De Volta a Mystic Falls escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 10
Capítulo 10 - Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Oi! Desculpa a falta de criatividade com o título, mas é que neste capítulo veremos que Cas está começando a desconfiar que Mia, Sam e Dean estão escondendo alguma coisa... PS: Ontem não consegui postar porque São Paulo parou (É uma longa história... Um dia escrevo uma fanfic sobre isso).Divirtam-se!



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– Eu estou impressionado. Você é esperta. - confessou Silas enquanto olhava para Mia - Mas também é um pouco patética. E muito previsível. Tudo o que você quer é o velho Cas de volta. E pra quê? Pra ele te deixar de novo? Se eu fosse você, eu me contentaria com o novo Cas. Pelo menos por enquanto que vocês ainda tem tempo pra isso. Ah! A propósito...

Ao dizer isso, Silas rendeu Mia rapidamente e acertou a barriga da garota com uma estaca de madeira. Mia gritou devido a dor imensurável e caiu de joelhos.

– Son of a bitch... - xingou ela com esforço.

Silas se abaixou e segurou o seu rosto com desdém e continuou em tom de ameaça:

– A propósito, o tempo de vocês está contado. De todos vocês. Mas eu não posso negar que vocês são corajosos. Ou... Estúpidos. Tramando o meu fim? Brindando à isso? Eu me sinto até ofendido. Depois de tudo o que eu fiz por você? Você deveria me agradecer.

– Como é? - surpreendeu-se Mia - Agradecer pelo que exatamente?

– Por sua nova vida. - esclareceu ele - Você tem que admitir que ela é bem melhor agora como vampira do que antes... Quando você era... O que você era mesmo? Ah! Certo... Uma aberração com sangue de demônio.

– Cala a boca... Você não sabe nada sobre mim... - disse ela com dificuldade enquanto tentava retirar a estaca, mas não teve força suficiente para isso.

– Ah! Eu sei muito sobre você, Mia. E estou louco para conhecer os seus amigos também. Sam e Dean... E descobrir o que se passa na cabeça deles. O que eles mais querem... - disse o vampiro em tom ameaçador.

– Fica longe deles. - ordenou Mia com ódio.

Silas segurou o seu rosto novamente e ameaçou:

– Você sabe que eu poderia te matar agora mesmo, não sabe? E então Sam e Dean encontrariam o seu corpo. Ficariam arrasados. Talvez até o novo Cas voltasse a ser o velho Cas, se lembrando de tudo quando percebesse que te perdeu para sempre. O que seria um alívio para ele e para você, afinal um anjo e uma vampira? Como pode achar que isso vai dar certo? Isso é nojento, até pra mim. Mas não se preocupe, eu não vou te matar, Mia. Pelo menos, não agora. Eu não perderia aquela festa por nada neste mundo. E realmente espero que você e todos aqueles idiotas compareçam porque eu estou preparando algo especial para aquela noite. Algo inesquecível.

Depois de dizer isso, Silas levantou, começou a se afastar lentamente e Mia o provocou:

– Se eu fosse você, não desperdiçaria esta chance. Você sabe... De me matar. Acredite, você não terá outra oportunidade, Silas.

O vampiro permaneceu de costas para ela por algum tempo e Mia meio que se arrependeu da sugestão.

– Tudo bem. - aceitou ele se virando e se aproximando da garota novamente.

Silas se abaixou e a olhou por alguns instantes. E antes que Mia pudesse cogitar o que ele planejava, o vampiro quebrou o seu pescoço com um movimento rápido e certeiro.

Então a deitou no chão e sussurrou em seu ouvido antes de desaparecer:

– Como eu disse, eu te vejo na festa, Mia. Coloque o seu melhor vestido.

Sam e Dean desceram do Impala e procuraram a garota por toda a parte até que finalmente encontraram o corpo de Mia no beco. Por um instante, pensaram que ela estava mesmo morta. Mas tinham estudado o suficiente sobre os vampiros de Mystic Falls para saber que ela ficaria bem. Mesmo assim, era assustador vê-la daquele jeito. Com o pescoço quebrado.

A estaca em sua barriga não existia. Havia sido apenas uma alucinação provocada por Silas. Ele realmente adorava usar este truque com outros vampiros. Entrar em suas mentes, fazê-los verem coisas, sentirem coisas que não existem, que não estão lá de verdade.

Dean ainda permanecia imóvel diante daquela cena quando Sam finalmente conseguiu se aproximar e segurou Mia no colo. Em seguida, ele a deitou com cuidado no banco detrás do Impala e ele e Dean a levaram para a casa dos Salvatores.

Algum tempo, os Winchesters, Stefan, Damon e Elena observavam a garota deitada na cama do quarto.

– Tem certeza que ela... - tentou perguntar Dean, mas teve medo.

– Ela vai ficar bem. - tranquilizou Damon encostado na porta - Eu mesmo já quebrei o pescoço dela uma vez.

Sam e Dean encararam o vampiro com reprovação e Damon explicou:

– Ela queria atacar Meredith, lembram?

Elena sentou ao lado de Mia e acariciou os seus cabelos. Sam e Dean observaram o gesto. Definitivamente, nem todos os monstros eram monstros. Elena Gilbert era uma boa pessoa apesar de ser uma vampira. E com certeza, era uma verdadeira amiga para Mia.

Talvez Elena se culpasse por ter bebido o sangue da garota há alguns meses, por tê-la compelido durantes semanas por causa do sangue especial que ela possuía, e principalmente por Silas ter usado Mia para se vingar dela. Já que para o vampiro, Elena desperdiçou a cura ao usá-la em Katherine Pierce.

Sim, Silas achava um desperdício, mais do que isso, um ultraje, já que a cura era a sua única chance de reencontrar o seu grande amor no além e agora tudo estava perdido. No entanto, ninguém acreditava realmente que Silas fosse capaz de amar já que ele sim era um monstro. Sem alma, sem coração, sem limites.

De qualquer forma, o fato era que o vampiro queria beber a cura, usá-la em si próprio, morrer e encontrar o seu grande amor do outro lado. Mas Elena acabou obrigando Katherine a beber a cura durante uma violenta briga entre as duas na mesma noite em que Mia ligou pedindo ajuda porque estava gravemente ferida.

E então Silas viu a oportunidade ideal para se vingar da vampira. Se fazendo passar por Elena. Encontrando Mia naquela estrada. A enganando, a curando e a matando em seguida. Friamente. A transformando no que Mia era hoje. Uma vampira.

Para Silas, já que Elena tinha desperdiçado a cura, ele tinha o direito de desperdiçar uma vida em seu nome. E assim faria com que Elena se culpasse para sempre pelo que aconteceu com Mia.

O que Silas não imaginava é que Mia não culpava Elena por aquilo. E estava aceitando a sua nova condição da melhor forma possível, apesar das dificuldades que aquilo implicava. De certa forma, era melhor ser uma vampira do que ter ligações demoníacas que a faziam ter pesadelos e visões horríveis.

Mia enxergava a imortalidade como uma chance de recomeçar. Sem demônios, sem Crowley, sem o Inferno correndo em suas veias.

Como Bonnie costumava dizer sobre a própria mãe: não dá pra ser as duas coisas. Isso porque quando a mãe de Bonnie foi transformada em vampira o dom da bruxaria se foi. E isso fazia Mia acreditar que o sangue de demônio em seu corpo agora estava neutralizado também. E portanto, não podia reclamar por ser uma vampira. Embora também não achasse viável agradecer à Silas pelo que ele havia feito com ela já que a intenção dele não foi ajudá-la. Ele transformou Mia por vingança, porque é um monstro e, portanto, representa um perigo para todos.

No entanto, Mia não era ingênua. Sabia que ser vampira não era uma opção. Não era o ideal e não era fácil. Mas ela resolveu se adaptar à isso, ao invés de passar o resto da eternidade se lamentando por ser uma vampira. Também sabia que a procura por uma cura, se houvesse outra cura, outra forma de se conseguir reverter a sua condição, provavelmente seria desastrosa. Como foi desastrosa para Silas e de certa forma, para Katherine. Embora ambos merecessem o que aconteceu.

– Sabe... Eu nunca pensei que fosse dizer isso... - começou Dean depois do longo silêncio que se instaurou - Mas a vida dá voltas...

Stefan, Damon e Elena o olharam sem entender e ele tentou explicar novamente:

– O que vocês fizeram pela Mia quando eu e o Sammy não tínhamos ideia de onde ela estava ou como ela estava... Quando não estávamos por perto... Eu nunca pensei que... Vocês sabem... Que...

– Quê? - incentivou Damon adivinhando o que Dean tentava dizer.

– Que iríamos agradecer à vocês por tudo o que fizeram por ela. - ajudou Sam - Então... Obrigado. Dean?

– Ah... Eles já entenderam, Sammy. - esquivou-se o irmão.

– Dean... - insistiu Sam.

Dean olhou os Salvatores e Elena por alguns instantes e então disse com certa dificuldade:

– Obrigado.

– De nada. - respondeu Damon com um sorriso de vitória que incomodou o Winchester mais velho.

Elena e Stefan apenas sorriram. Houve mais um longo momento de silêncio até que Sam começou a dizer:

– Isso foi...

– Constrangedor. - completou Stefan.

– Se vocês quiserem, podemos fazê-los esquecer que disseram isso. - sugeriu Elena.

– Oh! É uma ótima ideia - concordou Dean respirando aliviado.

– Não precisa! - dispensou Sam - Vamos deixar assim. Só não façam mais nenhum comentário, por favor...

– E se contarem pra alguém, nós matamos vocês. - ameaçou Dean, mas no fundo não falava sério.

Ele e Sam eram realmente gratos por aqueles vampiros terem cuidado de Mia quando ela mais precisou. Até o Cas seria grato se ele lembrasse de tudo.

Dean ainda pensava nisso, quando de repente, ouviu-se um leve estalo e o pescoço de Mia voltou para o lugar. Ela abriu os olhos imediatamente e gritou enquanto sentava na cama:

– Ele sabe de tudo!

Dean a olhou assustado e quis se certificar:

– Ei! Vai com calma. Você está bem? Digo, realmente bem? Um pouco de torcicolo talvez?

– Eu estou ótima. - garantiu ela - Espera um pouco, como eu vim parar aqui?

– Nós te trouxemos. - explicou Sam - Você estava meio... Morta.

– E o Cas?! - lembrou ela preocupada.

– Dormindo como um anjo. - respondeu Dean e em seguida ficou pensando no que havia dito.

– O que você quis dizer com "ele sabe de tudo"? - quis entender Sam.

– Silas. Ele descobriu o nosso plano. Ou parte dele. Eu não sei ainda o que ele sabe exatamente, mas definitivamente o desgraçado sabe de alguma coisa. Temos que tomar mais cuidado. - explicou Mia enquanto se levantava.

– Onde você vai? - quis saber Elena.

– Desinfetar a minha boca. O desgraçado me beijou. Ai que nojo! - respondeu ela enquanto ia até o banheiro.

Escovou os dentes e voltou para o quarto se movendo rapidamente. Abriu o guarda-roupa e pegou algumas roupas. Voltou rapidamente para o banheiro. Trocou de roupa porque acreditava que as outras estavam sujas de sangue, embora não estivessem já que a estaca havia sido um truque de Silas. Mia só percebeu isso quando viu as roupas limpas que havia acabado de jogar no chão do banheiro, próximo ao cesto. Parou por alguns instantes e xingou ao perceber que Silas a havia enganado:

– Son of a bitch...

Em seguida voltou para o quarto rapidamente. E só então percebeu que Sam e Dean a olhavam um tanto surpresos.

– O que foi? - estranhou Mia.

– É que você está parecendo o Superman. Sabe? Quando ele entra na cabine telefônica para trocar de roupa. - respondeu Dean rindo - Eu nunca vou me acostumar com isso...

– Desculpe... Mas agora que vocês sabem a verdade, eu pensei em agir naturalmente. - explicou Mia.

– Naturalmente? - repetiu Dean com ironia.

– O meu naturalmente, não o naturalmente de vocês. - explicou ela.

– Você disse que o Silas te beijou? - lembrou Damon - Que ousado...

– Eu pensei que fosse o Cas. - esclareceu Mia rapidamente - Não por muito tempo. Imagina... Eu reconheceria aquele beijo no meio de...

– Ok! - interrompeu Dean antes que ela pudesse terminar - Todo mundo já entendeu que Silas virou um tarado e descobriu nossa conspiração contra ele. O que fazemos agora?

– Nós seguimos com o plano. - afirmou Mia.

– O quê? - indagou Dean confuso.

– Vocês não entendem? É exatamente isso que Silas quer. - tentou explicar ela - Atrapalhar o plano, nos fazer repensar tudo, planejarmos tudo de novo, mudarmos de ideia, nos confundir. E então o que fazemos?

– Repensamos tudo? - sugeriu Dean.

– Seguimos com o plano inicial. - corrigiu Elena.

– Silas estará esperando uma mudança de plano, mas aí nos o surpreendemos com o óbvio. Pode funcionar. - acrescentou Stefan - Além disso, não existe outro plano. Não podemos matar Silas porque ele é imortal. A única saída é a Colt, o feitiço e o fundo do mar.

– Mas nós precisamos ser mais cuidadosos. Se Silas se passou pelo anjo desmemoriado, não vai demorar muito pra ele querer experimentar outra opção. - ressaltou Damon.

– Ótimo! Então estamos combinados! - disse Mia enquanto saía do quarto.

– Ei! Onde você pensa que vai? - quis saber Dean enquanto a seguia com os outros.

– Eu preciso ver o Cas. Parece que dois idiotas deixaram ele sozinho com um psicopata imortal à solta. - respondeu ela parando no meio da sala.

– Ah! Desculpe! Os dois idiotas aqui estavam desesperados tentando ajudar você. Morta... Na sargeta. - lembrou Dean.

Mia parou e olhou para os dois. Então se aproximou e deu um beijo no rosto de cada um e agradeceu:

– Obrigada... Idiotas. Quando vocês vão parar de se preocupar comigo?

– Quando você começar a criar juízo. Ou seja, nunca. - respondeu Dean.

– Você não vai a lugar algum, Mia. - avisou Sam - Você já se arriscou demais por hoje.

– Não se preocupem. Silas disse que só vai me matar na festa. - contou ela.

– O quê?! - preocupou-se Sam.

– Acontece que eu não pretendo deixar isso acontecer. Nós vamos acabar com ele antes, lembram? - ressaltou ela.

– Você fica. - insistiu Dean.

Mia olhou para eles e sorriu antes de desafiá-los:

– Vocês sabem que não podem me parar.

– Mas nós podemos. - disse Damon olhando para Elena e Stefan.

Mia parou de sorrir, sentou no sofá e ficou em silêncio. Todos se olharam até que Stefan sentou ao seu lado e propôs:

– Bem, eu vim apenas buscar mais algumas coisas e ver como você estava, mas eu já estou voltando para o hotel. Se você quiser eu posso dar uma olhada no seu anjo e também supervisionar os idiotas que deixaram ele sozinho.

Sam e Dean o olharam com certa raiva enquanto Mia se animou:

– Você faria isso, Stefan?

– Claro. Não se preocupe, Mia. Ele está bem. - garantiu o vampiro se levantando com uma mala.

– Eu te acompanho até o carro. - sugeriu a garota.

– Nem pense em nos enganar, Mia. - lembrou Sam enquanto a garota saía com Stefan.

– Bem, já que o Crepúsculo Caçula vai cuidar do anjo desmemoriado bem que nós podíamos passar no Mystic Grill antes de voltar para o hotel, hein, Sammy? - sugeriu Dean - Eu estou cheio de fome!

– Ah... Na verdade, eu já combinei uma coisa com Meredith. - contou Sam um tanto sem graça.

– Uma coisa? Muito específico... - brincou Dean e depois olhou pro lado e vendo o fantasma de Bonnie, continuou - Então parece que somos só eu e você esta noite, bruxinha.

– Dean, nos precisamos conversar. - preocupou-se o irmão.

– Não começa, Sammy. Eu já disse que a Bonnie está bem. - esquivou-se o mais velho.

– Ah! E eu acredito. Não é ela que me preocupa. É você. - esclareceu Sam - Cara, sério... Você vai enlouquecer.

– Cala a boca... - resmungou Dean e antes de sair da casa acenou para Elena e Damon que os encarava um tanto intrigados.

– E depois nós que somos os anormais... - resmungou Damon.

Do lado de fora, Mia observou Stefan guardar as coisas no porta-malas e perguntou:

– Como você está?

– Bem. - respondeu o vampiro.

– Mesmo? - duvidou ela.

– Eu vou ficar bem, Mia. Na verdade, eu já estou melhor desde que saí desta casa. O que os olhos não veem... - continuou Stefan.

– Ditado estúpido... Quando se gosta de alguém, a distância só faz o sentimento ficar mais forte. - argumentou Mia.

– Nós ainda estamos falando de mim? - perguntou o vampiro.

– Ok... Esquece. É que eu só quero que você fique bem, Stefan. Você merece ser feliz. - disse ela.

– Eu vou ser. - prometeu ele.

– Mas, de qualquer forma, se você quiser companhia para beber qualquer dia desses... - insinuou a garota sorrindo levemente.

Stefan sorriu e entrou no carro. Mia se aproximou da janela e pediu:

– Ah! Por favor, não esquece de me avisar sobre o Cas, ok? Eu não vou conseguir dormir sem ter certeza de que ele está realmente bem, são e a salvo.

– Pode deixar. - tranquilizou ele antes de dar partida.

Mia voltou para casa depois de se despedir dos Winchesters Winchesters a varanda. Resolveu tentar dormir um pouco. Mas só conseguiu depois que Stefan lhe passou uma mensagem dizendo que Cas estava bem. Dormindo como um anjo, como Dean havia dito antes. Mia não pode deixar de rir ao ler a mensagem. O mundo desmoronando e Castiel dormindo no sofá no meio de um monte de livros velhos.

Se acomodou melhor na cama e admitiu para si mesma que adoraria estar no meio daqueles livros com ele.

Tinha mantido distância desde que ele pediu para ficar sozinho, mas amanhã seria um novo dia. E Mia estava decidida a retomar os 10 passos...

No dia seguinte, após o sinal tocar e os alunos serem dispensados, Mia parou na porta da sala e observou o professor arrumar os livros. Ele parou e olhou para a porta. Mia sorriu e mostrou dois copos de café. Castiel sorriu e os dois deixaram a sala em seguida.

– Posso te perguntar uma coisa? - perguntou ele no corredor.

– Claro. - respondeu ela enquanto tomava um gole do café.

– Nós estamos namorando? - indagou o ex-anjo.

Mia tossiu engasgada com o café e os dois pararam de andar. O professor a observou intrigado e deu alguns tapas nas costas da garota para que ela voltasse a respirar.

– O quê?! - indagou Mia depois de se recuperar do susto.

– Acho que não... - deduziu Castiel voltando a caminhar - Afinal, eu e você somos como calda de chocolate e peixe...

– O que você disse? - estranhou ela enquanto tentava acompanhá-lo.

– Esquece... - desconversou ele e depois de alguns instantes, continuou - Desculpa se eu te assustei, Mia, mas é que desde que eu te conheci, eu sinto que nós temos algum tipo de ligação.

– Você acha é? Que tipo de ligação? - interessou-se ela feliz por ouvir aquilo, mas mantendo certa distância para não assustá-lo de novo e para não se machucar.

– Eu não sei direito, mas desde aquela noite no Kansas eu sinto que estou vivendo uma vida que não é a minha. Eu sinto que tem alguma coisa errada. Mas quando eu estou com você... Parece certo. Eu estou te assustando ou dizendo coisas sem sentido? - prosseguiu ele.

– Não! De jeito algum! Continue... Está ficando interessante. - incentivou a garota comemorando por dentro.

– É por isso que eu preciso te perguntar uma coisa, Mia. - anunciou Castiel parando novamente no corredor e a olhando profundamente - Por que você me beijou? No Mystic Grill, naquela noite. Qual o verdadeiro motivo pra você ter se aproximado de mim? E daquele jeito...?

Ao ouvir isso, Mia lembrou de Silas e deu um passo para trás. Olhou em volta e viu que não havia ninguém por perto. E então empurrou o professor contra a parede e o beijou. Definitivamente era Castiel. Mia se afastou um pouco, mas o manteve contra a parede.

– E por que você me beijou agora? - perguntou ele confuso.

– Eu precisava ter certeza de que você é você mesmo. - explicou a garota.

– É claro que eu sou eu. Quem mais eu seria? O que você quer dizer com isso? - desconfiou ele.

– Nada... - esquivou-se Mia.

Castiel a olhou por alguns instantes e então deduziu:

– Você está mentindo.

– O quê? - perguntou ela surpresa.

– Você está mentindo, Mia. Você sabe o que tem de errado comigo, não sabe? - indagou Castiel ainda mais desconfiado.

– Não tem nada de errado com você, meu anjo. Você só é um pouco atrapalhado e sem noção, mas...

– Pare... - interrompeu ele impaciente - Me diga a verdade, Mia. Você sabe o que está acontecendo comigo? Sam e Dean também sabem? Foi por isso que eles pediram para você se aproximar de mim? Eu nunca entendi porque eles resolveram me ajudar. Com novos documentos e me dando carona até esta cidade. E até me deixando ficar no hotel com eles... Você sabe por que? Então me diga... Quem eu sou de verdade, Mia? E por que você se importa comigo? Por que você me beijou? Por que você está aqui? Por que você está sempre aqui? Por perto... E por que você agiu daquele jeito naquela noite no Kansas? Quem é você, afinal?

Mia o olhou confusa com tantas perguntas e com a impossibilidade de respondê-las. Não entendia como ele tinha levantado tantas questões em tão pouco tempo. Mas a verdade, é que ele estava estranho desde o dia anterior. Ele estava lembrando de coisas... E era natural que começasse a se perguntar por que aquilo estava acontecendo.

– Eu não sei do que você está falando... - desconversou Mia por fim sem conseguir pensar em nada melhor para dizer.

Castiel a olhou com certa decepção e a afastou mais um pouco.

– Sim, você sabe. - afirmou ele - Me diga a verdade, Mia.

– Eu não posso... - deixou escapar ela.

– Por que não? - quis saber ele.

– Porque se eu contasse, você não acreditaria... - respondeu Mia sem pensar direito.

– Tente. - desafiou Castiel.

– Eu não posso... Eu sinto muito... - lamentou ela.

– Eu também sinto muito, Mia... - disse ele antes de se afastar e seguir pelo corredor.

Mia o olhou se afastar por alguns instantes e ponderou se não era melhor ele saber logo de tudo. Não sabia se ele acreditaria ou como iria reagir quando descobrisse a verdade, mas se ela não tentasse, Castiel se afastaria ainda mais. E a verdade é que Mia não queria perdê-lo de novo. Sam e Dean iam ter que desculpá-la, mas não dava mais para esconder a verdade dele.

– Droga... - resmungou ela indo atrás de Castiel - Espera! Você quer a verdade? Então eu vou te dizer a verdade.

Castiel parou e se virou para ouví-la. Mas ao olhar para ele, Mia hesitou novamente. Aquilo ia ser mais difícil do que ela poderia imaginar, no entanto, ela sabia que Castiel merecia saber a verdade. Mia estava decidida a ir até o fim...


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Notas finais do capítulo

Amanhã tem mais!!! Me digam o que vcs acharam e o que acham que a Mia vai fazer e como Castiel vai reagir se ela contar mesmo a verdade. Bjuuuuuuuuu!!!