Desejos escrita por Vivian Sweet


Capítulo 29
Capítulo 29 - Seguindo Impulsos


Notas iniciais do capítulo

Vamos ver o que tem a dizer depois desse capítulo... :) Curiosos não devem ler! rsrsrs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381409/chapter/29

“Nicolas ficou calado todo esse tempo sem contar pra ninguém. Ele fez isso pra poupar a irmã, tenho certeza. Mas ele sofreu sozinho. Não tinha como perdoar seu padrasto por isso.” – pensava.

Ainda estava chocada com a conversa entre os dois. Não havia clima para conversarem sobre o relacionamento.

Nicolas havia contado pra ela como tudo aconteceu. Ele disse que um dia tinha chegado mais cedo em casa e entrou, sem que seu padrasto percebesse. Ouviu sua conversa ao telefone, parecia nervoso.

– Eu já te dei muito dinheiro.

....

– Eu sei que se não fosse você, eu não teria conseguido matar a Letícia! Mas o trabalho sujo fui eu que tive que fazer.

Nicolas congelou por dentro, ficou tonto, com náusea. Devia estar havendo algum engano. Devia ser outra Letícia. Ficou com isso na cabeça durante dias. Mudou completamente. Já não conversava direito com o padrasto, estava arredio e triste. Decidiu procurar ajuda e contratou um investigador particular para descobrir o que tinha acontecido. Depois de dois meses teve a resposta. Sua mãe não morreu por infarto, como disseram. Ela tinha recebido uma injeção letal. Mas a substância que usaram raramente deixa vestígios .

E Nicolas se lembrou da noite em que a mãe morreu. Ela estava feliz. Deu um abraço apertado nele e o beijou, como fazia todas as noites. Ela tinha ido dormir mais cedo aquela noite. No dia seguinte, o padrasto chorou ao contar pra ele que quando encontrou sua mãe, ela não estava mais viva. Ele consolou Nicolas e Talita, prometeu que ia fazer de tudo pra eles não sofrerem.

“É um monstro! – Julie pensou. – Como foi tão frio e tão cínico com todo mundo esse tempo todo?”

Era a última coisa que ela ia imaginar do “Seu Elias” como o chamava. Era sempre atencioso com os filhos. Ficava emocionado quando falava com Nicolas sobre sua mãe.


Nicolas entra no hotel pouco depois delas e pergunta pra Martin onde estava Álvaro, só faltava ele na equipe de RPG.

– O Sr. Álvaro embarcou de volta para o Brasil nessa manhã. – Martin respondeu.

– O quê? Como assim? Ele saiu sem avisar ninguém?

– Sim senhor. Nem levou sua bagagem.

– Isso é um absurdo! Ele não faria isso!

– Se o senhor quiser terá que ir até a cidade para telefonar, senhor. Aqui no hotel não temos como ligar pro exterior.

– Isso é caso de polícia! – Nicolas ficou irritado. Voltou pro meio dos amigos e se preparava pra sair.

Martin resmungou – Garoto metido à besta. Bom seria se o Daniel pegasse sua noiva. – lembrou-se que mais cedo a amada do Félix tinha perguntado por Álvaro também. – Esses hóspedes deviam estar fumados quando escolheram vir pra cá. Parece que nunca ouviram falar daqui. Não sou obrigado a dar satisfação de onde foram parar os hóspedes! É tudo por conta e risco deles.

Estava no contrato, além de tudo. O hotel sequer tinha que devolver a bagagem. Disso Martin se lembrou muito bem, ia esperar Félix voltar e dar uma fugidinha pra olhar o que o cara tinha deixado de bom pra trás.


Bia tinha descido mais cedo do quarto, antes de Julie acordar. Ela queria falar com Félix pra não se preocupar, que ela entendia que ali era o trabalho dele. Mas que gostaria de se encontrar com ele mais tarde e fazerem alguma coisa juntos. Mas ao descer a escada, Félix e Martin estavam falando sobre o desaparecimento de alguns hóspedes. E achou estranho. Mais estranho ainda era Anne estar ali. Bia se escondeu e viu quando Félix acompanhava o Damien até o quarto. Ela resolveu esperar ele voltar pelo corredor e falar com ele. Acabou dando certo. Quando Félix voltava, deu de cara com Bia. Ele, que já era branco, ficou quase transparente. Bia colocou o dedo na boca, fazendo sinal de silêncio. E sorriu pra ele. Ela falou pra ele segui-la. Então desceu as escadas novamente e ele desceu atrás. Passaram por Martin como se nada estivesse acontecendo e foram pro outro salão. Martin logo sacou o que estava rolando.


A manhã estava mesmo agitada e cheia de surpresas. Mas quem não teve uma surpresa muito boa foi Talita. Ela estava superproduzida para uma manhã fria e nublada. Ia na direção das escadas, mas ao virar o corredor deu de cara com Mano. Ele estava de tocaia esperando a loira passar, pra acertarem as contas. Talilta quando viu ficou transparente. Mano olhava de um jeito estranho e com um sorriso que não era bem de alegria.

– Bom dia, Ta-li-ta.

Demorou um pouco pra pensar o que ia falar sobre o barraco da madrugada. Mesmo que já tivesse passado uma boa parte da noite tentando arrumar uma desculpa que colasse.

– Oi. – disse sem-graça. – Estou atrasada, vou ver se consigo comer alguma coisa lá embaixo.

– Claro. Você teve uma noite muito agitada, por isso perdeu a hora.

– É... eu sei que não fui legal com você, mas eu precisei fazer aquilo, entende. Não tive outra saída.

– Entendo perfeitamente. Sei com quem estou lidando. Vamos nessa! Você me deve um favor e tem que ser agora!

– Ficou louco? Eu estou com fome! E tem mais, você não pode me mandar assim!

– Ah, não posso? Sabe, ontem ‘sem querer’ eu ouvi você comentando alguma coisa sobre “como você complicou a vida da sua cunhada antes de vir pra cá”. Será que isso vai continuar sendo legal se for parar no ouvido da gerência?

Na hora Talita ficou assustada. Na verdade não tinha pensado no que poderia acontecer se descobrissem que ela trapaceou.



Em sua casa, Daniel resolve tocar guitarra, mas começou a se lembrar de Julie, então parou. Resolveu arrumar suas coisas pra distrair a cabeça. Acabou deixando uma caixa cair, e alguns papéis se espalharam. Ele pegou dois papéis muito antigos. Eram dois bilhetes, um deles era de sua mãe.

“Boa sorte na viagem, meu filho.

Não demore.

Eu te amo.

Beijos,

Catarina.”

No outro bilhete, algumas palavras de sua namorada

“Já estou ansiosa pela sua volta.

E a saudade já está me matando!

Mas vou esperar por você

E então vamos ficar juntos.

Parece um sonho,

Mas tudo vai ficar bem.

Te amo.

Letícia.”

Daniel dobrou os bilhetes de volta. “Droga! Justo hoje eu tinha que achar esses bilhetes!” – já estava chorando. A saudade o machucava há muito tempo. Não gostava de se lembrar do que tinha acontecido. Muito menos hoje. Não queria pensar em nada.

Talvez deveria ir trabalhar. Afinal, precisava ocupar a mente com qualquer coisa que não fizesse sentido. Devia trabalhar e trabalhar pra não pensar em mais nada.

Acabou desistindo. Ia acabar fazendo alguma besteira, pois estava de cabeça quente.


Juliana estava em seu quarto no hotel. – “Daniel deve estar na casa dele, perto do outro lago. Ou seja, longe!” – andava de um lado pro outro. – “Como vou fazer pra ir até lá? Eu preciso encontrar com ele!”

– Srta. Juliana, sou eu, Susie. Posso entrar? – (num português superarrastado)

– Julie se levantou da cama e foi correndo até a porta. – Claro! – abriu a porta pra ela. – E então, a senhora conseguiu alguma informação?

– Sim. Eu consegui um jeito da senhorita ir até lá e voltar. Mas tem que ser agora porque a ponte já vai subir e depois vai ficar tarde.

Ela não tinha tempo pra pensar, nem pra pedir conselho pra sua amiga. Tinha que decidir agora, sozinha. Sentiu uma adrenalina correr nas suas veias. Parecia uma loucura, mas começou a gostar da ideia. Seria a última oportunidade de ver o Daniel. Ela ia embora e nunca mais o veria. Pensando nisso ficou triste. E isso acabou ajudando a ela decidir que iria.

– Tudo bem. Eu vou! – sorriu pra Suzie.

– Ótimo! Vou acompanhar a senhorita até a carruagem.

– Só preciso pegar um casaco e já estou pronta. – correu até o armário, pegou um casaco impermeável. Rapidamente pegou um papel e escreveu um bilhete pra avisar Bia que estava tudo bem.

– Vamos senhorita! A ponte já está subindo!

Julie correu até a porta do quarto de Bia e enfiou o bilhete por baixo. Estava nervosa, com medo de alguém chegar e estragar tudo. Correu tentando evitar o barulho que suas botas faziam.

– Tudo pronto!

– Vamos, querida! Boa sorte! Diga ao Daniel que estou muito preocupada.

– Digo sim. – deu um beijo no rosto dela.

Desceram pela outra escadaria, que levava pra outra parte do hotel, assim não seriam vistas.

Do lado de fora, um dos cocheiros a esperava perto da carruagem. Ele a ajudou a subir e fechou bem as portas.

Lady Suzie ainda deu um conselho. – Feche as cortinas, assim ninguém vai saber que a senhora está saindo.

Julie achou uma ótima ideia. Fecharia as cortinas e assim que passassem pela ponte abriria. Estava ansiosa, mas também com um pouco de medo. Certamente ninguém aprovaria essa sua saída.

Atravessaram a ponte e a carruagem parou. O cocheiro desceu. Ela deu uma espiada para ver se tinha acontecido algum problema. Ele apenas tinha voltado para falar com um funcionário do hotel que gritou alguma coisa incompreensível pra ele. Julie fechou a cortina e ficou escondida. Aquela boa sensação de estar fazendo alguma coisa proibida. Olhou por uma fresta da cortina e viu o cocheiro voltando e subindo . Logo em seguida sentiu como se alguma outra pessoa subisse, mas a carruagem andou e ela se sentiu aliviada.

Alguns minutos depois, abriu as cortinas devagar. Passavam por um lugar maravilhoso, os jardins do hotel. Havia muita neblina, mas mesmo assim continuava sendo um espetáculo. O lago já estava longe, mas dava pra ver seu brilho prateado. Se lembrou do dia que aceitou o convite do Daniel pra passear. Sentiu um aperto, certamente de saudade daquele dia. Tinha sido inesquecível. A melhor lembrança que ela teria daquela viagem, sem dúvida.

Julie acabou cochilando com aquele balanço. Acordou quando ouviu um barulho e viu que a carruagem tinha parado. Olhou em volta pra ver se já tinham chegado. Não parecia que tinha passado tanto tempo assim. O cavalo começou a andar de novo, mas o mais estranho é que o cocheiro estava do lado de fora e foi andando até entrar em uma taberna.

Seu coração disparou. Achou que o cavalo tivesse escapado e ia sair descontrolado pela estrada. Mas ao olhar pra frente, no lugar do cocheiro, havia uma pessoa. Não estava entendendo mais nada. Se aquele não era o mesmo cocheiro, então quem era?

Não deu tempo de descobrir. O novo cocheiro deu um golpe no cavalo que saiu em disparada. A carruagem até parecia que ia se soltar a qualquer momento. Ela só gritava. Pedia pra parar, mas aí é que o cocheiro golpeava mais ainda o cavalo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ahhh como é bom fazer suspense né, sqn. Me desculpem, mas espero não cometer mais o engano de gravar as idéias no mp4. Tá uó pra digitar assim rs... e se eu não postasse esse hoje com poucas palavras, seria bem possível eu me enrolar mais uma semana sem conseguir digitar tudo...rs. Sugestões?? Expectativas?? Deixem um recadinho.
Obrigada a todos que estão lendo. ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desejos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.