Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 18
Capítulo 18 - controle


Notas iniciais do capítulo

Pessoalmente achei o final desse capítulo muito ownt-ownt. Acho que vcs, humanos, também irão gostar.



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Havia se passado cinco dias desde a fusão das realidades. John e Rose se achavam no sofá, embaixo de vários cobertores tentando achar algo legal para ver na televisão. Era um sábado particularmente gelado, e os dois se refugiaram dentro de casa com canecas fumegantes de chá. Haviam ficado muito próximos depois de tudo o que acontecera. Jackie não deixara de notar, claro. Insinuava a altos brados que eles deviam anunciar um casamento. Teve um ataque histérico quando John, bem protegido atrás de Rose, deixara escapar que os dois estavam juntos.

Liz ficara sabendo da noticia de alguma maneira, também. Não perdia a oportunidade de provocá-los ou empurrar uma na direção do outro. Uma vez, quando os dois estava distraídos analisando dados para torchwood, ela juntara suas cabeças depressa. O resultado não foi o que Liz esperava; Ao invés de um beijo, rolaram galos.

O trabalho em torchwood nessa ultima semana fora monótono. Eles tiveram dois dias inteiros de treino e capacitação para as missões. Analisaram dados e ajudaram no setor de catalogação, já que nenhuma missão surgiu. Estavam um tanto chateados por que Daniel os dissera ontem a noite que precisaria deles em torchwood as dez da manhã.

Os dois mataram mais vinte minutos na frente da televisão e saíram, um tanto relutantes, debaixo dos cobertores para o frio cortante de janeiro. Chegaram em torchwood vinte minutos depois, tremendo de frio apesar dos inúmeros casacos.

Um agente os informou que Daniel os esperara no saguão. Os dois se arrastaram até lá.

--Ótimo!—Disse Daniel assim que os dois chegaram. Liz e Holly já estavam lá. Ele fora submetido ao tratamento mais intenso que torchwood podia oferecer e sua perna ficara boa em três dias. –Escutem, sabe aquela esfera que você nos deram? Extraímos dela informações sobre uma possível terceira caverna. Fica em uma floresta nos arredores de Hollywood.

--Adivinha para onde a gente vai em pleno sábado?—Disse Liz, sua voz escorrendo sarcasmo.

--Sim, mas serão recompensados depois. –Disse Daniel, meio sem jeito.

--Então vamos... –Suspirou Holly, se levantando.

--Ah, esperem. –Continuou Dan. –Falta alguém.

--Quem?—Perguntou John, notando que todos estavam ali. Por um momento de delírio, pensou em Alden.

--Anne Martin. Estou achando essas missões perigosas demais. Vou colocar mais um na equipe, tudo bem?

Eles deram de ombros. Cinco minutos depois Anne chegou. Devia ter vinte e alguns anos. Tinha olhos claros e cabelos lisos.

--Desculpem o atraso, fiquei presa no transito.

--Mais pontualidade da próxima vez. –Disse Daniel. –Agora vão indo.

Ele saiu e deixou outros agentes tomarem conta do grupo. Receberam kits nove e as uniformes mais quentes que existiam ali. Um dos agentes chegou com manipuladores de vortex em uma bandeja. Eles os colocaram, automaticamente.

--As coordenadas já estão travadas. –Disse o agente. –Vocês partem no três. Um... Dois... Três.

Todos apertaram o botão de partida ao mesmo tempo e um segundo depois estavam na entrada de uma caverna enorme e fresca no meio de uma floresta.

--Essas coisas sempre me dão arrepios. –Comentou Liz.

--É, mas temos que entrar. –Disse Holly.

E eles foram. A caverna parecia normal. Não esfriou demais nem esquentou demais nem nada do gênero. Andaram cerca de cinco minutos e Anne gritou. Todos correram para ela, que ia mais a frente, mas ela estava sorrindo.

--É só um gato.

E era mesmo. Um filhote cinza com olhos azuis particularmente magro. Anne sorriu novamente e recomeçou a andar. Holly e Liz olharam com pena para o bichano, mas a seguiram. Até Rose recomeçou a andar. John, porém, notou que o filhote tremia de frio. Pegou-o. Era tão pequeno que cabia em uma mão só. John tirou o cachecol e envolveu o filhote. Depois correu, carregando-o, para alcançar os outros. O bichano ronronou alto.

--Não me diga que vai ficar com o gato?—Perguntou Rose.

--Claro que vou. Ele está com frio. E provavelmente com fome.

Rose suspirou, mas sorria. John tirou carne desidratada da mochila e deu ao felino.

John havia, a conselho de Alden, começado a levar a chave-pedra para todo lugar aonde ia. Estava com ela ali e provavelmente achariam outro portal. Segundo a lenda de Mirai havia cinco e esse era o terceiro. Sentiu certo desanimo. Ainda faltava tanto...

John começou a achar estranho o fato de que os pequenos seres não apareceram. Ainda estava absorto em pensamentos quando chegaram a uma bifurcação.

--Beeeem... –Disse John. –Da ultima vez nos dividimos e tudo deu certo, vamos arriscar de novo?

Os outros assentiram, menos Anne, que pareceu bastante assustada.

--Mas, mas... –Gaguejou ela.

--Não precisa ter medo. –Disse Holly. –Olhe, venha comigo e John, a gente vai na frente, não vamos deixar nada te acontecer.

Anne pareceu um pouco mais calma. Embora ainda torcesse os dedos. Ser deu um beijo em John e recomendou que se cuidasse.

--E eu tenho cara de quem faz coisas perigosas?—Perguntou ele, sorrindo.

Ele, Holly e Anne andaram por dez minutos. O barulho dos passos de Rose e Liz haviam morrido e tudo estava silencioso exceto pelo ronronar do gato. Então, subitamente, Anne virou-se para eles. Não parecia assustada nem nervosa; Tinha uma expressão psicopata de triunfo.

--Tenho um plano e vocês vão me ajudar. –Disse ela, fixando os olhos em Holly.

--Claro que vamos. –Disse ele, obediente.

--Vocês farão de tudo para matar Tyler e Walker, depois se matarão.

--Claro. –Disse Holly.

--Espere ai!—Berrou John. –O que é que você acha que está fazendo, nós não vamos...

Então ela fixou os olhos em John. Ele tinha apenas consciência de que precisava agradá-la e fazer todas as suas vontades. Afinal, ela era sua rainha...

--Escutem, o que vão fazer é o seguinte...

E ela contou um plano que John achou perfeito e inteligente.

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Longe dali, Liz e Rose andaram por muito tempo sem nada demais acontecer. Então o comunicador que Rose levara na mochila tocou.

--Fala. –Disse ela assim que pegou-o.

--Rose?!—Era John. –Achamos o portal. Holly escanneou a caverna e descobriu que o caminho de você também traz até aqui, é só continuarem andando.

--Tudo bem. –Disse ela. –Nem sinal dos seres por aqui. E por ai?

--Nada. –Respondeu ele. –Certo, desligo.

--Então só temos que seguir em frente. –Disse Liz. –Beleza.

Seguiram até encontrar uma fenda na rocha, pela qual passaram. Rose logo avistou o trio. Estavam parados e examinavam o portal, parecendo desalentados. Anne parecia mais nervosa que nunca.

--O que houve?—Perguntou Liz assim que chegaram perto dos outros.

--John acha que pode ser uma armadilha. –Respondeu Anne.

--Como assim?—Perguntou Rose, indo para o lado do humano, que examinava o portal sem sequer olhar para os lados.

--Nada nos atacou até agora. –Disse ele. –Acho que pode ter alguma armadilha esperando para ser ativada quando abrirmos.

Algo no seu tom de voz deixou Rose inquieta. Mas ela não soube dizer o que; Sua voz estava exatamente igual.

--Vamos esperar pelos seres mais algum tempo. –Sugeriu Holly. –Depois um de nós abre o portal e os outros se escondem. Vou tentar um mapeamento mais preciso. Liz, pode me ajudar?

Liz concordou com a cabeça, parecendo entediada e os dois se afastaram.

--Rose, eu... Preciso falar com você. –Disse John.

--Claro. –Respondeu ela. Mas, definitivamente, havia algo errado.

Anne se sentou, sozinha. Rose e John se afastaram. Ela se sentou em uma rocha e John deu mais alguns passos, ficando de costas para ela.

--O que você faria se eu amasse outra pessoa?—Perguntou ele.

Rose ficou calada, absorvendo o choque. Ele devia estar brincando.

--Eu... Não sei... –Por algum motivo ela tinha que tentar conter as lágrimas.

--Pois é. –Disse ele. Parecia frio, distante.

Houve um enorme silencio, daqueles que parecem se solidificar.

--Já reparou nos olhos de Anne?—Disse ele, ainda de costas.

--Do que você está falando?—Perguntou Rose, a voz meio aguda. –Vire para mim.

Ele se virou. Talvez Rose estivesse esperando ve-lo rindo ou até ver outro rosto. Mas ele estava perfeitamente sério.

--E se eu te disser que cansei?—Perguntou ele.

--Mas... Como...?

Liz gritou de algum lugar fora de seus campos de visão. Rose virou-se por alguns segundos, procurando a amiga. Então se virou para a frente.

--John...!—Mas ele colocou um pedaço enorme de pano em sua boca e tapou-a com a mão. Rose tentou tirar a mordaça, chegou a dar alguns tapas no humano, mas ele demasiado forte para ela. Ela se desesperou. Definitivamente, havia alguma coisa errada com John.

Liz gritou novamente, um grito de agonia. Lágrimas de desespero rolaram dos olhos da loira. Ela encarou John nos olhos, tentando achar algo diferente. Ele a encarou, também. E por um segundo algo pareceu brotar em seus olhos. Ele afrouxou levemente a mão. Rose não pensou duas vezes, cuspiu fora o pano e começou a gritar e lutar para se soltar. O olhar de John voltou a ser frio.

Com um movimento rápido, ele conseguiu segurar os dois braços da loira para trás, imobilizando-a, e começou a levá-la de volta ao portal.

Rose parou de andar com o choque do que viu e quase caiu. Holly estava sentado ao lado de uma Liz desmaiada. Anne continuava na entrada do portal, olhando apavorada a cena.

--Foi difícil, John?—Perguntou Holly.

--Nah! Foi bem fácil. Elas não são tão fortes assim...

De repente Anne começou a rir. Uma risada cruel, vitoriosa. Ela se levantou e se dirigiu a John.

--A chave, por favor.

Obedientemente, ele tirou a pedra do bolso e entregou a Anne. Ela se virou e começou andar na direção do portal.

--Podem matá-las. –Disse.

John virou Rose de frente e sorriu. Um sorriso que nem de longe se parecia com ele.

--O que houve?—Perguntou ela. –Seja lá o que Anne fez, você pode lutar. Sei que pode.

Ele não a soltou, mas tampouco a atacou.

--Por favor, pare... Sou eu, Rose, não lembra?

John  encarou nos olhos. Parecia estar lutando para se lembrar de algo.

--Me mate. –Disse ele.

--O que?

--Me mate. –Ele parecia estar usando cada partícula de força de vontade que tinha para dizer aquelas palavras. –Não posso resistir. Me mate. Me mate antes que eu consiga matar você.

Rose congelou. Anne devia estar, de alguma maneira, controlando a John e Holly. Antes que Rose pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, ouviu a voz de Anne.

--Holly! Deixe a garota e mate os outros dois, agora!

Alguns segundos depois, houve um barulho de pancada e John simplesmente desmaiou. Quando ele caiu, largando-a, ela viu Holly se aproximar com um porrete de madeira. Ele avançou para Rose e ela correu, vislumbrando Anne entrar no portal.

Holly não conseguia alcançá-la. Ela ficou muito grata por ter aprendido na TARDIS a correr. Ela viu Anne espiar para fora do portal. Holly a encurralou em uma parede...

Ela fechou os olhos, esperando. Ouviu um baque surdo, mas não sentiu nada. Então abriu os olhos. Holly havia caído desmaiado. John, parecendo meio bêbado, segurava uma pistola, aparentemente dos kits.

--Você... –Disse Rose, olhando para Holly. Mas não havia sangue: John havia dado uma coronhada no colega.

--Até a vista, crianças. –Rose ouviu Anne dizer. Virou a cabeça ainda em tempo de vê-la travar coordenadas no manipulador de vortex e sair dali.

Ouviu outro baque e se virou. John havia caído de joelhos e derrubado a pistola.

--Você está bem?—Perguntou ela, se aproximando cautelosa, pronta para correr.

--O... O que eu fiz?—Perguntou ele, ainda encarando o chão.

--Você... Você bate no Holly. –Disse Rose, tentando sorrir. Não era culpa dele o que tinha feito.

--Mas você está bem, não está? –Perguntou ele, erguendo os olhos. Rose teve certeza, ao encará-lo, que aquele era seu John, sem controle.

--Estou ótima. –Respondeu ela.

John se sentou no chão, apoiando as costas em uma rocha.

--Me desculpe, Rose. –Pediu ele.

Rose se sentou na rocha, ficando alguns centímetros mais alta que ele, então abraçou-o pelas costas, o queixo apoiado em sua cabeça.

--Não foi sua culpa. –Disse ela. –E Liz e Holly, vão ficar bem? –Perguntou, depois de uma pausa.

John fez que sim com a cabeça. Ele ficou quieto, as lágrimas escorrendo uma após a outra. Sabia que não fora sua culpa, que Anne tinha dado um jeito de controlar sua mente, mas não parava de lhe ocorrer que tentara matar Rose. Ficaram parados por vários minutos.

--Ela levou a esfera e a chave. –Disse John, baixinho.

--Não tem problema. –Respondeu Rose. –Vem, vamos voltar antes que aconteça mais alguma coisa.

Eles se levantaram. Rose enxugou as lágrimas de John e ele esboçou um sorrisinho trêmulo. Então eles pegaram as mochilas e John colocou o gatinho em seu capuz. Rose colocou a mão de Liz sobre seu manipulador de vortex e John fez o mesmo com Holly.

E assim os dois partiram. 


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Notas finais do capítulo

Me digam, eu escrevo bem? Por favor, respondam. Expliquem em três tópicos.
1-As histórias são interessantes/criativas/chatas?
2-O modo como eu escrevo, ignorando o roteiro, é bom? Vocês entendem o que eu escrevo? Fica muito confuso, muito enjoativo, muito longo, muito curto?
3-Quando vocês leem, a leitura é fácil ou fica um pouco forçada?

Estou apenas coletando opiniões, ok? Ah, não esqueçam de dizer o que acharam do capítulo. :3



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