Anelli Vongola escrita por reneev


Capítulo 3
Conhecer




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- Como escolheremos o próximo líder Reborn?

E voltava aquele lado inútil do atual líder dos Vongolas, que se descabelava em frente das imponentes janelas com vista para um mar de árvores, enquanto seu tutor continuava de braços cruzados, chapéu sobre o rosto e pernas em cima da cara mesa do escritório de seu ex-aluno. Quando o moreno não recebeu resposta ficou em silêncio mirando o mais alto e percebeu que este dormia caindo para trás e reclamando como o outro podia estar tão calmo em uma situação como aquela. Foi quando a bolha que se formava no nariz do protetor da chupeta do sol estourou e esse acordou (1).

- Fique quieto Tsuna-bom-em-nada, eu já sei quem será o 11º

- Já?
E o guardião do céu não sabia se ficava surpreso ou assustado, mas não recebeu nenhuma resposta já que o maior voltava a seu cochilo. Analisou o anel em seu dedo e o tão misterioso anel branco que repousava em sua mesa recordando da conversa que teve com Talbot algumas noites passadas, quando todos seus familiares já haviam retornado para suas respectivas casas e apenas ele e seu tutor permaneciam na casa do artesão.

Flashback on

Tsuna olhava o último guardião entrar em seu carro e partir dali. Ainda se preocupava com o estado do guardião da chuva e não importava o quão preocupado ficasse e quais perguntas fizessem, não podia sentir a mesma dor que ele, mesmo que sentisse tanta falta do platinado quanto ele, e naquela noite fria enquanto discutiam sobre os novos guardiões e os desaparecimentos dos anéis Vongola, sentia o ar em torno de Yamamoto mudar. Há muito tempo não via um sorriso sincero no rosto do ex-jogador, mas nada podia fazer.

Quando estava se despedindo do dono da casa, sentiu que precisava ficar ali e ouvir mais um pouco, ainda mais quando Reborn voltou a se abrigar no interior da casa.

- Então... Eu preciso saber de mais alguma coisa?

- Na verdade... eu queria que ficasse com isso

E foi entregue em suas mãos o pequeno anel albino e pode sentir o quão gelado este era, tão diferente dos outros, era leve e parecia pequeno de mais. Era o tal anel que lhe foi apresentado na reunião.

- E por quê?

- Não é para você ficar Tsuna-bom-em-nada... É para você dar para o próximo líder e assim passar para o novo guardião?

- Novo guardião? Serão 8?

- Vejo que sabe contar, 10º Vongola

E ouviu a risada animada do mais velho enquanto o hitman permanecia encostado na parede.

- Ele só teve uma dona... e agora com os portais se abrindo, vão precisar dele para conseguirem os novos anéis... Aparentemente é o único que não possui um substituto... Espero que encontrem logo um dono para ele

- Ma—

- Aaa... Hoje a noite esta tão fria, uma sopa viria a calhar tão bem

E naquele momento o assunto foi encerrado, nenhuma pergunta a mais foi esclarecida e apenas se ouvia o quão bom seria uma sopa e um monólogo de qual sabor deveria se apresentar na mesa de jantar, foi convidado para o mesmo, mas não seria para discutir assuntos diplomáticos, seria para comer sopa. E isso ficou bem claro.

Flashback off

- Um oitavo guardião em...

E voltava a olhar o céu alaranjado do final da tarde, voltando à insegurança de mais cedo e antes que pudesse reclamar e chorar, sentiu um chute do mais velho. Parecia que o tempo não passava quando cenas como essas aconteciam com tanta frequência. (2)

X-X-X-X-X

Os fios longos se suspendiam no ar em câmera lenta enquanto seu corpo parecia deslizar junto ao vento. O corpo ágil desvia com graça da espada de madeira que vinha de encontro ao seu. Foi quando as pupilas se dilataram, o ar foi preso pela garganta e a pele pálida se chocou com a grama tão verde quanto seus olhos. Continuou ofegante, e nem por isso disperso, ficando quase vesgo ao mirar a ponta da espada a centímetros de seu nariz.

- Melhorou muito Sato-san

E o pedaço de madeira foi ocultado pelo corpo pequeno e cansado do mestre chinês a sua frente. O sorriso simpático e a mão estendida não o enganavam mais. Conseguiu levantar sozinho e então sim o treino havia se dado por terminado. Percebeu que as roupas antes alvas agora estavam da cor da terra e o suor grudava suas roupas enquanto o mais velho andava com calma até a sua xicara de chá, nem parecendo que aquele corpo enrugado conseguia se mover tão rápido quanto a luz.

- Gostaria de tomar um chá?

- Eu agradeço muito mestre Pong, mas preciso voltar para casa... As aulas começam amanhã e preciso arrumar minhas coisas

- Hum... Entendo... Mas antes de ir... Pode me fazer um favor?

- Claro mestre

E viu o asiático sentar-se com as pernas cruzadas sobre uma enorme rocha daquele parque enquanto sorvia de seu chá parecendo pensativo.

- Acho que está pronto para isso

E somente o vento e as folhas das árvores pareciam responder aquele muxoxo e então os negros olhos foram revelados e um suspiro pesaroso foi solto e então viu na sua frente não seu discípulo, não um garoto colegial, mas sim um leão pronto para lutar e proteger sua família. Ele estava pronto.

- Poderia considerar conhecer o chefe dos Vongola?

E o moreno ficou assustado. Os segundos nunca lhe pareceram tão lentos quanto naquele momento, assim como tudo permanecia em silêncio e escuro enquanto a pergunta se repetia em sua mente. Claro que já havia ouvido falar daquela família, foi um dos motivos das constantes brigas entre seus pais e do divórcio dos mesmos e é claro, uma pequena parte de seu sangue possuía parentescos com o 9º líder da máfia mais poderosa. E a única coisa que passava em sua mente era: “Eu?”

X-X-X-X-X-X

A pequena morena se via em frente do espelho apenas com as roupas íntimas analisando o corpo com músculos bem definidos em comparação com os pequenos seios. Ficava vermelha só de se analisar naquelas vestimentas enquanto encarava a máscara de luta mexicana que carrega entre suas mãos. Estava ali para se livrar daquilo e da fama de seus pais que carregava, mesmo odiando aquilo, e lá estava ela. Em um pequeno apartamento vivendo sozinha para estudar e virar uma garota comum, mas com a condição de salvar o clube de luta livre.

Suspirou profundamente e se jogou na cama olhando para o teto. Que tipo de acordo era aquele? Ela querendo ser uma pessoa normal, mas para isso precisava fazer algo que não a tornava normal. Só seus pais para terem aquele tipo de ideia.

Olhou para o porta retrato que ficava em seu criado mudo e os santos que lá estavam e ficou mais vermelha ainda se levantando correndo para colocar uma roupa. Onde já se viu ficar pelada na frente de um santo? Que vergonha e desonra, era o que a morena pensava enquanto estava enfiando a cabeça pela manga da camiseta, tamanho era seu nervosismo. Quando bateram em sua porta, foi como uma bomba tivesse explodido e depois daquilo só restasse o silêncio.

Engoliu em seco e conseguiu se vestir apropriadamente, abrindo apenas uma fresta da porta que dava para o corredor e pode ver metade de um corpo feminino, seios bem avantajados e cabelos rosa e um olho verde como o seu. Uma estranha. Uma completa estranha.

- WAAAAAAA Você deve ser a Akira-chan! Eu sou Isabelle, sua vizinha~~

E a pequena lutadora tremeu e ficou vermelha não sabendo o que responder. Não peça para uma garota tímida conversar com alguém tão animada quanto à rosada. Era como pedir para o diabo se benzer. Fechou a porta na cara da vizinha e fez o sinal da cruz pelo menos sete vezes antes de se esconder em baixo da cama rezando para que ninguém mais fosse falar com ela.

Do lado de fora a avantajada garota segurava um prato de bolo e piscava confusa sobre o que acabara de ocorrer.

Amanhã seria outro dia. Uma nova escola e uma chance de não ser mais uma lutadora. Quem sabe aqueles músculos não sumiam? E com aqueles pensamentos foi fechando os olhos, mas ao sentir algo subindo por sua perna gritou tão alto que provavelmente o bairro inteiro ouviu. E sua cabeça chocou-se com a madeira da cama e desesperada do jeito que estava, acabou matando a pobre coitada da aranha que lá habitava bem antes dela.

X-X-X-X-X-X-X

Misth entrou no pequeno apartamento carregando uma sacola com sua marmita recém-comprada na loja de conveniências perto de sua residência. Foi desviando de toda a bagunça, não que ela considerasse aquilo com tal nome, e teve que jogar as centenas de livros e bitucas de cigarro no chão para que o item recém-adquirido pudesse ser depositado na bancada da minúscula cozinha. Sentou-se em na banqueta que lá estava e retirou a própria camiseta e livrou-se do sutiã que estava lhe apertando e ficou assim quando acendeu o cigarro e abriu o mangá yaoi que carrega junto na sacola.

Ia virando as paginas enquanto tragava e tentava comer sem olhar em que direção ia o garfo derrubando várias vezes arroz nas suas sagradas paginas de lemon e isso a deixava irritada. Teve que prender os fios brancos em um rabo de cavalo quando o calor se fez demasiado.

Assim que a ultima folha foi virada e há muito tempo a vasilha de alumínio foi deixada de lado, espreguiçou-se e foi andando entre as milhares de coisas perdidas no meio do caminho seu telefone tocou e só naquele momento ela percebeu que não fazia a mínima ideia de onde aquela porcaria estava enfiada.

Foi jogando tudo para os lados piorando ainda mais a situação daquela sala e quando o último toque soou, foi encontrado com toda sua glória e com uma dona realmente irritada e foi assim que atendeu ao aparelho.

- Quem é?

- Alô, gostaria de falar com o responsável pela linha.

- Sou eu

- Sou Erika da equipe Flibbo, queríamos saber se esta satisfeita com---

E o eletrônico deixou de ser algo palpável quando foi atirado pela janela com fúria e ao alcançar o chão ser destroçado por um veículo que passava pelo tranquilo bairro de Namimori. Onde já se viu ligar para fazer propaganda?

E foi com esse pensamento assassino que se dirigiu ao banheiro e o short já havia sido esquecido na sala enquanto retirava a calcinha seu celular tocou. E apenas uma pessoa possuía aquele numero. E nua foi correndo para atender o mesmo que se encontrava perdido entre o lençol amassado em cima da cama.

- Alô!

- Pensei que não iria mais atender maninha

E ouviu a risada gostosa de seu irmão mais velho. O único que a apoiou e a ajudou a fugir daquele inferno que vivia na Itália com sua família, se é que podia chamá-los assim.

- Aconteceu alguma coisa?

- Só queria saber como estava

E a conversa se estendeu pela noite até que a água da banheira transbordasse e a água já atingia o carpete do quarto e a garota deu um urro de raiva e precisou desligar às pressas enquanto corria no piso molhado escorregando em um dado momento molhando todo o corpo e fios e se machucando no processo.

Levantou-se praguejando e amaldiçoando cada ser vivo do planeta existente e que iria existir enquanto fechava a torneira e olhava aquela inundação. Foi quando sua companhia tocou e voltou a maldizer toda a humanidade. Se sua raiva já era muita naquele momento, imagine quando a mesma abriu a porta e o síndico estava parado na mesma e olhando para ela vermelho como um tomate e paralisado sem conseguir dizer nada.

- Se não vai dizer nada suma seu pedaço de merda!

E chutou tão forte o estomago daquele homem, que sangue enfeitou sua perna e a entrada de sua casa, não que isso a incomodasse. E voltou para o banheiro indo limpar-se deixando para depois o problema com a água e um homem morrendo na sua porta.

X-X-X-X-X-X-X-X

As íris alaranjadas se prendiam no horizonte a sua frente, as cores tão semelhantes parecendo que o entardecer que coloriam suas retinas. Bocejou com graça descendo dos galhos das arvores que antes lhe abrigavam. Foi caminhando pelas ruas já desertadas tirando um broche de seu bolso em forma de concha sentindo em fim o ar quente e abafado do verão japonês.

Foi quando ouviu um miado e parou de caminhar virando a cabeça para onde o barulho provinha e lá estava. Um pequeno gato branco tentando pegar uma borboleta e não pode evitar sorrir e pegar o pequeno animal no colo recebendo um ronronar em retorno.

- Onde esta seu dono neko-chan?

E recebeu um miado em resposta. Olhou ao redor para ver se o peludinho havia se perdido e não notou ninguém sentindo raiva por perceber que este fora abandonado.

- Não se preocupe, vou te levar para casa.

E com esse intuito foi carregando o animal consigo para a casa que dividia com sua tia. Gostava do silencio que aquele horário trazia. Odiava como aquela rua ficava movimentava e barulhenta e só de lembrar que seria assim no dia seguinte já lhe arrepiava a espinha e fazia o mesmo suspirar.

Ao chegar à casa pediu para o pequeno felino ficar em silêncio, mas antes de terminar a frase uma mulher parecendo brava abriu a porta e ficou o olhando reparando nos lábios roxos do sobrinho. Sabia que o moreno às vezes se metia em brigas, mas voltar machucado era um pouco demais para a ocidental lidar e quanto a mesma reparou no felino teve que suspirar.

- Outro, Akio?

- Só essa noite...

- É o que você sempre diz... Devolva-o onde o encontrou, deve ter dono, olha como é bem tratado.

- Não tinha ninguém no par—

- De-vol-va

E suspirando retornou para onde encontrou o pequeno gato e pode reparar em uma criança de no máximo 5 anos gritando por um nome enquanto chorava e o que parecia ser sua mãe olhando ao redor. O gato branco pulou de seu colo e correu ao encontro do garoto que o agarrou e o encheu de beijos e perguntas como se o mesmo pudesse responder.

Foi embora sorrindo de leve, triste por perder um novo companheiro e ao mesmo tempo feliz por ver que o gatinho havia encontrado seu dono. Entrou em casa reparando que a tia cozinhava enquanto assistia a um programa de culinária e subiu para tomar um banho, mas sua sorte foi pouca e mais velha reparou em sua chegada.

- Akio! Amanhã você tem aula, nada de sair essa noite ouviu bem?

- Sim...

E foi com essas ordens que teve que ir dormir em sua cama e não mais no abrigo das copas das arvores.

X-X-X-X-X-X-X

Giulia dançava junto da frenética música da balada sentindo muitas vezes seu corpo colidir com algum alheio, não que isso fosse um problema naquele tipo de ambiente. Nunca gostou de lugares silenciosos, por isso aquele parecia ser um lugar perfeito para alguém como ela estar.

Tão perfeito que conseguia até arrumar um dinheiro extra, principalmente quando suas mãos habilidosas conseguiam com destrezas pegar a carteira de alguém sem que este percebesse e a devolver vazia com a maior naturalidade. Não estava mais em Tokyo, sua cidade natal, logo as baladas não era tão lotadas e agitadas quanto às que estava acostumada a frequentar. E antes que alguém sentisse falta dos seus trocados, ela se retirou do recinto ainda dançando a música que havia ficado presa em sua mente cantando as pouquíssimas frases que um hit eletrônico deveria ter.

Qual foi sua surpresa ao chegar à rua de sua casa e ouvir uma sirene tocar e perto de sua morada várias pessoas formando uma roda. As luzes de sua casa estavam apagadas e àquela hora da noite aquilo era preocupante já que sua mãe sempre deixava a luz da sala acessa sempre que a morena avisava que voltaria tarde.

Não precisava ter uma hiper intuição para começar a juntar as peças, ainda mais para uma garota esperta quando a japonesa. Correu o máximo que seus saltos lhe permitiam e lagrimas já se formavam em seus olhos. Conseguiu furar aquele circulo e pode notar os olhares de pena que lhe eram dirigidos.

Não havia forças que pudessem sustentar aquele corpo magro quando a visão de sua mãe ensanguentada na rua enquanto era retirada pelos paramédicos e os policiais tentavam afastar a multidão que parecia ficar maior a cada instante. Um carro próximo ao corpo também estava manchado com o capô amassado e o aparente dono sentado na calçada com as mãos na cabeça se lamentando.

Tudo o que a pequena ladra conseguia ver era sua mãe, mais nada. Gritava e se jogava em cima dos policiais tentando alcançar a mulher enquanto chamava por ela na esperança de poder ver aqueles olhos negros se abrirem outra vez. Não queria ficar sozinha. Não queria ter que ligar para seu pai e contar o que aconteceu, mesmo sabendo que o mesmo nem se importava com as duas mulheres. Só queria sua mãe bem. Não era pedir muito, ou era?

 Um coração se partiu na quente noite de Namimori quando um homem todo de azul e mascara de rosto se aproximou da menina dando as noticias. Uma estrela nasceu naquele céu escuro assim como lagrimas salgadas banhavam a face da bela mestiça.

X-X-X-X-X-X

Aquela casa era grande de mais para apenas uma pessoa viver ali, se não contasse os três empregados que passavam mais tempo naquela mansão do que em suas próprias residências. O corpo bem definido estava deitado no sofá de forma displicente enquanto mudava de canais sem interesse especifico e deixou no primeiro canal que possuía a faixa etária “18”.

Levantou-se a procura de qualquer coisa que pudesse matar sua fome da meia noite enquanto a cada passo que dava uma nova lâmpada era acesa. Não havia mais a cozinheira àquela hora da noite, mas sabia que havia alguns lanches prontos na geladeira. Mesmo sendo o rei da preguiça, não estava conseguindo dormir por algum motivo. Era como se toda vez que fechasse os olhos, sentisse gotas de água caindo e sempre acordava pensando que estava urinando na cama. Mas não era nada disso.

Coçou a barriga bocejando já cansado daquele dorme não dorme, em pleno último dia de férias. Ninguém merecia. Era o que pensava o moreno mimado. Pegou o pote de pudim que lá estava e foi o comendo retornando a sala da TV ouvindo os gemidos que de lá saiam. Sentou-se deixando os pés na mesinha de centro enquanto comia e assistia. Aquilo não o deixava excitado pelo simples fato de que ver uma mulher nua não era interessante.

Quando o ultima colherada foi posta em sua boca, mudou de canal centenas de vezes. Passou por todos os canais que possuía assinatura, e quando se dizia todos, eram todos mesmos. Fazia questão de ter pelo menos metade de toda a grade inglesa inclusa em sua programação já que ajudava a matar as saudades de seu país de origem.

Levantou-se deixando o pote na mesa e foi caminhando para as escadas antes de ver o clarão que se fez em toda a casa e se assustou olhando através das grandes vidraças.

- Será que vai chover?

E foi voltando à sala abrindo uma das janelas começando a sentir o vento frio e cortante adentrar a casa com uma violência sem tamanho. Aquilo assustou o inglês que praticamente foi arrastado para longe. Até segundos atrás precisava ter o ar condicionado funcionando para o ambiente ficar habitável e de uma hora para outra aquele frio e ventania sem explicação?

Novamente o barulho da chuva lhe preenchia os ouvidos e imagens de gotas caiam vinham em sua mente, mesmo não havendo sequer indícios de que haveria uma precipitação. Quando conseguiu fechar novamente as vidraças correu para o andar de cima vendo a casa novamente sendo iluminada pelos trovões.

Quando deu por si, sentiu como se todo o seu corpo estivesse sendo arrastado por uma correnteza, e em poucos segundos seus olhos pesaram como se estivesse sendo aninhado para dormir melhor. Era quente e suave aquele movimento. Não abriu mais os olhos naquela noite, nem se quer dormiu tão bem quanto.

X-X-X-X-X-X

O avião com destino para o Japão havia pousado há aproximadamente duas horas e mesmo assim não havia chegado a seu destino. Pensou consigo mesmo que seria bem mais interessante conhecer o local onde iria passar o resto do ano, ou quem sabe por mais tempo dependendo de como fosse a experiência. O que ele não contava era com o fato de as ruas japonesas serem um verdadeiro labirinto e que o celular descarregasse antes mesmo que pudesse consultar um GPS.

Tentou seguir os instintos que um verdadeiro cidadão de uma cidade urbana e estrangeira poderia possuir e lá estava ele, gritando inconformado de como todos os postes pareciam iguais e de que já havia passado por aquela casa mais de duas vezes não importasse o caminho que tomasse.

Respirou fundo e seguiu um conselho que ouviu uma vez “se não souber para onde ir, siga reto”. E foi isso que fez. Caminhava mais um pouco sentindo os pés doerem de tanto que andara naquele fatídico dia e de como adoraria chegar logo na casa de sua avó que não conhecia pessoalmente, mas de que a partir daquele momento passariam a viver juntos.

Foi à procura de um ponto de ônibus e de táxi para que aquela tortura acabasse. Bem provável perderia o primeiro dia de aula da nova escola e isso não parecia muito animador. Não que gostasse de estudar, muito pelo contrario, mas já conhecer o terreno sempre foi mais eficaz.

Em uma das esquinas acabou trombando com um japonês muito maior do que si que estava acompanhado de pelo menos outros oito rapazes e umas duas garotas, todos com alguma coisa vermelha. O loiro logo deduziu que eram uma gangue pelas faces mal encaradas e de como eles se portaram.

- Olha por onde anda maldito!

- Desculpe...

E por mais que aquilo houvesse lhe irritado, não poderia ficar batendo boca com uma gangue a uma da manhã e sendo que acabou de chegar ao país. Tentou se retirar dali, mas teve seu braço agarrado e o corpo arremessado contra uma parede com brutalidade.

- Quem lhe disse que podia sair desgraçado?

E então o loiro pode sentir o bafo daquele homem maior do que si bem próximo de seu rosto e já havia fechado os punhos, pronto para lutar. E quando abriu os olhos. já acostumado com a dor, para revidar, ouviu o barulho de algo metálico se chocando em uma superfície dura.

- Venha!

Ouviu uma voz feminina e foi puxado outra vez para longe dali. Pode reparar nas duas tranças negras que voam junto do vento a sua frente, assim como o corpo magro, mas bem trabalhado da moça. Foi sendo puxado até se tocar que estavam sendo seguidos e a puxou para outra rua se escondendo no meio dos arbustos de uma casa qualquer. Se perder até que fora bem útil afinal. Conheceu várias casas estratégicas.

Pode ouvir os passos pesados daquele grupo e a respiração de ambos fora tranquilizada e enfim puderam se olhar. Pode perceber que a moça que lhe “salvara” era asiática, mas não uma japonesa e só acordou de seus devaneios quando ouviu a voz dela novamente.

- Você está bem?

- E-estou...

- Fico feliz

E pode ver o sorriso da garota e que ela ainda estava de pijamas e sorriu safado para ela, mesmo a mulher sendo bem mais velha do que si.

- Então—

- Aaaa! Não acredito!

E antes que pudesse soltar uma de suas cantadas “infalíveis”, viu a morena olhar para um compartimento de metal que estava amaçado em uma das extremidades. Era de lá que o som havia surgido, constatou o loiro.

- Eu preciso ir. Sou I-pin e você é...?

- Ryuji Yamazaki, a seu dispor

E piscou para ela e nesse instante pode ver a chinesa ficar paralisada lhe olhando como se fosse um fantasma e após alguns segundos sorrir gentilmente.

- Está perdido?

- Na verdade estou, pode me dar o caminho para seu coração?

E uma risada gostada cortou o silencio da noite e uma lágrima escorreu dos olhos negros de tanto que a chinesa havia rido.

- Onde está morando?

- Ooo, mas nós nem nos conhecemos ainda—

- É serio, é perigoso ficar na rua até tarde da noite.

- Eu sei me cuidar

- Ah, claro que sabe, mas vários policias levam garotos da sua idade para a delegacia dizendo que estavam vagabundeando por aí.

E aquilo pareceu assustar o italiano que deu o endereço da casa onde sua avó residia e viu a garota do lamém olhar em volta e apontar para a casa em que estavam escondidos no jardim.

- Considere-se entregue Yamazaki-kun

E viu-a sorrir e pular o portão caminhando para longe, quando pensou em segui-la a porta foi aberta e a claridade da casa iluminou seu corpo e pode ver aquela idosa que possuía o mesmo sangue que o seu.

- Ryuji!

- Obaa-san!

E o rapaz correu em direção da senhora que riu e lhe abraçou feliz por ver o neto em seus braços depois de tanto tempo sem o ver.

O que se passava na cabeça da chinesa, era o fato da atitude do rapaz ter lhe lembrado tanto do falecido ex guardião do trovão. Não pode evitar olhar para o céu e sussurrar seu nome.

- Lambo...

X-X-X-X-X

O loiro realmente não acreditava naquilo. Já era tarde da noite e ainda caminhava sem rumo pelas ruas japonesas carregando duas malas de rodinha enormes e outra de ombro quase caindo tamanho era o peso daquilo. Seu estômago roncava e seus pés doíam. Toda vez que algo acontecia amaldiçoava seu pai por tê-lo colocado naquela situação. Já havia sido confundido com uma garota pelo menos 10 vezes, e dessas dez, assediado oito e desse grupo teve que socar praticamente até a morte cinco destes para entenderem que ele não iria dormir com ninguém.

O que não parecia muito convincente uma vez que seu short era minúsculo, mesmo estando o calor que reinava naquela noite, ainda eram muito curtos. Ainda mais para alguém idêntico a uma garota tendo pernas tão desejadas quanto as suas.

Forçava o corpo a se mover não fazendo a mínima ideia para onde ir. Seu pai havia dito que ele iria para o Japão para ver se seu comportamento mudava e ele se tornava alguém mais fácil de lidar, mas o mandar para outro continente, para uma escola nova só com dinheiro para sobreviver durante o mês no qual foi roubado junto com seu celular e documentos.

Aquilo também era uma lição para tornar o loiro mais simples e parar de gastar dinheiro com tantas bobagens, como lotar duas malas de roupas e ainda ter que deixar um closet recheado para trás na mansão da Itália, entretanto, ele não tinha nem sequer condições de comprar um pão e já imaginava que teria que dormir na rua e torcer para não roubarem o resto de suas coisas ou de ser estuprado.

O estômago roncou mais alto e o corpo frágil não estava acostumado a ficar sem alimentos, muito menos a uma caminhada tão puxada. A visão ia ficando turva e a respiração pesada e em poucos segundos o pequeno corpo estava estirado no asfalto.

Dentro de uma simples, porém ampla casa, um moreno acordou assustado como se algo lhe tivesse tirado daquele quase coma que se encontrava naquela noite quente. O coração palpitava fortemente enquanto sentia que algo acontecia do lado de fora de sua janela, e qual fora sua surpresa ao ver um corpo caído bem em frente a sua casa.

Correu para fora de seu recinto assustado com tudo aquilo indo socorrer o jovem debilitado. A primeira coisa que fizera foi chegar o pulso para constatar se não estava morto o desfalecido, caso contrário teria de chamar a policia e suspirou aliviado vendo que isso não seria necessário, virou o corpo para cima ficando surpreso com a beleza daquele ser.

- Hey... Acorda...

E chacoalhava o corpo sem sucesso e ao perceber que a rua estava deserta e as malas caídas no chão, percebeu que era perigoso continuar ali. Sem nenhuma dificuldade conseguiu erguer o pequeno corpo e isso foi outra surpresa, já que o moreno não era dotado de grande força. E o carregou para dentro para logo em seguida trazer as bagagens.

A luz do corredor se acendeu e passos abafados puderam ser ouvidos e os dois morenos ficaram se encarando por longos minutos, até o olhar do mais velho cair sobre o intruso.

- Quem é essa garota Sato?

- Não sei... Eu acordei e quando olhei para a janela ela estava desmaiada na rua... Não me parece ser alguém de rua, é muito bem cuidada e essas roupas são caras, fora que estava com essas malas.

- Acha que é uma turista que se perdeu?

- Provavelmente...

- Ela está bem pálida, a pressão deve ter caído.

E o homem mais alto caminhava pela cozinha abrindo um dos armários da parte superior procurando por algo aparentemente difícil de encontrar, e quando a busca se encerrou trazia em sua mão um saco com um conteúdo branco e de lá retirou um pouco do pó alvo colocando em baixo da língua do estrangeiro.

- Deite-a no chão Sato, e coloque as pernas em cima da cadeira... Vai ajudar a fazer a pressão voltar

- Certo

E o filho obedeceu ao pai. Ficaram abanando o loiro até que esse fosse voltando ao estado de ânimo revelando duas enormes bolas azuis como íris. Parece um gato. Foi a primeira coisa que passou na cabeça de ambos os donos da casa enquanto o pequeno tentava se manter consciente. O que tirou todos daquele tenso silêncio foi o barulho de um estômago roncando implorando por comida e isso fez que o mais velho de todos sorrisse calmamente e entendesse a situação.

- Vou preparar alguma coisa para você comer

E assim que um deles se levantou, os olhos azuis e verdes se perderam um no outro como em um feitiço e novamente aquela sensação preencheu o peito do futuro líder dos Vongolas. Uma intuição, assim dizendo, sussurrando em seu ouvido que deveria manter aquele garoto ali.

- Dove Sono? (3)

E aquela voz suave, aquele sotaque italiano preencheu os ouvidos do moreno mais novo que ainda sustentava o leve corpo e respondeu sem pensar muito, quase se arrependendo depois. Ele era um mestiço com italiano, sabia a língua.

- Questa assicurazione (4)

- Está pronto

E o cheiro de peixe preencheu o ambiente fazendo com que o loiro ficasse ainda mais acordado tentando se levantar, mas tendo que ser amparado pelo outro rapaz, um sorriso calmo se fez na face serena do mestiço fazendo com que este guiasse o loiro até a cadeira e deixasse este comer e era bonitinho ver aquele italiano comer com gosto o peixe ignorando completamente o arroz. Parece um gato. E esse pensamento se fez presente novamente, mas foi o mais velho que iniciou um diálogo.

- Então, está perdida?

- Na verdade... Acho que meu pai quer se livrar de mim... Era para eu ir para um hotel ou república, mas roubaram todo meu dinheiro e documentos, não tenho como ficar nem como voltar para casa.

- Woo, seu japonês é muito bom! Aonde aprendeu?

- Professores particulares... Acho que meu pai planejava esse castigo desde que eu era uma criança.

E o mais novo suspirou deixando um sorriso na face do mais velho, o intermediário entre as idades apenas olhava a situação sentindo novamente uma necessidade de manter o loiro consigo. Novamente aquela voz lhe dizendo que precisaria do garoto a sua frente. E foi sua vez de conversar.

- Quer ligar para seu pai?

- E dar o gostinho de vitória para ele? Nunca!

E teve que segurar o riso. Aquele orgulho e ego não combinavam com a aparência delicada que o loiro possuía, e as bochechas se inflaram quando o mais novo reparou que riam de si e acusava o mais velho deixando a situação mais hilária. Parecia que se conheciam a anos, que eram irmão, amigos de longa data, não completos estranhos.

- Em que colégio esta?

- Namimori... Acho que este o nome

- A mesma do Sato! Que tal ficar aqui esse mês então? Até as coisas se ajeitarem para você, assim vocês poderão ir para a escola juntos.

E o filho olhou perplexo para seu primogênito. Onde já se viu convidar um estranho para passar o mês? Não uma noite, um mês. Quase pode confirmar que seu pai não batia muito bem da cabeça quando fez aquela proposta. Mesmo parecendo que aquele loiro não faria nada de ruim, muito menos que ele seria uma ameaça, aquilo era estranho, o visitante poderia pensar que aquilo era uma casa de tarados.

- Claro, muito obrigado.

E antes de concluir o raciocínio, a resposta foi dada e seu pai pareceu ficar feliz.

- Nós temos um quarto de hospedes, pode ficar lá se quiser. Sato irá lhe mostrar a casa, tome um banho também que daqui a algumas horas vocês terão aula.

E ele dizia tudo aquilo tão empolgado enquanto recolhia a louça para lavar deixando os dois jovens se encarando.

- Então... Qual seu nome?

- Pablo

E se ouviu o estralar da cerâmica contra o chão e o rosto de horror do pai que se dirigia para a mesa, assim como os olhos verdes arregalados do mais novo. Era... um menino?

O-O-O-O-O-O-O-O-O-O-O-O-O

1 e 2. Reborn sempre fez isso~ então eu suponho que mesmo com os anos Tsuna não mudaria tanto assim, logo os antigos costumes do mestre nunca mudam!

3- Dove Sono? – De acordo com o Google tradutor é: onde estou?

4- questa assicurazione- De acordo com o Google tradutor é: Está seguro

Bem~~  aqui esta o capitulo, desculpe a demora x-x Bem... Vamos aos escolhidos então e eu peço para caso houver interesse em algum personagem para ser o par de seus respectivos, coloquem nos comentários ok? n.n

Abely C. Chibah - Sato Nakamura – 17 anos, chama do céu – homossexual, seme

Thomazbr – Akira Costello- 17 anos, chama do sol – Bissexual

Anime Yaoi Love - Misth Espectro- 15 anos, chama da névoa, lésbica e uke

Stefany_Zanoni – Akio Hiitazura – 16 anos, chama da nuvem, home- flex

Queen Areumdawo  - Takashima Giulia – 16 anos, chama da tempestade, bissexual

legomes98 - Ethan Jones King- 17 anos, chama da chuva, homo- seme

Silvy ( eu mudei a chama para o do trovão =3) - Ryuji Yamazaki – 16 anos, chama do trovão – Bissexual

Reneev (euzita) – Pablo Fluer – 15 anos, chama --- Homo, uke

Aos demais personagens que não foram escolhidos, eles serão colegas de sala e quem sabe, só quem sabe, um inimigo

Espero que tenham gostado do capitulo e comentem hohohoho

Pretendo postar o capitulo um pouco antes de uma semana, então conto com vocês e espero que a preguiça não me vença xD

Agradeço a Stefany Zanoni por ter betado esse capitulo =)

Bjs sz


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