Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 35
Capítulo 35 - Casados.


Notas iniciais do capítulo

Ironicamente, eu esqueci do dia do silencio. Só lembrei a noite, no facebook. Alguém ai lembrou?



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Os meses passam realmente muito rápido, pensou John.

Ele havia evoluído muito desde que chegara ali.

Havia recebido missões temporais em torchwood, mas descobrira que a coisa não era como ele esperava. As missões constavam apenas em documentar eventos estranhos ou consertar pequenas coisas, nada muito empolgante.

John suspirou.

Os meses passavam realmente muito rápido!

No momento, ele se encontrava completamente feliz e completamente em pânico. Tentou se acalmar suspirando, o que não deu certo. Então, mais uma vez...

Padre, confere.

Convidados, confere.

Alianças com Shiff, confere.

John folgou a gravata, depois achou que devia se manter impecável e a apertou novamente. Não aguentou ficar parado e a folgou-a outra vez.

Pelo relógio no pulso de Jackie, Rose estava atrasada. John estava nervoso, mais nervoso do que já havia ficado na vida. Apertou a gravata e tornou a folgá-la. Encarou os sapatos: Continuavam lustrosos como a última vez que olhara para eles. Estava muito nervoso.

Ok, outra vez.

Padre, confere.

Convidados, confere.

Alianças, conf...

A marcha nupcial soou em toda a igreja. John encarou a porta, esquecido de seu ritual para se manter calmo. Seu coração reboou nas costelas. Era a hora. Depois de meses planejando aquilo, John teve vontade de fugir.

Não havia visto Rose desde manhã, quando Jack a arrancara de casa e a levara para longe.

Agora ela voltara. Estava deslumbrante. Seu vestido branco lhe caia até os pés, mas não havia calda e a saia era volumosa. As mangas de rendas despencavam nos ombros e um véu lhe cobria o rosto. John não olhou para Jackie, mas teve certeza que ela devia estar chorando. Ele sorriu.

Rose, de braço passado com pete andava lentamente, meio chorando, meio sorrindo. No final do corredor central, ela parou. John a encarou, confuso. Por que ela parara? Então ele se lembrou, com um solavanco desconfortável na barriga, que ele tinha que pegá-la pela mão e a conduzir ao altar. Então saiu, apressado, em direção a sua humana. No caminho, ouviu a voz de Liz vinda do terceiro banco:

–-Está nervoso, o senhor cabelos.

Ela não o provocava: Apenas constatou um fato para Holly. John chegou a Rose e Pete soltou a filha, apontando um dedo ameaçador para John antes de ir se sentar ao lado de Jackie. Alguns dos convidados riram.

–-Você está nervoso. –Sussurrou Rose para ele.

–-Você também. –Retribuiu John.

O padre os encarava de maneira bondosa. Parecia ser um velhinho tão simpático...

–-Prontos? –Perguntou.

John e Rose concordaram.

O sermão do padre variava em poucos pontos de outros casamentos que os dois já tivessem assistido. Parecia um discurso decorado no qual apenas os nomes dos noivos e pais eram trocados. Um pequena inquietação nasceu em John. Estava realmente muito ansioso.

O casal havia contratado um câmera gorducho e fotografo narigudo. Os dois ficaram a cargo de registrar toda a cerimonia. John não sabia muito bem como se portar perante as câmeras, mas isso não teve muita importância, no final. Ele encarava o padre, feliz e nervoso.

Tudo, absolutamente tudo correu conforme os planos. Ninguém ousou dizer que tinha algo contra aquela união, embora Jackie tivesse se mexido, irrequieta.

Shiff havia desenvolvido seu papel de levar as alianças bastante bem. Quando o padre deu a deixa, Alden deu um pequeno impulso em Shiff e o pombo voou até o ombro de John. O humano tirou sua mochilinha, pegou as alianças de lá, devolveu a mochila vermelha e Shiff voltou obediente ao ombro de Alden. Ouviu-se um “aaaw” dos convidados.

E dizer aceito! Foi a melhor parte, na opinião de John, pois selava aquilo que eles já tinham a muito tempo.

–-...Você, John Smith, aceita Rose Maryon Tyler como sua legitima esposa?

–-E como aceito. –Disse ele, encarando Rose. Ela se esforçava para não chorar muito, talvez pela maquiagem. Ela também sorria, ao mesmo tempo.

–-E você, Rose Marion Tyler, aceita John Smith como seu legitimo marido?

Rose abriu a boca umas vezes, rindo e chorando. Ergueu as solas dos pés, dando mini pulinhos, o rosto virado para o teto.

–-Sim. –Foi o que ela disse, baixinho, sucumbindo de vez as lágrimas. John lhe estendeu um lenço educadamente, o rosto afogueado.

–-Então—Disse o padre, rindo. –Pode beijar a noiva.

John levantou o véu que separava Rose dele, o último obstáculo que os impedia de ser um casal completamente normal... Ou algo próximo a isso. Aquele beijo foi, John soube, em seu íntimo, o melhor e mais bonito beijo do universo.

–-Eu vos declaro marido e mulher. –Sorriu o padre, dando sua benção.

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O combinado era de John e Rose chegarem ao salão depois de todos os convidados, e conseguiram isso, graças a ideia de John de enrolar um pouco no carro. Um vidro os separava do motorista.

–-Estou tão cansada... –Comentou Rose. –Mamãe pegou no meu pé desde cedo para eu me arrumar... E esses saltos estão me matando!

John se abaixou e tirou os saltos da humana, deixando-os no chão do carro. Depois folgou a própria gravata.

–-Podemos descansar um pouco, não? –Disse John.

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Além de Holly, Liz, Daniel, Theodore, Paddy, Alden e Dora, acompanhada por seu netinho, fath, o lugar estava cheio de pessoas estranhas a John. Todos convidados da família Tyler. Um ou dois John conhecia de vista, mas nada além disso.

Quando os dois chegaram, todos os convidados aplaudiram e apertaram suas mãos. Eles se viram conduzidos pelo salão, onde foram cumprimentados por quase todos. A maioria apertou sua mão, mas alguns como Liz, Holly e Alden o abraçaram. Alden lhe beijou a testa. Um senhor judeu lhe beijou os lábios. Liz lhe deu um tapa de leve na nuca. Alguns dos parentes de Pete recomendaram que John cuidasse de Rose. Alguns lhe disseram que ele estava elegante e outros lhe perguntavam sobre seu passado.

–-Hã... –Engrolava ele. –Prefiro não contar, se não se importa, desculpe. –E saia de fininho.

Depois vieram as fotos. E quantas fotos! Quase todas as pessoas tiraram fotos com os noivos. Toda vez que John tentava escapar, mais pessoas o puxavam para mais e mais fotos. Mas nem ele pode negar que gostou das fotos que tirou com Rose: Ela simplesmente não conseguia parar de rir, coisa que arrancou suspiros de desanimo do fotografo. Eram poses típicas românticas, um velho bordão, mas os dois aproveitaram o momento. Depois John saiu pelo salão e o fotógrafo chamou Rose e os pais.

Pela primeira vez na vida, John se sentiu chateado por um detalhe: Pais. Não soube exatamente por que, mas hoje, no dia do seu casamento, achou que seria muito bom ter pais. Quando ele parava para pensar, todo mundo tinha pais. Mesmo que já tivessem morrido, haviam existido. Até O Doutor. Ele não.

Ele foi pego no meio do seu devaneio por um sorriso de Rose. Aquele era um dos poucos momentos em que ela não percebia o que estava se passando com ele. Ele sorriu de volta e começou a andar entre as mesas, procurando uma vazia.

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Um salão de festas é um dos lugares onde você realmente conhece a maioria das pessoas. Há bebidas alcoólicas e dança, então a maioria das pessoas... Se solta.

Daniel, seguindo o exemplo da festa de Torchwood a tanto tempo, dançava animadamente, meio bêbado. Liz e Holly tinham sumido de vista, provavelmente para algum canto escuro. Alden estava sentada e conversava com a mulher de Daniel, a qual parecia muito espantada. Dora e Fath estavam juntos, jogando algo em um guardanapo, Shiff estava pousado junto com os dois, e de vez em quando bicava um dos doces que Fath levara para a mesa. A dupla médica de torchwood dançava com os outros convidados. Rose carregava John pela mão, lhe apresentando pessoas. Os garçons serviam todo tipo de petiscos, e posteriormente serviram um jantar.

Houve a valsa dos noivos e depois de todos os convidados. Houveram brincadeiras e dança em grupo. O buffet que o casal escolhera distribuiu brindes para levar para casa e chapéus, óculos e colares baratos. John não teve como esquecer de sua ultima despedida com O Doutor.

John e Rose estavam exaustos, e depois de comer ficaram definitivamente sonolentos. A festa cansava mais do que a preparação. Então, a meia noite em ponto, o DJ tocou a ultima música e os convidados começaram a sair. John e Rose ficaram nas portas, dando tchauzinho a todos.

–-Maior festão. –Disse Liz quando passou. Holly sorriu. Atrás deles veio Alden, que lhes desejou tudo de bom e um copo de café. John sorriu: Era exatamente o que ele queria.

John simplesmente amou o fato de não ter que arrumar o buffet. Simplesmente saiu com Rose, feliz, com um funcionário atrás de si, trazendo as caixas com os presentes. Ele iria para casa com Rose no grande carro alugado para a chegada da humana a igreja. Jackie e Pete tinham ido na frente e levado Dora e Fath, que agora estava hospedados com eles, nos antigos quartos de John e Rose, na mansão de Pete.

Dormiriam em casa, para descansar um pouco, depois teriam sua lua de mel, como todo mundo. Um lugar calmo, bonito e tranquilo. Ele se espantou de repente, ao pensar no quanto tudo mudara desde que chegara ali.


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Notas finais do capítulo

Eu fiquei aqui pensando, por que eu continuou postando essa fic? Não pelos comentários com certeza, pois não tenho muitos. Também não tem muitos leitores, não mais, a maioria deles sumiu. Crédito não, com certeza. Então por quê, se não há mais quase ninguém lendo? Acho que sei. Gosto de terminar o que comecei e, como já disse antes, escrever é minha vida. Sem contar que a história de John Smith e Rose Tyler merece ser contada. É uma dentre o punhado que carrego que faz pensar que sua existência humana vale a pena. Isso por que ela mostra que nem todos os humanos são maus, que ainda existe inocênccia, bondade, bravura e amor. Então vou postar tudo, capítulo por capítulo, pensando que um dia, no futuro, alguém esbarre com essa fic, e não vou deixar essa pessoa ficar sem o final da história.
Não pense que por que a história é grande sou uma daquelas escritoras que vai bolando caps e abandona a fic quando as ideias acabam. Desde o primeiro capítulo eu tinha o ultimo escrito. Está aqui comigo. Desde o começo eu sabia tudo o que aconteceria na fic. E então, só depois de conhecer a fundo cada tópico, eu escrevi.
Então, mesmo que não tenha ninguém por aqui, vou continuar escrevendo, deixando o enredo bom e fluído. Afinal, como escritora, esse é meu dever.