu ao ouvir isso e continuou:

– Então qual é o problema? Você teve mais um daqueles flashes?

– Não, mas eu fiquei pensando, pensando e pensando de novo e a tarde inteira... E eu preciso te perguntar uma coisa, Mia. - explicou ele.

– Se eu puder responder. - disse ela começando a se preocupar.

– Bem, quando eu te encontrei no estacionamento, naquela noite, e perguntei por que você me beijou, você respondeu que era porque gostava de caras idiotas. - lembrou Castiel.

– E? - indagou a garota.

– Acontece que eu não sou idiota, Mia. Eu sei que não foi por isso. Eu sei que você está escondendo alguma coisa. E que Sam e Dean também estão. Eu sinto que tem alguma errada nisso tudo e eu quero saber o que é. Eu exijo saber o que é. - pressionou o ex-anjo.

Mia o olhou surpresa e por mais que sempre tivesse uma resposta pronta, desta vez ela não sabia o que dizer.

– O que vocês estão escondendo? - insistiu Castiel.

Depois de alguns instantes, tudo o que Mia conseguiu dizer foi:

– Eu sinto muito, mas eu não sei do que você está falando.

– Sim, você sabe. - pressionou ele e em seguida segurou a sua mão - Por favor, Mia. Me diga a verdade.

Ela soltou a sua mão e levantou.

– Eu não posso... - relutou ela antes de se afastar.

Castiel a seguiu e continuou:

– Eu sinto que tem alguma coisa errada comigo, Mia. Um vazio. E então eu fiquei pensando e me dei conta de que você preenche esse vazio.

Ela parou e olhou para ele que a segurou nos ombros antes de confessar:

– Olha, pode parecer precipitado, mas eu... Eu acho que eu me apaixonei por você, Mia. E eu tenho a impressão de que esta não é a primeira vez. Eu te amo, Mia, e se você me ama também, me diga a verdade. Por favor.

– Eu não posso... - relutou ela sem muita certeza de que realmente estava fazendo a coisa certa.

– Então me beije de novo. - pediu ele.

– O quê? - surpreendeu-se ela.

– Desde que você me beijou pela primeira vez, eu tenho visto coisas que não parecem reais. Mas agora eu entendo, elas são reais, não são? Então, por favor, me ajude a lembrar, Mia. Me beije de novo. - disse Castiel.

Neste momento, Sam e Dean chegaram no hotel e ao entrarem no quarto pararam surpresos. Castiel dormia no sofá no meio de vários livros espalhados.

– Son of the bitch... - xingou Dean.

Mia olhou em volta. A ideia de beijar Castiel de novo não parecia tão ruim. Era uma boa ideia, na verdade. E talvez funcionasse. Talvez ele lembrasse de mais detalhes ou talvez de tudo. Ele se aproximou e segurou seu rosto enquanto dizia:

– Eu só quero lembrar de tudo, Mia. E ficar com você de novo. Para sempre.

Era tudo o que Mia queria ouvir. E então deixou que ele a beijasse enquanto Sam e Dean saiam do hotel às pressas e entravam no Impala.

Mas de repente, Mia afastou Castiel sentindo que havia alguma coisa errada com aquele beijo. Olhou em volta e se assegurou de que não havia ninguém por perto. Então se moveu rapidamente o levando com ela e o empurrando contra a parede de um beco atrás do restaurante. O olhou com ódio e nojo antes de dizer:

– Você não é o meu anjo. Você é Silas...

Ele sorriu com sarcasmo mostrando que ela estava certa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Silas está muito saliente... Son of a bitch...Gostaram? O que mais gostaram? O que menos gostaram? O que precisa melhorar?Ah! O lance da Segunda Guerra Mundial, eu me inspirei em um episódio da 5ª temporada em que o cavaleiro Guerra diz que "era ele na Alemanha". E honestamente, guerras são tão injustificáveis que eu até acredito na explicação do profi Cas, viu... Tava todo mundo possuído.Inté o próximo capítulo.