Sadie

Escuridão, era tudo que via e sentia, se é que possível ver e sentir escuridão. Estava em meio a uma exaustão física e mental, lembro brevemente de ter aberto os olhos algumas vezes mais toda vez que tentava contato com quem estava comigo sentia minhas forças se esvaírem, até que depois de tantas tentativas acabei me entregando ao cansaço até que uma voz cantando ao longe me chamou a atenção. As palavra sera inteligíveis mais a voz parecia estar me guiando e fazendo retornar as forças, não eram palavras sem nexo, era... era meu nome alguém chamava por meu nome, e cantarolava uma música que não ouvia a tanto tempo, foi questão de poucos minutos até eu abrir finalmente os olhos e não sentir me força fugir como ancontecera.

–Carter. –digo com dificuldade sentindo como se houvesse uma pedra arranhando minha garganta fazendo com que minha voz saísse fraca e esganiçada. Carter me analisava atentamente, os cabelos negros cacheados estavam desgrenhado, os olhos estavam adornados por olheiras como se fizessem noites que estava sem dormir,mais os olhos eram da mesma intensidade que eu me lembrava. Ele me olhava ainda chocado como se visse uma aberração ou qualquer coisa maluca e de nerd que se passava na cabeça oca do meu irmão. Eu queria dizer , “parece que ta vendo um fantasma, ou será que minha beleza está te deixando babando ai”, mas tudo que consegui falar foi um murmúrio inteligível, seguido da risada dele.

–Olá Sadie, primeiros minutos acordada depois de três dias e já está me insultando. Só muito amor por mim. –diz dando uma piscadinha e eu reviro os olhos. –Você deve estar com sede. –diz e só ai percebo o quanto minha boca estava seca, balanço a cabeça afirmativamente e ele me ajuda a beber o copo com água.

–Cadê todo mundo? –pergunto

–Estiveram aqui mais cedo, na verdade o hospital aqui nunca teve tanto burburinho por causa de uma pasciente, tinha que ver a cara das enfermeiras quando viu 9 adolescentes entrando aqui e uma Annabeth furiosa batendo o pé porque não deixavam eles entrarem . Aquela garota sabe ser bem convincente. –diz com um sorriso e eu concordo com a cabeça. –E Anubis, ele que me avisou que você estava aqui, ele só saiu daqui porque eu insisti e pedi que ele fosse descansar, ele realmente parece gostar de você.- diz meu irmão com um sorriso gentil. –Vou avisar aos outros que a bela adormecida acordou.

...

Trés dias depois

Pov Annabeth

Deem PLAY :IF I die young

Drew estava deitada, o vestido branco estava cercado por flores cor de rosa, na melhor das hipóteses poderíamos dizer que ela estava dormindo, mais isso não seria verdade, já que sabíamos que ela nunca mais iria acordar pelo menos não nessa vida ou nesse plano.

Lágrimas escorriam por meu rosto, tínhamos adiado o julgamento para a semana seguinte, agora o único acontecimento que tínhamos em mente era fazer a despedida de Drew, que não estava sendo uma das mais fáceis, Piper chorava em silencio, enquanto estávamos em volta dela e Jason a consolava. Ao contrário de Piper, Afrodite não conseguia conter o soluço, sendo abafado pelo abraço de Tristan. Silena estava distante de onde estávamos os olhos inchados e vermelhos, ela se recusara a ficar mais próximo de Drew como uma forma de diminuir a dor da perda.Com pesar e choro mudo Tristan fechou o caixão da mesma com as mãos ainda sobre o mesmo a voz grave ecoava juntamente com a suave brisa.

–Muitos planos minha pequena, tínhamos para você mais deus escolheu acolhe-la com os anjos mais cedo. Sempre a teremos em um lugar para você em nossos corações que nunca... –diz se interrompendo e gaguejando, quando Afrodite se aproxima do marido e entrelaça seus dedos no dele que continua a despedida. -If I die young, bury me in satin .( Se eu morrer jovem me cubra com cetim) Lay me down on a bed of roses (Deite-me em uma cama de rosas).- canta com a voz rouca sendo interrompido com os soluços.

–Lord, make me a rainbow, I'll shine down on my mother (Senhor, faça de mim um arco-íris, eu brilharei sobre minha mãe) .She'll know I'm safe with you when she stands under my colors (Ela saberá que estou segura com o Senhor quando ela estiver sob minhas cores). And.. –canta Piper com a voz embargada e indo em direção aos pais que a abraçam fortemente.
Olho para meus amigos e nós damos as mãos e como se houvesse combinado continuamos a música em coro.

–Life ain't always what you think it ought to be, no ain't even grey, but she buries her baby. (A vida nem sempre é o que você acha que ela deveria ser, não.
Nem está grisalha, mas ela enterra seu bebê).

Cada um foi se aproximando do caixão de Drew e fazendo suas despedidas. Coloquei a flor vermelha sobre o caixão da mesma, dizendo em murmúrio “Vá com paz e amor”, as lágrimas me invadiram em cheio, ao ler o que havia na lápide “E o céu ganhou mais uma estrela, saudades eternas, filha e irmã amada, Drew”. Tão nova, para sair deste mundo quando se tem um mundo todo a frente.

O padre terminou a cerimonia e a última a se despedir foi Piper sendo equilibrada por Jason e tudo que ouvíamos era “É culpa minha”, sair dos lábios da mesma, quando ouço um bip do meu celular, e suspiro aliviada ao ver o conteúdo da mensagem. R.D.R havia ido embora mais não quer dizer que eu tinha me acostumado a sua ausência. Era até estranho imaginar que finalmente eu teria uma vida de uma adolescente normal, cujo maiores preocupações era namorado e uma faculdade. Mais ainda não tinha acabado e aquela mensagem estava provando isso.

“Conseguimos a audiência para segunda feira, estejam prontas.” – Atenas.

Pov Jason

Estávamos em meu quarto, Piper estava deitada em meus braços e os soluços do choro dela ainda eram audíveis mesmo com ela adormecida, e eu procurava em vão uma maneira de aconchega-la, acalmá-la e dizer que tudo ficaria bem, que na realidade não havia culpados, aliás havia um apenas Reyna. E assim como todos ali esperávamos justiça.

–Jason. –ouço meu nome, e meus olhos se prendem aos dela. –Obrigada por ficar aqui comigo.

–Sempre estarei aqui. – digo depositando um beijo no topo de sua cabeça e vejo o indicio de um sorriso se formar ali. –Piper, você sabe que a culpa não é sua... –digo e sinto um dos dedos dela em meus lábios.

–Não diga nada por favor. - diz e vejo os olhos dela marejarem. – Eu sei que não fui eu que a matei, mais não quer dizer que eu não tenha culpa, ela fez tudo para me proteger e eu a destratei, eu fiz...

–Shhii...-agora foi minha vez de silencia-la e ela apenas me encarou. –Drew sabia em que estava se metendo, sabia dos riscos, e ela fez isso por você, porque ela te ama. E minha pequena acho que ela não queria que se culpasse, você a ama, não pode viver com esse remorso, ela pode não estar mais aqui fisicamente, mais sempre estará aqui. - digo pondo a mão na altura do coração dela. –Siga em frente era o que Drew iria querer, não que ficasse como um guaxinim na piscina chorando. –digo a última parte com a voz fina e levo um tapa de Piper como resposta, seguido de um fraco sorriso.

–Obrigada. –diz beijando meus lábios suavemente e adormecendo em seguida.