Era certo que ambos, John e Rose, queriam algo diferente. Ele não eram iguais aos outros casais, John sabia. Tinham uma ligação muito mais profunda que todos eles, de modo que agir como um deles se tornava fútil e chato.

A melhor lua de mel do planeta. Não, do universo. Algo a altura de Rose. Era isso o que ele queria alcançar, e precisou pensar bastante antes de chegar a alguma conclusão. A primeira coisa que lhe veio a cabeça fora a Itália, e acertara logo que a viagem seria para lá. O que ele demorara muito para fazer fora decidir onde ficariam e o que fariam dentro da Itália.

O roteiro consistia em uma viagem de uma semana, passando por Veneza, Louvre e outros pontos da Itália. Havia muita coisa boa para ver e aprender, fora o fato de o lugar ser muito romântico e ter um clima ótimo naquela época do ano. O roteiro incluía vinhos, doces e a tradicional culinária Italiana.

John ficou especialmente encantado com o museu do Louvre. Se sentiu dentro do livro O Código da Vince. Os dois gastaram boas cinco horas lá, vendo tudo e tirando algumas fotos, parando apenas para comer ou se sentar um pouco, quando os pés reclamavam de cansaço.

A viagem era muito cansativa, mas também muito gratificante. Passavam o dia todo para lá e para cá, andando, vendo coisas e pessoas, andando de barco, comendo e falando em Italiano, que era precário, no caso de Rose. A noite eles...Dançavam, como disse Rose certo dia, rindo.

John não havia esquecido o aniversário e Rose, no terceiro dia da viagem, mas fez de conta que sim, apenas para ver a humana ficar um pouco emburrada. Então a levara em um restaurante ali perto, onde, no fim do jantar, os garçons trouxeram um bolo. Era incrível a habilidade dos Italianos com doces e embalagens para doces.

Todo fim de tarde, ao voltarem ao hotel, ligavam a web can e falavam com Jackie. Ela sempre perguntava se Rose estava bem, e algumas vezes se John estava bem. Ela deu os parabéns a filha e disse que havia lhe comprado uma coisa, mas que só entregaria quando ela voltasse. Colocou Tonny na Web Can, e o garotinho gritou muito, rindo, ao ver Rose. A loira também enviara as fotos que haviam tirado por toda a cidade para a mãe, que comentara que iria imprimir algumas e fazer um álbum para a filha.

A viagem custara uma pequena fortuna, mas o casal pagará sem hesitar: Agora ganhavam bem mais em torchwood, como agente temporais, e podiam se dar ao luxo de fazer coisas assim. John sorria sempre que lembrava que estavam longe de torchwood e das paranoias de Daniel por uma semana inteira, e sorria mais um pouco ao lembrar que estavam na Itália, casados.

Liz e Holly ligavam para eles, as vezes, mas na maioria das vezes deixavam recados online, muitos dos quais incluindo mensagens sacanas de Liz e ameaças de que John teria de ressarci-la do custo dos eventuais telefonemas.

Além da ida e da volta, tiveram que se deslocar entre as três cidades que visitaram, e em certo caso não puderam contar com um avião. Mas, fora esse caso em especial, os dois colocavam os fones no avião e dormiam. Rose apoiava a cabeça no ombro de John e ele apoiava a sua cabeça na dela, então dormiam até o fim da viagem, a música em seus ouvidos.

No último dia eles fizeram as malas e embarcaram de volta, um pouco atrasados. Haviam comprado lembrancinhas e essas coisas típicas de turistas e não haviam conseguido colocar tudo nas mesmas malas com que tinham vindo, então tiveram que sair às pressas e comprar outra malinha.

Repetiram o processo de dormir no avião e desembarcaram literalmente nos braços de Jackie, que abraçou os dois calorosamente. Tratou John verdadeiramente bem, fazendo-o se sentir bem vindo de volta. Pete também os recebeu com muito entusiasmo.

Distribuíram os presentes que haviam comprado lá assim que chegaram em casa, onde Liz e Holly deram uma passada. Entregaram algo a Daniel, também, e ele os abraçou, quebrando sua formalidade por um segundo. Os soldados de campo que o acompanhavam riram e Daniel ordenou que continuassem andando, parecendo encabulado.

Quando os dois finalmente conseguiram reestabelecer sua rotina no dia seguinte, uma sensação de paz invadiu John. Ele se sentiu completamente feliz e realizado, e se perguntou por que tudo não podia ficar assim para sempre. No fundo, ele sabia que alguma hora, alguma coisa teria que dar errado. Ele só não sabia que aquilo era um pressentimento.