Desejos escrita por Vivian Sweet


Capítulo 15
Capítulo 15 - Mudança de Comportamento


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os comentários. * *) SOOO HAPPY !!! Descobri muitas coisas sobre esse local que me deixaram boladíssima...rs, mas vamos lá, vamos sentir um pouco de medo juntos. Não nesse capítulo que é apenas a volta deles pro hotel. Ah, não deu pra fazer maior, espero que gostem desse capítulo nem tão grande, nem tão inspirado.Beijão



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Daniel se irrita mais ainda. Fica cego de raiva. Então sai andando a passos largos e determinados, já gritando pelo corredor.

– Ei! Espera aí! Juliana! – foi andando em sua direção com muita raiva.

Julie olhou pra trás e viu que ele estava estranho, começou a andar mais rápido, mas ele correu e segurou-a pelo braço. E virou-a de frente pra ele. Olhou pra ela com ar de superioridade.

– Me solta! - ela gritou, puxando o braço.

Daniel encarou seus olhos.

– Por que você tentou me enganar? – ele perguntou, mas não conseguia disfarçar a atração que sentia. E se sentia estranho e com raiva ao mesmo tempo.

– Por que você tá me tratando assim? Onde está aquele rapaz incrível que eu conheci essa manhã?

– Eu descobri tudo sobre você, Juliana Spinelli! – ela não entende nada – E eu continuo o mesmo...

De repente se sentiu estranho, não parecia entender por que estava fazendo aquilo, olhou para os lábios dela, segurou seus cabelos delicadamente e puxou-a contra si, dando um beijo ardente, inseguro, devorando seus lábios. Parecia louco. Beijou seu pescoço e foi empurrando-a contra a parede de pedras, enquanto trocavam beijos, sem noção de tempo ou lugar. Pararam pra pegar fôlego e ficaram se olhando por alguns segundos.

– O mesmo? Me tratando assim? E descobriu tudo o quê? Eu sou a mesma, você não.

Daniel estava muito confuso com seus sentimentos. A raiva que estava sumiu como por encanto.

Ele encostou sua testa na dela e ficou acariciando seus cabelos colocando atrás da orelha e sussurrou:

– O que você pretende com isso tudo? Vir aqui, me conquistar, esconder suas verdadeiras intenções e depois botar as garras de fora? – olhou pra ela fixamente.

– Não sei do que você está falando. Não entendi nada. E eu não sei o que foi que eu fiz pra você me tratar assim. Acho que é melhor deixar tudo pra lá.

Ele sentiu um aperto no peito. – Não! Desculpa, eu errei. Estou nervoso. Me perdoa.

Ele a abraçou tão forte que quase a sufocou.

– Tenho que ir. – Julie sai sem se despedir.

– Não! Espera! – correu atrás dela mais uma vez e segurou seu braço. – Eu só preciso que você admita que tentou me enganar!

– Eu não vou admitir por que eu não tentei te enganar! E agora para porque você já está me assustando!

“Ela está tentando me enganar! Eu sabia!”

– Não seria EU que conseguiria te assustar, não é? – disse irônico, se sentindo enganado.

Daniel deixou Julie ir embora. O tempo era curto e logo viriam procurá-la. Quando olhou pra trás lá estavam Félix e Martin.

– O quê vocês estão fazendo aí, bisbilhotando? – Daniel falou todo estressadinho.

– Você disse que era pra gente não se meter. Não disse que a gente não podia ficar olhando de longe. – Félix dá uma desculpa qualquer. – E a gente nem tinha mais o que fazer lá. Até jogamos umas moedas lá na fonte!

– É Daniel. Não sei por que você fez aquilo, mas vai ser difícil ela te perdoar viu. – Martin diz. – Mulheres gostam de atenção, não de patadas.

– Vocês não estão entendendo? Ela é uma cretina, uma dissimulada. Parece um anjo, mas está querendo ganhar a nossa confiança pra gente poupá-la. Aí fica fácil! E eu quase caí.

– Eu tenho certeza que você caiu... na dela!

– É... tá caidão! – Martin ri alto. Mas para de rir quando vê Daniel olhando pra ele com raiva.

– Tá bom! Melhor a gente ir embora! – diz Martin.

Os três foram andando até o lado de fora. Todos já estavam acomodados nas quatro carruagens. Daniel fala com Félix:

– Aconteça o que acontecer, não tem como entrar nem sair ninguém da carruagem que você trouxe, entendido?

– O que você vai fazer?

– Você vai ver! – saiu atrás de Julie, que ia na direção da carruagem dos japoneses. Daniel chegou perto do cocheiro inglês e trocou algumas frases com ele. Logo depois o cocheiro chegou pro lado e Daniel subiu, assumindo a direção.

– Ei! – Juliana gritou. – O que está fazendo?

– Não está vendo? Estou assumindo a direção. – deu um sorriso irônico.

– Engraçado! Acho que vou passar pra outra carruagem. – disse isso e foi descendo. Ele também desceu e continuaram a discussão do lado de fora.

– Eu acho que não vai! Estão todas lotadas e não dá tempo de fazer trocas.

– E se eu me recusar a ir com você? - cruzou os braços.

– Se não quiser vai ficar aqui, sozinha!

– Só me fala o que fizeram com o outro Daniel... – olhou tão profundamente pra ele, que por alguns instantes ele esqueceu a raiva que estava sentindo.

– Ele está aqui. Pode acreditar. – disse de um jeito sério.

– Como você consegue mudar tão rápido de personalidade?

– Não sei. Basta chegar perto de você e... - mas desistiu de dizer o resto, apenas retribuiu o olhar. Já se esquecendo de tudo o que disse pra ela.

A sorte é que os japoneses não estavam entendendo nada daquela conversa. E nem o cocheiro.

Julie então resolveu voltar pra carruagem, já que também não tinha outra opção. Daniel ajudou-a a subir. Nem Félix e Martin que conheciam bem o amigo estavam entendendo o comportamento estranho dele.

Félix chegou na sua carruagem, Mano já estava sentado na frente esperando. Félix só revirou os olhos, imaginando as histórias que teria que escutar na volta.

– Até que enfim! – grita Talita. – Achei que você tivesse morrido.

– Senhorita, mesmo que eu tivesse morrido, eu viria levar vocês. – Félix antipatizou imediatamente por ela.

Talita cutuca Nicolas. – A gente esperou esse tempo todo pela sua noivinha, e agora cadê ela?

– Não sei Tatá. Deve estar na outra carruagem. – disse, com o pensamento longe dali.

Bia, que estava mais preocupada, virou-se pra trás e chamou o pálido rapaz de cabelos pretos.

– Ei! Onde está a minha amiga? A Julie?

– Ah, é... Ela vai na outra carruagem, porque essa já está superlotada.

– Ah, obrigada. – deu um sorriso de agradecimento. – “que rapaz atencioso!” foi seu primeiro pensamento.

Nicolas não estava nem aí. Julie tinha demorado tanto que ele começou a pensar na sua vingança. Ele estava ali principalmente pra isso e disposto a tudo. Se havia um lugar onde ele poderia encontrar seu padrasto, esse lugar era ali, em Wish.

Félix avisa a todos que vai sair.

Na outra carruagem, as garotas disputavam quem iria do lado de Martin.

– Eu já estava aqui primeiro. - Clarisse tenta manter seu lugar.

– Então, agora é hora de dar a vez pras outras. – Fabiana diz.

– Tem que ser uma de nós – disse uma das trigêmeas, que ninguém sabia qual delas era.

Martin estava curtindo muito a situação. Como já estava com meio caminho andado com Clarisse, achou melhor que ela voltasse na frente. Pras outras deu uma desculpinha esfarrapada de que todas teriam sua vez em outros passeios.

Então a gata ruiva foi se sentar na frente, bem ao lado dele. A garota disfarçadamente colocou a mão na perna dele e deu uma apertadinha. Sorriram um para o outro como se nada estivesse acontecendo.

À frente ia a carruagem dos japoneses guiado por um cocheiro inglês.

Assim foram nessa ordem: a carruagem de Daniel, a dos outros japoneses, a de Martin e a de Félix.

Daniel saiu com a carruagem e os outros o acompanharam. Os japoneses conversavam e riam o tempo todo. Alguns até tentavam puxar conversa com Julie, que só sorria sem entender nada. Na frente Daniel conversava com o cocheiro em inglês e não muito alto. Ela tinha vontade de sair correndo dali. De repente Daniel parou de falar com o cocheiro. Passaram alguns minutos sem falar nada. Os japoneses também tinham diminuído um pouco o volume da conversa. Ela estava sentada de costas pra ele, então resolveu olhar pra trás e dar uma espiada no que ele estava fazendo. Ele estava meio tenso, toda hora olhava para o cocheiro. De repente ele parou. Desceu num salto e passou para o lado que o cocheiro estava. Estendeu as duas mãos para ele, que praticamente caiu em cima de Daniel. Chegou na porta da carruagem e falou com Julie.

– Desce, por favor, me ajuda aqui.

Ela desceu e ele disse:

– Será que você pode deixá-lo continuar a viagem no seu lugar? Você vai comigo na frente.

– Por que eu? – “não que eu não possa ajudar, mas... não pode ser um dos japoneses.” – pensou.

– Por favor, não há tempo. É sério.

Ela concordou ao ver que o homem parecia estar mal. Ela só não sabia que isso era uma armação deles. Julie subiu com a ajuda de Daniel e sentou-se na frente ao seu lado.

– Agora vamos em frente!

As outras três carruagens também tinham parado, mesmo sem saber por que. Não dava pra ver muito bem e não notaram que a garota tinha se sentado na frente.

Julie estava muda, tensa com a presença perturbadora do seu lado.

– Vamos ter que ir um pouco mais rápido. Segure-se! – Daniel começou a ir mais rápido. – Temos dois problemas. O primeiro é chegar antes que a ponte suba. E o segundo é chegar antes do cocheiro morrer.

– É grave? – Julie perguntou arregalando os olhos.

– Gravíssimo! – Daniel ria por dentro. – Não há tempo a perder. – e tocou a carruagem, cada vez mais rápido.

A estrada era sinuosa e irregular. A carruagem parecia que ia desmontar, mas ele não estava nem aí, só acelerava.

– Daniel! Assim você não vai conseguir chegar antes da ponte levantar e nem nunca! Você vai matar todos nós! – Julie gritou desesperada com ele.

– Você não viu nada, eu ainda nem comecei a correr! – ele gritou.

O vento batia forte no rosto, vento gelado de fim de tarde. Os cabelos dela voavam no ar. Uma visão que Daniel estava adorando ver.

– Daniel, vai mais devagar!

– Está com medo, Srta Spinelli?

– Não é medo... – “é pavor” pensou.

– Eu já não te disse que enquanto estiver comigo não precisa ter medo!

– Não parece! Parece que você é que é o problema aqui.

Julie olhou pra trás, na esperança do cocheiro estar melhor. Mas ele parecia apagado, caído no ombro de um dos japoneses.

Ela não sabia como, mas Daniel conseguiu acelerar mais ainda. Agora sim a carruagem parecia fora de controle.

“Eu não vou parar de correr enquanto ela não admitir que tem medo!”

– DANIEL! Para por favor! Por favor!

– Estamos chegando! Não precisa ficar com medo!

– ENTÃO PÁRA!

– Então me responda!

– O QUÊ?

– Você está com medo?

– AHHHHHHHH...

Ele desviou por reflexo de um pavão que apareceu do nada no meio da estrada. Todo mundo gritou dentro da carruagem.

– Seu louco! Quer me matar de susto? Quer matar todo mundo?

– Não foi essa a minha intenção, senhorita Juliana. Me perdoe. Acho que exagerei na velocidade.

– Eu só quero chegar logo e ir pro meu quarto. – ela ficou triste.

Daniel se sentiu culpado. Pra quê tinha sido tão idiota? As outras carruagens haviam ficado pra trás há muito tempo. Reduziu bastante a velocidade e passou pela ponte. O portão tinha sido aberto pelo guarda que vigiava a entrada.

Andaram mais um pouco e chegaram à entrada principal. Parou pra todos descerem.

Julie pulou da carruagem e passou por ele direto, sem falar nada. Quando ela fez isso, ele se sentiu mal, um idiota, e ficou com medo dela nunca mais olhar pra sua cara. Estava tão confuso com ela e com seus sentimentos.

Foi na parte de trás, bateu no ombro do cocheiro e falou: - agora se vira e leva essa carruagem embora.

Julie chegou e já estava meio escuro. Passou pelo saguão correndo antes que qualquer um pudesse falar alguma coisa. Estava cansada e sentiu algumas lágrimas caírem depois de tudo o que aconteceu durante aquele dia. A descoberta de uma paixão avassaladora, as surpresas da tarde, a mudança completa de comportamento do rapaz que tinha balançado seu coração. “Será que ele é desses conquistadores baratos que quando percebem que já conseguiram conquistar alguém, começam a desprezar?” – ela não entendia como isso era possível, já que ele tinha sido um verdadeiro anjo por toda a manhã.

Daniel subiu correndo em direção ao quarto dela.

Julie entrou cansada no quarto, tirou as botas e jogou a bolsa na cama. Esta caiu sobre alguma coisa que fez um som. Ela olhou melhor pra cama e viu um violão novíssimo em cima dela. Aquilo lhe trouxe uma lembrança da manhã perfeita. Daniel entrou no quarto sem que ela visse. Ficou espiando a reação da garota. Ela pegou o violão e viu um cartãozinho preso nas cordas. Curiosa, ela pegou o cartão e leu:

– Foi você quem eu sempre esperei aparecer e sempre pedi para encontrar. Te quero muito, te quero pra sempre. Beijos. Daniel.

Ela deu um sorriso triste. Apertou o cartão contra o peito e o beijou.

– Eu também te amo, mas... Tenho medo de me machucar. – pensou em voz alta.

Ele ouviu aquilo, seus olhos brilharam. Ficou feliz por ter ouvido, e triste por ter sido tão idiota. Mas ainda não entendia o quê ela queria dizer com “Não tenho medo de nada. Espero encontrar fortes emoções de verdade!” se ela não parecia ser nada disso.


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Notas finais do capítulo

O Daniel deve escolher o quê? Se vingar e ficar muito mau, ficar confuso ou ficar bonzinho?



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