Uma Eva e Doze Adãos escrita por Maia Sorovar


Capítulo 4
Semana Difícil


Notas iniciais do capítulo

Nada aqui me pertence a não ser minhas idéias alopradas de adaptação.



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Um dia bem estressante no escritório afinal. O chefe conseguiu um projeto importante e me colocou à frente para desenhar o esboço. É algo como um centro de compras. Estou empolgado e desenho com afinco mas, como sempre, tem algo pra dar errado na minha vida. O que diabos esses seios estão fazendo na prancha?

Argh! Aquela mulher está me tirando o juízo!

Ai ai, já vi que não estão entendendo nada. Vejamos então o que aconteceu nessa semana no Santuário.

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Segunda feira

- Shura meu velho, e aí, pronto pra curtir a vida?

- Camilo, são... Hum... Cinco da tarde. E vocês não saíram o dia todo pelo que o segurança me disse. - Comentou o espanhol.

- Ah, você se atém a coisas tão pouco importantes... - Retorquiu o amigo, enquanto bebia uma taça de vinho.

- Não deveriam estar treinando? - Olhou em volta, observando os colegas espalhados pela sala.

Kamus lia um livro em voz alta sentado à mesa para Mu. Deba roncava a sono solto, junto com Milo, jogados no sofá. Aioria, Aioros e Kanon exercitavam-se com pesos. Saga escrevia alguma coisa num caderno. Shaka dava comida para os peixinhos de seu aquário. Dite lia uma revista de moda.

- Pra quê? - Estranhou o jogador.

Shura respirou fundo, realmente não entendia como eles podiam ser os melhores da cidade.

- ACHEI! - Gritou Afrodite, acordando até os dorminhocos.

- Afe, que droga Dite! Agora que eu estava tendo um sonho muito interessante com a Shina...

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Não que eu me importe com a garota mas não gostei nem um pouco de ouvir isso. Acho que tenho passado tempo demais olhando a janela dela. Só umas 3 vezes ao dia. Não é muito né?

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- Achou o que, cara? - Kanon indagou.

- A festa de hoje. - Sorriu mostrando a revista aberta numa página. Estava escrito no título: “Milionário Hades promove confraternização entre membros da alta sociedade segunda à noite no Palace Hotel.” - E aí, vamos?

- CLARO! - Responderam todos num uníssono.

- Peraí, vocês foram convidados? - Questionou o arquiteto.

- E precisa? - Estranhou Saga. - Somos famosos, isso é o suficiente. - Shura suspirou, resignado. - Ah, e você vai com a gente.

- HEIN? Mas não mesmo! Tenho trabalho a fazer. - Mentiu.

Os homens olharam uns pros outros e sorriram. Um minuto depois o pobre rapaz estava sendo arrastado pra um dos quartos.

- ME SOLTEM! - Protestou.

- Já, já... - Sorriu Deba. - Dite, é todo seu. - Falou enquanto jogava-o para dentro junto com o jogador.

- Oba, vem cá, garanhão... - Chamou com um dedo.

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EU SOU MACHO! Não pensem que esse lamentável incidente influiu na minha opção sexual. Mas confesso que por um minuto fiquei aterrorizado com a perspectiva de estar sozinho com o Afrodite.

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Quinze minutos depois ambos saíam do quarto elegantemente trajados. Shura usava uma blusa de mangas comprida vermelha com uma calça preta, cinto e sapatos de couro igualmente pretos. Os três botões superiores estavam abertos e deixavam seu tórax à mostra. O colega usava algo semelhante mas nas cores rosa claro e branco.

- Que tal, meus amigos? - Sorriu apresentando sua “criação”.

- Perfeito Dite! Só você mesmo pra dar um jeito nesse troglodita! - Aplaudiu Máscara.

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Eu sei que não sou o melhor exemplo de boa indumentária mas não precisava esculhambar né Camilo?

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- Todos prontos? Vamos nessa! - Comandou Kanon.

Chegaram no auge da festa e entraram sem problemas. Afinal, eles eram os Gold Saints, ídolos de Chicago! Num segundo tinham se espalhado pelo salão, à procura de algo que fosse de seus interesses. E Camilo, como bom amigo, largou o pobre Shura sozinho num canto.

- Eu mato aquele carcamano... - Resmungava o arquiteto, que virava um copo atrás do outro.

- Credo espanhol, vai com calma! - Alertou Shaka se aproximando, com uma ruiva estonteante a tiracolo.

- Não tem problema, eu sou resistente. E quem é sua amiga?

- Amiga? Ah, bem, essa é... É... - Gaguejou o loiro.

- Não lembra do meu nome? Cretino! - A moça desferiu um tapa no rosto dele e saiu pisando duro.

- Valeu, Shura... - Grunhiu em agradecimento, os dentes bem cerrados. Virou-se e saiu.

- Não sabe o nome da mina e a culpa é minha... Ora, veja só! Não é à toa que é virgem. - Bebendo mais um copo.

- Ei Shura, tá sozinho? - Chamou Milo, que tinha duas mulheres presas pela cintura em seus braços. - Vem cá!

Movido pela inocência, o rapaz se aproximou sorrindo.

- Oi garotas. - Elas deram uma risadinha besta e voltaram-se para Milo.

- Seu amigo?

- Ele joga no time? Qual a posição?

- Ele é nosso gandula.

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Bingo! Achei alguém mais tapado que o Camilo.

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- Gandula...? - Disse uma com a voz arrastada e beirando a nojo.

- Não, que é isso, ele se enganou! Não jogo nos Golds, divido o apartamento com eles. Sou arquiteto.

- Hum? - Fez a outra.

- Conheço seus segredos e tenho as chaves. - Sorriu mostrando o molho. Foi a deixa para o rosto das mulheres se iluminar e elas pularem nos braços do arquiteto. - Até logo, Escorpião. - Despediu-se deixando o jogador com meio metro de queixo pra baixo.

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Apesar dos meus problemas com o sexo feminino não quer dizer que eu não soubesse como ganhar uma garota.

E foi uma hora bem agradável ao lado daquelas duas. Nem sabia que os hotéis liberavam os quartos para os convidados. Enfim, sexo alucinante e sem compromisso. Depois me deixaram o telefone enquanto eu voltei pro salão. Joguei o papel fora na primeira lixeira que achei.

Não me olhem assim, queriam o que, casamento? Fora que bigamia é crime. Se estão me achando interesseiro elas não eram muito melhores. Só em deram bola porque eu moro com o Saints. Humpf!

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- Aí garanhão, andou sumido... - Riu Afrodite, sentado numa mesa tendo uma morena no seu colo.

- Tava me observando? - Retorquiu maliciosamente. - Isso vai pegar mal pra sua reputação.

O homem ficou lívido e deu de ombros.

- Eu me garanto. Né, Ashley? - E tascou um beijo na moça que respondeu sofregamente. Shura balançou a cabeça e se dirigiu ao outro colega que estava acompanhando o jogador.

- Que foi Kamus, não está gostando?

- Não... - Respondeu quase num resmungo.

- Ele levou um toco! - Avisou Mu que passava quase correndo atrás de uma japonesinha, ambos num jogo de pega-pega.

- E isso é possível? - Estranhou o espanhol se sentando.

- Nem todas gostam de futebol. - Suspirou apontando a marca de uma mão no rosto. - E eu nem fui mal educado...

- O que você falou?

- Nada de mais. Só perguntei sua idade.

Afrodite parou o beijo e explodiu em gargalhadas.

- Ice, existem três coisas que nunca se pergunta a uma mulher: quanto ela pesa, quanto ela ganha e a sua idade.

- Você realmente é bem entendido não? - Redargüiu o francês com um olhar duro.

Os dois homens ficaram se encarando mortalmente até terem sua atenção desviada por algo gelado na cabeça.

- Sosseguem os hormônios, amigos! - Recomendava Aldebaran que acabara de derramar champagne na cabeça dos dois.

- DEBA! - Gritaram num uníssono.

- Olha só o que você fez com a minha roupa! - Reclamou Hesekiel.

- Por que não aproveita pra tirar ela? - Piscou malicioso.

- Ah, boa... Ashley, quer me ajudar? - Nem esperou resposta e arrastou a garota para longe.

- E agora você, Ice. Tem uma loira ali doida pra ouvir seu sotaque. - Apontou Deba com o polegar para uma mulher com o vestido mais curto da festa.

- É por isso que eu te amo, amigão! - Sorriu Kamus e se encaminhando para ela.

- Dá trabalho cuidar deles, sabia? - Suspirou o gigante se sentando. - E aí, se divertindo?

- Muito... - Disse Shura rindo. - Essas festas são sempre assim?

- A maioria. As únicas que são paradas são as beneficentes. - Respondeu com pouco caso. - Me acompanha lá no bar? Tem duas mocinhas bem jeitosinhas olhando pra gente.

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Se eu soubesse que vida de jogador de futebol era sim nunca teria perdido aquele gol. Festas, muitas mulheres e zero de preocupação. Só que pra acabar com minha graça alguém resolveu puxar meu tapete.

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Era madrugada quando eles decidiram ir embora. Iam saindo do hotel, rindo, muito felizes quando alguém chamou:

- Shura, senhor Shura por favor?

Ele virou-se e viu que era o gerente.

- Podem ir na frente, eu vou depois. - Os jogadores deram de ombros e se retiraram. - Sim, o que foi?

- O senhor não pagou a conta do quarto.

- Conta? Que conta? - Espantou-se.

- Do quarto que utilizou essa noite, senhor. São mil e duzentos dólares.

- Mas eu achei que fosse de graça! - Disse boquiaberto.

- E é, mas só para celebridades. - Sorriu o homem condescendente. - O senhor joga no Gold Saints?

- Jogar? Bem... Não. Mas e daí, eu estou com eles.

- Sinto muito senhor, mas precisa pagar. - Finalizou taxativo.

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Mil e duzentos dólares é dinheiro demais para um pobre arquiteto como eu. Mesmo vivendo com os Saints gastava bem pouco, já que quase todo o aluguel era pago pelo clube do time. Digamos que eu tive uma manhã bem produtiva lavando pilhas de louça na cozinha do hotel...

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Terça feira

- INSETO! EU TE MATO! - Vociferou Shura adentrando como um furacão no apartamento, bem na hora do “Show da Shina”.

- Glup! - Fez Milo engolindo em seco e tentando se esconder atrás de Kamus.

- Ei, sai pra lá, não quero macho nenhum me tocando não! - Reclamou o francês tentando se desvencilhar do Escorpião ao mesmo tempo que o espanhol tentava alcançá-lo. - Olha essa mão boba aí!

- Calma, amico! - Pediu Máscara segurando-o pelos braços. - Que foi que ele te fez?

- Dedou pro dono do hotel que eu não era jogador! Por causa disso tive que lavar tantos pratos que nunca mais quero saber de uma esponja na vida!

- Credo, essa foi baixo até pra você, Inseto! Pode pegar ele. - Disse o jogador soltando o amigo que imediatamente pulou sobre o outro.

- Manhê! - Exclamou virando-se para fugir.

Estava porém muito perto da janela e assim que girou o corpo bateu em um dos tripés montados. A cena seguinte se deu igual a uma fileira de dominós: todos os objetos de observação no chão e com as lentes quebradas.

- MILO! - Gritaram os jogadores com cara de assassinos.

- Hã... Bem... Desculpa aí galera...

- Você vai pagar por essa, seu aracnídeo de meia tigela... - Ameaçava Kanon estalando os dedos.

- Peraí gente, vamos conversar e... A SHINA! Ela tá na janela! - Avisou deitando no chão.

Num segundo todos os homens estavam com os rostos colados no carpete.

- Droga, será que ela viu a gente? - Perguntou Saga.

- Se viu, estamos ferrados... Ai Budah, me salve dessa!

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O indiano não era católico como podem ver. E também nem um pouco solidário, ele devia pedir a salvação pra todos.

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- Vou dar uma espiada, fiquem aí. - Shura ergueu devagar a cabeça, olhando pela janela o suficiente apenas para vislumbrar o apartamento em frente. - Não, acho que não. Ela tá sentada conversando com uma ruiva...

- MARIN! - Exclamou Aioria se levantando num pulo. Foi posto de volta ao chão por uma rasteira de Mu.

- Leão, controle-se! Elas podem nos ver!

- Eu quero ver a Marin, eu quero... - Choramingou o jogador.

- Depois! Shura, já dá pra sair? - Indagou Afrodite.

- Sim, elas entraram.

Com um suspiro de alívio todos se ergueram, sacudindo o pó da roupa.

- Precisamos fazer uma faxina nesse lugar, está uma sujeira! - Reclamou Kamus enquanto baixava as persianas.

- Quem era a ruiva, Camilo?

- Amiga da Shina, amico. Duas vezes por semana ela tá aí.

- E imagino que o Aioria se sinta levemente interessado por ela. - Comentou rindo da cara de besta que ele fazia enquanto espiava por uma fresta na persiana.

- Esse leão bobo está é de quatro só que nunca tem coragem de chegar junto. - Riu-se Aioros. - Nem parece meu irmão...

- Ah, calem-se! - Ralhou o homem, corado. - Eu só a acho bonita, e daí?

- E como hein? - Disse Shaka.

- Com aquelas pernas... - Ajuntou Aldebaran.

- E com um par de... - Falou o Escorpião fazendo bolas em frente ao peito. Foi interrompido por um soco na cara.

- EU TE MATO!

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Esse dia terminou com um saldo de 10 binóculos e monóculos quebrados, um Leão enfurecido e um Inseto pisoteado. Por sorte meu binóculo não quebrou, eu não o coloquei num tripé. Hé, agora sou o único que pode observar a técnica. Acho que vou cobrar por tempo de uso...

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Quarta feira

- Oba, dia de folga! - Sorriu o espanhol largando-se no sofá.

- Hoje? - Estranhou Shaka.

- Fiz serão mês passado e um colega tá me cobrindo hoje. Hum, que preguiça... - Espreguiçando-se. - E vocês, que vão fazer?

- Treino. Quer assistir? É um privilégio e tanto viu? - Sugeriu Milo.

- Hum, tudo bem, não tem nada melhor pra eu fazer mesmo.

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Por que nunca ouço essa vozinha que ecoa na minha cabeça e que minha mãe chama de “Grilo Falante”? Ela costuma apitar ocasionalmente mas desde que passei a morar aqui dá sinal de vida a cada sugestão deles.

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O treinamento a princípio conseguiu ser ainda mais esquisito do que Shura havia imaginado. Em vez de se aquecerem com exercícios tiraram as camisas e estenderam-se na grama, tomando um legítimo banho de sol.

- Pra que estão fazendo isso? Fotossíntese? - Ironizou o arquiteto.

- Não enche! Estamos nos esquentando. - Respondeu Aioria.

“Literalmente”, pensou o espanhol.

Minutos depois chegaram três garotas segurando bandejas cheias de drinks.

- Bom dia, chefinhos! Que vão querer hoje? - Perguntou a mais alta.

- Bom dia, Alyce. Um martini seco, por favor. - Pediu Mu. Logo todos estavam muito bem acomodados, bebendo e rindo.

- Não vai uma não, Shura?

- Hã, fica pra mais tarde... - Disse meio enjoado. “Isso lá é hora de se embebedar?”

- A Shina tá chegando! - Exclamou Shaka. - Meninas, rápido!

Imediatamente elas recolheram os copos e se retiraram. Nisso os atletas começaram a se mexer, alguns fazendo flexões, outros correndo, um pulando...

- Olá, rapazes. Que bom, pelo visto já estão aquecidos não? - Sorriu Shina ao se aproximar.

- Claro, devemos sempre estar prontos para o jogo! - Recitou Milo como se estivesse lendo a tabuada para a professora.

- Ótimo, ótimo e... O que é isso? - Apontando um canudo, gelo e um pequeno guarda chuva no chão. - Vocês andaram bebendo de novo? - Questionou ela com os olhos estreitados.

- Não, que é isso, imagina... Isso aí é... É... - Gaguejou Camilo. - É do Shura!

- MEU?

- Sim, seu! - Retornou o italiano enquanto fazia sinais para ele concordar.

- Ah, o rapaz mal educado... - Shina examinou-o dos pés à cabeça, detendo-se nos olhos. - Você jogou nos Specters não?

- Quem te contou? - Bufou indignado.

- Ninguém. Eu me lembro desse “bom humor”. E que papelão acertar o rosto do goleiro viu? - Comentou dirigindo-se para o vestiário.

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Quando me disseram que mulheres têm um poder fora do comum em acertar nossos pontos fracos eu não acreditei. Ela acabou de me provar que estava errado.

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Shura ficou sentado no banco, emburrado. Minutos depois a técnica voltou e com ela vinha um homem de cabelos castanhos e queixo saliente.

- Pessoal, Dohko vai assistir ao treino hoje, a pedido de Saori e do Sr. Julian. - Avisou Shina. - Podem começar!

O espanhol olhava vidrado a mulher, que usava uma bermuda de lycra colada, um top e uma regata folgada por cima. Estava vestida adequadamente para um jogo porém para ele era como se estivesse querendo-o seduzir com aquelas curvas.

- Bonita não? - Perguntou o massagista no pé do ouvido.

- Hã? - Assustou-se o arquiteto, empertigando-se. - É, sim, pra quem gosta de mulheres machonas... - Fazendo pouco caso.

- Prazer, sou Dohko Liang. Você é...

- Fernando Shura Olivar.

- Joga futebol? Seu rosto não me é estranho...

- Tá, eu perdi aquele gol, tudo bem?

- Gol, que gol? - Estranhou.

- Ué, não sabe do jogo que eu perdi pelos Specters?

- Não, achei só que já tivesse batido uma bolinha contigo! - Sorriu.

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Definitivamente aquele gol estava afetando minhas faculdades mentais. Por que diabos tinham que ficar me lembrando a toda hora a burrada que eu fiz?

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- Já te vi em ação, você é bom, Dohko. Por que parou? E poderia estar como técnico pelo menos. - Comentou o espanhol olhando de soslaio Shina berrar impropérios para os jogadores.

- Motivos afins. - Respondeu com simplicidade. - Apesar de tudo não tenho mais idade nem paciência para aturar essas “crianças”

Shura riu e concordou; o Santuário parecia uma “creche” em certos momentos.

- CUIDADO!

Como a repetição de um filme velho uma bola voou certeira até atingir o rosto do rapaz ibérico.

- Mamá... - Gemia num estado de semi inconsciência, deitado no chão.

- Muito bem, quem foi? - Indagou a italiana morta de raiva.

- Foi o Aioria! - Denunciou Kanon.

- Eu não tive culpa, você chutou forte demais! - Defendeu-se o Leão.

- Quantas vezes eu vou ter que mostrar até esses cérebros de mingau aprender? - Dizia ela levantando as mãos ao céu e se ajoelhando ao lado do arquiteto, batendo devagar em seu rosto. - Ei, acorde. Não foi nada.

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Isso porque não foi com ela! Será que aquela italiana não tinha consciência da sua força?

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- Ai... Eu já vi essa cena antes... - Falou se sentando. - Mas como você é perna de pau, mulher!

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Nota mental: nunca critique uma jogadora de futebol.

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- Se acha o máximo então, não é, rapaz? Pois duvido que se fosse eu JAMAIS teria perdido um gol TÃO FÁCIL! - Gritou a moça possessa de raiva.

- QUE DROGA! MAS SERÁ QUE VOCÊS SÓ SABEM FALAR DISSO? POIS EU GARANTO QUE JOGO MUITO MELHOR QUE VOCÊ OU QUALQUER UM DESSES MALUCOS! - Vociferou Shura de volta.

- Então tá! Jogue com eles.

- Hã?

- Isso que ouviu. Jogue contra todos eles e marque um gol.

- Se eu ganhar, quero que saia comigo! - Disse o espanhol sorrindo. A italiana corou mas não alterou seu tom de voz.

- Fechado. Agora se perder... - E devolveu o sorriso, só que com um tom completamente cruel.

- Glup! - Engoliu em seco.

- Meninos, ouviram seu amigo, ele se acha melhor que todos vocês juntos! Vão deixar barato?

- NÃÃÃO! - Responderam num coro.

- Então vão lá e o impeçam. Tem 10 minutos pra meter a bola na rede, Fernando Shura. Ah, e ousem perder para ver o que acontece... - Finalizou a garota passando o dedo na garganta, imitando um corte. Milo colocou a mão no pescoço, num reflexo.

- Não vamos, Shina. Nosso orgulho está em campo. Homens, formação B! - Ordenou Saga e num minuto os Gold Saints estavam espalhados pelo gramado, tendo Aldebaran no gol.

- Amico, infelizmente não vamos poder facilitar pra ti. - Avisou Camilo. Shura limitou-se a sorrir.

- Não preciso, gracias. - Com uma bola nos pés.

- Prontos? Iniciar! - A italiana apitou e Kanon avançou, tentando tomar a bola do espanhol, o qual simplesmente driblou-o com um chapéu.

- Nossa! Ele é bom! - Exclamou Dohko entusiasmado.

- Sorte de principiante. - Bufou Shina. - Parem ele!

Saga e Afrodite correram em direção ao jogador, cada um por um lado. Quando iam se encontrar Shura desviou-se para o lado do gêmeo, confundindo-o. Foi a deixa para driblá-lo e passar pela lateral. Máscara da Morte deslizou pelo campo mas conhecendo os hábitos do amigo, o arquiteto segurou a esfera entre os pés e pulou, deixando o italiano seguir direto.

- Quatro já foram! - Avisou sorrindo. A técnica estreitou os olhos.

Quando Aioria tentou uma roubada de bola, ele simplesmente chutou-a entre suas pernas e continuou conduzindo-a pelo campo. Milo avançou dando um empurrão no espanhol que se desequilibrou momentaneamente. O Escorpião aproveitou para tentar tomar posse da bola mas tomou um chute na perna e caiu no chão morrendo de dor.

- Trapaceiro! - Gritou o rapaz de cabelos castanhos.

Aioros juntou-se a Kamus, Shaka e Mu que tentaram uma defesa em barreira antes da pequena área. Nesse momento Shura mostrou porque era considerado o melhor de sua época; quase como se dançasse desviou a bola por entre as pernas e até sobre os pés dos jogadores. Em segundos estava a metros do gol.

- Segura essa, Deba!

Pisou de raspão sobre a esfera, o que fez com que a mesma girasse parada sobre a grama e chutou-a para cima, logo antes da cabeça.

- Cuidado, ele vai usar a Excalibur! - Avisou Máscara.

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Camilo falador! Era pra ser surpresa! Excalibur era meu chute na faculdade; eu conseguia imprimir tanta velocidade na bola que nenhum goleiro conseguia pegá-la. Diziam que cortava o ar como uma espada afiada...

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O gigante pulou imediatamente para a direita porém Shura hesitara um momento para antecipar o gesto. Sorriu e mirou a bola para a esquerda, chutando-a com toda a força que tinha.

- E é gooooolll! - Gritou comemorando.

- Não é não! - Ele então olhou em direção à trave e viu Shina com a bola parada no chão; esta ainda girava. - Vamos ver se joga melhor que eu, Fernando Shura! - E com rapidez passou por ele, levando a esfera.

- Ei, volte aqui! - Gritou correndo atrás. Ambos iam a toda velocidade, o espanhol sorria.

“Isso vai ser moleza”, pensou se aproximando. Ultrapassou a garota e posicionou-se logo à frente do gol adversário.

- Vem, boneca! - Chamou-a confiante. A italiana riu e parou a dois metros de onde ele estava.

- Não confie em seus olhos, garotão... - E chutou a bola para cima o mais alto que pôde.

O arquiteto levantou o rosto mas ficou momentaneamente cego com a claridade. A única coisa que conseguiu enxergar foi uma sombra que surgiu do nada. Shina havia saltado e aplicado uma bicicleta na bola que foi parar direto na rede.

- GOOOOOOOOOOOLLLLL! - Gritaram alucinados os Gold Saints.

- Obrigada, obrigada! - Agradeceu a moça, sorrindo vencedora.

- Mas, mas... - Não acreditava Shura, ajoelhado no chão, completamente derrotado.

- Não ligue, amico. Ninguém pára o Bote da Naja. - Consolou Camilo, pondo uma mão em seu ombro.

- O Bote?

- É o “golpe secreto” dela. - Explicou Shaka. - Chutar a bola em direção ao sol e cegar o adversário, deixando-os fora de ação.

- E por que esse nome?

- Os caras depois que tomam um chute desses ficam com uma cara de bobo que nem a sua, como se uma cobra estivesse os hipnotizando! - Riu-se Milo. - Fica frio que todo mundo já teve sua dose aqui.

- Ah é... Falta agora receber seu castigo... - Disse a técnica suavemente. Aquilo arrepiou os cabelos da nuca do espanhol. - Venha cá... - Chamou-o.

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Antes que pensem que algo de bom aconteceu, tenho duas notícias: uma, de bom só foi para ela. Duas: agora, além de ter perdido aquele gol, vou ficar falado pro resto da vida como a “Empregadinha dos Saints”.

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- Isso rapazes, continuem assim! E você, quero um vento mais forte. E depois me traga um suco. - Ordenou Shina, muito comodamente estirada numa espreguiçadeira. A seu lado estava Shura usando um vestido preto com um avental, abanando-a vigorosamente.

- Mulher, não acha que está abusando da sorte? - Vociferou entre os dentes.

- Hum, disse algo? Ah sim, “eu jogo melhor que você”. Que pena, não joga. - E riu com gosto, deixando-o rubro, tanto de vergonha como de raiva.

- Ai, cansei! Treino duro esse de hoje. - Comentou Aioria, sentando no banco.

- Tá bom, estão dispensados. Mas não esqueçam que daqui a um mês começa o torneio nacional. Vamos ter que intensificar o preparo de todos. - Falou Shina, se levantando. - Está liberada, criada. - Se dirigindo a Shura com um movimento da mão. O espanhol sentia que poderia quebrar o leque na cabeça dela.

- Você manda, chefa! - Sorriu Mu.

- Até semana que vem, rapazes. - Despediu-se e rumou para o vestiário.

- Amico, está linda! Eu poderia te beijar, se não fosse essa barba! - Sacaneou Máscara, arrancando gargalhadas de todos, inclusive de Dohko.

- Não enche, carcamano! E deixa eu me livrar dessa porcaria! - Se despindo rapidamente do incômodo vestido, ficando apenas de calças. - Maluca...

- Não fique bravo, meu caro. Por falar nisso, já pensou em se profissionalizar? - Perguntou o chinês, interessado. - Conheço alguns contatos, poderia fazer sucesso rápido. Eu vi, você é muito bom!

- Gracias mas não. - Sorriu agradecido. - Deixei essa vida.

- Uma pena, uma pena. O futebol perdeu um raro talento.

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Puxa, não imaginei que simples palavras pudessem elevar tanto meu ânimo. O que estou dizendo, meu ego inflou que nem um balão de ar quente.

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- Vou lá dentro devolver esse... Adereço àquela doida. - Avisou o arquiteto.

- Ué, por que não deixa aqui mesmo? - Indagou Aioros.

- Ela pode precisar. - Respondeu indo para o vestiário.

- É, tá apaixonado... - Comentou Shaka quando ele se afastara e recebeu acenos de todos em concordância.

- Ei doida, onde está? - Perguntou procurando pelas salas do comprido corredor. Escutou um barulho na última e se dirigiu para lá. Abriu devagar a porta e entrou silencioso. Quase gritou de susto.

Shina estava de costas, com o corpo molhado, a água do chuveiro batendo com força em seus cabelos. Alisava com paciência as madeixas, retirando toda a espuma que lá havia. O espanhol não conseguia desviar os olhos, era uma paisagem por demais bela para deixar de ser apreciada.

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DIOS! Como ela é gostosa!

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Num dado momento porém a moça se virou. E não gostou nada do que viu.

- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!

- Ouviram alguma coisa? - Perguntou Kanon.

- A Shina! - Disse Kamus, correndo com todos em direção ao grito. Entraram esbaforidos no banheiro e deram de cara com o arquiteto desmaiado no chão, o nariz sangrando e o canto da boca rachado. Nem sinal da técnica.

- Nossa! O que foi que houve? - Assombrou-se Milo.

Dohko limitou-se a sorrir.

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Quinta feira

Ai, meu nariz! Alguém anotou a placa da jamanta que me acertou? Precisava daquela violência toda, eu nem toquei nem nada... Que visão, que visão! Se eu pudesse pegar só um pouquinho... Melhor parar de sonhar acordado, o Camilo me avisou duas vezes que estou babando.

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- Cheguei, caras! - Disse o arquiteto entrando no apartamento.

- Shura, meu velho! - Cumprimentou Aioros. - Pronto pra nos contar o que aconteceu? - Perguntou maliciosamente.

- Nada! Já disse que não aconteceu nada! - Bufou exasperado.

- Mas queria que tivesse, não? - Observou Saga displicentemente.

O espanhol sentiu o sangue ferver e achou por bem se calar, antes que soltasse alguma besteira.

- Eu não quero saber daquela maluca, ouviram bem? Pra mim ela é página virada! - Sentenciou.

- Oui? Então não vai se importar dela estar com outro homem em casa. - Comentou Kamus.

- O quê? - Num segundo Shura e Milo estavam posicionados na janela, brigando pelo binóculo que restara.

- Dá que é meu!

- É nada, você pegou emprestado!

De tanto puxarem ouviu-se um crack!

- Olha o que você fez, Inseto?

- EU? Você que fez isso, quem manda ser regulão?

- Afe, esquece moleque! - Finalizou o arquiteto a discussão e ambos puseram-se a observar a vizinha com um “monóculo” improvisado.

- Quem é aquele? - Indagou o Escorpião.

- E eu sei lá!

- Hum, com licença, rapazes. - Disse Afrodite, tomando o objeto de observação da mão de Shura e olhando. - Acho que é... Argol?

- Quem? - Perguntou o arquiteto pegando seu monóculo de volta.

- Argol Perseus. Jogava pelos Silver Knights. Só que achei que tinha abandonado a carreira. Curioso... - Murmurou Hesekiel. - O que será que pode estar querendo com ela?

- Só pode ser entrar no nosso time! - Concluiu Milo, bravo.

- Não, é impossível. - Sentenciou Saga. - Teria que ter a nossa aprovação, além do aval da senhorita Kido.

Shura nada ouvia, absorto em vigiar cada passo do homem na casa da frente. Respirou aliviado quando este foi embora sem nada mais que um aperto de mão da garota.

- Vai tarde!

- Ei galera! São três horas... - Anunciou Kanon com um sorriso.

- E daí? - Indagou o espanhol.

- E hoje é quinta feira... - Ajuntou Aioria.

- DIA DAS FÃS! - Gritaram num uníssono.

- Vamos, vamos, todo mundo tem que estar pronto em uma hora, não queremos deixá-las esperando, não é? - Comandou Afrodite.

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Aquela vozinha está dando sinal de vida de novo... E pra variar vou ignorá-la.

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- Não gostei dessa, me empresta aquela camisa azul. - Pedia Mu a Aioros.

- Não posso, está com o Shaka.

- Nem tá mais, passei pro Kanon! - Vestindo uma calça marrom.

- Como são lerdos... - Reclamava Hesekiel sentado no sofá, esperando.

- Nem todos têm essa sua habilidade, mon ami. - Ironizou Kamus.

- Cala a boca, Ice! - Vociferou de volta.

- Hum, acho que vou querer aquela blusa ali... - Disse Saga, olhando Shura.

- Qual? - Mirando o próprio corpo.

- Tira! - Pediu se aproximando.

- Ei, que idéia é essa? - Questionou desconfiado.

- Ai ai, amico! Facilita, estamos atrasados. - Sorria Máscara.

O arquiteto olhou a sua volta: roupas espalhadas por todos os móveis, metade dos jogadores sem camisa e alguns só com as cuecas. A visão do paraíso para as fãs mas certamente não a dele.

- E o que eu ganho em troca?

- Ora bolas, você vai conosco! E prometemos que não vai pagar nada! - Sentenciou o gêmeo.

Shura estava escandalizado, nunca vira algo como aquilo, mesmo nos seus melhores dias como jogador. Dezenas, não, centenas de garotas espremiam-se e gritavam como se suas vidas dependessem disso. Mãos, braços, cabeças, tudo se confundia naquele mar de seres femininos. Havia vários homens só que mais comedidos. E poucos histéricos mas não o suficiente para suplantar o berreiro das mulheres.

- Isso é sempre assim? - Questionou apavorado.

- Nein. - Respondeu Afrodite. O arquiteto respirou aliviado.

- Está até calmo! - Observou Aioros.

- Glup! - Ele engoliu em seco.

Estavam numa espécie de sacada no interior de um centro de eventos. Enquanto acenavam e mandavam beijos as pessoas se espremiam um metro abaixo. Milo e Kanon tiraram as camisas e jogaram em meio à multidão, elevando o tom da gritaria:

- AAAAAAAHHHHH! LINDOS!

- DRAGÃO, EU TE AMOOO!

- ESCORPIÃO, GOSTOSOOOOOO!

- Cara, eu adoro isso... - Sorria Milo.

- QUEM QUER SUBIR AQUI? - Perguntou Saga.

- EEEEEEEEEU! - Responderam todas.

- Quem quer que ele desça aí? - Era Mu, que autografava calcinhas pelas frestas da varanda.

- EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUU! - Gritaram ainda mais desesperadas.

- Deba, faz o favor? Ah, manda os dois logo!

- Com prazer! - Sem esperar resposta pegou os gêmeos pela cintura e os jogou pela varanda.

- ALDEBARAN? - Assustou-se Shura.

- Calma, olhe pra eles! - Sorriu Máscara, apontando. O espanhol acompanhou o dedo e deu de cara com os jogadores sendo carregados deitados. Depois foram postos no chão e as mulheres começaram a agarrá-los e beijá-los.

- Dez, onze... - Era Kamus.

- Quinze, dezesseis... - Continuava Shaka.

- Já deu, hora de voltar! - Avisou Aioria a seguranças que se encontravam na sala atrás de onde estavam. Imediatamente os homens desceram e abriram caminho entre a massa humana, resgatando-os de lá.

- Uau, hoje foi bom! - Comentou o Dragão.

- Gente, não tá tarde? Amanhã tenho serão no escritório... - Falou Shura receoso.

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É, dura a vida de um assalariado... Acho que vou repensar a proposta de Dohko.

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- Já? - Reclamou Afrodite que havia se deitado no chão e enfiado a cabeça por uma das frestas da balaustrada; beijava sem parar mulheres que penduravam-se nos pescoços das amigas.

- Ele está certo, mon ami. Temos reunião de negócios cedo, lembra? - Rememorou Kamus.

- Ah, é.

- Ei, galera, que acham de estrear o nosso companheiro de quarto? - Sugeriu Máscara, sorrindo.

- Não, Camilo, somos amigos lembra? - Tentou se esquivar o espanhol. Seus protestos não tiveram êxito e logo havia sido dominado pelo Touro. - Eu te mato, carcamano!

- Meninas, esse é o Shura, talvez ele jogue conosco. Podem dar as boas vindas a ele? - Pediu o italiano à platéia insana.

Antes que pudesse implorar foi arremessado no meio das mulheres.

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Sexta feira

E cá estou, tentando desenhar esse maldito projeto. Só que em vez de paredes estão surgindo seios no papel. Vizinha infernal!

Estão curiosos pra saber o que houve ontem? Sabia...

Aquelas malucas começaram a me apalpar todo, até em lugares que eu nem imaginava que existiam. Tentei impedi-las mas eram muitas! Aí, não satisfeitas, rasgaram minha roupa. TODA! Só sobrou minha cueca e acho que porque os seguranças foram me resgatar. Voltamos pro nosso prédio do mesmo jeito que saímos de lá, eles vestidos e eu quase pelado. Agora vem a pior parte.

Foi saltar do carro para encontrar com ela. Ou melhor, elas. Shina e Marin! A ruiva olhou bem para mim e riu, envergonhada. Nem preciso dizer que o tonto do Aioria só faltou babar. Já a outra...

- Belos trajes!

Eu juro, eu juro que vou esganá-la se ela me dirigir aquele sorrisinho sarcástico de novo!

Afe, que semana difícil! Será que vai ser sempre assim?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou gigante! Mas tem uma semana inteira nele. XD É difícil colocar um filme numa fic. Aqui eu transposicionei três cenas de lá: a da troca de roupas das meninas, a das fãs (essa adaptada para eles - homens e jogadores de futebol) e a do homem estranho na casa da vizinha. Continuo recomendando a todos que assistam o filme, dá pra entender melhor a história.
Beijos!



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