Pov Quione

–Leo para onde vamos? -pergunto incerta ainda, quando escuto meu celular vibrando o que a aproximadamente meia hora antes estava sem rede.

“Quione e Leo onde vocês estão? Estamos aqui fora, Eu, Piper, Thalia e Nico. –Jason”

Quando estava mandando uma mensagem para explicar onde estávamos, meu celular apita avisando que a bateria tinha acabado. Como se meu dia já estivesse muito bom e para completar estávamos no subterrâneo no completo escuro seguindo uns tuneis que não sabíamos onde iriamos parar, ao menos eu não sabia. Leo permanecia a frente e estava estranhamente em silencio, mais eu sabia que a mente dele devia estar a mil tentando entender o que fazer seguinte.

–Jason, Piper , Thalia e Nico estão lá fora. –digo e ele concorda com a cabeça, ele parecia mais aliviado mais havia ainda um ar de tensão.

–R.D.R está esperando próximo passo da gente para isso precisaremos achar os outros o quanto antes. –diz sussurrando como se temesse que pudéssemos ser ouvidos e vindo de R.D.R era o mínimo a ser esperado.

–Leo o que é a jogada divina? - pergunto e ele continua andando. – Se quiser minha ajuda terei que estar a par das coisas. –grito com ele, não parecia justo mais eu já estava uma pilha de nervos. Ele me observava, surpresa e incredulidade passavam pelo seu rosto.

–Desculpe. –diz meio acanhado.

–Você prometeu sem segredos lembra, estou contigo garoto dos reparos, mas tem que ser sincero comigo. –digo e ele se aproxima, seus dedos se prenderam nos meus e seus olhos castanhos me observavam com tamanho interesse.

–Não temos muito tempo Quione, mais se pudesse passaria todo o tempo aqui. –diz com um sorriso. - Não sou bom com palavras.

–Você é melhor com maquinas, mais acredite não posso ser concertada ou você não pode evitar que eu me machuque. Eu sei me proteger Valdez. –digo concluindo a frase dele.

–Você sabe cortar o clima. –diz com um sorriso travesso.

–Muito romântico o senhor. –digo e rimos.

–É a última jogada e que pode salvar tudo e fazermos virar o jogo .-diz e eu o olho sem entender. –Isso é a jogada divina.

–Mas se estamos jogando temos que fazer uma escolha, e já a fizemos. –digo e ele concorda com a cabeça. E sinto um estalo na minha mente, finalmente concluindo tudo, como pude ter sido tão burra, me xingo mentalmente. As jogadas de R.D.R tinham sido com os outros e eles jogaram também, e nós éramos os próximos buscando um buraco em tudo que R.D.R fez para podermos virar o jogo. E se cada carta havia um símbolo R.D.R deveria estar com um de nossos amigos, para ser mais sensato quem ele/ela havia escolhido, e a nossa escolha seria em quem iriamos salvar sacrificando outros, mas havia uma forma de salvar todos, tinha que haver

Rec, rec ,era o barulho que ouvíamos cada vez mais alto a medida que adentrávamos no túnel. O cheiro de terra molhada era mais forte ali, parecia que o túnel era antigo e que estava ali a milênios, ao contrário de metros atrás agora ele se alargava até uma porta que devido a distância estava pouco iluminada pela luz da lanterna. Aproximamos da mesma, e encarávamos a grossa madeira de carvalho, foi quando lembrei de algo que Thalia havia me ensinado. Tirei um grampo do cabelo sentindo o mesmo cair em camadas em minhas costas e forcei a fechadura da porta até que a mesma se destrancasse.

–E eu achando que você era certinha. –diz Leo me observando.

–Tenho meus momentos. –digo e ele rir.

–Leo? –Chama uma voz familiar, e com ajuda da lanterna podemos visualizar os dois, Percy e Annabeth estavam sentados e de mão dadas.

–Percy , Anne. –digo correndo em direção aos dois, e sendo impedida por uma grade.

–Graças a Zeus , tentei mandar mensagens e avisar da Jogada Divina, achei que entenderia. –diz Annabeth olhando para Leo que fez continência fazendo a mesma sorrir.

–Só eu que fiquei por fora desse assunto? –perguntou Percy confuso e coçando a cabeça.

–Eu te entendo – digo e ele sorrir. - Vamos melhor tirarmos vocês daqui. - Disse procurando em vão a fechadura da gaiola que prendia Percy e Annabeth.

–Já procurei e não achei. –disse Annabeth e eu a olhei apavorada.

–Talvez porque gaiolas de Leões não abra pela a lateral e sim...

–Por baixo. –diz Annabeth e xingando a si mesma. Quando ouvimos um barulho de relógio.

–Melhor procurarmos Sadie e Anubis. –digo correndo de volta para os tuneis e ouvindo os passos dos outros logo atrás.

...

Sadie

Estava em pé , protetoramente a frente de Anubis que ainda permanecia inconsciente. Reyna apenas nos observava silenciosamente, e acredite era pior do que quando ela estava falando. Um bip em seu celular , a fez olhar para a tela do mesmo, e um sorriso brotara em seus lábios.

–Muito bem, minha vez agora. –diz vindo em minha direção.

– O que quer dizer?-pergunto com a voz firme.

–Chega de papinho. –diz e sinto um puxão forte em meus cabelos, como se os mesmo estivessem sendo arrancados da raiz, e segundo depois sinto o chão duro em minhas costas, fazendo eu perder o folego por instantes. – Não sabe o quanto esperei por isso. –dizia Reyna sibilando em meu ouvido como uma serpente. Ela prendia com o próprio corpo minhas mãos e impossibilitava o movimento de minhas pernas. O puxão em meus cabelos aumentavam a cada instante e eu segurava com toda as minhas forças o ímpeto de gritar, afinal não queria dar o gostinho a ela de que eu estava sentindo dor . Tentava me soltar inutilmente o que só piorava a dor que eu sentia, com um sorriso perverso ela seguia com a ponta da faca a linha das minhas bochechas, eu sentia a lamina lentamente cortando superficialmente a mesma, ao mesmo passo que sentia gotas quentes percorrendo minha face, e sabia pelo cheiro de ferro que meu sangue se misturava as lágrimas que até poucos intantes antes não sabia que estavam ali. Meus olhos não prestavam mais atenção no que Reyna fazia, mais estavam fixos em Anubis que permanecia do outro lado da sala. Então é isso que dizem , você só encontra amor uma vez na vida, mas nem todos tem a sorte de viver com ele. Era esse pensamento que inundava minha mente, como pude envolve-lo nisso tudo? como pudera ser tola o suficiente que pudesse um dia sequer amar e ser amada, sem que alguém me tirasse isso? E esse alguém sempre tinha sido R.D.R, ou Reyna, Havia tirado Walt uma vez agora eu perderia Anubis, perderia toda a vida que planejei e sonhei, não havia como lutar isso era fato então reuni a única força que eu tinha ainda, uni ao meu orgulho e tudo que fiz foi encarar Reyna e aceitar a morte de frente. Reyna agora estava com a adaga em meu pescoço, e sabia que daqui a poucos minutos já não pertencia a esse globo.

Até que ocorreu tudo rapidamente, a lamina gélida já não estava em meu pescoço, o peso de Reyna e a dor que a mesma causara a mim estavam se extinguindo, e foi quando vi Leo e Percy de pé ao lado de uma Reyna inconsciente. Annabeth e Quione estavam ao meu lado me ajudando a levantar, a encarei por alguns instantes e senti minhas forças se esvaírem de meu corpo e a escuridão me envolver.