Stranger escrita por Okay


Capítulo 52
União.


Notas iniciais do capítulo

Beijos & Boa leitura! ♕
Capítulo revisado e reescrito 04/12/2020



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Capítulo 52 — União.

— O que foi? — Marcus quis saber. 

— Vem, vamos embora. — Lucas forçou um sorriso. — Eu não quero conversar aqui.

— Ok. — Respondeu-o, tentando não demonstrar o nervosismo crescente. 

Tinha um pressentimento ruim, o loiro não costumava ser tão quieto desde que começaram a ficar juntos e também não queria sequer conversar no caminho, apenas perguntando sobre futilidades enquanto estavam no trânsito. 

Lucas parecia pensativo e não soltava nenhuma pista do que queria falar com ele, o que enlouquecia silenciosamente o outro. Marcus apenas pôde respirar tranquilamente ao ver que estavam chegando no prédio onde ele morava, doido para sanar aquela dúvida. 

— Quer ver o Alberto antes de deixar as malas em casa? — O loiro indagou, já dentro do elevador com ele. 

— Não, você disse que queria falar comigo e eu tô curioso pra saber sobre o quê.

— Ah. — Lucas sorriu, desviando o olhar do dele, como se estivesse constrangido. — Tudo bem, então. 

Chegaram no andar e a porta foi aberta, Marcus deixou a mala no chão ao lado da entrada, vendo-o caminhar em direção à mesa de jantar. Seguiu-o, curioso para saber porque tinham tantos papéis ali, vendo o loiro virar-se para si, apontando para toda aquela papelada, dizendo:

— Nesse tempo que você ficou fora, eu consegui pensar bastante e fui atrás de algumas informações, pesquisei muito e tudo isso é o resultado do que andei me informando.

— O que é? — Aproximou-se dele, ainda mais curioso.

— Alguns artigos, leis, basicamente informações importantes sobre uma coisa que você não queria que eu fosse atrás, mas eu fui. — Lucas engoliu em seco, tomando coragem para continuar a dizer. — Eu acho de verdade que a gente poderia solicitar o visto K-1, Marcus. Você já ouviu falar dele?

— É claro que já. É o visto de noivado. — Falou, ainda sem assimilar tudo aquilo. 

— Eu sei! Eu sei que você não gosta dessa ideia de casamento, mas, pelo menos, deixa eu te mostrar o que eu achei! Eu falei com um advogado de imigração e ele me disse muita coisa que pode ajudar a gente! — Lucas exclamou, afobado, pegando uma pilha de papéis e entregando a ele. — Dá uma olhada nisso, é um resumo do que a gente teria que fazer, dos documentos que pedem… Leva uns seis meses, às vezes, menos, pra esse visto ficar pronto, se a gente fosse fazer isso, eu teria que emitir o pedido preenchendo um formulário e eu já vi tudo o que precisa pra isso, eu poderia fazer! — Insistiu, ainda vendo-o pensativo, deixando de olhar para o papel em mãos. — Outra dúvida que eu tinha, era se casais do mesmo sexo podem ter os mesmos direitos e podem! Então eu… Eu acho que daria certo e… Por favor, me diz que vai pensar na ideia, pelo menos. 

— Lucas, eu não tô acreditando nisso tudo… — Deixou as folhas que segurava sobre a mesa, enquanto olhava quanta informação reunida tinha ali. 

— Você tá chateado? — O loiro franziu o cenho, preocupado.

— Não. — Soltou uma risada discreta, encarando-o apaixonadamente. — Eu juro que achei mesmo que você ia terminar comigo agora… 

— Por que eu terminaria com você?

— Eu não sei, eu tava preocupado, eu achei que você tava me evitando. 

— Não, eu não estava. — Negou, olhando a expressão carinhosa dele. — Eu só tava indo atrás disso tudo e se eu ficasse no telefone demais com você, acabaria deixando escapar e eu queria te falar disso pessoalmente. 

— Olhando pra todo esse trabalho que você teve… — Marcus olhou para a mesa por alguns segundos antes de encarar o loiro de volta. — Eu só vejo que você tá realmente interessado, que você quer mesmo fazer isso. Isso me deixa muito feliz, porque eu fiquei com medo de você não estar pensado nisso direito, mas eu tô vendo o quanto você tá empenhado e o quanto me ama de verdade pra ir atrás de tudo… E você quer casar comigo, isso é surreal. 

— É claro que eu quero. — Confirmou, convicto, dando um passo à frente, ficando ainda mais próximo dele. — Eu quero muito. 

— Então vamos fazer isso. — Sorriu, tendo que espremer seus lábios pra conter a emoção que tomou conta de seu peito ao falar aquilo. 

— Vamos. — O loiro riu bobamente, abraçando-o no quadril, apoiando o queixo no peito dele e encarando-o de perto. — A gente vai casar, você acredita?

— Você tem certeza disso? 

— E você ainda pergunta? — Lucas riu, tendo um beijo roubado por ele. — Eu te amo. 

— Eu também, loirinho. — Sorriu com os olhos molhados, levando suas duas mãos ao rosto dele, apertando suas bochechas. — Nossa, eu te amo demais! 

O loiro viu-o fungar, aproveitando para segurar no ombro dele e saltar, fazendo Mark segurar suas pernas ao enlaçar o quadril dele com suas coxas. Encarou-o rindo, segurando atrás de seu pescoço, vendo o sorriso sincero no rosto dele.

Ao ver uma lágrima tímida escorrer pelo canto do olho de Marcus, impulsionou seu corpo para a frente, roubando os lábios dele com vontade, não demorando para ser levado dali até seu quarto. Marcus sentou-se na cama e manteve-o sobre seu colo, vendo-o dobrar os joelhos sobre o colchão, agarrando suas coxas para trazê-lo ainda mais para cima, encaixando o quadril dele no seu.

— Eu senti tanta saudade... —  Lucas gemeu, sentindo-o esfregar a barba crescida no seu pescoço suscetível a marcas. 

— Eu também senti, noivo. — Respondeu, fazendo-o rir baixinho. 

Marcus e Lucas haviam acabado de tomar um banho e se trocar, ficando prontos para se encontrarem com Alberto e Rachel. Atravessaram o corredor e bateram na porta, que não demorou a ser aberta. 

— Oi! — Alberto abriu os braços ao amigo. — Nossa, parece que faz tanto tempo! 

— É verdade. — Abraçou-o apertado. 

— E me desculpa não ter ido te pegar no aeroporto. — Soltou-o, dando espaço para entrarem. — Como foi a viagem?

— Foi tranquila. 

— Oi, Mark! — Rachel apareceu na sala, arrumando os cabelos. — Tudo bem?! 

— Tudo ótimo. — Sorriu, vendo-a olhar para Lucas, como se já soubesse o que iriam dizer. 

— Então… — O loiro iniciou. — A gente tem uma notícia pra vocês. 

— O quê? — Alberto indagou, semicerrando os olhos. 

— Estamos noivos. — Marcus falou, orgulhoso. 

— Vocês o quê?! — O amigo quis confirmar, embasbacado. — É sério? Sério mesmo?!

— É sério. — Lucas continuou, vendo-o olhar para Rachel, que não parecia nem um pouco espantada. 

— Por que só eu pareço surpreso? Você sabia disso? — Perguntou à noiva.

— Sabia. — Ela estreitou os olhos, torcendo o canto do lábio. — Me desculpa não contar…

— Mas como… Como assim, gente? — Riu baixinho. — Alguém me explica isso direito! 

Os dois recém chegados riram, explicando melhor o porquê decidiram tomar aquela decisão e que apesar de ser vantajosa para Marcus obter a cidadania, também estavam certos que queriam tomar aquele passo para a vida a dois. 

Alberto ouvia-os com a mão repousada no peito, em plenos suspiros. Via a expressão sublime no rosto do melhor amigo, sentia a felicidade emanando e estava tão feliz quanto ele, sempre sonhou em vê-los juntos, ainda mais quando sabia o que aquilo representava.

— Eu não tava preparado pra isso, sério mesmo. — Alberto continuou, depois olhando para Rachel. — Então você ajudou o Lu todo esse tempo e eu nem desconfiei! 

— Culpada! — Ela ergueu as mãos ao alto. — Mas é que eu achei tão fofinho quando o Luke me falou isso, não consegui negar esse pedido! 

— E, Alberto, não foi nada pessoal, quer dizer, foi sim. — Lucas tentou disfarçar o teor do que diria, fazendo o amigo rir. — Eu não queria que o Mark soubesse antes da hora.

— Eu sei, conheço bem a minha fama de fofoqueiro. — Aceitou, fazendo os três rirem. 

— Bem que eu gostaria de receber uma informação vazada. — Marcus assumiu.

— Só eu sei o que eu passei com esse homem choramingando pra mim. — Alberto concordou com o amigo. — Ele jurava que você ia terminar com ele, Lu. 

— Ele me disse! Você devia ver a carinha que ele fez quando eu disse que queria casar com ele! — O loiro revelou, percebendo que Marcus estava com as bochechas rosadas. 

— Ok, ok, eu tô morrendo de fome. Vamos continuar essa conversa na mesa, gente? — Rachel ofereceu.

Foram à mesa todos juntos e aproveitaram a refeição. O foco do assunto era o noivado recente, com Rachel dando algumas dicas sobre o que precisavam fazer para caso decidissem ter festa, falando do que estava fazendo para o planejamento do casamento.

Acabaram o jantar e Lucas estava conversando com Alberto na cozinha, falando um pouco mais do que ele perdeu nas duas últimas semanas, enquanto Marcus ia em direção de Rachel, vendo-a na sacada. 

— Oi. — Mark chamou a atenção dela, fazendo-a virar para si. — Você tá bem?

— Oi. — Ela surpreendeu-se com a presença dele. — Tô sim. 

— Agora diz a verdade. — Ele pediu, vendo-a arregalar os olhos. 

— O quê? — Ela quis entender. 

— Você e o Al estão bem? Você parece meio avulsa. 

— Por que tá perguntando isso? Tá tudo bem. — Rachel disfarçou

— Tudo bem, então. Se quiser falar comigo, eu estou aqui. — Andou até o parapeito, apoiando seus braços sobre o metal. 

— Às vezes, eu também queria poder passar umas duas semanas no México. — Ela revelou, após alguns segundos de silêncio. 

— Por quê? — Marcus viu que ela parecia apreensiva. 

— Posso te perguntar uma coisa? — Ela virou-se em sua direção, lhe encarando. 

— Claro. 

— Eu acho que nós somos bem parecidos, então queria que me dissesse… Como você tem tanta certeza de que quer passar o resto da sua vida com uma pessoa só? — Rachel perguntou, acanhada. 

— Eu não sei se posso servir de referência. — Desencostou-se do parapeito, ficando de lado para também encará-la. — Desde que eu conheci o Lucas, nunca amei outra pessoa. Já faz sete anos que eu amo esse loiro. 

— Isso é tão fofo. — Ela sorriu docemente. — Vocês formam um casal lindo. Eu não tenho dúvidas de que vão ficar juntos pra sempre.

— Mas por que eu tenho a sensação de que você não tem essa certeza com o Al?

— Porque você tá certo. — Rachel assumiu, desviando o olhar do dele. — Eu sempre fui uma mulher livre, sabe? Ficava com quem queria ficar e com quem eu tinha vontade… O Al veio me conquistando, querendo me trazer pra esse mundo de conto de fadas que ele vive e… Eu só me deixei levar. Ele é o homem dos sonhos de qualquer mulher e eu tenho medo de que eu possa não fazer ele tão feliz assim… Eu não sei se eu mereço tanto amor. 

— Eu te entendo. — Sorriu, entregando um olhar compreensivo em resposta. — Depois de tanta coisa que eu já fiz o Lucas passar, às vezes, me pergunto se sou digno de ter o amor dele. Mas o que eu faço é tentar ser melhor a cada dia, tentar merecer esse homem incrível que ele é. 

— Você não precisa se preocupar em relação a ele. — Rachel falou convicta. — Ele sempre desabafa pra mim sobre você. Ele te ama loucamente… Confia em você mais do que tudo e, tudo isso, porque você fez por merecer, foi mérito seu, então não se sinta assim.

— Eu fico feliz... — Sorriu. — E eu posso dizer o mesmo pra você sobre o Al. 

— Obrigada, Mark. — Ela sorriu timidamente. — Eu precisava ouvir isso. 

Alguns dias se passaram desde a chegada de Marcus e haviam marcado uma reunião para fecharem o contrato com o novo advogado de imigração que agora os ajudaria e guiaria ambos nesse processo do visto, ele repassou as informações importantes e o valor que teriam que desembolsar com todas as etapas, deixando-os por dentro de tudo. Com isso, já estavam de volta ao apartamento e Lucas encostava a porta após entrar, dizendo:

— Parece mais real agora. 

— É mesmo. — Marcus sorriu, vendo-o caminhar em sua direção. — Você tá feliz?

— Demais. — O loiro não conteve o sorriso, abraçando-o. 

— Eu também. — Envolveu-o.

— Inclusive, eu queria falar com você de uma coisa que pensei enquanto a gente tava na reunião, mas que eu não quis falar na frente do advogado. 

— Pode falar, amor. — Falou, tendo a mão tomada por ele, enquanto era guiado ao sofá, sentando-se com ele. 

— Eu não sei o que você vai achar disso, mas quando ele falou de uma das últimas etapas, que eram os exames de sangue, eu pensei que a gente podia usar eles pra… você sabe, abolir a camisinha. — Lucas sugeriu, abrindo um sorriso tímido, vendo-o sorrir de volta. — É um passo importante e a gente vai estar casado, então é um bom momento, o que você acha?

— Eu pensei na mesma coisa, se quer saber. — Acariciou a mão dele. — Já pensou se a gente fizesse a primeira vez sem proteção, na noite de núpcias? 

— Seria, sem dúvida, especial. — O loiro imaginou, recebendo um selinho. 

— Eu mal posso esperar. — Marcus acariciou o rosto dele, admirando-o de perto. — Eu ainda nem acredito, você é meu noivo. 

— Eu sei. — Lucas sorriu envergonhado, desviando o olhar por um segundo antes de olhar novamente em seus olhos esverdeados. — Meu noivo… 

Aproveitaram aquele momento apenas para ficarem colados, aproveitando a presença um do outro enquanto ainda assimilavam o que estava acontecendo, iam realmente se casar.

Na próxima semana, aproveitaram para visitar Elmira mais uma vez, Lucas não tinha ido viajar para ver a mãe nesse meio tempo que ficou longe de Marcus e Harriet já cobrava querendo saber quando o veria novamente. 

Nesse passeio, decidiram não contar que estavam noivos, esperariam um pouco mais para poderem falar abertamente sobre o casamento, ainda era muito cedo para aquele tipo de revelação. 

Estavam hospedados no mesmo hotel, ficariam dois dias e fariam como da outra vez, iriam embora depois do almoço do dia seguinte. No primeiro, Marcus passou boa parte do dia brincando com Mel, enquanto Lucas aproveitava para conversar com a mãe, com a mulher aproveitando para matar a saudade do seu menino. 

Já no dia seguinte, Melanie não estava em casa. Pelo o que o loiro tinha entendido, era o dia de ela passar com o seu pai. Para Lucas, era até engraçado ouvir aquilo, pois sabia que ela era a sua irmã, mas não tinha coragem de chamar Ethan de pai.

O casal estava na cozinha, aprendendo a fazer massa como Harriet havia prometido de ensinar. Fariam o próprio macarrão para o almoço daquele dia. E enquanto ajudavam-na a encaixar o cilindro na lateral da mesa de madeira, ouviram a campainha tocar. 

A mulher deixou-os cuidando da máquina enquanto partia para ver de quem se tratava. Antes mesmo que pudesse abrir a porta, reconheceu a voz da filha vindo de fora, dando um longo suspiro ao saber o que aquilo significava. 

— O que está fazendo aqui nessa hora? — Ela desapontou-se, olhando para o ex-marido. 

— Eu vim trazer a Mel. — Ethan revelou, parecendo diferente do habitual, como se estivesse ansioso. 

— O maninho tá aí? — Ela perguntou pra mãe, que assentiu com a cabeça.

A menina galopou para dentro da casa com pressa e Harriet notou que a ansiedade do homem à sua frente cresceu. 

— Foi ideia sua vir mais cedo, não foi? — A mulher perguntou, seriamente. 

— Quando a Mel disse que ele estava aqui, eu… — Ethan abaixou o tom de voz, interrompendo o que dizia por vergonha. — Eu quero ver como ele está, Harriet. 

— Eu preciso perguntar pra ele antes. — Ela cruzou os braços. — Eu não sei se o Lucas quer te ver. 

— Tudo bem, pergunta… — Ele pediu, esperançoso. — Se ele não quiser, eu vou embora. 

Antes da mulher virar-se, pôde ver os olhos do ex-marido se arregalando, como se brilhassem. Viu então que o filho se aproximava deles, parecendo acanhado ao ver o pai, sem conseguir sorrir. 

Marcus vinha logo atrás, mantendo a distância e observando cada gesto do noivo, com medo do que pudesse acontecer, não queria vê-lo magoado e temia que Ethan fosse capaz de humilhá-lo ou repreendê-lo. 

— Oi. — Lucas iniciou, vendo o pai ainda do lado de fora. — A Mel disse que você estava aqui.

— Lucas! — Exclamou, passando por Harriet para entrar e, depois de admirá-lo um segundo, acelerou em sua direção. 

Lucas recuou um passo instintivamente e Marcus aproximou-se dele mais um pouco, fazendo o pai frear, notando que tinha assustado o filho. Um breve momento de silêncio se formou entre eles, sendo extremamente constrangedor. Nem Harriet e nem o homem mais alto atrás do loiro tiveram coragem de dizer algo que pudesse interrompê-los, caso tivessem algo a dizer. Foi Ethan quem quebrou o silêncio, dizendo:

— Você mudou. 

— Você também. — O loiro forçou um sorriso que se desmanchou rápido, ainda desconfortável, sentindo seu estômago embrulhar, desviando o olhar do dele. 

Houve mais um momento de silêncio, em que os dois pareciam pensar em algo para dizer.

— Então você… terminou a faculdade, né? — O pai forçou um contato, sem saber direito o que estava fazendo, vendo-o assentir. — Eu… senti saudade. 

Lucas encarou-o, podendo ver a expressão dolorosa no rosto de Ethan, como se aquelas palavras realmente fossem verdadeiras. Tudo o que conseguiu fazer então foi aproximar-se com cautela, abraçando-o de um jeito desengonçado e rápido. Não conseguiu manter o contato visual com ele em seguida, vendo o pai igualmente desajeitado. 

Marcus podia ver muito do noivo naquele homem. Mesmo Lucas sendo parecido com a mãe, percebia vários traços em comum neles, não só na aparência, como nos gestos. Os dois pais eram loiros e dos olhos azuis, mas Ethan carregava várias fisionomias que o filho tinha herdado, como o formato da testa, o maxilar e as orelhas, já o nariz não muito, pois o de Lucas era mais delicado como o da mãe e todo o restante era uma bela mistura dos dois. 

Mesmo tanto tempo afastados, conseguia ver de onde alguns gestos e expressões do noivo vinham. Ethan voltava a colocar a mão dentro dos bolsos da calça ao ficar envergonhado, assim como o filho quando também se sentia acanhado, ambos encolhiam os ombros da mesma forma e franziam o cenho com as mesmas linhas de expressão. 

Melanie se aproximou de onde Marcus estava na sala e começou a chamá-lo, o que voltou a atenção de todos ali para ele. Lucas então percebeu que precisava apresentá-los e encarou o noivo, dizendo: 

— E esse é o Mark, meu namorado. 

— É um prazer, Ethan. — Marcus falou, já ao lado deles, estendendo a mão. 

— Oi, Mark. — Cumprimentou-o. — A Mel me falou muito de você, disse que ensinou autodefesa pra ela e tudo mais. 

— É verdade. — Riu baixinho. 

— Bom, eu… Tenho que ir agora. — O homem mais velho anunciou. — Foi um prazer te conhecer. 

Lucas viu o pai parecer confuso mais uma vez, encarando-o com um sorriso desajeitado e se retirando. Harriet também notou as expressões do ex-marido, se surpreendendo ao vê-lo tão atrapalhado, mas feliz por ele ter respeitado tanto o filho como o genro. 

Eles voltaram à cozinha, onde Marcus cuidou de Melanie, distraindo-a para que não atrapalhasse Lucas e Harriet na cozinha. E assim passaram o resto daquela tarde juntos, indo embora depois do café que fizeram após o almoço. 

A mulher fez com que prometessem que não ficariam mais de um mês sem visitá-la e também ordenou para que não fizessem planos para o dia de ação de graças, pois queria a presença deles em novembro. 

Asseguraram o que ela queria, despedindo-se dela e da garota, um pouco mais tristes por estarem indo embora do que da última vez, estavam se sentindo mais conectados com elas, o carinho por Harriet havia aumentado e também amavam ainda mais a menina tão esperta. Tinham uma família agora. 

Acenaram enquanto iam ao carro e assim que entraram no veículo, Lucas foi o primeiro a dizer:

— Eu tô aliviado… 

— Sobre o que, especificamente? — Marcus quis saber. 

— Com essa situação toda do meu pai, sabe? 

— E eu fiquei feliz de estar com você nesse momento. — Afirmou, colocando o cinto de segurança, vendo-o fazer o mesmo. — Deu pra ver que ele tava sendo sincero quando disse que sentiu sua falta. 

— Se não fosse você lá… acho que eu não teria coragem. — O loiro encarou-o de perto, sorrindo, roubando-lhe um beijo. — Você ficou do meu lado e eu percebi que se aproximou quando ele chegou mais perto, como se estivesse prestes a me defender a qualquer momento. 

— Foi bem isso, mesmo. — Riu envergonhado, vendo a expressão apaixonada do noivo. 

— É por isso que eu te amo. — Lucas tocou-o no rosto, beijando-o mais uma vez. — E é por isso que eu quero me casar com você. 

Marcus teve que morder o próprio lábio pra conter a euforia que sentiu com aquela frase, impulsionando o corpo para frente e beijando-o para retribuir todo o amor que sentia queimar em seu peito. 

— Você me faz o homem mais feliz do mundo, todos os dias. — Colou sua testa na do loiro, vendo-o sorrir timidamente antes de lhe dar outro beijo. 

Voltaram à Nova York e jantaram sem os amigos naquela noite, aproveitando para pedir comida e descansar um pouco. Comeram enquanto assistiam televisão, mal conseguindo esperar o final do filme pelo sono que sentiam. 

Tomaram um banho rápido e escovaram os dentes para dormir. Lucas foi ao quarto e viu o noivo de costas subindo a calça moletom pelas pernas, sorrindo enquanto o contemplava, não tirando os olhos do bumbum que era discreto, mas definido, sentando-se na beirada da cama em frente a ele.

— O que foi? Tá a fim, é? — Marcus perguntou ao virar-se, abrindo um sorriso sugestivo ao vê-lo lhe encarar tão fixamente.

— Se todas as vezes em que eu ficasse admirando o seu corpo, a gente transasse, eu não ia nem me sentar mais. — O loiro respondeu-o, mordendo o lábio inferior ao mesmo tempo que via-o totalmente envergonhado. — Você é gostoso, não posso ficar babando em você um pouquinho? 

— Para de graça. — Virou-se ao guarda-roupa, totalmente tímido, pegando uma regata para vestir, dando um sobressalto ao sentir a parte traseira do corpo ser agarrada por ele. 

— Delícia! — Exclamou, rindo alto com o susto que lhe deu, sentando-se de volta na cama.

— Eu tô sendo uma péssima influência pra você. — Marcus aproximou-se dele, ainda de pé, sentindo os braços dele enlaçarem seu quadril. 

— Eu não consigo parar de pensar naquele dia do chuveiro, lá em Cancún… — Lucas puxou-o para mais perto, vendo-o subir sobre seu colo, colocando uma perna em cada lado de seu corpo. — Você gostou daquilo?

— Eu já disse que sim. — Afirmou, sentindo as mãos do loiro subirem por suas coxas. — Eu não sabia que era tão bom, pra falar a verdade. É por isso que você se contorce todo quando eu te beijo lá? 

— Então… Eu queria ir mais além que só um beijo. — Lucas revelou, vendo o noivo abrir um sorriso safado em resposta. 

— Perdeu o sono? — Marcus indagou, não só com sua calça marcada pela sua ereção, mas também sentindo-o animado abaixo de si. 

Lucas se encontrava sozinho no mês seguinte, lidando outra vez com a falta do noivo, conversando com ele por chamada de vídeo sempre que podiam, também não deixando de usar a tecnologia para sanar mais do que só a saudade dele. 

Marcus decidiu dar um tempo a mais de intervalo, para ficar um período um pouco mais longo na próxima viagem, estavam na metade de setembro e voltou a ver o noivo de volta apenas no começo de novembro, ficaria com ele em seu aniversário e tempo o suficiente para poder passar o dia de ação de graças com Harriet como o prometido. 

Desde que ficaram juntos, nunca ficaram tanto tempo afastados. Foi um mês e meio de separação e já não aguentavam mais para se encontrarem. Sempre ignoravam tudo e todos no aeroporto, não ligando para os olhares tortos enquanto se recebiam com beijos e abraços. 

Lucas foi colocado no chão por ele, rindo pelo abraço apertado que recebeu, parando para encará-lo direito, acariciando-o no rosto, dizendo:

— Você parece diferente, seu cabelo cresceu um pouco, a barba também. 

— Parece mesmo que faz um tempão que não te vejo. — Marcus também pousou as mãos sobre as bochechas dele, alisando o rosto liso do noivo. 

— Vem, vamos embora. Quero chegar em casa logo. — O loiro falou mordendo o lábio inferior sugestivamente, puxando-o dali. 

Marcus levou suas bagagens e assim seguiram ao apartamento. Já chegavam no prédio quando Lucas retirou as chaves do bolso, entrando com ele no elevador, dizendo:

— Eu falei com alguns corretores de imóveis, tá tudo certo pra gente começar a visitação nas casas em Scranton a partir de amanhã… Só é uma pena que você não vai conseguir descansar da viagem direito. 

— Relaxa, não tô tão cansado assim… — Marcus falou, aproximando o corpo dele do seu, após vê-lo apertar o botão do andar, abaixando a cabeça para encher o pescoço dele de beijos. 

— Vai com calma, daqui a pouco a gente chega. — O loiro riu com as cócegas que a barba dele fazia. — Ah… Eu queria te perguntar uma coisa. 

— O quê? — Deu-lhe espaço, mas ainda manteve as mãos em seu quadril. 

— Eu tô muito feliz que a gente vai finalmente escolher a casa que vamos morar e tô mais feliz ainda porque você tá aqui comigo pra decidir… Mas por que escolheu essa cidade? Eu esqueci de perguntar antes.

— Ela tem uma boa localização. — Revelou, vendo-o curioso. — E por ser em outro estado e numa cidade pequena, achei que ia ser mais seguro, além de tranquilo. Lá temos tudo o que a gente precisa, você pode ir para Nova York a trabalho, como também ir visitar a sua mãe, que são poucas horas de carro. 

— É sério? — Lucas sorriu, amava quando via o quanto ele se importava com suas prioridades. — Gostei de saber. 

Passaram o resto do dia juntos, primeiro matando a saudade um do outro e mais tarde, visitando os amigos e jantando com eles. Marcus já estava exausto quando voltou ao apartamento com o noivo. 

Ambos capotaram de sono. E pela manhã, o despertador do celular de Lucas tirou-o de seus sonhos e fez com que se irritasse por interromper seu sono, desligando o barulho chato e cutucando Marcus para lhe acordar também. 

— Vai, amor, levanta. — Sentou-se na cama, chacoalhando-o. — A gente tem um monte de coisa pra fazer hoje… 

— Só mais cinco minutos. — Pediu, com a voz abafada pelo travesseiro. 

— Vou escovar os dentes e volto pra te chamar. — Beijou os cabelos bagunçados dele. 

Pegaram estrada após ficarem prontos, com o carro que Lucas havia alugado por alguns dias. Foram para Scranton, que se localizava no estado de Pensilvânia, contavam com duas horas de estrada de Nova York até lá, além do tempo para sair da cidade movimentada. 

Fizeram uma pausa para almoçar e começaram as visitações, excluindo uma casa logo de cara pelo fato de não ter quintal. Foram então para mais duas, ambas com pontos positivos e negativos, mas foi a quarta casa que ganhou o coração dos dois. 

Assim que estacionaram em frente aquela última candidata, Marcus não sabia que Lucas também sentiu o coração acelerar. Tinha dois andares e a frente apresentava colunas que remetiam à Casa Branca, segurando a estrutura do telhado que avançava e fazia uma varanda, com poucos degraus.

De mãos dadas, andaram pelo caminho de pedras que levava até a casa, podendo ver todo o interior. Ela estava sem móveis, contando apenas com os eletrodomésticos na cozinha, mas aquilo não interessava, apenas olhavam para a arquitetura interna e o espaço que teriam. Tinham lugar para uma sala de estar espaçosa e uma bela sala de jantar ligada ao conceito aberto da cozinha. 

Tanto no andar inferior, como no superior, o chão era de madeira escura e brilhante, com as paredes brancas e janelas grandes que mostravam todo o exterior arborizado. Subiram as escadas e se depararam com quatro cômodos, um menor que poderia facilmente servir de escritório, um banheiro de bom tamanho, um quarto que poderiam ser das visitas e o último, que mais estavam curiosos para ver.

Entraram na suíte e analisaram o local espaçoso, não deixando de olhar o banheiro enorme, com direito a hidromassagem. De frente ao espaço que provavelmente ficaria a cama, tinha uma porta de vidro que levava à varanda, para onde foram.

— Amor… — Lucas quase perdeu o fôlego pela vista. — Olha isso.

Marcus abraçou-o pelas costas, também olhando o exterior, vendo o amplo terreno nos fundos, com piscina e uma área de lazer gostosa para receber os amigos. Totalmente impressionado quando disse:

— Aqui tem tudo o que a gente quer. 

— É uma ótima casa, sem dúvida. — Lucas falou, ainda olhando tudo em volta. 

Com as imagens dessa última visita em mente, voltaram para Nova York. Saíram com os amigos para comer, falando de todas as casas que viram e mostrando as fotos que tiraram, a decisão de todos era unânime, a última casa era um sonho de consumo. 

Voltaram ao apartamento e o loiro ligou a cafeteira, pegando canecas, ouvindo o noivo inquirir:

— Mais café? 

— Não começa. — Lucas riu com ele. — A gente precisa decidir agora e eu queria falar com você sobre as casas, não posso fazer isso sem cafeína.

— Sobre a visitação de hoje, o que você topar, eu tô dentro. — Marcus anunciou.

— Não é assim, quero saber o que você pensa também… — Rebateu, vendo que a cafeteira já estava quente, apertando o botão de ligar. — Eu gostei da segunda e da terceira casa que fomos, as duas eram próximas do centro, não eram tão grandes como a última, mas seria fácil de cuidar. 

— Gostou de alguma dessas duas? 

— Ah, não sei. Se tivesse como juntar os pontos positivos de cada uma... — O loiro pegou as canecas cheias, dando uma para ele, vendo-o pensativo. 

— E a última? Você sabe que era perfeita. — Marcus indagou, dando um gole no café e vendo o noivo exibir uma expressão desapontada. — Não gostou dela?

— Foi a minha preferida. — Lucas suspirou, também dando um gole na bebida. 

— Então por que tá falando das outras? — Ficou sem entender, deixando a caneca ao lado, ainda vendo a expressão triste no olhar dele. 

— A gente nem devia ter ido visitar ela, Marcus. É muito cara. — Revelou, vendo-o erguer uma das sobrancelhas em desdém. 

— Isso é sério? — Riu debochado.

— Eu sei que você pode comprar, mas acho que seria demais. — Franziu o cenho em preocupação.

— Eu não posso comprar. Nós podemos comprar. — Corrigiu. — O meu dinheiro é seu, não se esqueça disso. E eu gostei da última casa e você também, se você disser que sim, ela é nossa. O que me diz?

Lucas abriu um sorriso tímido, abandonando a caneca, vendo o noivo entender o que sua expressão significava, recebendo um abraço espontâneo dele. O loiro riu ao receber uma chuva de beijos curtos e pouco intervalados, ouvindo Marcus exclamar:

— Nós temos uma casa! 

No dia seguinte, voltaram à Scranton. Já tinham dado uma boa proposta ao corretor, mas precisavam ver aquela casa que os conquistou novamente. Fizeram outra visita à residência, que parecia ainda mais atraente agora que olhavam para ela como um lar. 

Andaram pelo espaço vazio, ouvindo suas vozes em eco enquanto falavam e imaginavam onde cada móvel ficaria. Pensavam nas coisas que precisavam comprar e do que tinham vontade de ter, subindo ao quarto da suíte, indo ver a vista da varanda outra vez. 

— Eu sempre quis mobiliar a minha própria casa. — Lucas assumiu, andando pela sacada, encostando-se no parapeito. 

— Tá ficando cada vez mais real, né? — Marcus aproximou-se dele, abraçando-o pelas costas. — Quem poderia imaginar que a gente chegaria até aqui?

— É engraçado mesmo. — O loiro virou-se para ele, abraçando-o de frente. — Eu te odiava tanto no começo do ano. Como você fez isso, hein?

— Não odiava nada. Era amor reprimido. — Falou, rindo com ele. 

— É verdade… apesar de tudo, eu nunca consegui te tirar da minha cabeça, eu odiava te amar e no fundo eu sabia disso.

— Não é pra menos, eu fui o pior dos cretinos. — Afagou os cabelos do noivo. — Eu ainda penso que não mereço você. 

— Não, não pensa nisso, não… Depois disso tudo que aconteceu em Cancún, eu percebi o quanto você tá se esforçando pra fazer dar certo. — Lucas exibiu um sorriso meigo. — Você tá sempre me agradando, falando coisas fofas… Eu sei que, às vezes, eu posso ser meio fechado e que não é sempre que eu falo o que tô sentindo.

— Não importa, eu sei o que você sente por mim. — Desceu a mão para a bochecha dele. 

— E eu sei que você sabe disso, mesmo assim, eu não queria deixar de falar pra você o quanto eu tô feliz. — O loiro continuou, convicto. — Eu esperei e sonhei com esse dia, achei que nunca ia acontecer, mas olha a gente aqui… 

— É verdade… — Marcus sorriu, com os últimos acontecimentos em mente. — Eu acredito em destino, porque eu precisava encontrar você. Eu te procurei tanto, mas tanto...

— Foi cruel eu ter sido tirado de você daquele jeito. — Murmurou. — Ainda bem que você não desistiu de mim. 

— Nunca. — Confirmou, com os olhos avermelhados. — Você não deixou de ser o meu propósito de vida. 

— E agora você é o meu também. — Falou, vendo que aos poucos os olhos do noivo pareciam mais molhados. 

Marcus espremeu os lábios ao ouvir aquilo, sentindo seu peito inflar com aquela sensação boa, tentando não se emocionar mais, respirando fundo ao dizer:

— A gente passou por muita coisa, merecemos um pouco de paz… 

— É verdade. — Lucas sorriu docemente, se derretendo ao vê-lo sensibilizado. 

— Às vezes, chega a doer — Declarou, deixando uma lágrima escorrer pelo seu rosto, enquanto suspirava. — Eu te amo tanto, que eu sinto que nem cabe em mim… 

— Eu também… — Lucas enxugou a bochecha do noivo, ao mesmo tempo que tentava conter a vontade de chorar. — E me desculpa.

— Pelo quê? — Perguntou, com ele se afastando do abraço, dando um passo para trás. 

— Eu não tava preparando nada. Eu não tava esperando isso, mas... — Lucas se abaixou e se ajoelhou com uma das pernas, mantendo a outra com o pé apoiado no chão, fazendo-o o choro do noivo se intensificar ao entender do que se tratava. — Marcus.

— Oi? — Sorriu em meio às lágrimas, com sua mão sendo segurada por ele. 

— Eu sei que a gente já tá noivo. — O loiro iniciou, com a voz embargada, acariciando os dedos dele, vendo-o dar um pequeno soluço e enxugar os olhos com a mão livre. — Eu não tenho nenhum anel aqui comigo, mas eu preciso que você saiba que eu te amo como nunca amei ninguém e que, Marcus Wayne ou Mark Gonzalez, não interessa, eu quero que você seja meu, para o resto da minha vida… Você quer casar comigo? 

— É claro que sim! — Exclamou com pressa, vendo-o se levantar. 

Lucas enlaçou as costas dele com força, não contendo mais as lágrimas, estava feliz, agora era oficial. Se sentia completamente preenchido, aquele homem era tudo o que precisava e seus destinos estavam traçados para aquele momento. 

— Você foi mais rápido… — Marcus falou, ainda com a voz fanha, vendo-o desencostar a cabeça de seu peito para lhe encarar. — Eu ia te pedir em casamento nessa viagem…

— É sério? — Lucas perguntou, enxugando o próprio rosto, vendo-o procurar algo em um dos bolsos internos do sobretudo que vestia.  

— Abre. — Exibiu uma pequena caixinha de veludo. 

— Eu não acredito… — O loiro recebeu a caixa, vendo seu conteúdo, com duas alianças douradas: uma maior e uma menor, que era aparentemente sua, pois era rodeada de pedras brilhantes e mais delicada. — São lindas.

— Você gostou? Eu não sabia se você queria os diamantes, mas a Rachel me ajudou a decidir. — Indagou, enxugando os olhos outra vez. 

— É sério? — Lucas riu baixinho. — Então vocês dois me conhecem bem, porque eu amei… 

— Posso colocar em você? — Pediu, vendo-o erguer a mão direita em resposta, deslizando a aliança pelo dedo anelar dele, deixando-a junto com o anel de formatura. 

— Ficou perfeito. — O loiro impressionou-se. — Como você sabia o meu tamanho?

— Você já foi em uma joalheria comigo, esqueceu? — Marcus falou, lembrando-o do dia que foram comprar um presente para Angela. — Eu pedi para que o vendedor descobrisse o seu tamanho por mim. 

— Tá brincando?! — Riu, sem acreditar. — É por isso que ele ficou me mostrando aqueles anéis?! E eu lembro mesmo de experimentar alguns… Que ardiloso, você! 

— Eu sei, eu sei. — Também soltou uma risada, beijando as costas da mão dele em seguida. 

— Agora é a minha vez. — Lucas solicitou, deixando a caixa de lado após pegar a aliança que sobrou. — Sua mão, por favor. 

— Aqui. — Marcus esticou seus dedos sorrindo timidamente, sentindo seu coração acelerar ao ter em seu dedo a joia que marcaria o seu futuro com ele. 

— Eu te amo. — O loiro falou, após depositar um beijo delicado nas costas da mão dele. — E agora nós temos tudo... 

— Eu já tinha tudo, mesmo antes disso. — Acariciou o rosto dele. — Porque eu tinha você.

Lucas sorriu, não se aguentando e ficando na ponta dos pés, puxando o pescoço dele e o alcançando para beijá-lo. Os dois sentiam que seus corações não poderiam suportar tanta felicidade, com aquele sentimento apenas crescendo. Ninguém poderia separá-los, seriam um do outro para sempre.

 

 

 


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Notas finais do capítulo