P.O.V Sophie

Fui a primeira a ser recrutada, mas não demorou muito e Steve chegou à Mansão. Ele era bem quieto e misterioso sempre parecia desconfiado de tudo e todos, bem diferente do que eu me lembrava na Wammy's.

Near disse que nos treinaria, mas um mês depois nós só estávamos indo para uma escola particular bancando as crianças normais. Ele disse que ainda faltava uma pessoa, que estava quase conseguindo encontrá-la e que tivéssemos paciência.

Eu não me incomodava. Lá sempre tinha um bom jogo ou um bom livro para ler. Descobri que Steve adorava historias policiais e passávamos varias horas na biblioteca em silêncio apenas fazendo nossas tarefas ou lendo algum livro.

Quando foi passado um trabalho em dupla não tivemos escolha se não fazer um com o outro já que não podíamos contar nada sobre Near nem levar ninguém na Mansão. Para todos na escola éramos primos distante. Enquanto fazíamos nossa maquete ele resolveu puxar conversa.

– Sophie, sente falta da Wammy’s?

– Na verdade não. Aqui não é muito diferente, mas lá pelo menos havia varias outras crianças para jogar.

– Com quantos anos foi parar lá?

– Estou lá desde que me lembro. Meus pais morreram num incêndio e eu fui levada pra lá quando tinha cinco anos de idade. Foi isso que o Diretor Gavin me contou.

– Isso é muito raro. Geralmente esperam as crianças ficarem mais velhas para tirá-las do orfanato normal e levá-las pra Wammy’s. Você deve ter chamado a atenção deles.

– Me disseram que no meio do incêndio do prédio eu controlei e ajudei as outras pessoas a saírem. Eu as mantive calmas e como conhecia a planta do lugar tirei todos por uma saída de lixo. – eu não sabia por que estava contando tudo aquilo a ele, mas as palavras pareciam saltar da minha boca. – Eu não me lembro direito do que houve lá dentro, mas quando sai e fui levada para o hospital em vez de chorar eu apenas ficava dizendo que o incêndio foi planejado. Watari me visitou e eu contei minhas teorias a depois disso L conseguiu provar e prender o culpado.

– E por causa da sua dedução e tudo mais ele te colocou na Wammy’s.

– Isso. E você? Quando fui levada para o orfanato você já morava lá.

– É. Estou lá desde que nasci. Acho que não sou tão inteligente, fui aprendendo a ser vivendo naquele lugar. Acho estranho que Near tenha me escolhido.

Eu não sabia o que responder e continue colando as peças da maquete. Realmente era estranho.

– Eu só queria sair de lá logo e procurar os meus pais, nunca me interessei em ser o L. – ele continuou

– Então por que veio pra cá?

– Porque achei que assim ficaria mais fácil e também... Não há problema alguma em sempre aprender mais.

– É por isso que lê tanto? Não acha que está ao nível das outras crianças da Wammy’s e por isso estuda tanto? Quer superar os outros.

– Eu nunca...

– Não há problema nisso, na verdade é algo que todos sempre fazem só que nunca admitem. – eu parei o que estava fazendo e olhei para ele. – Eu te ajudo a encontrar seus pais se é isso que vem querendo. Conte comigo.

Ele não queria ser o L e eu detesto perder então naquele dia fizemos um acordo. Eu o ajudava a encontrar seus pais e ele me ajudaria a suceder o L. Ambos fizemos de tudo para cumprir nossas promessas, mas francamente eu preferia não ter dito aquilo. Dizem que a verdade dói, mas daquela vez ela me aterrorizou. E eu nunca tive medo de nada até então.