Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 13
Capítulo 13 - Morte


Notas iniciais do capítulo

Então, voltei... Não me matem agora, esperem mais alguns capítulos, eu juro!



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Começaram a andar. Imediatamente os seres começaram a cercá-los e atacá-los. John se desviou de um deles com uma estalactite, abaixou-se quando um deles tentou lhe queimar e segurou Rose, que havia escorregado tentando se desviar também.

--Ah, assim não dá!—Exclamou Jack. Uma das criaturinha havia tirado seu sapato e corria feliz com ele nas mãzinhas, deixando o capitão apenas de meias. –Está um frio do caramba! Não dá para ficar assim...

Uma das criaturinha se agarrou a perna de John, rindo. Ele não conseguiu tira-lo dali pois outras estavam tentando furá-lo com as estalactites. Conseguiram arranhar todos um bocado, mas eles conseguiam desviar, evitando maiores danos.

POW

O ser que pegara a arma de Jack havia atirado, errando por pouco.

--Essa não!—Disse John, baixinho.

--Esqueçam os outros, um tiro dessa arma é letal!—Berrou Jack.

Liz se jogou em cima de John e Rose para desviar de um segundo tiro, derrubando-os. John empurrou Rose para um lado e rolou para o outro enquanto um terceiro tiro arrancava gelo do lugar onde tinham estado e a criaturinha que estava agarrada a sua perna saiu, levando o curativo com ela.

Um dos seres meteu uma dentada na perna de Jack. Tinham dentinhos pequenos mas muito afiados. O capitão chutou o bichinho, fazendo-o para longe e ser acertado por um quinto tiro que devia acertar Liz.

--Me deem cobertura!—Pediu John. –Vou tentar abrir o portal!

Chutando para o lado um dos seres, ele correu até o portão, tirando a pedrinha branca do bolso. Se ajoelhou na fechadura, tirou um ser que arranhava suas mãos tentando tirar-lhe a pedra e colocou-a na fechadura.

A porta de gelo rangeu e abriu.

--Vamos, depressa!—Berrou ele para os outros.
Jack livrou Rose de um ser particularmente pequeno com uma estalactite e os dois correram para o portão. John tirava criaturinhas, mas elas continuavam surgindo de todos os lados. Liz tomou uma tocha de fogo de um deles e andou até o portão de costas, ameaçando os que se aproximavam. John chutou um ultimo ser e os quatro entraram. Jack fechou o portão e apoiou as costas nele, enquanto ouviam os seres baterem.

Rose pegou uma esfera turquesa e outra pedra, só que desta vez era azul. Um azul claro, bonito. Jack foi arremessado alguns centímetros quando a porta sofreu um pesado baque.

--Acho que eles estão atacando a porta juntos!—Disse ele. Um segundo baque o empurrou novamente. –Uma ajudinha aqui, por favor.
John apoiou as costas na porta também. A cada novo baque eles eram jogados alguns centímetros para frente, mas logo apoiavam-se na porta novamente.

--E agora?—Perguntou Liz.

Não podiam usar o manipulador de Jack, pois ele precisava ficar ali e voltar para a outra dimensão do jeito que viera. Estavam oficialmente sem transportes, a não ser...

--Não podemos pedir para torchwood nos teletransportar como fez com Holly?—Perguntou John, voltando a apoiar as costas na porta depois de outro baque.

--Provavelmente Dan nos esfolaria vivos— Disse Liz. –Isso consome muita energia, ele diz para evitarmos isso ao máximo.

--É, e antes precisamos achar a fenda. –Disse Rose.

--Ela devia estar por aqui... –Disse John. –Se o outro caminho não tem saída, ela tinha que estar aqui, é o mais fundo possível...
Mais um baque. Dessa vez foram jogados para frente com tanta força que Jack quase caiu.

Rose deu alguns passos de costas com o susto e bateu na parede da sala. A batida provocou um barulho estranho...

--É oco!—Disse Liz, batendo as mãos na parede. –Oco!

Rose colocou a esfera e a pedra na mochila e analisou a parede também.

--Rápido!—Pediu John. Os seres do lado de fora pareciam mais fortes.

Depois de algumas batidas na parede, Rose ficou furiosa e meteu o pé na parte de baixo. A parede estremeceu e um espacinho bastante estreito surgiu. Ela olhou surpresa para o feito.

--Só vai caber um de cada vez. –Disse Jack. –E se sairmos daqui eles vão conseguir abrir o portão. Você duas, passem e olhem o que tem lá.

Rose e Liz desapareceram pela fenda. Menos de um segundo depois ouviram suas vozes, muito felizes.

--É a fenda!—Disse Liz.

--Com toda certeza!—Exclamou Rose.

--Tudo bem!—Disse John, se lembrando de um dia não muito agradável.  –Agora saia de perto dela, Rose, não queremos acidentes...

Ao seu lado, Jack deu uma gargalhada que logo foi parada por um enorme baque. Rose e Liz voltaram.

--Tudo bem. –Disse Liz. –Você vai lá e a atravessa.

--Hã, John... –Começou Jack. –O que vai acontecer quando eu a atravessar? Com o meu corpo, quero dizer?

--A fenda vai devolver todas as partículas, uma por uma, soltas. Acho... Que vamos acabar respirando você. –Disse John. A idéia não lhe agradava muito.

Jack se desencostou da porta e abraçou Rose e Liz.

--Hã, Rooose?—Disse John. Estava usando toda a sua força para bloquear a porta. –Por favor?

Ela e Liz correram para acudir. Jack apertou a mão de John e foi até a fenda, mas não sem antes lançar um olhar de “eu sei o que vocês fizeram no verão passado” para Rose e John.

Ele sumiu pela abertura e um segundo depois ouviram um barulho que lembrava gelo rachando.

--Acho que ele já foi. –Disse John. –Rose, antes de irmos, quero que guarde essa pedra, não vamos entregá-la ao pessoal de torchwood.

Rose fez que sim com a cabeça e, com muito esforço, conseguiu tirar o comunicador da mochila.

--Teletransporte, missão 04573, agora!—Disse.

Então, um segundo depois os três tombaram para trás. Estavam no saguão de torchwood e a força que faziam para segurar a porta na caverna levou-os a o chão.

Havia dois soldados lá e ajudaram-os a se levantar. Menos de um minuto depois, Daniel se materializara, dando um sermão sobre como aquele tipo de teletransporte usava energia.

--...Evitem ao máximo, definitivamente não podemos abusar. –Ele fez uma pausa para respirar. –Vão a ala hospitalar ver se está tudo bem e depois venham até a sala três.

Ele saiu, praguejando em voz baixa contra o mau uso dos recursos da empresa.

--Holly!—Foi a primeira coisa que Liz disse quando os três chegaram até a enfermaria.

Ele estava deitado, com a perna enfaixada. Liz correu até ele e o abraçou.

--Como você está?—Perguntou John se sentando na cadeira ao lado da cama. Sua perna realmente doía.

--Bem. –Disse ele, dando de ombros. Mas antes que pudesse sequer perguntar da missão, três pessoas apareceram.

--Hey, bom ver vocês de novo. –Disse uma jovem com olhos puxados. –Acho que só sabem vir aqui quando estão machucados.

--Bah! Vamos examiná-los logo, quero voltar para casa... –Comentou um jovem de olhar frio.

John olhava para o trio de enfermeiros. Já os vira em algum lugar... Só não sabia onde... O senhor pareceu notar.

--Não se lembra da gente?—Perguntou. John continuou encarando-o sem dizer nada.

--Eu sou Theodore Ollutteh, essa é Peddy Milles— Ele apontou a jovem de olhos puxados. –E esse é Dickson...

--Muito bem, agora já nos conhecemos, vamos depressa, quero voltar para casa. –Interrompeu Dickson. Ele começou a examinar Liz, que não pareceu muito satisfeita. O senhor revirou os olhos e começou o check-up de Rose. Peddy sorriu para John e se aproximou.

--O que houve?—Perguntou, assim que viu sua perna.

--Estalactite. –Murmurou ele, sem ter certeza de que ela acreditaria.

--Sei. –Disse ela. –Holly explicou tudo. Achei tudo muito bizarro, mas... Não acho que agentes mentiriam.

John se lembrou que pedira um emprego ali, então oficialmente era um agente agora. Sentiu algo engraçado no estomago. Era oficialmente humano e estava completamente inserido em uma sociedade. Lembrou-se da agonia dos primeiros dias que vivera ali: Sem saber o que aconteceria, sem saber se se encaixaria...

--O que foi?—Perguntou Peddy. Ela estava limpado o furo em sua perna. –Você está com uma cara horrível.

--Nada. –Disse ele, sorrindo. –Absolutamente nada. Estava só lembrando de umas coisas.

--Tudo bem, então. –Concordou ela. John gostou do seu jeito. Era uma ótima pessoa.  

Dez minutos depois eles tinham passado por vários tipos de checagem, recebido roupas limpas e tomado, por insistência de Theodore, uma tigela de sopa quente.

--Para a sala três, então... –Murmurou Rose. O fato era que os três estavam tão cansados que não sentiam a menor vontade de responder as perguntas de Dan, mas mesmo assim foram.

“Bela hora para eu pedir um emprego aqui...” Pensou John.

--Então. –Disse Rose. –Vamos deixar a pedra conosco, não?—John fez que sim com a cabeça. –Pedi para Peddy guardá-la até voltarmos para buscar.

-Rose Tyler. –Disse ele passando o braço pelos ombros da humana. –Você é brilhante.

Rose deu-lhe um beijinho. Por alguns segundos ele ficou surpreso, mas então se lembrou que eram oficialmente um casal e que coisas desse tipo agora eram perfeitamente normais. Ele sorriu para a humana. Sua humana.

--Já disse que odeio ser vela?—Perguntou Liz, mas os dois ignoraram a pergunta.

Deram mais alguns passos quando alguém chegou gritando pelo corredor, em completo desespero. O vestido colorido era inegável.

--Alden!—Disse John. –O que está fazendo aqui? Ah, obrigado pela cart...

--Vocês têm que correr, será perigoso, a realidade... Precisam sair daqui, antes que aconteça...

--Aconteça o que, alden?—Perguntou Rose. Ela se pendurava no braço de John.

--O que é perigoso?—Perguntou Liz.

--A realidade, ela vai...

Mas antes que Alden pudesse dizer mais uma palavra, tudo a sua volta explodiu. Eles foram arremessados e bateram na parede. Liz e Rose gritaram... Choveram destroços em suas cabeças... Uma segunda explosão... Pedras voaram também... Era difícil respirar por causa da poeira... John ainda abraçava Rose. Puxou-a para mais perto...  Algo atingiu sua cabeça, ele ficou desorientado...

As explosões haviam parado, mas o ar ainda estava cheio de poeira. Liz cobria a cabeça com as mãos. Alden desmaiara um pouco adiante.

--Rose... –Chamou John, mas ela não respondeu. Devia ter desmaiado também... –Rose...

Ela não respondeu. Sequer se mexeu. Continuava parada onde tinha caído, ainda apoiada na parede, o braço de John ainda sobre seus ombros...

--Rose... –Chamou ele, uma nota de desespero na voz. Levantou o braço, que tremia, e levou-o ao pescoço da humana. Então todos os seus sentidos congelaram... –ROSE!—Berrou, lágrimas saindo de seus olhos. –ROSE!—Por que sua humana não podia... Devia ter se enganado...

Ele deslizou o braço até o pulso da loira, mas nenhum sinal de vida veio em seu socorro.

--ROSE!—Seu grito expressou todo o desespero e todo o medo. Sua humana... Não podia, não podia... –Rose, Rose... –Ele chorava. Tinha consciência que chorava e continuava murmurando o nome da humana.

Um par de mãos tentou levantá-lo, mas ele não se deixou levantar. Deitou-se sobre Rose e a abraçou. Não iriam tira-lo dali, não... Ela precisava dele e ele precisava dela... Afinal, ela não podia estar... Acordaria daqui a pouco, rindo da preocupação de John... Não o levariam para longe dela, não, senhor...

--John, vamos, levante...

Mas ele ignorou a voz. Não se interessou por saber quem era. Abraçou a humana com mais força quando tentaram levantá-lo novamente.  Não iria para longe dela. Tinha certeza disso... Mas mesmo assim seus olhos continuavam a chorar...

--John... –Mas ele não se mexeu. Sua dor era muito intensa para deixa-lo pensar...

--Rose... –Disse, novamente.

Dois pares de mãos o puxaram para cima e ele foi forçado a levantar, deixando sua humana no chão, pálida. Ele tentou resistir, mas não tinha mais forças. Não tinha mais forças para nada... Ver o corpo dela no chão tornava tudo mais verdadeiro...

--Venha, John...

Ele se sentiu conduzido para algum lugar. Tentou voltar, tentou soltar-se, mas em vão... Em vão... Rose precisava dele, ele iria acordá-la, não iria?

Registrou vagamente que voltara a enfermaria... Vozes, vozes assustadas e tristes... Então algo furou seu braço e ele foi puxado para o sono... Não podia ir, tinha que ficar, por Rose... Mas aos poucos ele desmontou. 


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Notas finais do capítulo

Então, como eu disse, não me matem, pelo menos não agora. Vocês vão surtar nos próximos capítulos. Não sei se de alegria ou de raiva, mas vão surtar.
~se sentindo moffatica~



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