Pov Thalia

–Sadie, eu juro que te bato se você não pregar seu traseiro agora mesmo nesse assento. –grito impaciente com a loira de mechas roxas que ficava andando de um lado para outro, como se já não estivéssemos ansiosas. Já passava do meio dia, e um silêncio perturbador invadia a sala de espera que estávamos. “Audiência” quando ouvi essa palavra tudo o que pensei foi, um tribunal, com advogados se degladiando e as pessoas se odiando internamente como aquelas series policiais tipo Law&Ordem¹ , mais não foi o que acontecera, fomos chamados um de cada vez, digo CHAMADOS , porque os garotos estavam tão envolvidos quanto agente, apesar de ainda achar que eles eram apenas nossos “cumplices”.

Todos haviam sido interrogados individualmente, mais já havia mais de duas horas que Reyna permanecia naquela sala com os detetives que conduziam a investigação durante os últimos anos. A mãe de Annabeth estava fora de vista, provavelmente deveria estar conversando com o nosso advogados juntamente com nossos pais.

–Vou tomar um café , alguém quer? –pergunta Percy levantando e tentando ser prestativo. E desde quando Percy era prestativo? Definitivamente eu queria logo que esse dia acabasse já estava começando a ver miragem, daqui a pouco veria todos dançando ula, ula,E NÃO, eu não queria ver meu irmão com um saiote de palha e um sutiã de coco dançando, a dança do ventre.

Foi quando ouvimos a porta da sala abrir bruscamente, eu Reyna inconsciente ser levada por três caras vestidos de branco.

–Annabeth Chase, Thalia Grace, Piper McLean, Sadie Kane e Quione Bóreade. –disse a severa senhora da porta, ela devia estar próximo dos quarenta, os olhos eram verdes esmeraldas e um tanto quanto ameaçadores o que contrastava com o pequeno porte da mesma. –Vocês tem dez minutos, ainda temos muitas coisas a se resolver.

Entramos na sala um tanto quanto confusa, quando senti meu coração se apertar da cena a minha frente. A mãe de Reyna chorava descontroladamente, tendo os cabelos castanhos sendo afagados pelo o marido que tentava confortar a mesma, com esse pequeno gesto. Os olhos castanhos avermelhado nos encaravam ele parecia um tanto quanto envergonhado e parecia lutar com algo dentro de si, um sorriso fraco escapara de seus lábios, como se tentasse esconder a própria dor e a voz grave e firme preenchia o ambiente.

–Meninas, eu já falei com o detetive mais gostaria de ouvi-las de vocês. –disse engolindo em seco. - Há quanto tempo exatamente...

–R.D.R nos persegue há quase três anos. –disse Annabeth interrompendo-o e ele balança a cabeça afirmativamente. –Não tínhamos idéia que Reyna estava por trás, afinal ela havia sido amiga de algumas de nós. Para ser sincera, não fazemos ideia do porque que ela começou isso, e porque ela chegou mesmo a tirar a vida de alguém.

–Eu só queria pedir desculpas, sei que os danos que minha filha causou a vocês muitos dele não podem ser reparados. –diz olhando para Piper.- Mais nós não fazíamos ideia do monstro que ela se tornou, e o pouco que posso fazer é garantir a vocês que Reyna sofrerá consequências dos atos dela e ela não vai atrapalhar a vida de vocês novamente. –diz com a voz embargada e lutando contra as lágrimas, levantando-se em seguida, olhando para cada uma de nós antes de sair da sala, com a esposa aconchegada á ele.

Certo que Reyna tinha ficado louca com L maiúsculo, mais algo dentro de mim ainda não acreditava que tudo aquilo havia acabado, que finalmente teríamos uma vida normal, aquilo realmente ia demorar a cair a ficha.

–Boa tarde, garotas. - disse formalmente a detetive entrando na sala e certificando de que a porta estava realmente trancada. –Como viram mais cedo a senhorita Dare foi levada para um manicômio no Canadá, garantindo que haja um distancia segura entre vocês , para que a mesma não faça danos a vocês.

–Manicômio? Oi? Ela ficou DOIDA DE VEZ? –pergunta Piper incrédula. Todas estávamos com a mesma cara de choque.

–A senhorita Rachel foi diagnosticada com dupla personalidade e esquizofrenia grave, impossibilitando o convívio social da mesma, e isso meio que aconteceu por uma crise que a mesma tivera, devido há uns pesadelos, somados com a perda do irmão e namorado na mesma época.

–Jason? –perguntou Piper e a detetive concordou.

–Creio que o namorado dela na época era Jason, mas ele não tem culpa de nada, pelo o que sabemos foi ela que foi embora, mais na cabeça dela as coisas não aconteceram bem assim. Vocês foram apenas vitimas do distúrbio dela, podemos dizer que a dupla personalidade dela goste de jogos e trapaças, e viu a oportunidade de atrapalhar aparentemente a vida de vocês que para ela eram perfeitas, como uma forma de escape e fuga da realidade. Então ela começou a buscar pessoas próximas a vocês que pudessem serem uteis...- diz abrindo um envelope e nos mostrando varias fotos de anos atrás quando as ameaças “inofensivas” começaram.

–Então espera ai, quer dizer que nós fomos apenas alvos que ela conhecia e viu essa oportunidade com um escape? Como se fosse uma espécie de droga? –diz Quione mais pálida que o de costume e a detetive concorda com a cabeça.

–Só eu que estou me sentindo em uma espécie de filme com uma mistura estranha de Norman Bates² e Charles,do amigo oculto³ ? – Pergunta Sadie e eu tinha que concordar, parecia tão bizarro e ao mesmo tempo assustador.

–Os documentos já foram recebidos e assinados pelo pai de vocês, não há outra maneira de dizer isso, e sei que nos próximos dias as coisas vão ser meio estranhas, mais finalmente garotas, acabou, Reyna vai pagar por todas as coisas que fez.

–E o restante do Team R.D.R? –pergunta Annabeth.

–Bem, cada um teve seus motivos para agirem, não vou dizer que foram certos, já que violaram alguns direitos humanos, os demais não terão uma pena grave, mais prestaram alguns serviços comunitários como lição. Não precisam preocupar com isso. –diz com um sorriso, e eu pude ver certo alivio em sua voz. –Caso haja mais alguma coisa entrem em contato comigo. –diz apertando nossas mãos fortemente.

Eu tinha que admitir fui envolvida por uma sensação de alivio, senti o sufoco que me envolveram durante tempo finalmente escapar de minha garganta, foi quando percebi que estava chorando, finalmente tudo aquilo acabara, nada de amigas desmaiadas e em hospitais, nada de ameaças por SMS, nada de circos de horrores, finalmente aquilo tudo tinha acabado. E lá estava eu chorando de alivio e felicidade, nos braços de Nico que me envolviam protetoramente e beijava minha testa com carinho. R.D.R , finalmente acabara.

–Acho que essa frase foi a que mais tem me feito companhia nos últimos meses. –digo olhando sorridente para a Dra Marie, que me olhava com um sorriso nos lábios com ternura.

–Imagino, e será assim até você se acostumar. –diz levantando-se e me oferecendo um copo com água. –Vejo você próxima semana? –diz a psicóloga e eu concordo com um sorriso.

...

Já era tarde da noite quando ela se levantou da cama inquieta, os olhos vagavam pelo quarto. Foi em direção ao espelho e encarava o próprio reflexo com certo nojo e desdém.

–A culpa é sua. –disse com tamanha raiva e ódio. –Não teríamos sido pegas se não tivesse me traído. E sabe o que faço com que me trai.-Não por favor. –um grito rompera da garganta da mesma. –Calada Reyna, já me foi útil, não á nada para me oferecer, acabou, o jogo todo acabou. - diz percebendo a própria realidade. –Acabou. – E com essas ultimas palavras segue em direção ao travesseiro, apalpando o mesmo até achar o pequeno objeto, uma pequena adaga, e com um súbito impulso deposita a lamina no próprio pescoço, segurando a respiração sente a lâmina fria passar pela a garganta, e a vida esvair segundos depois.