—-Com cuidado. –Disse John.

—-Pare de reclamar...

O gatinho que John resgatara na caverna pulou no colo do humano, ronronando feliz. Ele coçou atrás das orelhas do bichano.

—-Devíamos dar um nome para ele. –Sugeriu John, fechando os olhos enquanto Rose aparava a parte da frente dos seus cabelos. –E por favor, cuidado...

Ela revirou os olhos antes de responder.

—-E no que está pesando? Podíamos chamá-lo de Bob.

—-Nah, Bob não... Que tal Zack?

—-Zack?—Riu a humana. –Sinceramente, John...

—-Então Spock. Spock é um bom nome. Traz recordações das viagens na TARDIS.

Ela ficou um pouco em silêncio.

—-Pode abrir os olhos. –Disse. John obedeceu. –Acho um bom nome. Spock, o bichano.

—-Realmente. Acho que... AI! Sei que você está brincando, Spock, mas suas unhas machucam...

Rose riu com gosto.

—-Prontinho. –Disse ela,entregando um espelho para John.

Estava muito bom: O mesmo corte, porém no comprimento exato. Rose fizera um ótimo trabalho.

—-Obrigado, Rose! Ficou ótimo.

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—-AI! LIZ, SUA...!

—-Calma, cabelos.

John, Rose, Anne e Pete estavam na cozinha preparando o jantar quando Liz entrou silenciosamente, bagunçando os cabelos de John e Rose.

—-Daniel disse que o jantar será hoje. O jantar que ganhamos depois da missão da caverna, cabelos. –Acrescentou ela, estalando os dedos na frente do rosto de John. –Então é melhor não prepararem nada aqui. Ele disse que Anne pode ir junto, se quiser, apesar de ele não se lembrar de te-la colocado na missão. Nos encontramos as oito em frente ao colégio do bairro as oito.

Ela dá um empurrão em John antes de sair e pisca para Rose.

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Algum tempo depois os três estavam trajando smokings e vestidos e esperando com Liz e Holly em frente ao colégio do bairro, pois Liz dissera que tinham ordens de Daniel para isso.

—-Minha nossa!—Liz deixou escapar. Havia uma lustrosa limusine preta vindo ao encontro deles. Ela parou suavemente e a porta de trás se abriu. A cabeça de Daniel espiou para fora.

—-Vamos ou pretendem ficar parados ai a noite inteira? –Disse, entrando outra vez na limusine e mantendo a porta aberta.

Meio boquiabertos, eles entraram. Era incrivelmente espaçosa, com um frezzer e um vidro escuro que os separava do motorista. Anne foi a ultima a entrar e fechou a porta.

—-A gente está bem, hein?—Disse Liz.

—-São meus melhores agentes. –Disse Daniel, sorrindo. A mulher que estava ao seu lado imitou o gesto. –E essa é Mary, minha esposa.

—-Olá. –Disse John.

—-Oi. –Disseram Holly e Rose.

—-Prazer. –Disse Anne.

—-Como você aguenta ele? –Perguntou Liz.

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—-Vou querer Pissaladière na entrada, ensopado de vitela à provençal como prato principal com batatas com alecrim e alho para acompanhar e torta de limão francesa de sobremesa. –Disse John, olhando o cardápio e pedindo a coisa que lhe parecia mais apetitosa. Pensando bem, achava que aqueles eram um dos poucos pratos que ele conseguiria repetir o nome.

Todos já haviam feito os pedidos e o clima ao redor da mesa era de total descontração; Em um certo momento, Liz começou a cantarolar de boca fechada e John reconhceu o ritmo. Foi instantâneo. Depois dele, Anne, Holly e Rose foram no embalo e logo todos estavam cantando a altos brados.

—-Isso me lembrou uma briga de gatos. –Comentou Holly.

Todos riram, menos Daniel, que parecia não estar a vontade com todos os risos. Algumas pessoas que jantavam ao redor os encaravam. Mas John não ligou; Era simplesmente muito divertido estar ali.

Foi um jantar bem espalhafatoso. Como é de se esperar quando um bando de amigos se reúnem, houveram risos, piadas, cantorias e muito barulho. A entrada chegou. O assunto se voltou um pouco para esportes mas logo virou para ciências. John e Holly, que não entendiam muito de futebol, deram um cansaço nos outros falando sobre física quântica. O prato principal veio e se foi, assim como a sobremesa.

As onze e meia, eles deram o evento por encerrado e saíram.

A conversa animada continuou na limusine luxuosa de Torchwood. A esposa de Daniel se mostrou uma senhora muito gente boa e John e Holly a adoraram: Ela já havia assistido Star trek. Liz, Rose e Anne reviraram os olhos e se deixaram envolver em uma conversa com Daniel.

O vidro preto que os separava do motorista desceu e ele disse:

—-Senhor, a estrada está bloqueada, vou fazer um desvio pela rua em frente a praia artificial.

Daniel deu de ombros e o vidro tornou a subir. Pelos cálculos de John, esse desvio colocaria pelo menos mais duas horas de viagem. A obstrução do caminho mais curto devia ser séria.

A conversa continuou por dez minutos. Areia e mar iam passando pela janela na escuridão da noite. Pararam em um farol. Daniel riu de alguma coisa. O farol reabriu.

FUSH

O motor não devia fazer aquele barulho. Nem dar solavancos e começar a parar. O motorista teve tempo de ir até o acostamento antes de o carro morrer de vez.

—-É.. Parece que isso vai demorar um pouco. –Ouviram a voz do motorista. Ele desceu do carro e abriu o capô.

Ficaram esperando em silêncio absoluto. As vezes consultando o relógio ou olhando para fora.

—-Eu vou sair. –Disse Liz depois de um tempo. –Vou andar pela areia um pouco.

E saiu. Holly hesitou um segundo então a seguiu. John e Rose trocaram um olhar e logo depois saíram.

—-Eu preferi ficar sentada... Mas estamos com roupas realmente caras... –Começou Rose.

John hesitou por menos de um segundo: Tirou seu paletó e deitou-o na areia, embaixo de um coqueiro. Rose olhou-a totalmente estupefata. Então sorriu, se sentando ao lado do humano em cima da peça de roupa. A humana pegou seu celular e mexeu neles por algum tempo.

—-Pronto. –Disse ela— Enviei uma mensagem para a mamãe, agora estou tranqüila.

John riu. Mais adiante, Liz e Holly haviam tirado os sapatos e as sandálias e andavam na água salgada do mar. John não pensou duas vezes.

—-Vamos lá. –Disse ele, tirando os sapatos e as meias. –Vamos!—Disse, puxando Rose levemente pela mão.

Ela riu e tirou as sandálias. John correu, tomando cuidado para respeitar a velocidade da humana. Devia ser muito difícil correr de vestido.

—-Ih, cabelos, copiou nossa ideia?—Perguntou Liz, rindo.

John deu de ombros. O quarteto recomeçou a andar.

—-A água está tão fresquinha... –Comentou Rose.

—-Ótima. –Disse Holly.

—-Gostou? Então pega... –Disse Liz, batendo o pé na água e molhando Holly.

—-Ah, é?—Perguntou ele, molhando Liz e John por acidente.

Em alguns segundos todos eles estavam nessa guerra de água e em alguns minutos estavam tão molhados que podiam ter nadado. Holly encheu as mãos de água e mirou em Liz. Antes que ele pudesse jogar, porem, ela o beijou. John riu ao ver os olhos arregalados de Holly. Ele deixou cair a água e retribuiu o beijo, as mãos na cintura de Liz.

John e Rose ficaram olhando a cena. Ele com o braço na cintura dela e ela com o braço em seus ombros. Rose levantou a cabeça e olhou John. Ele retribuiu o olhar. Então seguiram os passos de Liz e Holly.

Não sabiam quanto tempo havia se passado: Sabiam apenas depois de algum tempo haviam se separado e voltado as areias, molhados e contentes. Holly e Liz foram para a limusine.

John se deitou apoiado nos cotovelos e Rose se apoiou nele.

—-Topa ver o sol nascer?—Perguntou ele. Afinal, já eram altas horas da madrugada.

—-Claro. –Sorriu ela.

Afinal, mereciam um descanso.